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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Registro: 2023.0000225026
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1003242-88.2021.8.26.0106 e código 1ED8DF94.
ACÓRDÃO
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por MARIA ISABEL CAPONERO COGAN, liberado nos autos em 22/03/2023 às 19:42 .
Negaram provimento ao recurso. V. U., de conformidade com o voto do relator, que
integra este acórdão.
ISABEL COGAN
relatora
Assinatura Eletrônica
fls. 520
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
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APELAÇÃO Nº 1003242-88.2021.8.26.0106
COMARCA: CAIEIRAS
APELANTE: GGMIX CAIEIRAS ARTEFATOS DE CONCRETO
LTDA.
APELADOS: GILMAR SOARES VICENTE E FELIPE SÁTIRO
NASCIMENTO
INTERESSADO: MUNICÍPIO DE CAIEIRAS
Juiz de 1ª instância: Breno Cola Altoé
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MC
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subordinados ao magistrado sentenciante e os representantes legais do
Município de Caieiras, resultante em privilégio de informações oriundas
da tramitação do feito (fls. 327/349).
Contrarrazões às fls. 363/377, acompanhadas
dos documentos de fls. 378/506.
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Fls. 513/517: manifestação da apelante acerca
dos documentos carreados com as contrarrazões.
É o relatório.
A princípio, impõe-se a análise do presente
feito em conjunto com o processo de autos nº 1003384-
92.2021.8.26.0106 tendo em vista que, a despeito de envolverem atos
administrativos diversos, relacionam-se com a atuação do Município de
Caieiras e alguns de seus representantes legais em processo
administrativo e atos que o envolveram.
Pois bem.
O recurso interposto não comporta provimento,
pelos motivos a seguir expostos.
Nos termos do artigo 1º, caput, da Lei nº
12.016/09, conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito
líquido e certo não amparado por habeas corpus ou habeas data sempre
que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou
jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de
autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que
exerça.
No caso em espécie, em que pese o esforço da
impetrante, não restou demonstrada a violação a direito líquido e certo.
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sustentou a existência de diversas ilegalidades, inclusive uso abusivo do
poder no trâmite do Processo Administrativo instaurado para fins de
obtenção de projeto de aprovação de construção civil. Sustentou,
inclusive, a existência de vazamento de informações privilegiadas
principalmente por ocasião da prolação da sentença recorrida.
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Pois bem. A despeito das alegações da
apelante, verifica-se que os documentos carreados aos autos demonstram
que suas alegações não prosperam, inclusive porque não há nos autos
elementos que permitam aferir eventual ilegalidade no procedimento
administrativo, a lhe ferir direito líquido e certo, que era sua obrigação
demonstrar.
Conforme salientado pelo magistrado
sentenciante:
“Contudo, em que pesem as alegações da
impetrante, nota-se que a autuação teve amparo, em princípio, na
situação fática identificada e na legislação vigente. Primeiro, apesar de
a impetrante afirmar que o Município descumpriu o prazo de 20 dias
úteis para análise do projeto de construção, previsto no artigo 10, da
Lei 274/1963, o que lhe conferiria o direito de prosseguir com a obra,
não foi demonstrada nos autos a comunicação prévia exigida: ARTIGO
10 - O prazo máximo para aprovação do projeto é de 20 dias úteis, a
contar da entrada do requerimento no protocolo da Prefeitura. Se findo
este prazo o interessado não tiver obtido solução para o seu
requerimento, poderá dar início à construção, mediante Comunicação
prévia à Prefeitura; com obediência às prescrições deste Código,
sujeitando se a demolir o que tiver sido feito em desacordo. No caso,
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simplesmente sem análise, tendo sido exigidas providências
complementares por parte do impetrante, como apresentação de novos
documentos. Além disso, apesar de afirmar ter cumprido com os
“Comunique-se”, não demonstrou a impetrante o cumprimento das
exigências apontadas pelos órgãos municipais para prosseguimento do
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processo administrativo” (fls. 302/303).
De fato, não evidenciadas, no presente caso
concreto, desídia ou abuso de poder por parte dos impetrados, mesmo
porque, cumpre ressaltar que a prova pré-constituída é requisito
essencial para a impetração do mandado de segurança.
Os atos administrativos gozam de presunção de
legitimidade, veracidade e legalidade. Tal presunção, por ser relativa,
sucumbe na presença de provas em sentido contrário.
Todavia, não havendo provas contrárias, os
atos administrativos devem ser preservados, o que, aliás, está em
consonância com o disposto no artigo 373 do CPC, relativo ao ônus
probatório.
Assim, a via estreita do mandado de segurança,
escolhida pela impetrante, exige maiores elementos de convicção para
delineamento da apontada ilegalidade.
No mais, carece de fundamento a alegação da
apelante de que houve “privilégio de informações à parte adversa, por
meio de atuação de servidor subordinado a V. Exa” (fl. 328). Tal
afirmação se mostra temerária, posto que não evidenciada disparidade
no tratamento conferido aos litigantes.
Importante consignar que a r. sentença
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sentença do processo de autos nº 1003384-92.2021.8.26.0106 foi
proferida pela I. Magistrada Gabriela de Oliveira Thomazini. Saliente-se.
ainda, que não compete a essa C. Câmara a análise da conduta dos
magistrados e seus servidores.
Em suma, por não serem infirmados os
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argumentos da r. sentença de denegação da ordem, impõe-se sua integral
manutenção.
Considera-se prequestionada toda a matéria
infraconstitucional e constitucional mencionada pelas partes, salientando-
se o pacífico entendimento do Superior Tribunal de Justiça no sentido de
que, em se tratando de prequestionamento, é desnecessária a citação
numérica dos dispositivos legais, bastando que a questão posta tenha
sido decidida (EDROMS 18205 / SP, Ministro FELIX FISCHER, DJ
08.05.2006 p. 240).
ISABEL COGAN
Relatora