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APELAÇÃO
Rua dos Azulões, nº 01, Sala 416, Edifício Office Tower, Jardim Renascença, São Luís-MA, CEP: 65075-060
No mais, com base nos arts. 1.009 a 1.014 do Código
de Processo Civil, requerendo, na oportunidade, que o Apelado
seja intimado para, querendo, ofereça as contrarrazões e, ato
contínuo, sejam os autos, com as razões anexas, remetidos ao
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão, para os
fins de mister.
Termos em que,
Aguarda deferimento.
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RECURSO DE APELAÇÃO
RECORRENTE: RODRIGO BOTELHO MELO COELHO
RECORRIDO: Ministério Público do Estado do Maranhão
PROCESSO n.º 0800736-69.2019.8.10.0129
EMINENTE RELATOR,
EGRÉGIO TRIBUNAL
DA TEMPESTIVIDADE
SÍNTESE DA DEMANDA
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Mangabeiras pelo suposto cometimento de ato de improbidade
administrativa prevista no art. 11, SEM PRECISAR QUAL INCISO,
bem como das penalidades do art.12, III, da Lei 8.429/92.
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O Ministério Público apresentou sua manifestação por
meio do ID nº 53305292, no qual se posiciona pela permanência
de seus pedidos na inicial.
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cargos públicos municipais, nos moldes da
Constituição da República.
Manteve-se o réu inerte diante das requisições
ministeriais. O réu geriu o Poder Executivo do
Município entre os anos de 2017 e 2020 e não
comprovou a realização nem mesmo de atos
preparatórios para a efetivação do concurso
público, a fim de regularizar o quadro de
pessoal da Administração Pública, limitando-se
a contratar agentes públicos sem realizar
tampouco processo seletivo simplificado,
violando os princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade e publicidade (art.
37, caput, c/c inciso II, da Constituição
Federal c/c art. 4º. da Lei nº. 8.429/92 c/c
arts. 2º. e 4º. Da Lei Municipal nº. 16/09).
Não é válida a argumentação de que na condição
de Prefeito Municipal o réu não executava atos
de gestão, deixando para a competência dos
Secretários Municipais o impulsionamento de
processo administrativo para viabilização do
concurso público. Na condição de Chefe do
Executivo, o réu possui não somente
competência, mas o dever de acompanhar e
ordenar o regular desenvolvimento dos trabalhos
relacionados à regularização do quadro
funcional como a realização de concurso
público, conforme se comprometeu no ofício
expedido ao Ministério Público (ID 26095022,
págs. 5/6).
O art. 11 da Lei nº. 8.429/92 não apresenta os
requisitos de dano ao erário ou enriquecimento
ilícito para a caracterização do ato de
improbidade administrativa que atente contra os
princípios da Administração Pública, mas sim a
prática de qualquer ação ou omissão que viole
os deveres de honestidade, imparcialidade,
legalidade, e lealdade às instituições,
destacando o inciso I como ato de improbidade:
praticar ato visando fim proibido em lei ou
regulamento ou diverso daquele previsto, na
regra de competência.
O princípio da legalidade restou violado na
medida em que as normas que regem a contratação
de pessoal pela Administração Pública foram
subjugados pela mera liberalidade do ex-gestor
para o provimento dos cargos públicos.
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O princípio da impessoalidade foi frustrado com
a nomeação indiscriminada sem a realização de
concurso público ou processo seletivo
simplificado com regras objetivas, em prejuízo,
também, ao princípio da igualdade pela falta de
concorrência igualitária.
O princípio da moralidade foi violado, pois
contratações precárias e indiscriminadas fora
das disposições legais e constitucionais
atestam falta de padrão ético de conduta para
que se assegure o exercício da função pública
de forma a atender às necessidades
coletivas[1].
O princípio da publicidade, que tem por escopo
conferir transparência à gestão da coisa
pública e permitir o seu controle interno e
externo, não foi atendido pela falta de
transparência no trato das contratações de
pessoal. [...].
A falta de dotação orçamentária em determinado
ano não é empecilho para que se providencie a
inclusão das despesas com o certame no ano
consecutivo. As restrições à realização de
despesas advindas da Lei Complementar nº 173/20
são muito posteriores ao início das
irregularidades perpetradas, não tendo o condão
de apagar os vícios anteriores na condução da
coisa pública.
A Portaria de instauração do Procedimento
Administrativo nº. 330-014/2017 foi assinada em
8 de maio de 2017, momento no qual já haviam
notícias de irregularidades nas contratações
precárias de pessoal por parte do Município, o
que foi mantido durante toda a gestão do réu.
A toda evidência, as provas nos autos dão conta
de que, na condição de gestor público, o réu
fez da exceção da contratação temporária a
regra na Administração Pública Municipal,
contrariando os dispositivos constitucionais e
legais que tratam do concurso público, restando
caracterizada a prática de improbidade
administrativa.
Com fundamento nos arts. 11, inciso I, art. 12,
inciso III, da Lei nº. 8.429/92, ACOLHO os
pedidos iniciais.
CONDENO RODRIGO BOTELHO MELO COELHO (CPF n.
747.144.653-68) às seguintes sanções:
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a) Suspensão dos direitos políticos pelo
prazo de três anos;
b) Multa civil de 30 (trinta) vezes da
remuneração percebida na condição de agente
público durante o período de 2017/2020, lapso
em que chefiou o Poder Executivo de São
Raimundo das Mangabeiras, MA;
c) Proibição de contratar com o Poder Público
ou de receber benefícios ou incentivos fiscais
ou creditícios direta ou indiretamente ainda
que por intermédio da pessoa jurídica da qual
seja sócio majoritário pelo prazo de 3 (três)
anos;
d) Perda de eventual função pública que
porventura esteja exercendo;
CONDENO também o réu RODRIGO BOTELHO MELO
COELHO (CPF n. 747.144.653-68) a arcar com as
custas processuais.
Após o trânsito em julgado:
a) CALCULE-SE o valor das custas e INTIMEM o
réu para pagamento;
b) INTIME-SE o Município de São Raimundo das
Mangabeiras, MA;
c) VISTA ao Ministério Público;
d) oportunamente, ARQUIVEM-SE, observando as
baixas e anotações necessárias.
INTIMEM-SE.
São Raimundo das Mangabeiras, MA.
Juiz HANIEL SOSTENIS RODRIGUES DA SILVA
Titular da Vara Única de São Raimundo das
Mangabeiras
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I. DAS PRELIMINARES (art. 939 e §1º do art. 1009 do CPC e
efeito expansivo de recorribilidade)
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envolve não só o direito de manifestação e o direito de
informação sobre o objeto do processo, mas também o direito de
ver os seus argumentos contemplados pelo órgão incumbido de
julgar.
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qualquer outra decisão e decidiu extra petita no tocante ao
pedido do MP quanto ao artigo 11 da LIA.
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De certo que o Juízo em sua sentença (ID nº 54704243)
condenou o ora Apelante a suspensão dos direitos políticos
pelo prazo de três anos; multa civil de 30 (trinta) vezes a
remuneração; proibição de contratar com o Poder Público, perda
de eventual função pública que esteja exercendo e arcar com
custas processuais.
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Vale destacar os seguintes trechos no voto do
Excelentíssimo Ministro Gilmar Mendes:
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Em outros termos, a gradação apenas
quantitativa não é suficiente, considerada a
baliza constitucional, quando são inseridos no
mesmo contexto sancionatório condutas
qualitativamente diversas.
[...]
Ao adentrar o campo dos crimes contra a
Administração Pública, cuja afinidade temática
com os atos de improbidade é inegável, a
incoerência permanece. Tendo em vista que a
dosimetria da pena inicia-se no mínimo legal, é
possível verificar que a suspensão de direitos
políticos das condutas ímprobas em tela é
superior aos crimes de peculato (Código Penal,
artigo 312), concussão (Código Penal, artigo
316) e corrupção passiva (Código Penal, artigo
317).
Isso significa que o agente público que
“celebrar contrato de rateio de consórcio
público sem suficiente e prévia dotação
orçamentária, ou sem observar as formalidades
previstas na lei” (art. 10, inciso XV, da Lei
8.429/1992), ainda que culposamente, poderá ter
os direitos políticos suspensos por período
superior ao cidadão condenado pelo desvio de
verbas públicas.
Mesmo no tocante às hipóteses de
inelegibilidade instituídas pela Lei
Complementar 135/2010, que notoriamente
recrudesceu os requisitos mínimos de acesso aos
cargos eletivos, a inconsistência dos preceitos
impugnados nesta ação direta é evidente. Basta
observar que apenas “ato doloso de improbidade
administrativa que importe lesão ao patrimônio
público e enriquecimento ilícito” implica o
decote do direito político relativo à
elegibilidade (art. 1º, alínea “l”).
É dizer, o próprio legislador ordinário
considerou que apenas atos dolosos e de maior
gravidade ensejam a suspensão parcial do
conjunto de direitos políticos do cidadão.
Neste momento processual preambular, não há
como cogitar-se, mesmo em face dos critérios
adotados pelo legislador em sua tarefa de
conformação, que as condutas ímprobas culposas
e aquelas enquadradas no art. 11 da Lei
8.429/1992 revestem-se de gravidade apta a
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justificar a supressão dos direitos políticos
do cidadão apenado.
[...]
Com efeito, a tutela do erário e da probidade
administrativa não justifica, nos casos de atos
de improbidade culposos e das condutas
elencadas no artigo 11 da Lei 8.429/1992, a
supressão dos direitos fundamentais do cidadão
relativos à participação política.
[...]
O projeto de lei, na forma como aprovado no
Senado Federal – resta agora a anuência da
Câmara dos Deputados às alterações no texto -,
exclui a forma culposa dos atos de improbidade
que causam dano ao erário e suprime a
possibilidade de aplicação da sanção de
suspensão dos direitos políticos aos atos de
improbidade que atentem contra os princípios da
administração pública.
[...]
Dessa forma, é imperioso reconhecer, em sede de
cognição sumária, a plausibilidade do direito
alegado, no que demonstrada a incompatibilidade
da aplicação da penalidade de suspensão de
direitos políticos a atos culposos de
improbidade administrativa que causem lesão ao
erário (art. 12, inciso II, da Lei 8.429/1992),
bem como a atos de improbidade que atentem
contra os princípios da administração pública
(art. 12, inciso III, da Lei 8.429/1992).
Grifou-se.
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Para que efetivamente se pretenda apurar um eventual
desvio no bojo da lei de improbidade administrativa, é
necessário que haja a demonstração da conduta específica do
agente, e, traçar com esta ao menos indício de materialidade
dos fatos constantes na acusação com os elementos da
tipicidade, nexo de causalidade, e outros que não constam na
peça do Autor da ação de improbidade.
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tempo, quanto à possibilidade da retroatividade de leis mais
benéficas no direito administrativo sancionador.
[...]
‘A unidade do jus puniendi do Estado obriga a
transposição de garantias constitucionais e
penais para o direito administrativo
sancionador. As mínimas garantias devem ser:
legalidade, proporcionalidade, presunção de
inocência e ne bis in idem”. (OLIVEIRA, Ana
Carolina. Direito de Intervenção e Direito
Administrativo Sancionador. 2012. P. 241).
A assunção desse pressuposto pelo intérprete,
principalmente no tocante ao princípio do ne
bis in idem, resulta na compreensão, como será
observado, que tais princípios devem ser
aplicados não somente dentro dos subsistemas,
mas também e principalmente na relação que se
coloca entre ambos os subsistemas – trata-se
aqui justamente de uma baliza hermenêutica para
a qualidade da relação’.”
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Como se presencia, tal sistemática dos princípios
constitucionais do Direito Administrativo Sancionador ao
terreno da improbidade administrativa já foi inclusive
incorporado no nosso sistema jurídico, por meio do § 4º do
artigo 1º da nova redação da lei de improbidade, lei nº
14.230/2021.
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ocorreu oportunamente. Ou seja, os autos não
revelam a ocorrência da prescrição durante o
regular processamento do PAD. 4. Agravo interno
não provido. (STJ - AgInt no RMS: 65486 RO
2021/0012771-8, Relator: Ministro MAURO
CAMPBELL MARQUES, Data de Julgamento:
17/08/2021, T2 – SEGUNDA TURMA, Data de
Publicação: DJe 26/08/2021).
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contratação de servidor público sem a prévia
aprovação em concurso público afastar o dolo
genérico hábil à configuração do ato de
improbidade administrativa.
Essa questão controvertida de direito federal
foi efetivamente analisada no acórdão
recorrido, estando, pois, atendido o requisito
do prequestionamento dos dispositivos de lei
federal indicados como violados pela
recorrente.
Quanto à multiplicidade de demandas que versam
sobre esse mesmo tema, verifico que esse
pressuposto para a afetação também foi
satisfeito, pois, de acordo com o estudo
realizado pela Comissão Gestora de Precedentes,
por meio de consulta ao sistema de
monitoramento e agrupamento de processo
denominado "Athos", "é possível recuperar
aproximadamente 60 acórdãos proferidos por
Ministros das Primeira e Segunda Turmas,
contendo controvérsia destes autos" (e-STJ fls.
284/286).
A corroborar com esse caráter repetitivo, é de
se destacar que ambas as Turmas de Direito
Público já decidiram diversas vezes sobre a
presente controvérsia.
Ponderados esses elementos, verifico que o
tema, ainda não submetido ao regime dos
repetitivos, é relevante e que estão atendidos
os requisitos de admissibilidade, razão pela
qual INDICO O PRESENTE RECURSO ESPECIAL COMO
REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA, conjuntamente
com o REsp 1.891.836/SE e 1.926.832/TO, nos
termos do art. 1.036, §§ 5º e 6º, do CPC/2015,
c/c o art. 256-E, II, do RISTJ, a fim de que a
questão seja dirimida no âmbito da Primeira
Seção do STJ.
Determino, para tanto, a adoção das seguintes
providências:
a) delimitação da seguinte tese controvertida:
Possibilidade de a existência de lei municipal
que autoriza a contratação de servidor público
sem a prévia aprovação em concurso público
afastar o dolo genérico hábil à configuração do
ato de improbidade administrativa; b) suspensão
dos recursos especiais ou agravos em recursos
especiais em segunda instância e/ou no STJ
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fundados em idêntica questão de direito (art.
256-L do RISTJ);
c) comunicação, com cópia da decisão colegiada
de afetação, aos demais Ministros desta Corte
Superior e aos Presidentes dos Tribunais de
Justiça dos Estados e dos Tribunais Regionais
Federais;
d) vista dos autos ao Ministério Público
Federal para parecer, pelo prazo de 15 dias,
nos termos do art. 1.038, III, § 1º, do
CPC/2015, c/c o art. 256-M do RISTJ.
Após, voltem os autos conclusos para oportuna
inclusão em pauta.
É como voto.
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Ainda que se supere a nulidade retratada – o que se
admite ad argumentandum- não se pode olvidar que o objetivo da
Lei de Improbidade é punir gestores desonestos. O que não é o
caso dos autos.
Explica-se.
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que se recebe do agente político anterior, sendo certo que o
ano de 2017 foi ano de ajustes da máquina pública.
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eficiente planejamento das ações tendentes à
resolução de déficit de pessoal.
[...]. Grifou-se.
[...]
No mesmo trilhar o Demandante atribuiu toda a
responsabilidade ao ex-prefeito, de forma
indevida, pois este exerceu cargo político e
não de GESTÃO, no qual a mecânica deve ser
analisada sobre outra perspectiva, visto que
não era atribuição do Demandado apurar a
necessidade, quantidade, a forma de contratação
de servidores públicos para operacionalizar os
serviços, ou seja, essas ações são típicas
funções e atribuições dos Secretários de cada
Secretaria.
O que cabia por ação do ora Demandado era tão
somente analisar pedidos para realização de
concurso provenientes dos Secretários,
encaminhar ao setor de orçamento e planejamento
para verificação da possibilidade e existência
de recursos nas dotações orçamentárias e não
havendo recursos encaminhar proposta
consolidada de todos os pedidos das
Secretarias, por meio de projeto de lei
orçamentária, ao Poder Legislativo Municipal
para deliberação e aprovação de previsão em
peça orçamentária. Contudo, o impulso inicial
seria de cada Secretaria e não do ex-prefeito.
Na mesma nota, havendo e observando todas essas
diretrizes e após sanção da Lei é que se
iniciaria os devidos processos licitatórios
para selecionar por meio de procedimento
simplificado ou por concurso público os
aprovados a serem FINALMENTE nomeados e dado
posse pelos secretários.
Observe Excelência que esse é o procedimento
COMUM em todas os entes da Federação (União,
Estados e demais Municípios), inclusive entre
órgãos com autonomia orçamentária e financeira,
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como o Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas
e o próprio Ministério Público, sendo que não é
o presidente desse órgãos que fazem a gestão
inicial do processo, e sim algum setor ou
departamento que possuem atribuições correlatas
de gestão de pessoas, não sendo certo e nem
razoável imprimir essa competência ao ex-
prefeito como consta na Ação de Improbidade
Administrativa.
Na União, conforme consta na própria peça do
Demandante, temos a Lei Federal nº 8.745/1993 e
no art. 5º do referido diploma, ENCONTRAM-SE OS
ELEMENTOS QUE AQUI DEFENDEMOS ao determinar que
as contrações somente poderão ser feitas com
observância das dotações orçamentárias
específica e mediante prévia autorização do
Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e
Gestão e do Ministro de Estado sob cuja
supervisão se encontrar o órgão ou entidade
contratante.
Ora é claro e evidente que o Demandado não
tinha como iniciar esse procedimento que é
atribuição primária dos Secretários do
Município, ou seja, todo o arcabouço da peça
inicial do parquet é indevido, pois deveria ter
perseguido outros atores e não o ex-prefeito
municipal.
DE IGUAL MANEIRA É A FORÇA NORMATIVA CONTIDA NO
ESTATUTO DOS SERVIDORES DO MUNICÍPIO DE SÃO
RAIMUNDO DAS MANGABEIRAS, LEI COMPLEMENTAR Nº
46/2005, [...] , EM QUE NO ART. 44 (DAS
COMPETÊNCIAS) E 45 SÃO BEM CLAROS AO
DELIMITAREM QUEM TEM COMPETÊNCIA PARA DAR POSSE
AOS SERVIDORES, TRANSCREVE-SE.
COMPETÊNCIA
Art. 44 – São competentes para dar posse:
I – O Prefeito, aos dirigentes dos órgãos
diretamente a ele subordinados;
II – O Secretário Municipal de Administração,
nos demais casos.
VERIFICAÇÃO DE REQUISITOS
Art. 45 - A autoridade que der posse, sob pena
de responsabilidade, verificará:
I – Se foram satisfeitas condições legais;
II – Se do ato de provimento consta a
existência de vagas com elementos capazes de
identificá-la:
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III – Se consta referência ao ato ou processo
em que for autorizada a posse, quando se tratar
da acumulação de cargos. Grifou-se.
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municipal, conforme competência prevista em lei
municipal, afasta a responsabilidade do
prefeito pela utilização dos recursos
transferidos, mesmo que, na condição de agente
político, figure como signatário do ajuste.
Grifou-se.
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não consideramos isso, estaremos tornando letra morta o
princípio da legalidade, concretizado nas referidas leis, e
desconsiderando também a questão da delegação de competência.
[...].
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prejuízos e má-fé por parte dos representados,
não se pode mencionar no caso em exame a
existência de desonestidade e ato de
improbidade administrativa, principalmente
quando a própria população encontra-se
beneficiada com o referido ato. 3.4 -
Inexistência de ato de Improbidade
Administrativa. [...]. Desta feita, após a
análise acurada dos meios de provas coligidos
aos autos, tem-se por demonstrado, com clareza
solar, que a promovida MARIA DO SOCORRO ALMEIDA
WAQUIM, na condição de Prefeita Municipal de
Timon (MA), não cometeu os atos ímprobos
fundamentados acima, já que o promovente não
demonstrou a má-fé. Decido Por todo o exposto,
e por tudo mais que dos autos consta, JULGO
IMPROCEDENTE O PEDIDO de condenação à requerida
MARIA DO SOCORRO ALMEIDA WAQUIM em razão da não
configuração de ato de improbidade, ante
ausência de danos ao erário, à Administração
Pública e à sociedade, conforme a fundamentação
mencionada. Publique-se a presente sentença no
Diário de Justiça Eletrônico. Registre-se.
Intimem-se. Timon/MA, 03 de setembro de
2014.PAULO ROBERTO BRASIL TELES DE MENEZES Juiz
de Direito titular da 1ª Vara Cível. Diário da
Justiça Eletrônico Disponibilização: 05/09/2014
Edição nº 166/2014 Publicação: 09/09/2014.
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LEI Nº 10.678 DE 13 DE SETEMBRO DE 2017 -
DISPÕE SOBRE CONTRATAÇÃO. POR TEMPO
DETERMINADO, DE PESSOAL PARA ATENDER
NECESSIDADE TEMPORÁRIA DE EXCEPCIONAL INTERESSE
PÚBLICO NO ÂMBITO DA ADMINISTRAÇÃO
PENITENCIÁRIA ESTADUAL. DIÁRIO DE 13/09/2017.
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no exercício de 2020, conforme Lei Complementar Nacional nº
173/2020.
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Bataguassu, 2ª Câmara Cível, Relator: Des.
Vilson Berteli, j 03/05/2018, p: 14/05/2018.
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IV DA INEXISTÊNCIA DE DANO AO ERÁRIO E AUSÊNCIA DO ELEMENTO
SUBJETIVO
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Disso nos perguntamos: é correto e legal
responsabilizar, por meio da presente Ação Civil Pública de
Improbidade Administrativa, o ora Apelante por tais atos???
[...]
Contratação de servidores temporários sem
concurso público. “Nos termos da jurisprudência
desta Corte Superior de Justiça, a contratação
de servidores públicos sem concurso público
baseada na legislação local não configura
improbidade administrativa prevista no artigo
da Lei 8.429/92, por estar ausente o elemento
subjetivo (dolo), necessário para configuração
do ato de improbidade violador dos princípios
da administração pública. A propósito: AgRg no
REsp 1358567/MG, desta Relatoria, Primeira
Turma, DJe 09/06/2015; REsp 1.248.529/MG, Rel.
Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira Turma, Dje
18/09/2013.” AgInt no REsp 1330293/SP,
Rel.Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA
TURMA, Julgado em 23/10/2018, DJe 31/10/2018).
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Contratação de servidor público sem concurso.
Nos termos do entendimento sedimentado no
âmbito do Superior Tribunal de Justiça, a
contratação de servidores públicos sem concurso
público baseada em legislação local não
configura improbidade administrativa prevista
no art. 11 da Lei 8.429/92, por estar ausente o
elemento subjetivo (dolo), necessário para a
configuração do ato de Improbidade violador dos
princípios da Administração Pública. (REsp
1529530/SP, Rel. Ministro Benedito Gonçalves,
Primeira Turma, DJe 27/06/2016).
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E não é só! “Pois não basta, em princípio, apenas a
culpa leve por parte do agente ou do terceiro, exigindo-se a
conduta dolosa para a configuração da improbidade
administrativa”1.
1 NEVES, Daniel Amorim Assumpção; OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende de. Manual de Improbidade
Administrativa. Rio de Janeiro: Forense, 2012, pág. 83
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referidos recursos ao FNDE. 3. Para fins de
subsunção da suposta conduta ímproba à norma
insculpida no art. 11 da Lei 8.429/92 é
indispensável a presença do dolo na conduta
praticada pelo agente público, consubstanciada
na livre e espontânea vontade de praticar atos
contrários aos deveres de honestidade,
legalidade e lealdade. 4. As provas
colacionadas ao feito foram insuficientes para
demonstrar o elemento subjetivo (dolo) na
conduta praticada pelo requerido, sendo certo
que a ausência de prestação de contas em razão
da negligência (culpa) daquele e de seus
assistentes não configura ato de improbidade
administrativa. 5. Uma vez não constatada a
presença de dolo ou a má-fé na ausência da
prestação de contas, o apelado não pode sofrer
sanção de forma objetiva por mera presunção.
6. Apelação não provida.(TRF-1 - AC:
00038623520114013813, Relator: DESEMBARGADORA
FEDERAL MONICA SIFUENTES, Data de Julgamento:
10/02/2015, TERCEIRA TURMA, Data de
Publicação: 20/02/2015) (Grifei).
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direitos políticos por 3 (três) anos, aliada à proibição de
contratar com o Poder Público por três (anos), multa civil de
30 (trinta) vezes a remuneração percebida quando era agente
político, perda de eventual função pública e custas
processuais, se do outro lado, o ato tido como ímprobo foi a
falta da realização de concurso que diante de tantas variáveis
já destacadas nessa Apelação, tornaram impossível a realização
de certame até o final de mandato do ora Apelante, mesmo este
tenha suplantando suas atribuições, buscando à época meios
para resolução do problema. Por outro giro foi destacado
inclusive que nem ao menos restou demonstrado ser algo além de
mera irregularidade os pedidos do Ministério Público.
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Adequação (1), a saber se o meio empregado contribui
para a promoção do fim almejado, necessidade (2), juízo que
permite aferir se o meio empregado é o mais suave dentre os
disponíveis, resguardando ao máximo os direitos dos
particulares, reflexo de objetivo inarredável desse mesmo
Estado e proporcionalidade em sentido estrito (3), posta como
verificação de que se promove mais vantagens que desvantagens,
considerada a obrigação estatal de promoção conjunta dos
preceitos constitucionais, são elementos que se ausentes
indicam que o ato não se dá em bases racionais, e que a ele
faltou uma indispensável ponderação acerca de todos os
interesses em jogo.
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improbidade administrativa, consoante o art.
11 da Lei 8.429/1992, em virtude de
desobediência de decisão do Conselho da
Magistratura, que o suspendera do exercício
das funções de Escrivão de Paz do Distrito de
Marechal Bormann, no Município e Comarca de
Chapecó. 2. A sanção de perda da função
pública deve ser aplicada dentro dos
parâmetros disciplinados no art. 12, parágrafo
único, da Lei de Improbidade Administrativa,
quais sejam: a extensão do dano causado (não
apenas ao Erário, mas ao patrimônio público
lato sensu, isto é, aos bens e valores
materiais e imateriais da boa Administração) e
o proveito patrimonial obtido pelo agente. 3.
A simples configuração do ato ímprobo não
implica, necessária e automaticamente,
cominação da perda da função pública. 4.
Hipótese em que o Tribunal a quo, com base na
análise do conjunto fático-probatório dos
autos, entendeu que a condenação do particular
na perda da função pública seria desarrazoada
e desproporcional. 5. Modificar o
posicionamento adotado pela instância
ordinária envolve, in casu, a reapreciação das
provas carreadas nos autos, o que é inviável
em Recurso Especial, ante o enunciado da
Súmula 7/STJ. 6. Agravo Regimental não
provido. (STJ - AgRg no REsp: 949931 SC
2007/0097861-9, Relator: Ministro HERMAN
BENJAMIN, Data de Julgamento: 18/12/2008, T2 -
SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe
10/02/2010)
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A nova lei implementou relevante inovação na
elaboração da composição da dosimetria das sanções a serem
aplicadas aos agentes públicos responsabilizados por desvio de
condutas no trato da coisa pública, ao estabelecer, como
requisito de sua aplicação, a individualização com as
circunstâncias administrativas e judiciais das sanções.
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verbas públicas ou enriquecimento ilícito do requerido (ou até
mesmo lesão ao erário), tem-se que, ainda que seja imputada
alguma sanção ao mesmo – repise-se, o que não se acredita-,
esta deve ser proporcional à conduta praticada.
REQUERIMENTO FINAL
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novo superveniente à sentença cujo fato constitutivo,
modificativo ou extintivo do direito possa ter influência no
julgamento do mérito, devendo o julgador considerar no momento
da prolação de sua decisão ou voto, tendo em vista os fatos
elencados nos subitens II.I (MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DE
INCONSTITUCIONALIDADE 6.678 DISTRO FEDERAL); II.II (DA
SUPERVENIÊNCIA DA LEI Nº 14.230/2021 E SUA RETROATIVIDADE) e
II. III (RECURSO REPETITIVO (RECURSO ESPEICAL Nº 1926832 – TO
– 2021/0072095-8) desta Apelação.
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