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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA DE SOCORRO
FORO DE SOCORRO
2ª VARA
RUA BERTOLDO KLINGER, 12, Socorro - SP - CEP 13960-000
Horário de Atendimento ao Público: das 13h00min às17h00min

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1001712-82.2022.8.26.0601 e código B48D945.
SENTENÇA

Processo Digital nº: 1001712-82.2022.8.26.0601


Classe - Assunto Despejo por Falta de Pagamento - Locação de Imóvel
Requerente: Eduardo dos Santos Mazolini
Requerido: Oswaldo Nazaret Romero Campos e outros

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ERIKA SILVEIRA DE MORAES BRANDAO, liberado nos autos em 31/03/2023 às 10:43 .
Juiz(a) de Direito: Dr(a). ERIKA SILVEIRA DE MORAES BRANDAO

Visto.

Defiro aos requeridos os benefícios da Gratuidade da Justiça, nos termos do


art. 98 do CPC, e nomeio a advogada indicada pela OAB (fls. 47/52) para defender seus interesses
nestes autos, anotando-se.
EDUARDO DOS SANTOS MAZOLINI, qualificado nos autos, propôs a
presente Ação de Despejo por Falta de Pagamento contra os locatários OSWALDO
NAZARET ROMERO CAMPOS e BARVINIA YAKELIN GONZALEZ, e os fiadores
LUPERCIO BATISTA NOGUEIRA e ANDRELENA CONTI NOGUEIRA, alegando que em
21/05/2021 firmou com os requeridos locatários um contrato de locação com término previsto para
21/05/2024, sendo pactuado o pagamento do aluguel mensal de R$ 1.200,00 (um mil e duzentos
reais), conforme cópia do contrato de locação juntada às fls. 07/11, e que os requeridos locatários
estão inadimplentes com os aluguéis vencidos em 10/08/2022, 12/09/2022 e 10/10/2022,
configurando um débito de R$ 3.496,50 na data da propositura da ação.
Requer a procedência da ação para decretação do despejo.
Os requeridos locatários foram citados e apresentaram contestação, na qual não
negam o valor da dívida apontada na inicial, por motivos de dificuldades financeiras e formularam
uma proposta de acordo para pagamento do débito em aberto, parcelado em 12 (doze) meses.
Os requeridos fiadores foram citados, mas não contestaram a ação, conforme
certificado pela serventia às fls. 62, motivo pelo qual decreto suas revelias, mas que não produzirá
efeitos diante da contestação apresentada pelos requeridos locatários.
O requerente se manifestou às fls. 66/69 sobre a contestação apresentada e não
concordou com a proposta de acordo ofertada pelos locatários.
É o relatório.
Decido.
A ação é procedente.
Passo ao imediato julgamento do feito no estado em que se encontra, visto que a
questão não necessita de outras provas para seu deslinde.
Oportuno destacar que, em regra, como em toda e qualquer ação judicial, à título
de distribuição judicial do ônus da prova, nos termos do art. 373 do CPC, cabe à parte autora a

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produção de provas relativa aos fatos constitutivos de seu direito e ao réu a prova de fatos
impeditivos, modificativos ou extintivos do direito alegado pela parte autora.
Nesse contexto, os documentos juntados com a inicial demostram que as partes
celebraram contrato de locação acerca do imóvel em questão (fls. 07/11), sendo certo que a parte
requerida deixou de demonstrar o efetivo pagamento dos aluguéis devidos nos meses indicados na
inicial, cuja prova da quitação era ônus seu, e sequer impugnado especificamente a planilha de
cálculos de fls. 02.

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ERIKA SILVEIRA DE MORAES BRANDAO, liberado nos autos em 31/03/2023 às 10:43 .
Considerando que a obrigação de pagar é do inquilino, o cumprimento de suas
obrigações locatícias só se comprova com a apresentação de recibo de aluguel, fato inocorrente
nos autos, uma vez que os requeridos não comprovaram os pagamentos do período de 10/08/2022
a 10/10/2022.
Por sua vez, a parte autora comprova os fatos constitutivos do seu direito, bem
como a existência de relação jurídica com a requerida, através do contrato de locação juntado às
fls. 07/11.
Os locatários reconheceram que estão residindo no imóvel e não negam estar em
atraso com os pagamentos dos aluguéis.
Portanto, a inadimplência dos requeridos também é incontroversa e tal fato
implica na rescisão contratual e despejo.
Por fim, ressalte-se que, embora o autor tenha apresentado planilha de débito às
fls. 02 em relação ao valor nominal devido, não cumulou a presente ação com a de cobrança.
Demais argumentos deduzidos pelas partes e não mencionados nesta sentença não
o foram porque não influenciaram no julgamento do mérito, sendo infundado eventual recurso de
embargos de declaração fundamentado apenas em "omissão" do Juízo e na previsão do art. 489, §
1º, IV, do CPC, por estar a presente sentença suficientemente fundamentada.
Frisa-se que o juiz não está obrigado a responder a todas as alegações das partes
quando já tenha encontrado motivo suficiente para fundar a decisão, nem se obriga a ater-se aos
fundamentos indicados por elas e tampouco a responder um a um os seus argumentos.
Nesse sentido decidiu o Eg. Superior Tribunal de Justiça, conforme segue:
“[...] O julgador não está obrigado a responder a todas as questões
suscitadas pelas partes, quando já tenha encontrado motivo suficiente
para proferir a decisão. A prescrição trazida pelo art. 489 do CPC/2015
veio confirmar a jurisprudência já sedimentada pelo Colendo Superior
Tribunal de Justiça, sendo dever do julgador apenas enfrentar as
questões capazes de infirmar a conclusão adotada na decisão recorrida.
[...]” (STJ, EDcl no AgRg nos EREsp 1483155/BA, Rel. Ministro OG
FERNANDES, CORTE ESPECIAL, julgado em 15/06/2016, DJe
03/08/2016).

POSTO ISSO, JULGO procedente o pedido e EXTINTOS estes autos, com


resolução do mérito, nos termos do artigo 487, inciso I, do CPC, para:
A) declarar a rescisão do contrato de locação firmado entre as partes e decretar o
despejo do requeridos OSWALDO NAZARET ROMERO CAMPOS e BARVINIA YAKELIN
GONZALEZ, do imóvel que lhe foi locado pelo requerente.
Como o despejo foi decretado em decorrência da falta de pagamento do aluguel

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Horário de Atendimento ao Público: das 13h00min às17h00min

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1001712-82.2022.8.26.0601 e código B48D945.
(Lei nº 8.245/91, artigo 9º, inciso III), o prazo de desocupação voluntária será de 15 (quinze)
dias, contados da intimação dos requeridos, sob pena de execução coercitiva da medida,
salientando não ser necessária a prestação de caução (Lei nº 8.245/91, artigo 63, § 1º, b, e artigo
64, caput, com a redação que lhes foi dada pela Lei nº 12.112, de 9 de dezembro de 2009).
Intimem-se os requeridos para que desocupem o imóvel, voluntariamente, em 15
(quinze) dias, bem como, no mesmo mandado, e findo o prazo sem a desocupação voluntária,
proceda-se ao seu despejo forçado, conforme o artigo 65, da Lei 8.245/91, estando autorizado o

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uso de força policial para tanto, bem como a ordem de arrombamento, sempre com as
cautelas de praxe no cumprimento da medida, servindo a presente de OFÍCIO, para os devidos
fins.
B) condenar os requeridos no pagamento das custas e despesas processuais,
além de honorários advocatícios, esses fixados em 10% (dez por cento) sobre o valor da causa,
observando-se a gratuidade da justiça que fora concedida aos locatários nesta data.
Transitada em julgado a presente demanda, certifique-se e expeça-se a certidão de
honorários à advogada dos correqueridos locatários (atuação total).
Dispensado o registro da sentença, nos termos do artigo 72, parágrafo 6º, das
Normas de Serviço da Egrégia Corregedoria Geral da Justiça do Estado de São Paulo.
P.I.C.

Socorro, 29 de março de 2023.

DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006,


CONFORME IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA

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