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Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região

Ação Trabalhista - Rito Ordinário


0000833-69.2022.5.08.0011
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Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 12/12/2022


Valor da causa: R$ 352.019,74

Partes:
RECLAMANTE: PAULO CESAR DA SILVA FARIAS
ADVOGADO: ANTONIO MILLER MADEIRA
ADVOGADO: ISAAC BERTOLINI AULER
ADVOGADO: RAPHAEL BERNARDES DA SILVA
ADVOGADO: FELIPE MEINEM GARBIN
RECLAMADO: BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A.

ADVOGADO: ANNA CAROLINA BARROS CABRAL DA SILVA


ADVOGADO: SABRINA GOMES SANTOS
ADVOGADO: LEONARDO RAMOS GONCALVES
ADVOGADO: FRANCISCO RODRIGUES DE SOUSA JUNIOR
ADVOGADO: CAROLINA MOREIRA MAFRA GOTTSCHALL
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Fls.: 2

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO
11ª VARA DO TRABALHO DE BELÉM
ATOrd 0000833-69.2022.5.08.0011
RECLAMANTE: PAULO CESAR DA SILVA FARIAS
RECLAMADO: BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A.

DESPACHO

1. A parte autora, quando do ajuizamento da ação, inseriu a


opção “segredo de justiça”, fundamentando acerca da preservação da intimidade do
reclamante, com intuito de evitar constrangimento a este em razão dos fatos
articulados na inicial, assim como restrições no mercado de trabalho, em razão da
possibilidade de buscas em portais da internet que disponibilizam informações
processuais.

2. Analisa-se.

3. Extrai-se do art. 93, IX da CF/88 c/c art. 189 do CPC que, em


regra, os atos processuais são públicos, comportando exceções, dentre as quais estaria
o da preservação da intimidade, conforme requer a parte autora.

4. Ocorre que, em análise das alegações e das provas juntadas


com a inicial, verifico que as alegações não se enquadram nas hipóteses legais relativas
à imposição ao segredo de justiça. Ressalto que as hipóteses de tramitação do feito em
segredo de justiça são taxativas, na medida em que a publicidade do processo é regra
geral.

5. Também não se vislumbra, a priori, que os fatos alegados na


inicial afetem o direito à intimidade do reclamante, considerando que se trata de mera
ação trabalhista em face de seu ex-empregador.

6. Dessa forma, indefiro o requerimento e determino a retirada


do segredo de justiça dos autos, pois a matéria discutida nos autos não está atrelada
ao direito constitucional à intimidade.

7. Determino ainda que o processo seja encaminhado ao


CEJUSC-JT 1º Grau de Belém para audiência inaugural por videoconferência, ocasião em
que as partes serão intimadas com todas as cautelas e advertências legais.

8. Com a publicação deste despacho no DEJT, o autor e seus


advogados ficam intimados.

Assinado eletronicamente por: ALESSANDRA MARIA PEREIRA CRUZ MARQUES - Juntado em: 14/12/2022 11:04:25 - 2ae97a6
Fls.: 3

BELEM/PA, 14 de dezembro de 2022.

ALESSANDRA MARIA PEREIRA CRUZ MARQUES


Juíza do Trabalho Substituta

Assinado eletronicamente por: ALESSANDRA MARIA PEREIRA CRUZ MARQUES - Juntado em: 14/12/2022 11:04:25 - 2ae97a6
https://pje.trt8.jus.br/pjekz/validacao/22121410562307600000035769235?instancia=1
Número do processo: 0000833-69.2022.5.08.0011
Número do documento: 22121410562307600000035769235
Fls.: 4

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO
CEJUSC-JT 1º GRAU - BELÉM
ATOrd 0000833-69.2022.5.08.0011
RECLAMANTE: PAULO CESAR DA SILVA FARIAS
RECLAMADO: BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A.

Considerando a Portaria PRESI n. 149, que cancelou o


expediente dia 17/03/2023, a audiência de conciliação telepresencial será transferida
para o dia 08/03/2023 às 13h40min, mantidas as orientações e cominações já
estabelecidas nas notificações originalmente expedidas e o link do Zoom, ID da reunião
e Senha de acesso https://trt8-jus-br.zoom.us/j/85642821130?
pwd=WU1lcTIyZzk5Q1NuTjFwVDI3d2xUQT09 ID da reunião: 856 4282 1130 Senha de
acesso: JfSS5Hte.

BELEM/PA, 16 de fevereiro de 2023.

AVERTANO MESSIAS KLAUTAU


Juiz do Trabalho Substituto

Assinado eletronicamente por: AVERTANO MESSIAS KLAUTAU - Juntado em: 16/02/2023 14:30:33 - 0ec477b
https://pje.trt8.jus.br/pjekz/validacao/23021610590216300000036385522?instancia=1
Número do processo: 0000833-69.2022.5.08.0011
Número do documento: 23021610590216300000036385522
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PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO
CEJUSC JT 1o GRAU BELÉM
ATOrd 0000833-69.2022.5.08.0011
RECLAMANTE: PAULO CESAR DA SILVA FARIAS
RECLAMADO: BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A.

ATA DE AUDIÊNCIA

Em 8 de março de 2023, na sala de sessões da MM. CEJUSC JT 1o


GRAU BELÉM, sob a direção do(a) Exmo(a). Sr(a). Juiz(a) do Trabalho AVERTANO
MESSIAS KLAUTAU, realizou-se audiência relativa à Ação Trabalhista - Rito Ordinário
número 0000833-69.2022.5.08.0011, supramencionada.

Às 13:40, aberta a audiência, foram apregoadas as partes.

Presente a parte autora PAULO CESAR DA SILVA FARIAS,


pessoalmente, acompanhado(a) de seu(a) advogado(a), Dr(a). Savana Sanguine
Massaro, OAB 120796/RS, que juntará substabelecimento em 5 dias.

Presente a parte ré BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A., representado(a)


pelo(a) preposto(a) Sr.(a) AMANDA STEFANI SOUZA BERNARDO, acompanhado(a) de
seu(a) advogado(a), Dr(a). CAROLINA MOREIRA MAFRA GOTTSCHALL, OAB 64147/DF.

A presente sessão foi designada para fins de conciliação, entretanto,


após diversas tentativas, não se chegou a um consenso.

Diante da ausência de conciliação entre as partes, o processo é


devolvido para a Vara de origem para as providências legais cabíveis que se entender
necessárias para o andamento do processo.

As partes ficam cientes que os pedidos de notificação exclusiva em


nome de determinado advogado dependem de seu credenciamento no sistema PJe-
JT e sua habilitação automática nos autos através de seu certificado digital, sem
necessidade de intervenção da Secretaria Judicial, sendo, portanto, de
responsabilidade do próprio advogado requerente, consoante art. 5º e §§ da
Resolução CSJT 185/17.

As partes ficam cientes que os documentos que estejam no campo


“descrição” e “tipo de documento” em desacordo com o disposto no art. 12 e 13 da
Resolução 185/2017 do CSJT poderão ser indisponibilizados e excluídos, como
preconizam os arts. 15 e 16 da mesma Resolução. As partes ficam cientes também
que a juntada de documentos em sigilo, em qualquer momento processual, deve
observar o disposto no art. 22, § 2º da mesma resolução, pelo que qualquer petição
ou documento juntado sem a observância desse requisito poderá ser excluído pelo
Juízo, conforme art. 22, §3º, da Resolução nº 185/2017 do CSJT.

Assinado eletronicamente por: AVERTANO MESSIAS KLAUTAU - Juntado em: 08/03/2023 14:59:09 - b483e81
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A presente ata serve como ATESTADO DE COMPARECIMENTO a todas


as pessoas que estiveram aqui presentes, para todos os efeitos legais, não podendo
sofrer penalidades ou desconto em seus salários pela ausência ao serviço, nos
termos do Art. 822, da CLT.

PESQUISA DE SATISFAÇÃO: Na forma do art. 7°, §4°, da Res. CSJT n.


174/2016 e art. 8°, VI, da Res. n. 26/2017 do E. TRT da 8ª Região, solicitamos a
colaboração para melhoria de nossos serviços, respondendo à pesquisa de
satisfação existente no seguinte endereço: https://docs.google.com/forms/d
/1AVv0wZE-dfrjGK4Nkln7GDeb7BzzxinLJjIL1HpfewA/edit?ts=5fdbbe1a&gxids=7628.

Cientes os presentes. Audiência encerrada às 13h47min. Nada mais.

AVERTANO MESSIAS KLAUTAU


Juiz(a) do Trabalho

Ata redigida por PEDRO OEDES PUPPIN JUNIOR, Secretário(a) de Audiência.

Assinado eletronicamente por: AVERTANO MESSIAS KLAUTAU - Juntado em: 08/03/2023 14:59:09 - b483e81
https://pje.trt8.jus.br/pjekz/validacao/23030813484791200000036641009?instancia=1
Número do processo: 0000833-69.2022.5.08.0011
Número do documento: 23030813484791200000036641009
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PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO
11VTBelém
ATOrd 0000833-69.2022.5.08.0011
RECLAMANTE: PAULO CESAR DA SILVA FARIAS
RECLAMADO: BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A.

ATA DE AUDIÊNCIA

Em 30 de março de 2023, na sala de sessões da MM. 11VTBelém, sob


a direção do(a) Exmo(a). Sr(a). Juiz(a) do Trabalho OCELIO DE JESUS CARNEIRO
MORAIS, realizou-se audiência relativa à Ação Trabalhista - Rito Ordinário número
0000833-69.2022.5.08.0011, supramencionada.

Às 11:38, aberta a audiência, foram apregoadas as partes.

Presente a parte autora PAULO CESAR DA SILVA FARIAS,


pessoalmente, que está presente presencialmente. Está acompanhado de sua
advogada, Drª. ARIANE MOREIRA SILVA, OAB 116863/RS, a quem se concede 15 dias
úteis para juntar a substabelecimento, sob as penas do artigo 104, § 2º, do CPC.

Presente a parte ré BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A., representado


pelo preposto Sr. PATRICK VIEIRA DE QUEIROZ, RG 6299479 PC/PA, CPF nº
004.572.902-69, a quem se concede 2 dias úteis para juntar a carta de preposição,
sob as penas do artigo 76, inciso II, do CPC. Está acompanhado da advogada, Drª.
SABRINA GOMES SANTOS, OAB 65209/DF, habilitada, que participa de forma
telepresencial porque reside em Brasília/DF.

Valor da causa: R$352.019,74.

Considerando o princípio da cooperação judiciária inerente às partes


e advogados que participam do processo (Art. 6º do CPC) e considerando o princípio
da transparência processual (Art. 37 e inciso IX do Art. 38 da CF/88), solicita-se às
partes e aos respectivos advogados que acompanhem atentamente a redação da ata
para que, em caso de eventual equívoco ou erro de digitação ou omissão de trecho
importante das declarações, façam de imediato a observação para fins de correção.

Com base nos artigos 764 e 765 da CLT, indago às partes sobre a
possibilidade de conciliação: as partes não apresentam proposta de conciliação.

Sobre os documentos juntados com a defesa, concede-se o prazo de


10 dias úteis para manifestação, sob pena de preclusão.

Assinado eletronicamente por: OCELIO DE JESUS CARNEIRO MORAIS - Juntado em: 30/03/2023 13:04:47 - 45e505b
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A petição ID 83c9cdd foi juntada sob sigilo, arrolando duas


testemunhas. Retira-se o sigilo.

O reclamante arrola as seguintes testemunhas:

1- ALDALICE ARAÚJO MEDEIROS, brasileira, solteira, CPF nº


696.249.682-68, RG 3556462, advogada, 44 anos, residente e domiciliada no Conj.
Satélite, Rua We 10, nº 736, Coqueiro, Belém/PA.

2- PAULO MARCELO REIS GOMES, brasileiro, casado, CPF nº


410.340.152-49, RG 2466215, bancário, 48 anos, residente e domiciliada na Passagem
Vinte e Sete de Abril, nº 26, Marco, Belém/PA.

A reclamada arrola as seguintes testemunhas:

1- Paulo Roberto da Silva Cruz, brasileiro, paraense, Separado,


Bancário, 53 anos, RG 1467819 PC/PA, CPF nº 235.607.382-53, residente e domiciliada
no Conj. Tapajós, Rua Astúria, nº 25, Tapanã, Belém/PA.

2- Dandara da Silva Oliveira, CPF 02015852272, RG: 6942668, solteira,


28 anos, brasileira, paraense, residente e domiciliada no Conjunto Paar Tv Barcelos.

O juízo redesigna a audiência para instrução processual para o dia 26


/04/2023 às 08:30, nos termos da súmula 74, I, do TST, com depoimento pessoal das
partes e das testemunhas, devendo as partes apresentá-las nos termos dos artigos
815, 825 e 845 da CLT, sob pena de ser considerada a desistência da produção desta
prova.

Nos termos do Ato Conjunto PRESI/CR nº 005 de 26 de maio de 2022,


a audiência será realizada na modalidade EXCLUSIVAMENTE PRESENCIAL, para
partes, testemunhas e patronos com domicílio da cidade de Belém e região
metropolitana, sob pena de aplicação de confissão ficta nos termos do artigo 844 da
CLT e súmula 74, inciso I, do TST, bem como a dispensa da produção da prova
testemunhal, na sala de audiências da 11ª Vara do Trabalho de Belém, edifício na
esquina da Senador Lemos com Tv. D. Pedro I (7º andar), no seguinte endereço:
Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, Tv. D. Pedro I, 698 - Umarizal - Belém/PA,
CEP: 66050-100, CNPJ: 01.547.343/0001-33.

Exclusivamente aos advogados, com domicílio profissional em cidade


diversa de Belém/PA será permitido participar da audiência por meio de
videoconferência, o que ocorrerá por meio da plataforma ZOOM no seguinte link:
https://trt8-jus-br.zoom.us/j/85666041918?
pwd=OWxWUnZMNjI5TnpJQkI2N2o4VnduZz09. Fornece-se também o ID da Reunião:
856 6604 1918 e a Senha de acesso: 0E76LjUk. Tudo nos termos do caput do art. 5º
do Ato Conjunto acima referido, que assim dispõe:

Art. 5º Ao advogado, com domicílio profissional em cidade diversa de


Belém/PA, sede do Tribunal do Trabalho da 8ª Região, ou em cidade

Assinado eletronicamente por: OCELIO DE JESUS CARNEIRO MORAIS - Juntado em: 30/03/2023 13:04:47 - 45e505b
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diversa da sede da Vara do Trabalho, será permitido realizar sustentação


oral ou participar da audiência por meio de videoconferência.

Considerando que os advogados acompanharam atentamente e


simultaneamente a redação da ata; considerando que, ao final da instrução
processual ainda foi dada a oportunidade para que fizessem a releitura para
eventuais correções; considerando que os advogados declaram que a ata registra
com fidelidade os atos processuais praticados, declaro encerrada a audiência,
registrando agradecimentos aos advogados e às partes pela cooperação judiciária,
atestando a lisura e transparência de todos os atos processuais praticados nas
audiências.

Audiência encerrada às 12:10. Cientes todos os presentes.

OCELIO DE JESUS CARNEIRO MORAIS


Juiz(a) do Trabalho

Ata redigida por FERNANDO GUIZZARDI VAZ, Secretário(a) de Audiência.

Assinado eletronicamente por: OCELIO DE JESUS CARNEIRO MORAIS - Juntado em: 30/03/2023 13:04:47 - 45e505b
https://pje.trt8.jus.br/pjekz/validacao/23033012045549900000037011304?instancia=1
Número do processo: 0000833-69.2022.5.08.0011
Número do documento: 23033012045549900000037011304
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PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO
11VTBelém
ATOrd 0000833-69.2022.5.08.0011
RECLAMANTE: PAULO CESAR DA SILVA FARIAS
RECLAMADO: BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A.

ATA DE AUDIÊNCIA

Em 26 de abril de 2023, na sala de sessões da MM. 11VTBelém, sob a


direção do(a) Exmo(a). Sr(a). Juiz(a) do Trabalho OCELIO DE JESUS CARNEIRO MORAIS,
realizou-se audiência relativa à Ação Trabalhista - Rito Ordinário número 0000833-
69.2022.5.08.0011, supramencionada.

Às 08:30, aberta a audiência, foram apregoadas as partes.

Presente a parte autora, Srº PAULO CESAR DA SILVA FARIAS,


pessoalmente, acompanhado de sua advogada, Drª. ARIANE MOREIRA SILVA, OAB
116863/RS, habilitada no ID bd003ce.

Presente o reclamado, BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A.,


representado pela preposta Srª ELAINE CRISTINA DA MOTA SOARES, a quem se
concede 5 dias úteis para juntar a carta de preposição, sob as penas do artigo 76,
inciso II, do CPC. Está acompanhada do advogado, Drº. FRANCISCO RODRIGUES DE
SOUSA JUNIOR, OAB 54451/DF, habilitado (ID 544aa0a), que participa pela via
telepresencial, visto que possui domicílio no Distrito Federal.

Valor da causa: R$352.019,74.

Considerando o princípio da cooperação judiciária inerente às partes


e advogados que participam do processo (Art. 6º do CPC) e considerando o princípio
da transparência processual (Art. 37 e inciso IX do Art. 38 da CF/88), solicita-se às
partes e aos respectivos advogados que acompanhem atentamente a redação da ata
para que, em caso de eventual equívoco ou erro de digitação ou omissão de trecho
importante das declarações, façam de imediato a observação para fins de correção.

Com base nos artigos 764 e 765 da CLT, indago às partes sobre a
possibilidade de conciliação: o reclamado, por meio de seu advogado, não oferece
proposta de conciliação. O reclamante também não apresenta proposta conciliatória.

A denominada petição "manifestação à defesa" juntada sob o ID


16acab5, considerando os parâmetros definidos no termo de audiência de ID
45e505b, quanto ao que deveria ser objeto da manifestação, será analisado em
sentença, considerando a inaplicabilidade do instituto da réplica no processo do
trabalho. Sobre os documentos denominados "relatórios analíticos" juntados sob os

Assinado eletronicamente por: OCELIO DE JESUS CARNEIRO MORAIS - Juntado em: 26/04/2023 12:09:05 - f11641a
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IDs fd7efdc até o ID 37e05a8, assim se manifesta o advogado do reclamado: "Pugna


pela exclusão dos documentos, aos quais restam expressamente impugnados, vez
que não possuem pertinência temática com a presente demanda e tampouco fazem
prova das alegações dos pedidos invocados na petição inicial. São os termos"

DEPOIMENTO DO RECLAMANTE. (O preposto da reclamada aguarda


fora da sala de audiência). AO ADVOGADO DO RECLAMADO, RESPONDEU: que batia
pontos diariamente; que o seu sistema operacional de trabalho estava vinculado ao
controle de ponto; que quando encerrava o horário de trabalho, o sistema caía
automaticamente, travava automaticamente; que para fazer horas extras, havia
necessidade do gerente geral autorizá-las; que as horas extras que eram registradas
eram pagas ou compensadas; que o seu cargo era gerente de atendimento; que
nesta função atendia clientes, vendia produtos, comercialização de produtos,
relacionamento com clientes; que era isso que fazia como gerente de atendimento;
que o responsável pela área comercial e operacional era o gerente geral; que não
tinha como gerente de atendimento, subordinados; que, como gerente de
atendimento, não participava de comitê de crédito; que quando designado pelo
gerente geral era o responsável pela tesouraria da agência; que indagado se a sua
senha como gerente de atendimento tinha uma amplitude maior para acesso ao
sistema do que as senhas dos caixas e coordenadores, responde que as senhas
permitiam acessos iguais para todos; que não era responsável pela avaliação de
funcionários, que nunca fez avaliação de funcionários; que não poderia indicar
nomes para admissão ou demissão; que chegou a tirar 30 dias de férias diretos; que
quando necessário era o responsável por assinaturas de contratos de créditos
imobiliários, inclusive gerente PJ e gerente "Van Gogh"; que somente o gerente geral
era o responsável por controlar jornadas horários de trabalho; que era o gerente
geral o que respondia pela qualidade da agência; Sem mais perguntas.

AO JUÍZO RESPONDEU: que somente os gerentes que tinham poderes


específicos para assinar contratos de créditos imobiliários; que isso se dava em razão
da função mais elevada em relação as funções de caixas e coordenadores; que o
gerente geral ficava na mesma agente que o depoente era lotado; que esteve lotado
nas seguintes agencias: Batista Campos (1995 até 1997), UFPA (1998), Regional Belém
(2000 até meados de 2001), Central Operacional no prédio da "PROSEGUR" da
Senador Lemos (meados de 2001 até novembro de 2009), Agência Nazaré (dezembro
de 2009 até fevereiro de 2014), Agência Ananindeua (março 2014 até dezembro de
2019); que quando o sistema caía no encerramento da jornada não era possível
continuar trabalhando no sistema; que as agências eram todas informatizadas e
necessitavam do sistema para as operacionalizações; que na estrutura do banco, o
gerente de atendimento está hierarquicamente superior ao caixa e ao coordenador;
que o gerente de atendimento, pelo que recorda, ganhava cerca de 200 reais a mais
que o coordenador e que em relação ao caixa, o gerente de atendimento ganha a
mais cerca de 500 a 600 reais; que a sua rescisão foi feita no RH do banco, com
remessa da documentação ao e-mail do depoente; que atualmente diz estar
desempregado, mas integra a diretoria do sindicato dos bancários, recendo como
ajuda de custo à título de tícket alimentação no importe de 900 reais ao mês; que
tem um filho de 22 anos e sua esposa está desempregada; que a minha esposa é
consultora da "Mary Kay", trabalhando com venda de cosméticos; que chegou a

Assinado eletronicamente por: OCELIO DE JESUS CARNEIRO MORAIS - Juntado em: 26/04/2023 12:09:05 - f11641a
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vender férias na fração de 10 dias e recebeu o valor correspondente; que a Srª


Aldalice Araújo Medeiros, arrolada previamente como sua testemunha, trabalhou
comigo na agencia de Ananindeua a partir de junho ou julho de 2018 até janeiro de
2019, pois ela entrou de licença médica em seguida, sob alegação de problemas
psicológicos; que ela naquele período trabalhou como coordenadora e depois
passou a função de gerente de negócios e serviços; que ela tinha uma ação
trabalhista contra o reclamado, mas não sabe a finalização desta ação trabalhista;
que o Srº PAULO MARCELO REIS GOMES - segunda testemunha arrolada - trabalhou
como na Agencia de Ananindeua, sendo que ele já estava lá desde 2010, tendo
permanecido lá até meados de 2019, exercendo a função de Gerente de Pessoa
Jurídica; que o gerente pessoa jurídica tem o salário um pouco maior que o gerente
de atendimentos; que Paulo Roberto da Silva Cruz - testemunha arrolada pelo
reclamado - trabalhou na agencia de Ananindeua, sendo que ele já estava na agencia
desde 2013 e permanece até os dias atuais, exercendo a função de gerente de
negócios e serviços; que a Srª Dandara da Silva Oliveira - segunda testemunha
arrolada pelo reclamado - trabalhou na agência de Ananindeua na função de gerente
pessoa jurídica, a partir de meados 2019 e acha que ela ainda permanece na referida
agência; Sem mais perguntas.

DEPOIMENTO DA PREPOSTA DA RECLAMADA: À ADVOGADA DO


RECLAMANTE, RESPONDEU: que não trabalha para o reclamado atualmente; que é
preposta contratada; que o cargo desempenhado pelo reclamante era gerente de
atendimento; que era o gestor quem autorizava a realização de horas extras e havia
o registro das horas extras; que não sabe dizer se havia um limite de horas extras a
serem laboradas por dia; que tudo que o funcionário fazia era registrado no sistema,
ligações para clientes, preenchimento de formulários, reuniões; que não sabe se o
número de horas extras impacta negativamente no resultado da agência; que o
reclamante, exercente de função gratificada, tinha autonomia para indicar a
admissão ou demitir; que o reclamante estava numa posição abaixo do gerente geral
na agência; que o reclamante estava subordinado ao gerente geral; que durante todo
o contrato de trabalho o reclamante registrou sua jornada; que o reclamante era um
dos encarregados a fazer distribuição de metas da agencia; que não sabe se as
metas gerais eram definidas pelo gerente geral; que não sabe se havia comitê de
crédito na agencia; que as alçadas eram preestabelecidas no sistema; que
desconhece a certificação CPA10; que o gerente geral possuía várias alçadas, por
exemplo acesso ao cofre, autonomia para demitir; que não sabe quais eram as
atividades do gerente geral; Sem mais perguntas.

AO JUÍZO, RESPONDEU: que como gerente de atendimento tinha


várias alçadas: funções comerciais e operacionais, autonomia para deliberar sobre
ambas, recrutava pessoas, tinha autonomia para demitir, tinha acesso ao cofre da
agência, tinha acesso ao numerários, fazendo separação de valores, dentre outras;
que o reclamante coordenava uma equipe de trabalho, integrada pelos empregados
operacionais e comercial da agencia; que não sabe quais as agencias em que o Srº
Paulo Roberto da Silva Cruz trabalhou, mas sabe que ele exerceu a função de
gerente de atendimento; que não sabe as agencias ou agencia em que a Srª Dandara
da Silva Oliveira esteve lotada e nem a função, mas agora declara que ela foi uma
gestora; que agora declara que ela foi gerente geral, mas não sabe qual a agência;

Assinado eletronicamente por: OCELIO DE JESUS CARNEIRO MORAIS - Juntado em: 26/04/2023 12:09:05 - f11641a
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que não sabe se ela ainda é funcionária do banco; que não sabe a agencia ou
agencias em que a Srª ALDALICE ARAÚJO MEDEIROS trabalhou e nem sabe sua
função; que também não sabe a agencia ou agencias em que o Srº PAULO MARCELO
REIS GOMES esteve lotado e nem a função que tenha exercido; Sem mais perguntas.

DEPOIMENTO DA 1ª TESTEMUNHA DO RECLAMANTE: ALDALICE


ARAÚJO MEDEIROS, brasileira, solteira, CPF nº 696.249.682-68, RG 3556462,
advogada, 44 anos, residente e domiciliada no Conj. Satélite, Rua We 10, nº 736,
Coqueiro, Belém/PA.

O advogado da reclamada apresenta contradita à testemunha nos


seguintes termos: "que ela possui duas reclamações trabalhistas contra o banco uma
delas inclusive pleiteando indenização por danos morais; que a testemunha é amiga
íntima do reclamante, incluindo relacionamentos de jantares e saídas juntos. São os
termos"

Instruí-se a contradita: que só possui uma reclamação trabalhista


contra o reclamado; que não ajuizou nenhuma outra ação trabalhista contra o
reclamado; que não pede indenização por danos morais contra o banco na sua
específica ação; que pleiteia pagamento de horas extras, intrajornada, que é só o que
pleiteia; que é patrocinada na sua reclamação pelo mesmo escritório de advocacia
que patrocina o reclamante, que está localizado no Rio Grande do Sul e possui
causas no Brasil inteiro; que reconhece que saiu para jantar com o reclamante num
aniversário de um filho de um outro funcionário do banco, onde alega que estavam
outros funcionários também; que reconhece que com o reclamante e outros
funcionários do banco, inclusive com a gerente geral patrícia, participou de "happy
hour"; que nunca participou de jantar sozinho com o reclamante; que essas
participações foram quando estava empregada no banco e com a presença de
outros colegas do banco;

Observação do juiz: com base no ART. 765 da CLT pesquisa ex officio


no PJe identifica: a depoente possui uma ação trabalhista sob o nº 0000903-
94.2019.5.08.0010 (10ª VT de Belém) na qual houve sentença parcialmente
procedente. O ora reclamante, conforme audiência de instrução do dia 06/02/2020,
foi arrolado previamente conforme a testemunha contraditada, mas não prestou
depoimento, também segundo a testemunha contraditada, pois ele não compareceu;
No rol de pedidos da petição inicial não conta parcelas referentes a danos morais;

Decido a contradita: sempre compreendo que, à luz do princípio


constitucional da livre interpretação e decisão judicial fundamentada, que quando a
parte pleiteia indenização por danos morais é por que de fato, alimenta ainda
ressentimentos, mágoas, dores contra aquele em face de quem está demandando.
Então o pleito para indenização por danos morais sempre revela esse estado de
animosidade em relação a parte contraria. Por isso, quando se trata de testemunha
que pleiteia parcela desta natureza, interpreto que ela não possui isenção de ânimo
para depor como testemunha, pois os seus sentimentos estão repletos de mágoas e,
quiçá, vingança. Mas não é o caso dessa testemunha, pois não há pleito específico de
indenização por danos morais. Seus pedidos se referem a verbas contratuais -

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naturais - pelo menos na sua perspectiva - em razão do extinto contrato de trabalho.


Isso não a torna suspeita nos termos na Súmula 357 do TST. O fato do reclamante ter
sido arrolado como testemunha, não prestou depoimento, pois não compareceu.
Logo, não restou configurada a troca de favores entre o ora reclamante e a
testemunha e vice-versa. Por essas razões rejeito a contradita. Registrado os
protestos do advogado do reclamado. Mantida a decisão.

TESTEMUNHA ESCLARECIDA, ADVERTIDA E COMPROMISSADA NA


FORMA DO ART. 793-D e ART. 793-C DA CLT, RESPONDEU AOS QUESITOS DO JUÍZO:
que somente trabalhou com o reclamante na agencia de Ananindeua, localizada na
BR116; que isso ocorreu entre o início de 2018 até o mês de setembro ou outubro de
2021 quando de sua saída; que foi transferida para aquela agencia para exercer a
função de coordenadora de atendimento e depois foi promovida a gerente de
negócios e serviços; que o reclamante exercia a função de gerente de atendimento
naquela agencia; que o reclamante como gerente de atendimento não coordenava o
pessoal operacional e nem o pessoal comercial; que o reclamante como gerente de
atendimento ficava responsável de passar todas as informações a equipe que
trabalhava na área operacional e da área de gerentes; que as vezes, como gerente de
atendimento, o reclamante tinha acesso ao cofre e separava numerários; que diz que
qualquer pessoa do banco poderia fazer isso; que reitera que qualquer um
funcionário da agencia (comercial e operacional) tinha acesso ao cofre e podia
separar numerários; que o reclamante como gerente de atendimentos não tinha
uma carteira específica, que era a carteira do banco; que reitera que o reclamante
não tinha uma carteira específica, que ele tinha uma carteira como nós todos
gerentes; que indagada se o reclamante como gerente de atendimentos não tinha
como atribuição atender clientes da carteira dele, responde que isso era de todos
nós; que o reclamante também como gerente de atendimento tinha como
responsabilidade gerenciar o atendimento de clientes, coordenar a entrada de
clientes; que CPA10 é uma certificação que os funcionários tinham que ter para
vender produtos de investimentos também do banco; que não sabe dizer quanto o
gerente de atendimento ganha a mais que o caixa e o coordenador, mas acha que
ele ganha mais; que todo o sistema do banco em Ananindeua era informatizado; que
todas as operações dependiam do sistema estar logado; que antes de eu sair do
reclamado foi instalado o ponto biométrico, que antes disso o registro da jornada
diária era feito através do sistema com o funcionário acessando o computador
lançando matricula e senha; que o espelho dos registros das jornadas não era
impresso, mas o empregado tinha acesso ao mesmo no sistema; que indagada se o
empregado podia fazer impugnação ao registro das jornadas, responde que não
havia necessidade, pois eles mandavam a gente registrar o horário, mas a gente
chegava antes e que nem sempre eu chegava junto com o reclamante; que alega
que, antes do registro da jornada no sistema ou biométrico, dava pra fazer muita
coisa, por exemplo: preenchimento de proposta de abertura de conta, capitalização,
proposta de seguro, cobrança de clientes; que alega que o gerente geral deixava
impressos esses relatórios e distribuía para a gente; que na sua reclamação
trabalhista pediu horas extras em razão disso; Sem mais perguntas.

À ADVOGADA DO RECLAMANTE, RESPONDEU: que o reclamante


chegava entre 7h30 e 8h horas; que o reclamante tinha um intervalo; que esse

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intervalo durava mais ou menos 30 minutos; que esse intervalo era usufruído na
copa da agencia; que em torno de 19h30 o reclamante encerrava efetivamente a sua
jornada; que durante toda a jornada nós todos éramos obrigados registrar a jornada
de 8h; que era o gerente geral quem determinava o horário de trabalho; que o
resultado das horas extras impacta negativamente na agência; que o reclamante não
podia demitir e nem admitir empregados; que o gerente geral definia as correções
de processos internos da agência; que não sabe quem era o responsável pelo
controle contábil da agência; que a gente não tinha autorização para usar login e
senha de outro colega no sistema; que o gerente geral fazia validação das férias dos
funcionários; que não havia comitê de crédito na agência pois era regional; Sem mais
perguntas.

AO ADVOGADO DO RECLAMADO, RESPONDEU: que se reportavam ao


gerente geral quanto as questões de qualidade da agência; que acha que a senha do
gerente de atendimento era diferenciada com mais acesso do que a senha do
coordenador e a senha do caixa; que era o gerente geral o responsável pelo controle
de ponto do pessoal operacional; que a avaliação de desempenho de caixa e
coordenador era feita pelo gerente geral; Sem mais perguntas.

DEPOIMENTO DA 2ª TESTEMUNHA DO RECLAMANTE: PAULO


MARCELO REIS GOMES, brasileiro, casado, CPF nº 410.340.152-49, RG 2466215,
bancário, 48 anos, residente e domiciliada na Passagem Vinte e Sete de Abril, nº 26,
Marco, Belém/PA.

TESTEMUNHA ESCLARECIDA, ADVERTIDA E COMPROMISSADA NA


FORMA DO ART. 793-D e ART. 793-C DA CLT, RESPONDEU AOS QUESITOS DO JUÍZO:
que foi empregado do reclamado a partir de julho 2009 até novembro de 2019; que
foi lotado na agência de Ananindeua a partir de julho de 2009 até abril de 2019; que
exerceu a função de gerente de pessoa jurídica desde o início; que teve duas ações
trabalhistas contra o banco, uma foi julgada totalmente improcedente, a relativa ao
pedido de horas extras (7ª e 8ª horas) e a outra ação era sobre uma gratificação para
funcionários com mais de 10 anos na função, julgada procedente; que ambas já
transitaram em julgado; que a ação relativa à gratificação foi patrocinada pelo
mesmo escritório de advocacia do reclamante, localizada no RS; que a outra ação foi
patrocinada por outro escritório de advocacia aqui de Belém PA; que o gerente de
atendimento tem um salário superior ao do caixa e do coordenador; que este maior
salário é pago ao gerente de atendimento em razão da maior responsabilidades, das
maiores atribuições que lhes são conferidas; que o gerente de atendimento tem por
tarefas específicas o atendimento do público, cadastramento, abertura de conta, e
atendimento e dependendo da demanda na agência, atendendo a ordem do gerente
geral, poderia ajudar no caixa, abertura de envelopes; que existe a chave do cofre, a
qual fica com o tesoureiro e outra chave fica com o gerente geral; que o gerente de
atendimento tem acesso ao cofre desde que com a chave e na companhia do
gerente geral ou do tesoureiro; que sempre o acesso ao cofre com duas pessoas
simultâneas é um critério de segurança do banco; que como gerente de
atendimento, o reclamante poderia separar numerários; que o gerente geral
coordena toda a agência, mas os gerentes específicos coordenam as suas atribuições
específicas; que está dentro das atribuições do gerente de atendimento a

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coordenação do pessoal operacional desde que autorizado pelo gerente geral; que
não está soba coordenação do gerente de atendimento o pessoal comercial; que até
quando eu saí, o sistema de marcação de ponto era mecânico (cartão), mas quando
eu estava saindo estava ocorrendo a migração da marcação de ponto por aplicativo e
que eu não cheguei a vivenciar o controle biométrico na agência; que normalmente
se fazia hora extra, mas o ajuste era dado pelo gerente geral; Sem mais perguntas.

À ADVOGADA DO RECLAMANTE, RESPONDEU: que o reclamante


chegava no horário das 7h30, que todos nós chegávamos às 7h30; que o reclamante
finalizava sua jornada por volta de 19h30; que o reclamante gozava o intervalo do
almoço;

Observação do juiz: nesse momento (10h44 horas) o advogado da


reclamada caiu do sistema ZOOM. O juízo aguarda o retorno do advogado. Às 10h47
horas retorna o advogado do reclamado.

Continua o depoimento: que o reclamante poderia usufruir de no


mínimo uma hora de intervalo; que normalmente em média o reclamante gozava de
30 a 40 minutos de intervalo; que não era possível anotar toda hora extra
desempenhada; que não era necessário pedir autorização para fazer anotação de
horas extras; que o ponto não trazia todas as horas trabalhadas pois o ajuste era
feito pelo gerente geral; que era possível realizar atividades fora do ponto; que essas
atividades eram formulários de abertura de conta, preenchimento, ligação para
clientes e reuniões que tinham pela manhã ou final da tarde; que aleguei isto na
minha reclamação trabalhista quando pedi horas extras; que o reclamante não tinha
subordinados e não tinha poderes para admitir ou demitir; que todo processo
interno da agencia é responsabilidade do gerente geral; que ele distribui tarefas aos
gerentes específicos; que os gerentes específicos não são auxiliares do gerente geral;
que o reclamante era subordinado ao gerente geral; que as alçadas eram
predeterminadas nos sistema; que a agência não possuía comitê de crédito; que não
sabe qual seria a alçava em relação ao reclamante como gerente de atendimento
que precisasse de autorização do gerente geral para ser realizada; que não sabe
dizer se o reclamante aprovava ou convalidava procedimentos de outros colegas;
que não era responsabilidade do reclamante a validação de férias dos funcionários
da agencia e que isso era responsabilidade do gerente geral; que a sigla CPA10 é
uma certificação que os funcionários do banco tem que ter para trabalhar com
produtos financeiros; que o reclamante fez treinamentos relativos à prevenção de
lavagem de dinheiro e que isso era comum a todos os colaboradores da agência; que
o número de horas extras impacta negativamente nos resultados da agência; Sem
mais perguntas.

AO ADVOGADO DO RECLAMADO, RESPONDEU: que o reclamante não


fazia avaliação de caixas e coordenadores; que o reclamante não tinha senha com
maior poder de acesso do que as senhas de caixas e coordenadores; Sem mais
perguntas.

O advogado da reclamada dispensa a oitiva da testemunha Dandara


da Silva Oliveira.

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DEPOIMENTO DA 1ª TESTEMUNHA DA RECLAMADA: Paulo Roberto da


Silva Cruz, brasileiro, paraense, Separado, Bancário, 53 anos, RG 1467810 PC/PA, CPF
nº 235.607.382-53, residente e domiciliada no Conj. Tapajós, Rua Astúria, nº 25,
Tapanã, Belém/PA.

TESTEMUNHA ESCLARECIDA, ADVERTIDA E COMPROMISSADA NA


FORMA DO ART. 793-D e ART. 793-C DA CLT, RESPONDEU AOS QUESITOS DO JUÍZO:
que ainda é empregado do reclamado; que há mais de 10 anos está lotado na
agência de Ananindeua, localizada na BR116; que exerce, nos últimos 5 anos, a
função de gerente de relacionamento e que agora se denomina gerente de
relacionamento comercial; que não recorda o período que o reclamante trabalhou
na agencia de Ananindeua, mas eu fui designado para lá e em seguida ele chegou;
que quando o reclamante foi demitido eu ainda trabalhava na agência de
Ananindeua; que nos últimos 05 anos de trabalho do reclamante; que quando o
reclamante saiu ele era gerente operacional; que existe atualmente a função de
gerente de atendimento, mas não sabe desde quando; que algumas coisas da função
de gerente operacional são idênticas a função de gerente de atendimento outras
não; por exemplo tudo que se relaciona a operacional (abastecimento de caixa,
atendimento ao cliente em abordagem, abordagem a cliente, atendimento ao caixa e
"tratação" dos contratos que foram feitos pelo gerente comercial e que o gerente
operacional tratava); que não sabe dizer se o salário do gerente de atendimento é
maior que o salário do caixa e do coordenador; que os salários são definidos por
hierarquia; que a hierarquia da agência é a seguinte: gerente geral, gerente de
atendimento (ou operacional), gerente de alta renda, gerente PJ; que os salários a
maior são devidas as maiores responsabilidades atribuídas as referidas gerências;
que o gerente de atendimento é contratado para trabalhar 8h diárias; que não pode
afirmar se o gerente de atendimento estava obrigado a marcação de ponto na época
do reclamante, pois não se lembra; que na época em que o reclamante trabalhou lá
a marcação era com o crachá; que não tem certeza quando foi instituído o controle
biométrico; que a grande maioria das vezes o reclamante almoçava na agência; que o
reclamante tinha duas horas de intervalo de almoço; que não tem certeza se o
reclamante usufruía das duas horas de intervalo; que chegou a almoçar várias vezes
com o reclamante na copa do banco; que esse almoço consumia entre 1h e 1h30;
que a realização de horas extras somente poderia ser executada mediante
autorização da gerência e que não tem certeza se essa autorização era feita pelos
dois gerentes (geral e de atendimento); que agora declara que é pelo gerente
operacional; que o reclamante era um gestor; que não sabe a hora em que o
reclamante chegava para trabalhar, mas geralmente todo mundo chegava as 8h da
manhã; que era o reclamante e o gerente geral que abriam a agência; que não sabe
até que horas o reclamante trabalhava; Sem mais perguntas.

AO ADVOGADO DO RECLAMADO, RESPONDEU: que o reclamante


possuía a chave do cofre da agência; que o reclamante participava de comitê de
crédito; que o reclamante tinha poder de voto e de veto também; que o reclamante
possuía subordinados, que eram os caixas e os gerentes de negócios, na época, e
ainda os tesoureiros; que o reclamante fazia o controle de jornada desses
funcionários, mas não lembra se ele fazia também a avaliação desses funcionários;

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que a senha do reclamante era diferenciada e tinha mais acesso que outros
funcionários, por exemplo mais do que os caixas, tesoureiros e gerentes de negócios;
que não tem ciência se o reclamante poderia indicar nomes para admissão; Sem
mais perguntas.

À ADVOGADA DO RECLAMANTE, RESPONDEU: que não lembra se o


sistema era travado após o encerramento da jornada de trabalho diária de 8h; que
se o sistema não estiver logado era possível fazer alguns serviços manuais, tais como
prescrição de conta corrente (correção de dados); que pode ser feitas atividades
antes do sistema logar; que não sabe falar se isso era contabilizado como hora extra,
pois trata-se de um acerto com o gestor; que indagado qual era o procedimento para
gozar férias, responde que depois de um ano o funcionário tem direito a gozar férias;
que existe até hoje um agendamento prévio de férias, ou seja, o funcionário se
planeja para tirar e gozar das férias; que não lembra se era o gerente geral quem, ao
final, fazia a validação das férias; que indagado se as extras impactam negativamente
na agência, responde que elas tem um custo; que a distribuição da metas, de forma
hierárquica, são oriundas do gerente regional para o gerente geral da agência e este
para o gerente operacional que tem algumas funções equivalentes ao gerente de
atendimento; que era o gerente geral da agência e o gerente operacional quem
definiam as correções de procedimentos internos; que as alçadas do do gerente
operacional (atendimento) eram estabelecidas no sistema; que hierarquicamente, se
necessário, poderia ser solicitado ao gerente geral se a alçada fosse maior do que
aquela prevista aquela função; que o duplo controle era o seguinte: o gerente
comercial realizava um contrato e o gerente operacional (atendimento) fazia o
segundo controle, que era a autenticação do contrato; que os treinamentos
raramente eram feitos de modo presencial, mas pela plataforma; que a sigla CPA10 é
uma certificação bancária para atendimento e é exigido para qualquer funcionários,
mas na atualidade (últimos dois anos) o gerente tem a CPA20; que curso para
prevenção à lavagem de dinheiro está disponível na plataforma para todos, só que
alguns funcionários que são gerentes é que fazem o processo de identificação de
lavagem de dinheiro; Sem mais perguntas.

As partes declaram, através de seus advogados, não ter mais provas a


produzir. Declaro encerrada a instrução processual.

Em razões finais, a parte autora pugna pela procedência da ação,


reiterando as alegações da petição inicial e a reclamada pela improcedência,
reiterando as alegações da defesa.

À luz do Art. 764 da CLT, e do § 3º, Art. 3º, do CPC, formula-se a última
proposta de conciliação. As partes mantém-se inconciliáveis.

Designo a sentença para o dia 05/06/2023, do que ficam cientes.


Havendo antecipação, as partes serão intimadas.

Considerando que os advogados acompanharam atentamente e


simultaneamente a redação da ata; considerando que, ao final da instrução
processual ainda foi dada a oportunidade para que fizessem a releitura para

Assinado eletronicamente por: OCELIO DE JESUS CARNEIRO MORAIS - Juntado em: 26/04/2023 12:09:05 - f11641a
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eventuais correções; considerando que os advogados declaram que a ata registra


com fidelidade os atos processuais praticados, declaro encerrada a audiência,
registrando agradecimentos aos advogados e às partes pela cooperação judiciária,
atestando a lisura e transparência de todos os atos processuais praticados nas
audiências.

Cientes os presentes. Nada mais.Término: 11h38.

OCELIO DE JESUS CARNEIRO MORAIS


Juiz(a) do Trabalho

Ata redigida por EDUARDO BERTOCHE GRYZAGORIDIS, Secretário(a) de Audiência.

Assinado eletronicamente por: OCELIO DE JESUS CARNEIRO MORAIS - Juntado em: 26/04/2023 12:09:05 - f11641a
https://pje.trt8.jus.br/pjekz/validacao/23042612075739700000037356877?instancia=1
Número do processo: 0000833-69.2022.5.08.0011
Número do documento: 23042612075739700000037356877
Fls.: 20

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO
11ª VARA DO TRABALHO DE BELÉM
ATOrd 0000833-69.2022.5.08.0011
RECLAMANTE: PAULO CESAR DA SILVA FARIAS
RECLAMADO: BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A.

Sentença de Mérito

(Antecipada em 08 de maio de 2023)

1. RELATÓRIO

R$ 352.019,74 é a pretensão condenatória do reclamante em


face do reclamado, conforme as alegações da petição inicial (ID. 654d861), instruída
com documentos. O reclamado apresentou contestação (ID. a8498eb), com
documentos, acerca dos quais houve manifestação na petição ID. 16acab5.

Os atos processuais estão registrados nas atas de audiências


registradas nos IDs. b483e81, 45e505b e f11641a, com depoimentos das partes, de
duas testemunhas apresentadas pelo autor e uma apresentada pelo reclamado,
propostas conciliatórias rejeitadas e razões finais reiterativas aos termos da inicial e da
contestação.

Faço ainda duas notas relevantes:

1) Nas audiências presididas por este magistrado, as partes e os


seus respectivos advogados – porque a acompanham em caráter simultâneo e
instantâneo – atestam a fidedignidade dos atos processuais praticados nas respectivas
audiências, desse modo, implementando os princípios da ampla cooperação judiciária
e da transparência processual.

(2) A sentença estava designada para o dia 05/06/2023, mas, foi


antecipada para esta data, dando efetividade real ao inciso LXXVIII do Art. 5º da
Constituição Federativa vigente.

Relatados, passa-se ao exame.

2. FUNDAMENTOS

PRELIMINARES

2.1. DO PEDIDO DE TRAMITAÇÃO EM SEGREDO DE JUSTIÇA

Assinado eletronicamente por: OCELIO DE JESUS CARNEIRO MORAIS - Juntado em: 08/05/2023 10:42:08 - d463943
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A inicial pediu a decretação do segredo de justiça para a


tramitação deste processo, para evitar

“possíveis
constrangimentos a ela em razão dos fatos
articulados na petição inicial, bem como
restrições no mercado de trabalho, em razão
da possibilidade de buscas em portais da
internet que disponibilizam informações
processuais apenas através do nome das
partes”

O pedido já foi analisado (ID. 2ae97a6 em 14/12/2022) e


indeferido.

A matéria veiculada na inicial e na contestação, bem como os


documentos respectivos, não justifica a tramitação do processo em segredo de justiça,
à medida que, também, as suposições da inicial são meras conjecturas. E, se
porventura fosse acolhida sua pretensão pelas meras alegações da petição inicial, estar-
se-ia criando como regra a tramitação sob sigilo e, como exceção, à publicidade. Não é
possível inverter o sentido da norma-princípio da publicidade adotada pela
Constituição vigente.

Mantido o indeferimento.

2.2. INCIDENTE DE INCONSTITUCIONALIDADE – JUSTIÇA


GRATUITA – PARTE SUCUMBENTE – BENEFICIÁRIO DE JUSTIÇA GRATUITA –
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS E PERICIAIS.

A petição inicial arguiu a aplicação da declaração de


inconstitucionalidade do art. 790-B, caput e §4º e do §4º do Art. 791-A ambos da Lei
13.467/2017, sob alegação de que “ofende frontalmente o texto constitucional previsto
no art. 5º, inciso XXXV, que prevê que “a lei não excluirá da apreciação do Poder
Judiciário lesão ou ameaça a direito”.

Acrescentou que “os créditos trabalhistas em questão têm


natureza alimentar, sendo protegido constitucionalmente (art. 7º, inciso X), além de
terem garantida a impenhorabilidade, conforme o art. 833, IV do NCPC”.

Analiso e decido.

Não cabe mais análise a esse respeito, pelo Juízo fracionário de


1º grau.

Assinado eletronicamente por: OCELIO DE JESUS CARNEIRO MORAIS - Juntado em: 08/05/2023 10:42:08 - d463943
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A matéria já foi decidida pelo Supremo Tribunal Federal nos


autos da ADI 5.766/DF, julgada em 20/10/2021, na qual o STF julgou parcialmente
procedente o pedido formulado na ação direta de inconstitucionalidade, para declarar,
parcialmente, inconstitucionais os arts. 790-B, caput e § 4º, e 791-A, § 4º, da
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), nos termos do voto do Ministro Alexandre de
Moraes.

Nos termos do voto, o STF “não autoriza a exclusão da


possibilidade de que, na Justiça do Trabalho, com o advento da Lei nº 13.467/17, o
beneficiário da justiça gratuita tenha obrigações decorrentes da sucumbência que
restem sob condição suspensiva de exigibilidade”.

O Supremo, na referida decisão, declarou apenas a


inconstitucionalidade do trecho "desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em
outro processo" do art. 791-A, § 4º, e do trecho "ainda que beneficiária da justiça
gratuita", constante do caput do art. 790-B, e da integralidade do § 4º do mesmo
dispositivo, todos da CLT.

E mais recentemente, nos autos do RR-97-59.2021.5.12.0016, a


E. Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho proferiu julgamento nos estritos
termos da decisão do Supremo, assim decidiu que

“o que o Supremo
Tribunal Federal reputou inconstitucional
foi a presunção legal, iure et de iure , de
que a obtenção de créditos na mesma ou
em outra ação, por si só, exclua a
condição de hipossuficiente do devedor”.
Portanto, (...) prevalece, contudo, a
possibilidade de que, no prazo de
suspensão de exigibilidade, o credor
demonstre a alteração do estado de
insuficiência de recursos do devedor, por
qualquer meio lícito, circunstância que
autorizará a execução das obrigações
decorrentes da sucumbência”.

Eis o excerto do V. Acórdão da E. 3ª Turma do C. TST:

"RECURSO DE
REVISTA. REGÊNCIA DA LEI Nº 13.467
/2017. HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS.
HONORÁRIOS PERICIAIS. JUSTIÇA

Assinado eletronicamente por: OCELIO DE JESUS CARNEIRO MORAIS - Juntado em: 08/05/2023 10:42:08 - d463943
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GRATUITA. ARTS . 791-A, § 4º, E 790-B DA


CLT. AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE Nº 5. 766/DF.
TRANSCENDÊNCIA JURÍDICA
RECONHECIDA. 1. Este Relator vinha
entendendo pela inconstitucionalidade
integral dos dispositivos relativos à
cobrança de honorários advocatícios do
beneficiário da gratuidade judiciária, com
base na certidão de julgamento da ADI
5.766/DF, julgada em 20/10/2021. 2.
Contudo, advinda a publicação do
acórdão, em 03/05/2022, restou claro que
o Supremo Tribunal Federal, no
julgamento da referida ação, declarou a
inconstitucionalidade do trecho "desde
que não tenha obtido em juízo, ainda que
em outro processo" do art. 791-A, § 4º, e
do trecho "ainda que beneficiária da
justiça gratuita" , constante do caput do
art. 790-B, e da integralidade do § 4º do
mesmo dispositivo, todos da CLT. 3. Em
sede de embargos de declaração, o
Supremo Tribunal Federal reafirmou a
extensão da declaração de
inconstitucionalidade desses dispositivos,
nos termos em que fixada no acórdão
embargado, em razão da existência de
congruência com o pedido formulado
pelo Procurador-Geral da República. 4. A
inteligência do precedente firmado pelo
Supremo Tribunal Federal não autoriza a
exclusão da possibilidade de que, na
Justiça do Trabalho, com o advento da Lei
nº 13.467/17, o beneficiário da justiça
gratuita tenha obrigações decorrentes da
sucumbência que restem sob condição
suspensiva de exigibilidade; o que o
Supremo Tribunal Federal reputou
inconstitucional foi a presunção legal,
iure et de iure , de que a obtenção de
créditos na mesma ou em outra ação, por

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si só, exclua a condição de


hipossuficiente do devedor. 5. Vedada,
pois, é a compensação automática
insculpida na redação original dos
dispositivos; prevalece, contudo, a
possibilidade de que, no prazo de
suspensão de exigibilidade, o credor
demonstre a alteração do estado de
insuficiência de recursos do devedor, por
qualquer meio lícito, circunstância que
autorizará a execução das obrigações
decorrentes da sucumbência. 6. Assim, os
honorários de advogado sucumbenciais
devidos pela parte reclamante ficam sob
condição suspensiva de exigibilidade e
somente poderão ser executados se, nos
dois anos subsequentes ao trânsito em
julgado da decisão que os certificou, o
credor demonstrar que deixou de existir
a situação de insuficiência de recursos do
devedor, que, contudo, não poderá
decorrer da mera obtenção de outros
créditos na presente ação ou em outras.
Passado esse prazo, extingue-se essa
obrigação do beneficiário. 7. Em relação
aos honorários periciais, a seu turno, a
supressão resulta em que a União arque
com a obrigação, quando sucumbente o
beneficiário da justiça gratuita, não mais
se cogitando do aproveitamento de
créditos . 8 . A Corte de origem, ao aplicar
a literalidade dos arts. 791-A, § 4º, e 791-
B, da CLT, decidiu em desconformidade
com o entendimento firmado pelo
Supremo Tribunal Federal. Recurso de
revista conhecido e parcialmente provido
" (RR-97-59.2021.5.12.0016, 3ª Turma,
Relator Ministro Alberto Bastos Balazeiro,
DEJT 24/06/2022. (Grifei).

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Em suma – relativamente à decisão do STF, acolhida pelo V.


Acórdão do TST em sede do Recurso de Revista RR-97-59.2021.5.12.0016, 3ª Turma
– conclui-se que:

(1) A decisão do Supremo Tribunal Federal “não autoriza a


exclusão da possibilidade de que, na Justiça do Trabalho, com o advento da Lei nº
13.467/17, o beneficiário da justiça gratuita tenha obrigações decorrentes da
sucumbência que restem sob condição suspensiva de exigibilidade”:

(2) o que STF “reputou inconstitucional foi a presunção legal, iure


et de iure , de que a obtenção de créditos na mesma ou em outra ação, por si só,
exclua a condição de hipossuficiente do devedor”;

(3) que “é vedada a compensação automática insculpida na


redação original dos dispositivos; prevalece, contudo, a possibilidade de que, no prazo
de suspensão de exigibilidade, o credor demonstre a alteração do estado de
insuficiência de recursos do devedor, por qualquer meio lícito, circunstância que
autorizará a execução das obrigações decorrentes da sucumbência”

(4) que “Os honorários de advogado sucumbenciais devidos pela


parte reclamante ficam sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão
ser executados se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que
os certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de
recursos do devedor, que, contudo, não poderá decorrer da mera obtenção de outros
créditos na presente ação ou em outras. Passado esse prazo, extingue-se essa
obrigação do beneficiário”;

(5) que “em relação aos honorários periciais, a seu turno, a


supressão resulta em que a União arque com a obrigação, quando sucumbente o
beneficiário da justiça gratuita, não mais se cogitando do aproveitamento de créditos” .

A decisão do STF cuida de três situações: (a) benefício da Justiça


gratuita e honorários periciais; (b) benefício da Justiça gratuita e honorários
advocatícios de sucumbência; (c) benefício da Justiça gratuita e custas de sucumbência.

Note-se que o caput do Art. 790-B da CLT cuida do pagamento


dos honorários periciais pelo beneficiário da justiça gratuita e o § 4º do mesmo artigo
trata da hipótese em que a União responderá pelo encargo, “no caso em que o
beneficiário da justiça gratuita não tenha obtido em juízo créditos capazes de suportar
a despesa”. Esse dispositivo foi declarado inconstitucional pelo STF, o que resulta que o
beneficiário da Justiça gratuita não pagará (se sucumbente) honorários periciais.

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Já o caput do Art 791-A trata dos honorários advocatícios de


sucumbência, tendo sido declarado inconstitucional pelo STF apenas o trecho do § 4º
("desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo" do art. 791-A, §
4º”) recursos para responder pela sucumbência.

Disso resulta que, se não concedido o benefício da Justiça


gratuita, a parte responderá pelos honorários de sucumbência, porém,

“ficarão sob
condição suspensiva de exigibilidade e
somente poderão ser executadas se, nos
dois anos subsequentes ao trânsito em
julgado da decisão que as certificou, o
credor demonstrar que deixou de existir
a situação de insuficiência de recursos
que justificou a concessão de gratuidade,
extinguindo-se, passado esse prazo, tais
obrigações do beneficiário”.

Por conseguinte, se – e apenas quando – à parte é concedido o


benefício da Justiça gratuita, em face da mesma não poderão ser atribuídas custas de
sucumbência.

Com efeito, ao presente caso, é aplicável – conforme o caso


específico e concreto – a decisão vinculante do STF na ADI 5.766/DF, adequadamente
incorporada na decisão em sede do RR-97-59.2021.5.12.0016, 3ª Turma, se ao autor for
deferido o benefício da justiça gratuita.

2.3. DA RÉPLICA À CONTESTAÇÃO. DOS DOCUMENTOS


JUNTADOS COM A MANIFESTAÇÃO (ID. 16acab5)

Na audiência ID. 45e505b, foi concedido o prazo de 10 dias úteis


ao advogado do reclamante para manifestação acerca exclusivamente dos documentos
juntados com a defesa do banco.

Embora tempestiva, a petição ID. 16acab5, a pretexto de se


manifestar sobre os documentos, o advogado da reclamante apresentou verdadeira
réplica aos termos da contestação.

Além disso, com a manifestação juntou três documentos,


denominados de “relatório amostragem Paulo César” (ID. 37e05a8), “relatório analítico
além da 6ª” (ID. 8dbd14e) e “relatório analítico além da 8ª” (ID. fd7efdc).

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De plano, não conheço da réplica, à medida que esse instituto


processual, previsto na segunda parte do Art. 437, do CPC, não se aplica ao processo
do trabalho, porque incompatível com as regras e princípios deste, considerando o
disposto no Art. 769 da CLT.

Da referida petição será examinada apenas a estrita e específica


manifestação aos documentos que a decisão utilizar como fundamentos à decisão de
mérito.

Quanto aos documentos juntados com a manifestação, o


advogado do reclamado assim se manifestou:

“pugna pela
exclusão dos documentos, aos quais
restam expressamente impugnados, vez
que não possuem pertinência temática
com a presente demanda e tampouco
fazem prova das alegações dos pedidos
invocados na petição inicial”.

Analiso.

Os documentos – como regra geral – devem ser juntados com a


petição inicial e com a contestação, nos termos preconizados pelos artigos 434 do CPC
e 787 da CLT, excetuando-se as hipóteses de documentos relacionados a fatos novos
ou cujo conhecimento apenas foi oportunizado em momento posterior.

Nos vários processos deste escritório de advocacia, que ora


patrocina o reclamante, e que foram distribuídos a esta Vara, constata-se que essa é
uma prática ou procedimento corriqueiros do escritório: sempre faz a juntada do dito
“relatório amostragem” e do dito “relatório analítico” após a apresentação da
contestação, o que é defeso, eis que tais “relatórios” devem ser apresentados com a
Inicial.

Ora, além de extemporâneos, o procedimento ignora os prazos


preclusivos.

Mas, além disso, os “relatórios” foram produzidos


unilateralmente pelo autor, razão pela qual rejeita-se.

Em havendo procedência de alguma parcela, os valores serão


apurados conforme a realidade fática comprovada e o direito rigorosamente
correspondente.

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MÉRITO E PREJUDICIAL DE MÉRITO

2.4. DO CONTRATO DE TRABALHO

As partes, na inicial e na contestação, convergem quanto à


admissão do reclamante em 06/12/1995, tendo como última função gerente de
atendimento I, com última remuneração de R$ 5.110,60 e demissão em 15/07/2022,
embora – conforme certificado no ID. 287fe2d – pesquisa ex-officio no PJe tenha
identificado outros dois processos com as mesmas partes destes autos: um, o colocado
sob o nº 0000001-28.2020.5.08.0004; o outro, sob o número 0001185-
93.2019.5.08.0120, sendo este último um Inquérito para apuração de falta grave, o qual
tramita sob segredo de Justiça.

2.4.1. PREJUDICIAL DE MÉRITO – DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL

A reclamada alega, em contestação, a prejudicial de mérito para


declaração da prescrição quanto aos pedidos de período anterior a cinco anos do
ajuizamento da ação, com base no art. 7º, XXIX da CF/88.

Analiso e decido.

Considerando o período contratual (06/12/1995 a 15/07/2022) e


tendo em vista o ajuizamento da ação em 12/12/2022, pronuncia-se a prescrição
quinquenal em relação aos direitos trabalhistas anteriores a 12/12/2017, extinguindo-
os com resolução do mérito, com base no Art. 7º, inciso XXIX, da Constituição
Federativa de 1988, no Art. 11 da CLT e no Art. 487, IV do CPC.

Delimita-se o exame dos pedidos ao período de 12/12/2017 a 12


/12/2022.

2.5. DAS HORAS EXTRAS MAIS 50% E REFLEXOS DE 2017 A 2019.


DO INTERVALO INTRAJORNADA E REFLEXOS. DA CONVERSÃO DAS FÉRIAS EM ABONO
PECUNIÁRIO (2017 A 2019)

A petição inicial relata que o reclamante cumpria, em média,


jornada diária, de segunda a sexta-feira, no horário das 07h30min/8h às 19h
/19h30min, com 30/40 minutos de intervalo intrajornada.

Alegando que os controles de ponto não estão corretos, porque


não refletem a verdadeira jornada, pretende o pagamento das horas extras da jornada
excedentes à sexta hora ou, subsidiariamente, as excedentes à oitava hora diária,
referente ao anos de 2017 a 2019, bem como pagamento de intervalo intrajornada
como horas extras.

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Argumenta que as horas extras são devidas porque o ex-


empregado estava enquadrado na hipótese do Art. 224, da CLT, à medida que

“jamais exerceu
qualquer cargo de confiança ou chefia, eis que
não detinha poderes de mando, gestão ou
representação com autonomia inerente a do
empregador, assim como não possuía
subordinados no sentido próprio da expressão,
visto que não podia admitir ou demitir
funcionários, nem tendo qualquer alçada de
crédito, não exercendo quaisquer atividades
diferenciadas que pudessem lhe enquadrar na
exceção legal”

Por essas razões, interpreta que as horas extras e reflexos sobre


férias mais 1/3, 13º salários, RSR e FGTS devem ser calculadas com o adicional de 50%
para os dias úteis e 100% para os dias de repouso, incluindo o sábado, com divisor 180,
para todas as horas extras além da 6ª e 8ª horas diárias, conforme súmula 124 do TST
ou, subsidiariamente, com divisor 220 para as eventuais horas além da 8ª.

Requer, ainda, que para o cálculo do salário-hora, seja


determinado

“a soma ao salário
da gratificação de função, integração das
parcelas variáveis, diferenças salariais
por equiparação e todas as demais
parcelas remuneratórias recebidas pela
parte demandante em contracheque e as
aqui pleiteadas (Súmula 264, do TST),
como adicionais normativos”.

No que se refere ao intervalo intrajornada, alega supressão,


sustentando que não gozava integralmente do tempo mínimo de descanso, como
previsto no § 4º, Art. 71 da CLT.

Requer o pagamento de uma hora extra por dia, com adicional


de 50% e reflexos, argumentando que “a Lei 13.467/2017 (...) não se aplica ao contrato
de trabalho da parte autora”.

E, por fim, ainda alega que “pela habitualidade da prestação da


jornada e extraordinária, devem as horas extras integrar os repousos remunerados

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(incluídos os sábados e os feriados – convenções coletivas em anexo) e repercutir em


férias com 1/3, 13ºsalários, e FGTS”

Em defesa, o reclamado impugna as alegações e os pedidos.

Primeiro alega que o horário de trabalho do autor era de 09h às


18h com uma hora de intervalo, de segunda a sexta-feira, conforme documentos
juntados com a defesa.

Sustenta que foi firmado com o autor um “Termo de Acordo de


Prorrogação de Jornada de Trabalho por Compensação de Horas” com previsão de
prorrogação de jornada de até duas horas “mediante a redução da duração diária do
trabalho em outro(s) dias do mesmo mês, o que foi devidamente observado” e que
tudo está registrado nos cartões de ponto, bem como que as não compensadas foram
devidamente quitadas. Cita as rubricas das folhas de ponto e contra-cheques, acerca
das compensações e pagamento, respectivamente.

Faz uma extensa narrativa de como funciona o sistema de


marcação de ponto do reclamado, o qual diz ser “totalmente confiável e não admite
nenhum tipo de manipulação”

Alega, também, que o reclamante estava enquadrado na


hipótese do §2º do art. 224, da CLT, por exercer cargo de confiança bancário, com
gratificação de função superior a 1/3 do salário efetivo.

Sustenta que é incumbência do reclamante afastar a presunção


do referido parágrafo, considerando a inteligência da súmula 287 do TST.

Para justificar o exercício do cargo de fidúcia pelo autor, a


contestação alega que ele “decidia sobre transferências e promoções de funcionários
do reclamado”, possuía certificado da ANBIMA, possuía procuração do banco, tinha
acesso a tesouraria “conforme restou apurado nos autos do Inquérito de Apuração de
Falta Grave”, em 50% das vezes acompanhou o fechamento da agência, entre outras
alegações.

De acordo com a contestação, não existe direito à 7ª e 8ª hora


laborada “àqueles que exercem cargo de confiança e percebem a gratificação de
função, uma vez que tais horas já se encontram devidamente remuneradas”, conforme
súmula 102, II do TST.

No caso de eventual condenação, requer a compensação

“de valores já pagos e a


exclusão de eventual condenação dos períodos

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de afastamento, tais como licenças, férias e


faltas, bem como a compensação das
gratificações de função recebidos pelo
reclamante em razão do exercício do cargo de
confiança (...) principalmente do ínterim em que
o contrato de trabalho ficou suspenso para o
ajuizamento e instrução do Inquérito de
Apuração de Falta Grave (07/02/2019 a 15/07
/2022)”

E ainda no caso de eventual desconsideração do cargo de


confiança, com a condenação respectiva de horas extras, requer a aplicação do
Parágrafo 1º da Cláusula 11 da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) 2018/2020,

“que prevê a
dedução / compensação das horas extras
objeto de condenação com o valor da
gratificação de função e reflexos pagos à
reclamante”.

Por fim, requer o deferimento de “produção de prova da


geolocalização do Reclamante nos horários em que indica que estava trabalhando em
horas extras, sem registro nos controles de jornada, para que se comprove se de fato
estava ao menos nas dependências da Reclamada”.

Em suma, as alegações das partes, Analiso as provas e decido,


destacando que o ônus da prova incumbe ao reclamante, à medida que postula a
descaracterização do cargo de confiança e o pagamento de horas extras.

2.5.1. Da hora intrajornada – nova regra a partir da lei 13.467


/2017

De plano, por ser matéria de direito, afasta-se a pretensão da


petição de pagamento de intervalo intrajornada com natureza de hora extra por todo o
período não prescrito.

A interpretação da petição inicial – de que a Lei 13.467/2017 não


se aplica ao contrato de trabalho do reclamante – é contra legem, eis que também
ignora o princípio da intertemporalidade da aplicação das leis.

No caso concreto, ao período anterior ao dia 11 de novembro de


2017, data de vigência da Lei 13.467/2017, a supressão da hora do intervalo
intrajornada era remunerada com uma hora com natureza extra, portanto, com
reflexos nas verbas contratuais e rescisórias.

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Após a vigência da referida Lei, a supressão do intervalo é


indenizada conforme a fração suprimida, apenas com o adicional de 50%, portanto,
sem natureza de horas extras, logo, inexistentes quaisquer reflexos.

Nesta condição, mais adiante, será examinado o pedido relativo


à alegada supressão do intervalo intrajornada.

2.5.2. Sobre o cargo de confiança. Aplicação do §2º, Art. 224 da


CLT – Sobre o pedido de horas extras (7º e 8º horas e reflexos).

A inicial objetiva a descaracterização do cargo de confiança,


como resumo das alegações ao norte.

Mas os documentos juntados aos autos – tais como, o acordo de


banco de horas (ID. 72e8cd1) e termo de acordo de prorrogação de jornada de
trabalho por compensação (ID. 36ac65e), datados e assinados pelo reclamante em 06
/12/2017 e 19/01/2011 – demonstram que a jornada contratada, ao menos desde 2011,
era de 8 horas diárias.

Em sua manifestação aos documentos (ID. 16acab5), o


reclamante apresentou manifestação sob alegação de que

“jamais foram
respeitados pelo reclamado, não sendo
suficientes para afastar a jornada apontada na
inicial, o que restará devidamente comprovado
no decorrer da instrução.”

Ocorre que não restou comprovada tal alegação. Na verdade,


toda documentação mostra a evolução das funções que o reclamante exerceu,
inclusive a função de confiança com remuneração correspondente e jornada de oito
horas.

A questão – e isso se apresenta como estranho à realidade – é


que o reclamante realmente exerceu a função de gerente de atendimento, mas, por
alguma razão, agora, quer desconstituir essa realidade para obter vantagem financeira
que – na minha livre convicção – não lhe é devida, eis que também requer o
reconhecimento da jornada de 6 horas diárias (sem que tenha sido caixa), requer o
pagamento da 7ª e 8ª horas como extras, e sequer admite devolução da gratificação
que recebeu como gerente ou mesmo a compensação dos valores.

Por óbvio, isso revela uma distorção inadmissível do ponto de


vista da boa-fé contratual.

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Vejamos as provas: bem ao contrário das alegações da petição


inicial, uma testemunha Aldalice Araújo Medeiros, apresentada pelo autor, revelou que
a jornada era de 8h. Veja-se “que durante toda a jornada nós todos éramos obrigados
registrar a jornada de 8h”. E a testemunha apresentada pelo banco, Paulo Roberto da
Silva Cruz, também confirmou a jornada de 8h diárias: “que o gerente de atendimento
é contratado para trabalhar 8h diárias”, disse ele.

Os depoimentos das duas testemunhas são convergentes aos


registros de jornadas diárias (ID. 04d03f8). Por isso, recepcionam-se os documentos
como meio de prova.

Além disso, conforme declarado pelo próprio autor em


depoimento, restou demonstrado que o cargo que exercia exigia fidúcia do banco,
considerando o nível de responsabilidade e por possuir “função mais elevada” que
outros funcionários do banco. Veja-se:

“que somente os
gerentes que tinham poderes específicos para
assinar contratos de créditos imobiliários; que
isso se dava em razão da função mais elevada
em relação às funções de caixas e
coordenadores (...) que na estrutura do banco,
o gerente de atendimento está
hierarquicamente superior ao caixa e ao
coordenador” (Grifei).

Os contracheques do reclamante (ID. 5728f5e) comprovam que


a gratificação que recebia, por essas funções, eram superiores a um terço do salário do
cargo efetivo. Não houve impugnação específica aos contracheques pelo autor em sua
manifestação.

É irrelevante se o reclamante tinha ou não subordinados, se


podia demitir ou contratar funcionários ou se a alçada de negociação com clientes era
limitada a certos valores, pois os fatos distintivos são:

(a) a maior fidúcia e responsabilidade que exercia em razão do


cargo de gerente de atendimento;

(b) o pagamento da gratificação correspondente pelo função de


gerente, nos termos previstos Parágrafo único do Art. 61 e § 2º do Art. . 224, ambos da
CLT;

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(c) contratação da jornada de 8 horas diárias, mediante


documento específico (ID. 72e8cd1), correspondente à função de gerente de
atendimento.

A par das provas reais, e na minha livre convicção, seria


irracional desconhecer essa realidade (a contratação da jornada de 8 horas diárias e o
pagamento da gratificação correspondente), pois seria o mesmo que contrariar toda a
realidade fática do contrato de trabalho do reclamante.

Em conclusão, mantém-se, por conseguinte, a realidade fática e


jurídica: o reclamante de fato exerceu a função de gerente, logo, sua jornada era de 8
horas por dia, ao menos desde 06/12/2017 (documento de ID. 72e8cd1) até o final do
contrato.

Julgo improcedente o pedido de horas extras (7ª e 8º horas e


reflexos).

2.5.3. Sobre o pedido de horas extras (a partir da 8ª hora e


reflexos)

Partindo, então, da jornada de oito horas diárias, a finalidade a


partir de agora é saber se o reclamante laborava diariamente além da oitava sem o
correspondente registro nos controles eletrônicos.

A respeito, o reclamante declarou que

“que batia pontos


diariamente; que o seu sistema operacional de
trabalho estava vinculado ao controle de ponto
(...) que para fazer horas extras, havia
necessidade do gerente geral autorizá-las; que
as horas extras que eram registradas eram
pagas ou compensada”

A preposta, por sua vez, declarou que

“que era o gestor quem


autorizava a realização de horas extras e havia
o registro das horas extras; que não sabe dizer
se havia um limite de horas extras a serem
laboradas por dia”

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Ambas as testemunhas apresentadas pelo autor confirmaram,


em depoimento, que, em geral, a jornada era das 7h30/8h às 19h/19h30.

Disse a primeira testemunha do reclamante: “que o reclamante


chegava entre 7h30 e 8h horas (...) que em torno de 19h30 o reclamante encerrava
efetivamente a sua jornada"

Disse a segunda testemunha do reclamante: “que o reclamante


chegava no horário das 7h30, que todos nós chegávamos às 7h30; que o reclamante
finalizava sua jornada por volta de 19h30”

Ora, o que as testemunhas relataram, de modo geral, os


controles eletrônicos (ID. 04d03f8) confirmam, pois apresentam jornadas variáveis,
apontando, em diversos dias, início da jornada anterior às 09h e também após às 18h,
inclusive inicio de jornada, por exemplo:

às 07h42 em 29/12
/2017, 07h43 em 24/12/2018, 08h03 em 30/05
/2019 e término às 20h30 em 11/12/2017,
19h12 em 07/05/2018, 19h32 em 03/12/2018 e
sempre com o registro da quantidade de horas
extras realizadas e se foram compensadas ou
se são compensáveis.

A testemunha apresentada pelo reclamado, Paulo Roberto da


Silva Cruz, disse, em depoimento, quanto à jornada de trabalho o seguinte

“que não sabe a hora em


que o reclamante chegava para trabalhar, mas
geralmente todo mundo chegava as 8h da
manhã (...) que não sabe até que horas o
reclamante trabalhava”.

Por conseguinte, apesar das duas testemunhas terem interesse


particular na causa – ambas possuem ações idênticas contra o mesmo reclamado com
o patrocínio do mesmo escritório de advocacia que patrocina o reclamante – não é
verdade que a jornada anterior às 09 horas ou posterior às 18 horas não fossem
registradas.

As jornadas eram, sim, registradas.

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Aliás, por oportuno, a testemunha Paulo Marcelo Reis Gomes


teve sua ação de horas extras julgada totalmente improcedente, com o trânsito em
julgado.

Com efeito, a rigor, não pode alegar que não fazia os registros
das jornadas além da 8ª hora.

E observe mais: os contracheques (ID. 5728f5e) apontam


pagamento de horas extras compatíveis com os registros das jornadas feitas pelo
reclamante.

Outro dado relevante: Pelo acordo de banco de horas (ID.


72e8cd1), firmado entre o autor e o reclamado, que foi inclusive realizado após a
vigência da Lei 13.467/2017 e já foi recepcionado como meio de prova, a jornada de
trabalho do autor contratada era de 9h às 18h, com uma hora de intervalo.

Neste acordo, há previsão de realização de até duas horas


extras por dia, desde que haja compensação ou pagamento com adicional e, como
restou comprovado, há o registro de horas extras nos cartões de ponto, a sua
compensação e também, quando não compensadas, há pagamento respectivo em
contracheque.

Isso tudo demonstra que a jornada realizada era efetivamente


registrada nos cartões de ponto.

Com efeito, a manifestação dos advogados do reclamante (ID.


16acab5), em face dos documentos, não pode ser acolhida porque não houve prova
correspondente.

Em suma, alegou-se que os controles de frequência são


imprestáveis como meio de prova, pois não era permitido o registro da totalidade da
jornada de trabalho realizada “evidenciando, assim a unilateralidade das informações
contidas em tais documentos”; que as folhas de ponto eram “manipuladas pelo
reclamado” e que as horas extras para serem realizadas necessitavam de autorização.

Não houve impugnação específica do autor quanto aos


contracheques.

As alegações de manipulação pelo reclamado quanto aos


controles de frequência é uma acusação muito grave, mas não houve prova
correspondente. Restou como mera alegação e força de expressão para influenciar o
julgador.

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Não há prova nos autos de que os controles eram manipulados.

O próprio reclamante, em depoimento, confessa que ele mesmo


fazia o registro de seus horários:

“que batia pontos


diariamente; que o seu sistema
operacional de trabalho estava vinculado
ao controle de ponto”.

Acolher a manifestação dos advogados do autor, neste sentido,


seria o mesmo que imputar má-fé a reclamada, condição que não pode ser presumível
mas, sim, comprovada.

A alegação de que os controles são unilaterais, também não


merece prosperar, porque o reclamante fazia os registros diários e tinha acesso aos
seus controles de frequência, bem como os assinava eletronicamente. Se deixou de
assinar alguns ou os assinou muito tempo depois, como se observa, não é
responsabilidade do reclamado, mas do próprio empregado que negligenciou quanto a
este dever funcional.

O mesmo se aplica às informações do controle de frequência


quanto a “sistema inoperante, marcação não realizada” – também narrados na
manifestação com o objetivo de inviabilizar essa prova documental – porque, embora
realmente em alguns dias haja essas informações, além de não serem representativos
ou corriqueiros ou costumeiros, o reclamante podia justificar tais ocorrência no
sistema interno do reclamado. Se não o fez, também negligenciou quanto a este dever
funcional.

A questão quanto à autorização para a realização de horas


extras – que é, inclusive, incontroversa porque admitida pela preposta do reclamado
em depoimento e pela testemunha por ele apresentada – não há nenhuma
irregularidade neste procedimento do reclamado.

É óbvio que – em qualquer empresa ou instituição pública – as


horas extras precisam ser autorizadas. Isso faz parte do poder diretivo do empregador.
Querer impedir isso, é violar o poder de comando do empregador.

Também é óbvio que as horas extras impactam


financeiramente nas finanças da reclamada, visto que é pessoa jurídica de direito
privado, que visa o lucro e justamente, por isso, por princípio de gestão, é preciso que
haja o controle da jornada.

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Por tudo isso, rejeitam-se alegações da manifestação


ID 16acab5, pois as impugnações não são conhecidas, à falta de provas
correspondentes.

Os controles de frequência são idôneos, com jornadas variáveis,


com registro de horas compensadas e compensáveis e os contracheques juntados
comprovam pagamento de horas extras, por isso uma mera alegação não pode
prevalecer em face da prova documental juntada.

Por último, registra-se que as atas de audiência e decisões


juntadas pelo autor não são vinculativas à livre convicção deste magistrado. Por isso,
não as acolho como provas.

Relevantes são as provas colhidas por este Juízo para esta causa.

Diante de todo o exposto, julgo improcedente o pedido de


condenação do reclamado ao pagamento de horas extras e reflexos, a partir da 8ª hora.

2.5.4. Sobre o pedido de horas extras intrajornada e reflexos

No que se refere ao pedido de intervalo intrajornada, relembra-


se que o § 4º do Art. 71 da CLT, com redação pela Lei 13.467/2017 não atribui a
natureza salarial à hora ou fração suprimida do intervalo intrajornada. Indenizatória é a
sua natureza, garantindo-se o pagamento respectivo, com o adicional de 50%, pela não
concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e
alimentação.

Assim sendo, são indevidos os pretensos reflexos constantes na


planilha de cálculos que acompanha a inicial, eis que – nesse particular – o pedido é
contra legem.

Afasta-se a alegação da inicial, quanto à inaplicabilidade da lei


13.467/2017, visto que sua aplicação está ocorrendo a fato ocorrido já época de sua
vigência

Considerando o período não prescrito (12/12/2017 a 12/12


/2022), examina-se o pedido como indenização com o adicional de 50%, nos limites do
§ 4º do Art. 71 da CLT.

Nos controles de frequência, já recepcionados, também há o


registro de saída e retorno do intervalo, e quase em sua totalidade com registro de
intervalo superior a uma hora.

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Além disso, a segunda testemunha apresentada pelo autor,


Paulo Marcelo Reis Gomes, disse

“que o reclamante
poderia usufruir de no mínimo uma hora
de intervalo”.

E a testemunha apresentada pelo banco também confirmou o


gozo de intervalo acima de uma hora:

“que chegou a
almoçar várias vezes com o reclamante
na copa do banco; que esse almoço
consumia entre 1h e 1h30”.

Desta forma, também resta improcedente o pedido de intervalo


intrajornada.

2.5.5. Sobre a conversão das férias em abono pecuniário (2017 a


2019)

Segundo a inicial,

“o empregador
convertia dez dias das férias da parte
reclamante em abono pecuniário, sem a
sua concordância. Isto ocorreu em
praticamente todo o período contratual”.

Por isso, requereu “o pagamento em dobro da remuneração do


período suprimido das férias (10 dias por ano) e com o adicional de um terço; ou,
subsidiariamente, no mínimo, o pagamento simples do período suprimido (10 dias por
ano) e com o adicional de um terço”.

A contestação negou, alegando que o ônus da prova é do autor


e que, inclusive, o reclamante já teria optado por gozar os 30 dias de férias, citando os
anos de 2017, 2018 e 2019.

Com isso, pede a improcedência.

Analiso e decido destacando que o ônus de prova cabe ao autor,


nos termos do art. 818, I da CLT.

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O autor não juntou aos autos qualquer documento que


comprovasse que tenha sido “obrigado” a converter 10 dias de férias por ano em
abono pecuniário.

Pelo contrário, a documentação nos autos demonstra o


contrário. Vejamos.

A ficha cadastral do autor (ID. fa49689 - Pág. 14) em cotejo com


as folhas de frequência (ID. 04d03f8 - Págs. 1, 2, 15, 16, 21 e 22) comprovam que nos
anos de 2017, 2018 e 2019 o reclamante gozou de 30 dias de férias.

Ressalta-se que o controle de ponto já foi admitido como meio


de prova e não houve impugnação do autor, em manifestação, quanto à ficha cadastral.

Mas, além da documentação favorável ao reclamado, o


reclamante ainda confessou que já tirou 30 dias de férias, bem como que ele mesmo já
chegou a “vender” parte de suas férias.

Veja-se: “que chegou a tirar 30 dias de férias diretos (...) que


chegou a vender férias na fração de 10 dias e recebeu o valor correspondente”.

É por isso que, à luz do Art. 391 do CPC, c/c o Art. 769 da CLT,
tem-se que a confissão judicial faz prova cabal contra o confitente.

Portanto, o autor não se desincumbiu de seu ônus probatório.

Julgo improcedente o pedido.

2.6. DOS DEMAIS PEDIDOS FORMULADOS NA INICIAL E NA


CONTESTAÇÃO

Face a total improcedência da ação perde o objeto os pedidos


referentes à juros e correção monetária, inconstitucionalidade e inaplicabilidade do §1º
da cláusula 11 da CCT 2018/2020 e retenção de honorários contratuais formulados na
inicial e os pedidos de compensação das horas extras com base no §1º da cláusula 11
da CCT 2018/2020 e também de todo e qualquer valor já pago ao reclamante, bem
como os pleitos de produção de prova digital e limitação dos valores aos cálculos da
inicial constantes na defesa da reclamada.

2.7. DOS HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA – DAS CUSTAS – DO


BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA

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Na petição inicial consta o requerimento à concessão do


benefício da “assistência judiciária gratuita" ao reclamante, justificando que apresenta
“declaração de hipossuficiência”.

Por isso, requer o “benefício da Justiça Gratuita, com base nas


Leis 1.060/50, 7.115/83 e 7.510/86, “tendo em vista não ter condições de arcar com as
despesas do processo, sem prejuízo para seu próprio sustento e de sua família”.

E, na hipótese do indeferimento da “assistência judiciária”,


requer de modo alternativo, “o prazo de 10 dias para que o demandante possa
comprovar nos autos os pressupostos necessários à concessão do benefício conforme
preceitua o art. 99, § 2º e o art. 284, ambos do Código de Processo Civil.”

Requer ainda, a inicial, condenação do reclamado ao pagamento


de honorários advocatícios no importe de 15% e retenção dos honorários contratuais
“seja na liquidação do feito, ou no pagamento em caso de acordo, ficando autorizado o
juiz a reter os valores no processo, nos termos do art. 22, §4° da Lei 8.906/1994
(ESTATUTO DA OAB)”.

O reclamado impugna a pretensão, destacando que para a


concessão do benefício precisa haver comprovação e não apenas declaração e que o
reclamante “ostentava remuneração mensal de R$ 5.110,60” e recebeu R$ 15.806,81 no
TRCT.

Argumenta ainda que, se o reclamante tem condições


econômicas para contratar advogado particular, também poderá arcar com as
despesas processuais.

Com relação ao pedido de assistência judiciária, requer o


indeferimento, com base no artigo 14, § 2º da Lei 5584/70, porque não está assistida
pelo sindicato da categoria.

E, por fim, requer que “apresente o reclamante nos autos a sua


última declaração de imposto de renda informada ao Fisco, sob pena de incidir em
multa (CPC, art. 14, inc. V e parágrafo único)” ou que seja oficiado à Receita Federal,
instando-a a apresentar a este juízo a última declaração de imposto de renda,

“a fim de que se apure


se de fato faz ou não jus aos benefícios da
Justiça Gratuita, sob pena de multa de 10 vezes
o valor das custas, nos termos previstos no
artigo 4º, parágrafo 1º da Lei nº 1060/50”

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Consta também pedido de condenação do reclamante ao


pagamento dos honorários de sucumbência.

Analiso.

A petição inicial estabelece confusão técnica em seu


requerimento, quando pede a concessão da Justiça Gratuita, com base nas Leis 1.060
/50, 7.115/83 e 7.510/86.

A assistência judiciária, de que tratam essas leis, é diferente


tecnicamente do benefício da justiça gratuita, este, regido pelos §§ 3º e 4º, do Art. 790
da CLT.

Já a assistência judiciária, em tese, pode ser concedida quando a


parte está assistida pelo sindicato da categoria profissional, o que não é o caso.

Por isso, indefere-se o pedido de assistência judiciária, à medida


também que o autor optou em não pedir a assistência do sindicato profissional e
preferiu contratar advogado particular, assumindo integralmente os riscos da
demanda.

Com relação ao benefício da justiça gratuita, a regra do § 3º, Art.


790 da CLT, é o norte objetivo do exame.

Conforme TRCT juntado por ambas as partes, a última


remuneração do autor foi R$ 5.110,60.

De fato o valor é superior a 40% (quarenta por cento) do limite


máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, de forma que não
preenche o requisito do §3º, Art. 790 da CLT.

Contudo, em depoimento o reclamante afirmou estar


desempregado e o CAGED (ID. 599f984), juntado ex-officio pelo Juízo, confirma a
declaração. Além disso, o reclamante também declarou que sua esposa está
desempregada, trabalhando como autônoma como consultora da Mary Kay.

Então, embora não preencha o requisito do §3º, preenche o


requisito do §4º do art. 790 da CLT, porque comprovada a insuficiência de recursos
para pagamento das custas, o que é presumido pelo simples fato de estar
desempregado.

Defere-se o benefício da justiça gratuita ao autor.

Resta indeferido os requerimentos do reclamado para o autor


apresentar sua última declaração do imposto de renda ou que seja oficiada à Receita

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Federal para tanto, porque o motivo do deferimento da justiça gratuita ao autor é o


fato de encontrar-se desempregado, logo, não importando as informações da
declaração do IR.

Sendo beneficiário da justiça gratuita, isenta-se o reclamante do


recolhimento das custas de sucumbência que seriam devidas sobre o valor da causa,
ante o julgamento de total improcedência e do pagamento dos honorários, que seriam
devidos no importe de 5%, aos advogados do reclamado. Aplica-se em seu benefício a
decisão do E. STF nos autos da ADI 5766.

Arbitra-se esse percentual porque a causa não é complexa.

Face o julgamento de total improcedência da ação, não há que


se falar em condenação do reclamado em custas ou honorários sucumbenciais.

3. CONCLUSÃO

Nestes autos da ATOrd 0000833-69.2022.5.08.0011 em são


partes PAULO CESAR DA SILVA FARIAS (reclamante) e BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A
(reclamado), decide-se:

3.1. Manter a tramitação pública deste processo, pois não


constitui hipótese fática e nem jurídica para o segredo de justiça, conforme
fundamentos.

3.2. Não conhecer da réplica à contestação, conforme


fundamentos.

3.3. Declarar a impossibilidade de emitir novo pronunciamento


acerca da constitucionalidade do art. 790-B, caput e §4º e do §4º do Art. 791-A ambos
da Lei 13.467/2017, considerando os efeitos vinculantes da decisão do STF, nos autos
ADI 5.766/DF e no RR-97-59.2021.5.12.0016, E. Terceira Turma do TST, conforme
fundamentos.

3.4. Pronunciar, com base no Art. 7º, XXIX, CF/1988, a prescrição


quinquenal em relação às parcelas anteriores a 12/12/2017, extinguindo-as com
resolução do mérito, e delimitar o exame da causa ao período de 12/12/2017 a 12/12
/2022.

3.5. Registrar que as partes convergem quanto ao contrato de


trabalho do autor com admissão em 06/12/1995, tendo como última função gerente de
atendimento I, com última remuneração de R$ 5.110,60 e demissão em 15/07/2022.

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3.6. Declarar que se aplica ao reclamante, por todo o período


não prescrito, a regra do § 2º, Art. 224 da CLT, reconhecido ter exercido a função de
confiança (gerente de atendimento), conforme fundamentos.

3.7. Julgar totalmente improcedentes os pedidos da petição


inicial, conforme fundamentos.

3.8. Deferir o benefício da Justiça gratuita ao reclamante; aplicar


em seu favor os efeitos da decisão do E. STF nos autos da Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADIn) nº 5766; isentá-lo do pagamento das custas de 2% e do
pagamento de honorários (5%), incidentes sobre o valor da causa, conforme
fundamentos.

Tudo nos termos e limites da fundamentação. Registre-se.


Sentença antecipada. Com a publicação da sentença no DEJT, vinculada ao nome dos
advogados, as respectivas partes ficam cientes. Dr. Océlio de Jesus Carneiro de Morais,
juiz titular da 11ª Vara de Belém.

BELEM/PA, 08 de maio de 2023.

OCELIO DE JESUS CARNEIRO MORAIS


Juiz do Trabalho Titular

Assinado eletronicamente por: OCELIO DE JESUS CARNEIRO MORAIS - Juntado em: 08/05/2023 10:42:08 - d463943
https://pje.trt8.jus.br/pjekz/validacao/23050516122285500000037497416?instancia=1
Número do processo: 0000833-69.2022.5.08.0011
Número do documento: 23050516122285500000037497416
Fls.: 45

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO
11ª VARA DO TRABALHO DE BELÉM
ATOrd 0000833-69.2022.5.08.0011
RECLAMANTE: PAULO CESAR DA SILVA FARIAS
RECLAMADO: BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A.

DECISÃO DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL

Considerando as informações certificadas sob o Id 911ac47 e o


disposto no art. 895, I, da CLT, dou seguimento ao recurso ordinário interposto pelo
reclamante.

Remetam-se os autos à apreciação da Egrégia Corte Trabalhista


da 8ª Região.

BELEM/PA, 05 de junho de 2023.

OCELIO DE JESUS CARNEIRO MORAIS


Juiz do Trabalho Titular

Assinado eletronicamente por: OCELIO DE JESUS CARNEIRO MORAIS - Juntado em: 05/06/2023 12:20:54 - 2308c1d
https://pje.trt8.jus.br/pjekz/validacao/23060508370412700000037962701?instancia=1
Número do processo: 0000833-69.2022.5.08.0011
Número do documento: 23060508370412700000037962701
SUMÁRIO
Documentos

Data da
Id. Documento Tipo
Assinatura

2ae97a6 14/12/2022 11:04 Despacho Despacho

0ec477b 16/02/2023 14:30 Despacho Despacho

b483e81 08/03/2023 14:59 Ata da Audiência Ata da Audiência

45e505b 30/03/2023 13:04 Ata da Audiência Ata da Audiência

f11641a 26/04/2023 12:09 Ata da Audiência Ata da Audiência

d463943 08/05/2023 10:42 Sentença de mérito Sentença

2308c1d 05/06/2023 12:20 Decisão Decisão

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