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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL (A) DA _

VARA DO TRABALHO DE CAMPINAS, ESTADO DE SÃO PAULO

LETÁCIO JOSÉ DOS SANTOS , brasileiro, solteiro, motorista operador de bomba de


concreto, nascido em 27.12.1983, filho de Laércio José da Silva e Marlene dos Santos,
portador do documento de identidade RG n° 58995617 e CPF n° 066.543.454-52,
residente e domiciliado na Rua Carnaubal, 37, Jardim Andorinhas – Campinas/ São Paulo,
CEP 13101-430, vem, respeitosamente, perante este Juízo, por meio de seus advogados que
a esta subscrevem (procuração anexa), os quais recebem notificações e intimações no
escritório profissional situada à Rua Amilar Alves, nº 349, Vila João Jorge, CEP 13041-
301, Campinas/SP, com fundamento no artigo 840, §1º da CLT C/C artigo 319 do CPC/15,
propor

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA PELO


RITO SUMARÍSSIMO

Em face de NILVA CARVALHO VITAL LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita
no CNPJ sob o nº 00.204.102/0001-29, com sede em Rua Antônio Buglioli, nº 144,
(Residencial Manacás), bairro Betel, CEP: 13.148-240, Paulínia/ SP e BIG CONCRETO -
SERVICOS DE CONCRETAGEM LTDA – ME, pessoa jurídica de direito privado
inscrita no CPJ: 05.370.222/0001-10 Rodovia Anhanguera, Km 97 , Jardim Eulina-
Campinas - SP - CEP: 13061-155 e pelos motivos de fato e direito que passa a expor:

Rua Amilar Alves, 349 - Vila João Jorge, Campinas – SP – CEP: 13.041-301
Telefone: (19) 3014-9544
E-mail: contato@akmadvogados.com.br | www.akmadvogados.com.br
Nesta oportunidade, para efeitos do art. 103 e seguintes do novo CPC e sob pena de
nulidade dos futuros atos processuais, requer que todas as intimações ocorram no endereço
descrito no rodapé e em nome dos seguintes advogados:

Alexandre Krisztan Junior - OAB/SP 271.178 – alexandre@akmadvogados.com.br


Luís Felipe Prado Cassar – OAB/SP 362.953 – cassar@akmadvogados.com.br
Pedro Henrique Borges – OAB/SP 501.627 – pedrohborges.adv@hotmail.com

REQUERIMENTOS PRELIMINARES

DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA

Conforme será demonstrado no decorrer desta Reclamatória, o Reclamante não


possui condições financeiras de arcar com as custas processuais sem prejuízo do próprio
sustento e de sua família. Ademais, encontra-se em situação de desemprego.

Dessa forma, não possui condições financeiras de arcar com as custas


processuais sem prejuízo de seu próprio sustento e de sua família. Neste sentido, junta
Declaração de Hipossuficiência a fim de confirmar a real necessidade de usufruir da
gratuidade processual. Isto posto, como medida de acesso à justiça, requer a concessão dos
benefícios da Justiça Gratuita, nos termos do artigo 5º, LXXIV, da Constituição Federal e
artigo 790, §3º da CLT.

Por derradeiro, requer seja observado o quanto decidido pelo E. STF sobre a
matéria na ADI5766: “Decisão: O Tribunal, por maioria, julgou parcialmente procedente
o pedido formulado na ação direta, para declarar inconstitucionais os arts. 790-B, caput e
§ 4º, e 791-A, § 4º, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) ”
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DA NÃO LIMITAÇÃO DA CONDENAÇÃO
AOS VALORES DOS PEDIDOS INICIAIS

Os valores devidos ao Reclamante deverão ser apurados, em liquidação de


sentença, por cálculos que NÃO devem se limitar aos valores lançados na petição inicial.

A inovação trazida na Lei n. 13.467/17 denota a exigência de que o pedido deva


"ser certo, determinado e com indicação de seu valor".

Isso, no entanto, não representa uma alteração substancial, pois a precisão e a


determinação do pedido dizem respeito à sua própria essência e a indicação do valor, como
está expresso no dispositivo legal referido, o que não extrapola a literalidade da lei, de que
se trata de mera indicação ou estimativa, ou seja, não se trata de uma liquidação
propriamente dita, até porque tal assertiva seria impossível, visto que é a Reclamada quem
detém acesso aos documentos do contrato de trabalho e, ainda, detém a expertise contábil de
um time de contadores, capaz de liquidar os valores, fazendo-o nos contracheques, rescisões
trabalhistas e demais documentos.

O art. 791-A da CLT deixa claro que o valor da liquidação não está delimitado
pelo valor do pedido.

Importantíssimo verificar que o próprio legislador (da Lei 13.467/17) elucida


que a definição do valor efetivamente devido será feita com a liquidação da sentença.

Vide, a propósito, o teor do art. 791-A, que estabelece que os honorários


advocatícios devidos ao advogado do reclamante serão calculados sobre "o valor que
resultar da liquidação da sentença" – evidenciando, com isso, o caráter precário e
provisório dos valores apontados na petição inicial.

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O valor do pedido indicado na inicial é, como visto, meramente a expressão
econômica que se considera advir do pedido (daí a expressão "indicação"), sendo que
mesmo essa indicação não poderá ser exigida quando for impossível (ou bastante difícil,
dada a complexidade dos cálculos trabalhistas que muitas vezes se apresentam) fazê-lo no
momento da propositura da ação, considerando-se, como deve ser, que em muitas situações
isso não é possível.

O CPC possui regra neste sentido (§ 1º do art. 324, CPC).

Por este motivo, o valor apresentado não delimita a condenação porque o


Magistrado deve julgar o pedido, na perspectiva de uma correspondência entre o fato e o
direito, e não o valor do pedido, que via de regra, é apurado em fase de liquidação de
sentença.

Fosse assim, todas as sentenças da Justiça do Trabalho também deveriam ser


líquidas, mas raros são os casos em que é proferida uma sentença líquida, sendo que o valor
da condenação é sempre arbitrado pelos juízes.

Vejamos o entendimento da Corte do Tribunal Superior do Trabalho:

LIMITAÇÃO DA CONDENAÇÃO AOS VALORES DOS PEDIDOS


INICIAIS. JULGAMENTO ULTRA PETITA. NÃO OCORRÊNCIA. Não
obstante o Regional tenha externado entendimento que, em tese, afronta os
artigos 141 e 492 do CPC/15 e diverge da jurisprudência desta Corte, no
sentido de que a inobservância dos valores líquidos indicados na petição
inicial configura julgamento ultra petita, no caso dos autos, a mera leitura
da exordial revela que o reclamante não formulou pedidos líquidos. Ao
contrário do que faz crer a reclamada, à fl. 8 da petição inicial , o
reclamante ressalta que os valores pleiteados deverão ser apurados em

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liquidação de sentença, não havendo, na hipótese em exame, fixação de
montante isolado a cada um dos pedidos. Desse modo, não se há falar
em violação dos dispositivos invocados (artigos 5º, incisos II, XXXV,
LIV e LV, da CF/88, 141 e 492 do CPC/15), muito menos em
divergência jurisprudencial. Recurso de revista não conhecido. (grifo
nosso)

Assim, por ser inadequada e ilegal a limitação da condenação aos pedidos


estimados na petição inicial, requer seja proibida a limitação do valor da condenação aos
montantes indicados na petição de ingresso, por serem meramente estimativas do valor do
direito.

DO MÉRITO
DO CONTRATO DE TRABALHO

O Reclamante foi contratado pela 1º Reclamada no dia 27/11/2023 exercendo a


função de operador de bomba de concreto. Suas atividades habituais consistiam em realizar
o transporte de cimento para as obras, o assentamento do concreto nas lajes das obras,
possuía contato diário com cimento e elevados níveis de ruídos.

A 1º Reclamada é empresa que atua no ramo de serviços de operações e


fornecimento de equipamentos para transporte e elevação de cargas e pessoas para uso em
obras, conforme se extrai da sua atividade econômica principal e do seu objeto social (doc.):

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Por sua vez, a 2ª Reclamada atua no ramo de serviços de concretagem, conforme
se extrai da sua atividade econômica principal (doc. 09) :

Detinha jornada de trabalho de segunda a sexta, das 06h00 às 19h00, em médias,


e de sábado laborava das 06h00 às 14h00, entretanto, ativava-se, habitualmente em
sobrejornada, além de que não usufruía de intervalo intrajornada.

O salário em carteira do Reclamante era de R$ 2.269,42.

A situação do Reclamante se agrava, com a forma abrupta e injustificada com


que seu contrato de trabalho foi rescindido. Após apresentar atestado médico no dia
18.03.2024, por ter passado por uma cirurgia odontológica, foi devidamente comunicado ao
encarregado Sr. Jader via WhatsApp, para justificar sua ausência por dois dias, devido a
cirurgia realizada.

O Reclamante foi surpreendido com uma demissão por justa causa, sob a
alegação de faltas no período trabalhado, tal procedimento, além de desconsiderar o direito
do trabalhador à saúde e à devida justificação para ausências legítimas, ignora a necessidade
de um processo disciplinar progressivo, que deveria incluir advertências e suspensões antes
de uma medida tão drástica quanto a rescisão do contrato por justa causa, conforme
preconiza a CLT.

Importante salientar que o Reclamante jamais tomou sequer alguma falta


ou advertência durante seu contrato de trabalho.

Assim, faz-se imperativo o reconhecimento das irregularidades apontadas e a


consequente reparação dos direitos do Reclamante, é a presente ação único caminho

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possível para reparar as faltas que sofreu e que passa a expor de modo mais detalhado a
seguir.

DA RESPONSBILIDADE SUBSIDIÁRIA/ SOLIDÁRIA

DA RESCISÃO SEM JUSTA CAUSA

Conforme já narrado, o Reclamante teve o seu contrato encerrado de forma


SEM JUSTA CAUSA, em 01/11/2023, e que até o presente momento não houve pagamento
corretamente das verbas rescisórias,

É cediço que os acertos rescisórios trabalhistas são dotados de natureza


alimentar e preferencial, porquanto constituem patrimônio social mínimo dos trabalhadores
inerente à sua subsistência e necessidades vitais básicas, nos termos dos artigos 6º e 7º c/c §
1º do art. 100 da CR/88.
Portanto, considerando a ausência de pagamento, requer o Reclamante a
condenação da empresa reclamada ao pagamento de todos as verbas rescisórias, quais
sejam:

AVISO PRÉVIO INDENIZADO (30 dias) .................R$ 5.500,00


REFLEXOS AVISO PRÉVIO EM 13º.................R$ 458,33
REFLEXOS AVISO PRÉVIO EM FÉRIAS........R$ 595,83
13º PROPORCIONAL (08/12) ....................................R$ 3.666,66
FÉRIAS PROPORCIONAIS + 1/3 .............................R$ 4.888.76
MULTA DE 40%...........................................................R$ 1.408,00
TOTAL.........................................................................R$16.517,58
(dezesseis mil, quinhentos e dezessete reais com cinquenta e oito

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centavos).

Por fim, requer o Reclamante, todos documentos que comprovem a


comunicação da extinção contratual aos órgãos competentes, bem como as anotações na
CTPS relativo a admissão e a extinção do contrato de Trabalho, documento hábil para
requerer o benefício do seguro-desemprego e a movimentação da conta vinculada no Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), nos termos do artigo 477 da CLT, expedindo-se
alvará para saque do FGTS e seguro-desemprego.

DA MULTA DO ARTIGO 477

No contexto apresentado, o Reclamante teve seu contrato de trabalho encerrado


no dia 1º de novembro de 2023, sem justa causa, e desde então, não recebeu as verbas
rescisórias que lhe são devidas, apesar das promessas feitas pela Reclamada.

A situação descrita evidencia uma clara violação do prazo legal estipulado pelo
artigo 477, §6, da CLT, uma vez que o pagamento das verbas rescisórias não foi efetuado
dentro do período de 10 (dez) dias após o término do contrato.

Portanto, diante do atraso no pagamento das verbas rescisórias, a aplicação da


multa estabelecida pelo artigo 477, §8º, da CLT, bem assim ao pagamento a favor do
empregado, em valor equivalente ao seu salário, sendo uma medida legalmente prevista e
justificada, tendo em vista a proteção dos direitos trabalhistas do reclamante e a necessidade
de reparação pelo descumprimento das obrigações por parte das reclamadas.

A multa do art. 477, § 8º, da CLT, deverá ser calculada com base no salário base
acrescido da média de comissões:

RECURSO DE REVISTA. MULTA DO ARTIGO 477, § 8º, DA CLT. BASE

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DE CÁLCULO. A decisão regional merece reforma para se adequar ao
entendimento desta Corte Superior no sentido de que a multa do art. 477, § 8º, da
CLT deve incidir sobre a remuneração, ou seja, sobre todas as verbas de natureza
salarial, e não sobre o salário básico somente. Recurso de revista conhecido e
provido. (TST - RR: 7340420175060182, Relator: Dora Maria Da Costa, Data
de Julgamento: 17/11/2021, 8ª Turma, Data de Publicação: 19/11/2021)

Sendo assim, requer a condenação da Reclamada ao pagamento da multa


estabelecida no art. 477, §8º, da CLT, no valor de 1 salário contratual do Obreiro,
devidamente acrescido das comissões médias dos últimos 12 meses, resultando na
importância de R$ 5.290,56 (cinco mil, duzentos e noventa reais com cinquenta e seis
centavos).

DA MULTA DO ARTIGO 467

A Reclamada deverá pagar a Reclamante, no ato da audiência, todas as verbas


incontroversas, sob pena de acréscimo de 50%, conforme art. 467 da CLT, transcrito a
seguir:

Art. 467. Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo


controvérsia sobre o montante das verbas rescisórias, o empregador é
obrigado a pagar ao trabalhador, à data do comparecimento a Justiça do
Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-las
acrescidas de cinquenta por cento.

Dessa forma, protesta a Reclamante pelo pagamento de todas as parcelas


incontroversas na primeira audiência no valor estimado e não inferior de R$ 8.258,79 (oito
mil, duzentos e cinquenta e oito reais com setenta e nove centavos)

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DAS HORAS EXTRAS

Durante toda a relação empregatícia o Reclamante sempre excedeu a jornada de


44 horas semanais, laborando em uma rotina exaustiva de segunda a sábado das 06h30 às
18h30 e de domingo trabalhava cerca de uma vez por mês, usufruía de um intervalo de 30
(trinta) minutos por dia, para realizar o almoço.

Contudo, configurando uma jornada diária de 11 horas e 30 minutos,


considerando uma jornada semanal de 6 dias, o total de horas trabalhadas semanalmente
pelo reclamante foi significativamente superior ao limite constitucional, sem que houvesse
ainda, o devido pagamento de horas extras com o adicional de 60% (sessenta por cento)
sobre o valor da hora normal, e de 100% (cem por cento) para as horas extras trabalhadas
em domingos e feriados, conforme estipulado na cláusula quarta da Convenção Coletiva de
Trabalho de Construção Civil de Jundiaí (EM ANEXO).
Senão vejamos:

CLÁUSULA QUARTA – JORNADA DE TRABALHO – HORAS


EXTRAS
I - Estabelecem as partes o adicional de 60% (sessenta por cento) para as
horas suplementares trabalhadas de segunda-feira a sábado, desde que não
tenham sido incluídas no Banco de Horas, consoante cláusula vigésima
terceira, inciso I.
II - As partes fixam o adicional de 100% (cem por cento) para as horas
extras trabalhadas em domingos e feriados, desde que não tenham sido
incluídas no Banco de Horas consoante cláusula vigésima terceira, inciso I.
III - Os adicionais em referência serão calculados com base no valor do
salário nominal, excluídas as horas de trabalho compensadas.
IV - O valor das horas extras habituais integrará o valor da remuneração
para efeito de pagamento de férias, 13º, Repousos Semanais Remunerados,
Aviso Prévio e depósito do FGTS.

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Em ausência desse entendimento, preconizamos o mencionado nos costumeiros
artigos 58 e 59 da CLT:
Art. 58 - A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer
atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não
seja fixado expressamente outro limite.
Art. 59. A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras,
em número não excedente de duas, por acordo individual, convenção
coletiva ou acordo coletivo de trabalho.
§ 1º. A remuneração da hora extra será, pelo menos, 50% (cinquenta por
cento) superior à da hora normal.

Portanto, no caso em análise é essencial para a garantia dos direitos do


reclamante, as horas extraordinárias pelo período de todo seu contrato de trabalho (incluindo
o período em que trabalhou sem a devida anotação na CTPS), com acréscimo de 60% do
valor da hora normal de trabalho incidindo também sobre o repouso semanal remunerado,
bem como reflexos em 13º salário, FGTS+40%, férias + 1/3 e Descanso Semanal
Remunerado, estimando-se a quantidade de horas extras devidas em 768 horas, as quais são
apuradas em valor meramente estimado e não inferior a R$ 40.958,97 (quarenta mil,
novecentos e cinquenta e oito com noventa e sete centavos).

DA SUPRESSÃO DO INTERVALO INTRAJORNADA

Conforme supracitado, o Reclamante laborou de segunda a sexta-feira, das 6h00


às 18h00 horas, usufruindo de 30 (trinta) minutos de intervalo intrajornada, durante todo o
contrato de trabalho.

Todo trabalhador com jornada superior a quatro horas tem direito a intervalo
intrajornada de no mínimo 15 (quinze) minutos, bem como, todo trabalhador com jornada
superior a seis horas tem direito a intervalo intrajornada de no mínimo 01 (uma) hora, para
refeição e descanso, conforme dispõe o artigo 71, caput e § 1º, da CLT.

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Art. 71. CLT. Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6
(seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou
alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo
escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas)
horas.

No caso em comento, o Reclamante usufruía de um intervalo em média de 30


(trinta) minutos por dia, para realizar o almoço, dando-lhe direito, portanto, a percepção do
pagamento de intervalo intrajornada desrespeitado, uma vez que não concedidos
adequadamente pela Reclamada e não usufruídos pelo obreiro, durante todo o contrato de
trabalho.

Ainda, o respectivo § 4.º do mencionado artigo estabelece que o desrespeito a


esse intervalo terá por consequência a condenação do empregador ao pagamento do período
correspondente acrescido de, no mínimo, 60 % (sessenta por cento).

Vejamos:

Art. 71. § 4º. CLT. A não concessão ou a concessão parcial do intervalo


intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e
rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período
suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da
remuneração da hora normal de trabalho. (Redação dada pela Lei nº
13.467, de 2017) (Vigência).

Quanto ao intervalo intrajornada, estima-se a quantidade de horas devidas ao


Reclamante em 144 horas, as quais perfazem o montante estimado e não inferior a R$
5.760,00 (cinco mil e setecentos e sessenta reais).

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DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

A Reclamada cometeu diversas irregularidades trabalhistas contra o Reclamante.

A inobservância das obrigações rescisórias pelas reclamadas não apenas viola a


legislação trabalhista, mas também impõe ao trabalhador um estado de vulnerabilidade
econômica. Este cenário justifica a reivindicação das verbas rescisórias devidas, incluindo
salários atrasados, aviso prévio, férias proporcionais com 1/3, 13º salário proporcional,
dentre outros direitos.

Se a empresa não realiza o pagamento das verbas rescisórias, pratica ato ilícito
ou abusivo de direito, na exta forma como preveem os artigos 186 e 187 do Código Civil.

Nesse sentido:

DANO MORAL. INDENIZAÇÃO. INADIMPLEMENTO DE SALÁRIOS.


CABIMENTO. O inadimplemento de salários, agravado pelo não pagamento das
verbas rescisórias, acarreta transtornos na vida social, familiar e financeira do
trabalhador, justificando a imposição da indenização por danos morais. MULTA
DO ARTIGO 467 DA CLT. CABIMENTO. MORA RESCISÓRIA. Caracterizada
a mora rescisória, assiste ao trabalhador o direito a multa preconizada pelo artigo
467 da CLT. MULTA ARTIGO 477, § 8º, DA CLT. CABIMENTO. Não
comprovando o empregador que o atraso na quitação dos haveres rescisórios
decorreu de culpa do empregado, devida a cominação do artigo 477, § 8º, da CLT.
(TRT-15 - RO: 00106918920175150081 0010691- 89.2017.5.15.0081, Relator:
LUIZ ANTONIO LAZARIM, 9ª Câmara, Data de Publicação: 22/04/2019).

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Este ato por si só já configura o dano moral, como podemos observar o entendimento
da ilustre corte do TRT-17:

AUSÊNCIA DE PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS. DANO


MORAL PRESUMIDO. Nos exatos termos da Súmula 46 deste Regional, "A
dispensa sem pagamento de verbas rescisórias configura, por si só, ofensa à
dignidade do trabalhador a ensejar indenização por dano moral, não havendo a
necessidade de prova dos prejuízos advindos do ato ilícito praticado pelo
empregador, porque presumidos". Logo, comprovado o não pagamento das
verbas rescisórias aos autores, é devida a indenização pela ofensa moral. (TRT
17ª R., ROT 0000004-38.2019.5.17.0013, Divisão da 2ª Turma, DEJT
09/12/2019).

Sem contar que por diversas houve promessas de pagamento por parte da
Reclamada, fomentando a expectativa do justo pagamento, ocorre que as promessas nunca
foram cumpridas até a data da presente reclamação.

Em todo este ínterim, ainda nos deparamos com o fato de que a Reclamada
sempre pagou as comissões “por fora”, sem incluir as verbas em holerite, gerando
prejuízo financeiro ao Reclamante, que recebia seu décimo terceiro, férias + 1/3, DSR e
FGTS apenas calculado com base no salário de CTPS.

Ou seja, ocorreram diversas sonegações de direitos e contribuições


previdenciárias, ocasionando grave violação de direitos trabalhistas e previdenciários.

Todos estes ilícitos trabalhistas geraram grande sofrimento e prejuízo ao autor,


deixando o Reclamante em total desamparo e gerando constrangimento e abalos de ordem
moral.

As ilicitudes trabalhistas inequivocamente atingem os direitos da personalidade


do Reclamante, visto que atingem diretamente a honra, a imagem e a dignidade do
trabalhador, insculpidos como direitos fundamentais no art. 5º, V e IV, da Constituição
Federal.

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Estabelece o art. 186 e 927 a responsabilidade civil daquele que causam danos a
outrem, de forma dolosa ou culposa.

Além disso o Reclamante, não teve sua carteira assinada no período


compreendido de 28/11/2023 até o dia 14/12/2023 em que trabalhou das 05h30 às
19h00.

Demonstrada a negligência das Reclamadas na questão da sobrecarga de


trabalho e a privação dos direitos trabalhistas básicos, como descanso semanal remunerado e
limitação da jornada de trabalho, o que caracteriza uma ofensa aos direitos da personalidade
do trabalhador

Desta forma, faz jus a Reclamante a indenização por danos morais.

No caso, houve evidentes práticas ilícitas trabalhistas, atingindo direitos da


personalidade do Reclamante, pelo que detém o dever de indenizar.

Destarte, requer seja condenada das Reclamadas ao pagamento de indenização


por danos morais em valor não inferior a R$ 15.000,00 (quinze mil reais)

DOS HONORÁRIOS ADVOCATICIOS DE SUCUMBÊNCIA

A Lei nº 13.467 de 2017 inseriu o artigo 791-A da CLT, o qual prevê que “ao
advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência,
fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento)
sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não
sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. ”

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Nesse sentido, o advogado é decisivo para a defesa dos interesses do
trabalhador, uma vez que indispensável à administração da justiça.

Tratando-se de demanda de alta complexidade, elevado dispêndio de trabalho,


com fundamento no artigo 791-A e §§ da CLT, requer seja a Reclamada condenada ao
pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais no importe de 15% da condenação, na
quantia de R$ 14.409,89 (quatorze mil, quatrocentos e nove reais com oitenta e nove
centavos).

DOS JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA

Requer juros moratórios de 1% ao mês, nos termos do art. 883 da CLT, bem
como art. 39, § 1º, da Lei 8.177/91, notadamente pois a decisão do STF na ADI 5867 e 6021
não transitaram em julgado até a presente data, bem como seja aplicada correção monetária
segundo índice IPCA-E, ante a inconstitucionalidade declarada na utilização do índice TR
para atualização dos créditos em face da fazenda pública.

DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:

1) A notificação da Reclamada para ter ciência da presente Reclamação Trabalhista e,


querendo, apresente defesa dentro do prazo legal, sob pena de revelia e confissão
da matéria de fato, nos termos do artigo 844 da CLT e súmula 74 do TST;

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2) A tramitação do processo por meio do Juízo 100% Digital, sendo que as publicações
deverão ser informadas por intermédio do Diário Oficial da União, sob pena de
nulidade;

3) Concessão dos benefícios da justiça gratuita ao Reclamante, nos termos do artigo


790, §3º da CLT, de forma integral e irrestrita, suspendendo a exigibilidade de
eventual verba honorária sucumbencial, com esteio na declaração de
inconstitucionalidade pelo C. STF na ADI 5766;

4) O reconhecimento da responsabilidade solidária ou subsidiária da 2º Reclamada


EMCCAMP, para responder pelas obrigações decorrentes deste contrato de
trabalho;

5) Requer o reconhecimento do vínculo junto a anotação da CTPS, de 28/11/2023 até


o dia 14/12/2023, vez que presentes todos os requisitos previstos pelo artigo 3º da
CLT, na função de Ladrilheiro;

6) INTEGRALIZAÇÃO DOS VALORES PAGOS “POR FORA” – requer o


reconhecimento e a integralização dos valores pagos pela Reclamada de forma
extrafolha, determinando-se a inclusão em holerites e o pagamento dos respectivos
reflexos em 13º, férias + 1/3, DSR, FGTS + 40% e verbas rescisórias, em montante
não inferior a......................................................................................... R$ 7.200,00;

7) RESCISÃO SEM JUSTA CAUSA E VERBAS RESCISÓRIAS – requer o


reconhecimento da rescisão sem justa causa do contrato de trabalho, determinando-
se o pagamento de todas as verbas rescisórias devidas atinentes a modalidade de
rescisão contratual reconhecida em sentença, especificando-se as seguintes verbas:
aviso-prévio indenizado proporcional de 30 dias, décimo terceiro salário

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proporcional (8/12), férias proporcionais acrescidas de um terço, e indenização de
40% do FGTS, em montante não inferior a ........................................ R$16.517,58;

8) DAS HORAS EXTRAS– requer a condenação das reclamadas ao pagamento das


horas extras, com adicional de 60% e na falta desse, o de 50%, considerando na sua
base de cálculo todas as parcelas de natureza salarial, pagas ou deferidas com
reflexos em DSR e feriados, férias proporcionais acrescidas do terço legal, 13º
proporcional, aviso prévio e FGTS 40% em montante não inferior
a ........................................................................................................... R$
40.950,97;

9) DA SUPRESSÃO DO INTERVALO INTRAJORNADA – requer a condenação


das Reclamadas condenadas a efetuar o pagamento referente aos intervalos
intrajornadas suprimidos com adicional de 60% e na falta desse, a aplicação de
50%, em montante não inferior a .................................................................... R$
5.760,00;

10) MULTA DO ARTS. 477, § 8º, e 467 DA CLT – requer o pagamento da multa do
art. 477, § 8º, da CLT, a ser calculada com base da remuneração total do
empregado, devendo ser apurada com base na média de comissões dos últimos 12
meses mais o salário base, tudo acrescido de correção monetária e juros moratórios
no montante estimado
de............................................................................................. R$ 5.290,56;
E não sendo pagas as parcelas incontroversas na primeira audiência, seja aplicada
multa do art. 467 da CLT, tudo acrescido de correção monetária e juros moratórios
no montante estimado de...................................................................... R$ 8.258,79;

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11) INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS – requer o pagamento de indenização
por danos morais conforme elucidado na exordial, em valor não inferior
a........................................................................................................... R$ 15.000,00;

12) Requer a expedição dos alvarás para saque do FGTS e Seguro Desemprego;

13) Honorários advocatícios de sucumbência em 15%, em valor não inferior


a............................................................................................................ R$
14.409,89;

14) Incidência de juros de mora de 1% ao mês desde o ajuizamento da ação, nos termos
do artigo 883 da CLT e correção monetária, nos termos da súmula 381 do TST com
percentual fixado pelo índice IPCA-e do IBGE, recompondo integralmente o
patrimônio jurídico e econômico do trabalhador, através de indenização suplementar
da diferença entre a taxa SELIC e o índice geral de preços IPCA-E;

15) Finalmente, requer a PROCEDÊNCIA DA AÇÃO, condenando o reclamado ao


pagamento das parcelas reclamadas, custas processuais, honorários de
sucumbência sobre o valor bruto da condenação, apurado preliminarmente no
percentual de 15%.

Pugna a produção de todas as provas em direito admitidas, especialmente o depoimento


pessoal da Reclamante, a oitiva de testemunhas e juntada de documentos que se mostrarem
essenciais ao deslinde da ação.

Desde já a Reclamante autoriza a execução de ofício dos valores


julgados procedentes na presente ação trabalhista.

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Informa que todos os valores apresentados na presente petição são
meras estimativas, sendo que o momento de liquidação é aquele disposto no art. 879 da
CLT.

Requer por fim, que todas as publicações, intimações/notificações


sejam expedidas, EXCLUSIVAMENTE, em nome do advogado PEDRO HENRIQUE
BORGES OAB/SP 501.627, ALEXANDRE KRISZTAN JUNIOR, OAB/SP 271.178 e
LUÍS FELIPE PRADO CASSAR, OAB/SP 362.953 todos com endereço em
Campinas/SP, na Rua Amilar Alves, situada no bairro Vila João Jorge, n 349, CEP 13.041-
301 sob penalidade de nulidade.

Dá-se a causa o valor de R$ 113.387,79 (cento e treze mil,


trezentos e oitenta e sete com setenta e nove centavos)

Termos em que pede deferimento.


Campinas, 27 de março de 2024.

PEDRO HENRIQUE BORGES


OAB/SP 501.627

LUÍS FELIPE PRADO CASSAR


OAB/SP 362.953

PEDRO ALONSO MOLINA ALMEIDA


OAB/SP 351.995

ALEXANDRE KRISZTAN JUNIOR


OAB/SP 271.178

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