Você está na página 1de 27

Fls.

: 1

Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região

Ação Trabalhista - Rito Sumaríssimo


0010732-30.2022.5.18.0103
PARA ACESSAR O SUMÁRIO, CLIQUE AQUI

Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 27/07/2022


Valor da causa: R$ 41.408,83

Partes:
AUTOR: RAIMUNDO FRANCISCO RAMOS DOS SANTOS
ADVOGADO: LILIAN PEREIRA DE LIMA
ADVOGADO: REGINARA DE SOUSA SANTOS
ADVOGADO: NAYESKA FREITAS CAMPOS
ADVOGADO: LILIANE PEREIRA DE LIMA
RÉU: BRF S.A.

ADVOGADO: RAFAEL LARA MARTINS


PAGINA_CAPA_PROCESSO_PJE
Fls.: 2

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 18ª REGIÃO
3ª Vara do Trabalho de Rio Verde
ATSum 0010732-30.2022.5.18.0103
RECLAMANTE: RAIMUNDO FRANCISCO RAMOS DOS SANTOS
RECLAMADO: BRF S.A.

ATA DE AUDIÊNCIA

Em 18 de agosto de 2022, na sala de sessões da MM. 3ª Vara do


Trabalho de Rio Verde, sob a direção do(a) Exmo(a). Sr(a). Juiz(a) do Trabalho VALERIA
CRISTINA DE SOUSA SILVA ELIAS RAMOS, realizou-se audiência relativa à Ação
Trabalhista - Rito Sumaríssimo número 0010732-30.2022.5.18.0103,
supramencionada.

Às 08:00, aberta a audiência, foram apregoadas as partes.

Presente a parte autora RAIMUNDO FRANCISCO RAMOS DOS


SANTOS, pessoalmente, acompanhado(a) de seu(a) advogado(a), Dr(a). NAYESKA
FREITAS CAMPOS, OAB 57110/GO.

Presente a parte ré BRF S.A., representado(a) pelo(a) preposto(a) Sr.(a)


THAINARA GOMES DINIZ, acompanhado(a) de seu(a) advogado(a), Dr(a). GILBERTO
DE MELO SOUZA, OAB 58515/GO.

CONCILIAÇÃO REJEITADA

Recebo a contestação e documentos, inclusive de representação,


apresentados digitalmente, sendo que o preposto confirma seu inteiro teor e
veracidade.

Vistas ao(à) reclamante da contestação e documentos, prazo de 5


(cinco) dias úteis, a partir do dia 19/08/2022.

Preclusa prova documental (Arts. 787 e 845 da CLT, c/c arts. 434 e 435
do CPC/15).

Inclua-se o feito em pauta de audiência presencial.

Cientes os presentes.

Audiência encerrada as 08h06.

Todos os atos processuais foram realizados na forma e na presença


das pessoas supracitadas, ficando estas dispensadas de apor por videoconferência
assinaturas, sendo esta ata assinada apenas pelo Magistrado, nos termos do art. 851,
§2° da CLT e do art. 3º da Resolução nº 185/2017 do Conselho Superior da Justiça do
Trabalho. Esta ata possui força de certidão de comparecimento.

Assinado eletronicamente por: VALERIA CRISTINA DE SOUSA SILVA ELIAS RAMOS - Juntado em: 18/08/2022 11:44:02 - 879d68a
Fls.: 3

VALERIA CRISTINA DE SOUSA SILVA ELIAS RAMOS


Juiz(a) do Trabalho

Ata redigida por JOSIMAR SANTOS CABRAL,Secretário(a) de Audiência.

Assinado eletronicamente por: VALERIA CRISTINA DE SOUSA SILVA ELIAS RAMOS - Juntado em: 18/08/2022 11:44:02 - 879d68a
https://pje.trt18.jus.br/pjekz/validacao/22081811421954100000051896972?instancia=1
Número do processo: 0010732-30.2022.5.18.0103
Número do documento: 22081811421954100000051896972
Fls.: 4

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 18ª REGIÃO
3ª Vara do Trabalho de Rio Verde
ATSum 0010732-30.2022.5.18.0103
RECLAMANTE: RAIMUNDO FRANCISCO RAMOS DOS SANTOS
RECLAMADO: BRF S.A.

ATA DE AUDIÊNCIA

Em 19 de outubro de 2022, na sala de sessões da MM. 3ª Vara do


Trabalho de Rio Verde, sob a direção do(a) Exmo(a). Sr(a). Juiz(a) do Trabalho VALERIA
CRISTINA DE SOUSA SILVA ELIAS RAMOS, realizou-se audiência relativa à Ação
Trabalhista - Rito Sumaríssimo número 0010732-30.2022.5.18.0103,
supramencionada.

Às 14:46, aberta a audiência, foram apregoadas as partes.

Presente a parte autora RAIMUNDO FRANCISCO RAMOS DOS


SANTOS, pessoalmente, acompanhado(a) de seu(a) advogado(a), Dr(a). LILIANE
PEREIRA DE LIMA, OAB 0025682/GO.

Presente a parte ré BRF S.A., representado(a) pelo(a) preposto(a) Sr.(a)


GEISEMEIRE ELEM DE SOUSA, acompanhado(a) de seu(a) advogado(a), Dr(a).
BÁRBARA MARTINS BARBOSA DE FREITAS, OAB 63247/GO.

CONCILIAÇÃO REJEITADA.

As partes declaram não ter provas orais a produzir.

As partes reiteram o requerimento de utilização de provas


emprestadas, já juntadas aos autos, e que já estão delimitadas com relação à prova
testemunhal. Defiro.  

Sem outras provas a produzir, dá-se por encerrada a instrução


processual.

Razões finais remissivas.

Conciliação final rejeitada.

Venham os autos conclusos para julgamento, ficando os autos


adiados sine die.

As partes serão intimadas da decisão.

Audiência encerrada às 14h49.

Assinado eletronicamente por: VALERIA CRISTINA DE SOUSA SILVA ELIAS RAMOS - Juntado em: 19/10/2022 15:32:31 - 119ef82
Fls.: 5

Registra-se que este termo contém o resumo do ocorrido na


audiência, como previsto no Art. 367/CPC, com acompanhamento pelas partes,
ficando dispensadas as respectivas assinaturas por impossibilidade técnica de fazê-lo.

A presente Ata será validada pela Secretária de Audiência, restando


tecnicamente impossibilitada qualquer alteração, sendo posteriormente assinada
eletronicamente pela Juíza acima identificada, com a respectiva juntada aos autos, na
forma do §5º do Art. 79 do PGC/TRT da 18ª Região, c/c Art. 2º, §5º do Ato Nº 11/GCGJT.
Esta ata possui força de certidão de comparecimento.

VALERIA CRISTINA DE SOUSA SILVA ELIAS RAMOS


Juiz(a) do Trabalho

Ata redigida por TIAGO ALEX DOS SANTOS CERQUEIRA, Secretário(a) de Audiência.

Assinado eletronicamente por: VALERIA CRISTINA DE SOUSA SILVA ELIAS RAMOS - Juntado em: 19/10/2022 15:32:31 - 119ef82
https://pje.trt18.jus.br/pjekz/validacao/22101915164172000000053068882?instancia=1
Número do processo: 0010732-30.2022.5.18.0103
Número do documento: 22101915164172000000053068882
Fls.: 6

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 18ª REGIÃO
3ª VARA DO TRABALHO DE RIO VERDE
ATSum 0010732-30.2022.5.18.0103
AUTOR: RAIMUNDO FRANCISCO RAMOS DOS SANTOS
RÉU: BRF S.A.

SENTENÇA

Às 8h do dia 27 de dezembro de 2022, na presença da Exma.


Juíza Valéria Cristina de Sousa Silva Elias Ramos, foram apregoadas as partes:
AUSENTES.

Submetido o feito a julgamento, foi proferida a seguinte


sentença:

RELATÓRIO

Dispensado (art. 852-I, CLT).

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

Assinado eletronicamente por: VALERIA CRISTINA DE SOUSA SILVA ELIAS RAMOS - Juntado em: 28/12/2022 08:43:27 - 7edf7f4
Fls.: 7

DA NUMERAÇÃO DAS FOLHAS DOS AUTOS – INDICAÇÃO


DE DOCUMENTOS ATRAVÉS DO NÚMERO DAS PÁGINAS

Inicialmente, ressalto que, a fim de facilitar a leitura da presente


sentença, as folhas aqui mencionadas referem-se ao arquivo eletrônico obtido pelo
descarregamento ("download") integral dos presentes autos, via PJe, através da opção
"Download de documentos em PDF", com a marcação de todas as caixas de seleção na
aba "Documentos do Processo", até o último documento juntado, observada a
"Cronologia" crescente.

DO ALCANCE DE EVENTUAL CONDENAÇÃO

Verifico ser incontroverso que o contrato de trabalho firmado


entre as partes ainda está em vigor e que até a presente data não foi noticiada nos
autos a rescisão do pacto laboral.

Assim, visando manter a coerência na sentença quanto ao limite


temporal da apuração das parcelas que porventura venham a ser objeto de
condenação, fixo como termo final de eventual condenação/liquidação a data de
ajuizamento da presente ação (27/07/2022 – inclusive).

Logicamente, caso reconhecido o fim do pacto laboral (sob


qualquer modalidade), a data limite para apuração das parcelas eventualmente
deferidas será a data do fim do contrato, a ser determinada, caso necessário.

Assinado eletronicamente por: VALERIA CRISTINA DE SOUSA SILVA ELIAS RAMOS - Juntado em: 28/12/2022 08:43:27 - 7edf7f4
Fls.: 8

Por fim, assevero que caso em algum tópico específico seja


admitido marco temporal diverso, este deverá ser observado em detrimento da
limitação geral retro estabelecida.

PREJUDICIAL DE MÉRITO - PRESCRIÇÃO QUINQUENAL

Suscitada pela reclamada.

Não há prescrição a ser declarada, haja vista que a ação foi


distribuída em 27.04.22 e o reclamante limitou seus pedidos a partir de 28.11.2019. 

Rejeito.

FUNDAMENTAÇÃO

Assinado eletronicamente por: VALERIA CRISTINA DE SOUSA SILVA ELIAS RAMOS - Juntado em: 28/12/2022 08:43:27 - 7edf7f4
Fls.: 9

DO INTERVALO PARA RECUPERAÇÃO TÉRMICA 

A parte reclamante requer o pagamento de horas extras (20


minutos diários – limite do pedido), em virtude de supressão de intervalo para
recuperação térmica previsto no art. 253 da CLT, haja vista que labora em setor cuja
temperatura é mantida abaixo dos 12ºC. 

A reclamada se defende, alegando, em síntese, que a partir de 21


/01/2014 todos os seus empregados passaram a usufruir de pausas de 20 minutos a
cada 01:40h efetivamente trabalhadas, sendo essas suficientes para sua recuperação
térmica.

Examino.

É incontroverso que o reclamante laborou em ambiente


artificialmente frio durante o período em análise.

Nos autos 0011090-03.2019.5.18.0102, movido pelo autor em


face da mesma reclamada, em relação ao mesmo contrato, foi determinada a
produção de prova pericial sobre o tema em epígrafe (laudo juntado aos autos às fls.
26 e s. – não impugnado especificamente pela ré nestes autos).

Após detida análise da realidade laboral da parte obreira, o


Expert concluiu que a parte reclamante se ativou/ativa em ambiente artificialmente frio

Assinado eletronicamente por: VALERIA CRISTINA DE SOUSA SILVA ELIAS RAMOS - Juntado em: 28/12/2022 08:43:27 - 7edf7f4
Fls.: 10

durante o contrato e que faz jus às pausas para recuperação térmica, de 20 minutos
cada, cuja concessão regular e integral não foi comprovada pela ré, veja-se:

“Sendo assim verificamos que o reclamante não


usufrui das pausas a cada 01h:40min de trabalho como determina a norma,
sendo que a reclamada não controla e orienta seus funcionários sobre os
horários corretos de pausas. A reclamada não informa ficha de
monitoramento de pausas juntada nos autos, foi repassada fichas de
monitoramento de alguns dias do mês de Janeiro conforme citamos
anteriormente, não comprovando todo o período de trabalho do reclamante.
Estas fichas apesarem de ser tratadas como monitoramento, não foram
feitas diariamente, pois também não apresentaram a ficha do dia da vistoria,
tornando-se uma proposta do repouso térmico, mas não o monitoramento
diário realizado. Contudo analisando os relatos dos paradigmas, de
representantes da reclamada e o que foi constatado na diligência pericial, o
Reclamante faz jus dos intervalos térmicos a cada 01h40min trabalhados
durante o período trabalhado no Setor”

Prossigo.

Os cartões de ponto demonstram que a parte obreira laborou


em jornada média de 9 horas diárias (já excluída a hora intervalar) e, sendo assim,
aplicando o texto legal albergado no art. 253 da CLT, concluo que ele teria direito a
quatro pausas diárias de 20 minutos cada.

A esse respeito, registro ser incontroverso que os empregados


da reclamada passaram a usufruir de três pausas para recuperação térmica de 20
minutos cada, a partir de janeiro/2014.

Assinado eletronicamente por: VALERIA CRISTINA DE SOUSA SILVA ELIAS RAMOS - Juntado em: 28/12/2022 08:43:27 - 7edf7f4
Fls.: 11

Consigno que o fato de a parte reclamante não laborar em


Câmaras Frigoríficas ou em trânsito não afasta seu direito ao citado intervalo,
conforme exposto por entendimento consolidado do C. TST, em que consta ser devido
o direito em trato em caso de submissão a frio por toda a jornada (Súmula n. 438 do C.
TST).

Assim, observado o limite do pedido, em razão de todo o


exposto, concluo que a parte autora faz jus às horas extras pleiteadas em virtude de
supressão de intervalo térmico, desde 28/11/2019 (limite do pedido) até a data de
ajuizamento desta ação.

Destarte, julgo procedente o pedido de pagamento, como horas


extras, do intervalo para recuperação térmica de 20min a cada 1h40min efetivamente
trabalhados, limitadas a 20 minutos diários.

A apuração do número de pausas devidas na jornada diária (0 a


4) deve ser feita por meio dos cartões de ponto carreados aos autos, lembrando que a
parte reclamante sempre usufruiu de 3 pausas diárias para recuperação térmica, de 20
minutos cada, durante o período em análise.

Caso ausente o registro de jornada em relação a algum mês/dia,


deverá ser considerado que a parte reclamante laborou por 9:00h líquidas diárias.

O adicional é o convencional de 55%. Deve ser observada a


súmula nº 264 do C. TST.

Assinado eletronicamente por: VALERIA CRISTINA DE SOUSA SILVA ELIAS RAMOS - Juntado em: 28/12/2022 08:43:27 - 7edf7f4
Fls.: 12

Concedo reflexos em RSR’s, Férias + 1/3, 13º salários e FGTS,


observada a OJ nº 394 da SBDI-I do C. TST.

DA NULIDADE DO BANCO DE HORAS - DAS HORAS EXTRAS

A parte reclamante requer diferenças de horas extras ao


argumento de que a reclamada não respeita alguns requisitos legais para a instituição
do banco de horas. Postula pagamento da parcela, com reflexos.

A reclamada se defende afirmando que há previsão do banco de


horas em norma coletiva, o que demonstra a aprovação dos empregados via sindicato;
o acordo coletivo existente determina respeito à jornada máxima de 10 horas, o que é
observado; a compensação é realizada dentro do mês e, se não ocorrer, é paga hora
extra com 120%; é mantido controle de saldo do banco de horas acessível ao
empregado. Pugna pela improcedência do pedido.

Vejamos.

Compulsando os registros de jornada juntados ao feito, percebo


que a parte autora sempre se ativou, em média, por 9 horas líquidas de trabalho.

Assim, sendo constatado que o reclamante laborava, em média,


6 dias por semana, concluo que havia trabalho efetivo por cerca de 54 horas semanais.

Assinado eletronicamente por: VALERIA CRISTINA DE SOUSA SILVA ELIAS RAMOS - Juntado em: 28/12/2022 08:43:27 - 7edf7f4
Fls.: 13

Destaco que há consignação nos cartões de ponto de horas


compensadas, via banco de horas. Verifico também o pagamento de algumas horas
extras nos holerites jungidos aos autos.

Portanto, concluo que há prestação de labor em jornada


suplementar diuturnamente, inclusive com jornada muito superior ao limite máximo
semanal de 44h.

Prossigo.

A Lei nº 13.467/2017 acrescentou o art. 611-A da CLT, para


dispor que:

“A convenção coletiva e o acordo coletivo têm


prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre:

I- pacto quanto à jornada de trabalho, observados os


limites constitucionais;” (sem grifo no original)

Todavia, mesmo considerando a lista de matérias liberadas para


negociação coletiva (rol que reputo ser meramente exemplificativo), a partir do início
da vigência da Lei nº 13.467/2017, observo que o acordo coletivo firmado pela
reclamada não observa a duração semanal máxima do trabalho prevista na CF/88 (44h
semanais).

Assinado eletronicamente por: VALERIA CRISTINA DE SOUSA SILVA ELIAS RAMOS - Juntado em: 28/12/2022 08:43:27 - 7edf7f4
Fls.: 14

Ademais, para se configurar o banco de horas, deveria haver


redução de jornada em algum momento, por exemplo, em época do ano de menor
produção, mas isso também não se verifica, conforme controles de jornada citados.

A esse respeito, vejo que a reclamada concede somente um ou


outro dia de folga no mês à reclamante a título de compensação de jornada, ou
algumas horas por semana, mas percebo que o período é sempre insuficiente para que
haja, de fato, a compensação da jornada laborada de forma suplementar dentro do
mês ou do ano.

Verifico, em verdade, que a reclamada pratica tal dinâmica de


trabalho estribada em norma coletiva (Cláusula 31ª, §2º), a qual dispõe que a
compensação de jornada observará jornada semanal de 56 horas, sendo 44 horas
normais e 12 horas extras.

Contudo, não há como se atribuir validade à citada norma


coletiva, eis que desrespeita o limite máximo estabelecido pela CF/88, com prejuízo a
segurança e saúde do trabalhador, o que é infenso à negociação coletiva (vide Súmula
n. 437 do C. TST).

O entendimento acima, a meu ver, deve subsistir mesmo com a


reforma trabalhista, que acrescentou o artigo 611-B à CLT, e, em seu parágrafo único,
dispôs o seguinte:

Assinado eletronicamente por: VALERIA CRISTINA DE SOUSA SILVA ELIAS RAMOS - Juntado em: 28/12/2022 08:43:27 - 7edf7f4
Fls.: 15

“Regras sobre duração do trabalho e intervalos não


são consideradas como normas de saúde, higiene e segurança do trabalho
para fins do disposto neste artigo.”

Com efeito, saliento que a inconstitucionalidade de tal parágrafo


é flagrante.

Ora, há evidente interesse social na limitação da jornada de


trabalho, em atenção ao valoroso princípio da dignidade humana e, sendo tal preceito
um dos fundamentos centrais do Estado Democrático de Direito (art. 1º, III, da CF/88), é
inarredável concluir que esse deve iluminar a interpretação da lei ordinária.

Ensina o renomado Doutrinador José Afonso da Silva, que:

“A Constituição não é o lugar para se estabelecer as


condições das relações de trabalho. Mas ela o faz, visando a proteger o
trabalhador”, seja quanto a valores mínimos e certas condições de salário,
seja para garantir equilíbrio entre trabalho e descanso. (in Comentário
Textual à Constituição, 6ª edição, Ed. Malheiros, p. 191).

Em outras palavras, os direitos sociais insculpidos no art. 7º da


CF/88 constituem direitos fundamentais dos trabalhadores, eis que destinados a lhes
garantir um mínimo existencial, compondo tais direitos, portanto, a estrutura essencial
do Estado, por meio de suas principais políticas.

Assinado eletronicamente por: VALERIA CRISTINA DE SOUSA SILVA ELIAS RAMOS - Juntado em: 28/12/2022 08:43:27 - 7edf7f4
Fls.: 16

Certo é que os atos normativos e atos jurídicos em geral não


poderão existir validamente se incompatíveis com alguma norma constitucional
(Princípio da supremacia da Constituição).

Esclareço que essa incompatibilidade pode ocorrer tanto pela


existência de uma norma infraconstitucional que tenha sua redação diametralmente
oposta a alguma norma constitucional, bem como quando essa norma
infraconstitucional atribui eficácia negativa a alguma norma constitucional,
contrariando os efeitos pretendidos pelos princípios constitucionais em certo núcleo, o
que me parece ser a intenção do parágrafo único do art. 611-B da CF/88.

Por fim, mas não menos importante, deve-se ter em mente que
a origem do Direito do Trabalho, conforme o conhecemos, está diretamente ligada à
questão da limitação da jornada laboral em prol da saúde do trabalhador, conforme se
extrai dos objetivos traçados por inúmeras lutas da classe operária (sentido amplo),
desde a época pós-escravidão, em busca de melhores condições de trabalho,
especialmente contra jornadas extensas/abusivas que lhe era imposta.

Logo, anoto que disposição legal inserida no §º único do art. 611-


B da CLT, além de flagrantemente inconstitucional, atenta de forma frontal contra a
enorme gama de princípios trabalhistas que visam a proteção da saúde do trabalhador,
o princípio de vedação do retrocesso social e o próprio cerne de criação do Direito do
Trabalho.

Prossigo para dizer que o referido dispositivo legal também não


sobrevive a uma análise sob o prisma da convencionalidade.

Explico.

Assinado eletronicamente por: VALERIA CRISTINA DE SOUSA SILVA ELIAS RAMOS - Juntado em: 28/12/2022 08:43:27 - 7edf7f4
Fls.: 17

A Emenda Constitucional nº 45/2004 deu um passo significativo


na valorização dos tratados e convenções internacionais, ao introduzir o § 3º no art. 5º,
de seguinte teor:

“Os tratados e convenções internacionais sobre


direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.”

Isso motivou a revisão do posicionamento do STF sobre a


hierarquia dos tratados de direitos humanos no Brasil, os quais deixaram de ter sua
natureza jurídica equiparada à lei ordinária federal, para terem uma natureza
constitucional (caso sejam aprovados pelo Congresso Nacional, pelo rito do art. 5º, § 3º)
ou natureza supralegal, isto é, abaixo da Constituição, mas acima de toda lei, nos
demais casos. Com isso, ficou consagrada a teoria do duplo estatuto dos tratados de
direitos humanos.

Pois bem.

A Convenção nº 155 da OIT foi aprovada pelo Brasil pelo Decreto


Legislativo nº 2/1992, ratificada em 18.05.1992 e entrou em vigor em 18.05.1993, sendo
finalmente promulgada pelo Decreto n. 1.254/1994.

Assinado eletronicamente por: VALERIA CRISTINA DE SOUSA SILVA ELIAS RAMOS - Juntado em: 28/12/2022 08:43:27 - 7edf7f4
Fls.: 18

A Convenção nº 155 da OIT determina que o país signatário deve


instituir uma política nacional em matéria de segurança, saúde dos trabalhadores e o
meio ambiente de trabalho (art. 4º). Há três exigências para essa política: deve ser
coerente, deve ser colocada em prática e deve ser reexaminada periodicamente.

O Decreto Federal nº 7.602/2011 instituiu a “Política Nacional de


Segurança e Saúde no Trabalho.

A Convenção determina também que o País deverá assegurar os


meios necessários para tornar efetiva a política nacional de segurança e saúde no
trabalho e um sistema de inspeção que, além de fiscalizar o cumprimento das normas,
deverá orientar os empregadores e os trabalhadores para ajudá-los no cumprimento
de suas obrigações legais (artigos 8º a 10).

Diante do exposto, entendo que a Convenção nº 155 da OIT


pode ser enquadrada como “convenção sobre direitos humanos”, que ostenta natureza
supralegal, por ter sido ratificada antes de 01.01.2005, e, como tal, ocupa um espaço
intermediário entre a Constituição e a lei ordinária, afastando a aplicação de toda lei
ordinária ou complementar com ela conflitante.

Nesse sentido, transcrevo o seguinte julgado do E. STF que


corrobora a conclusão acima:

“(...) Hermenêutica e direitos humanos: a norma mais


favorável como critério que deve reger a interpretação do poder judiciário. -
Os magistrados e Tribunais, no exercício de sua atividade interpretativa,
especialmente no âmbito dos tratados internacionais de direitos humanos,
devem observar um princípio hermenêutico básico (tal como aquele

Assinado eletronicamente por: VALERIA CRISTINA DE SOUSA SILVA ELIAS RAMOS - Juntado em: 28/12/2022 08:43:27 - 7edf7f4
Fls.: 19

proclamado no art. 29 da Convenção Americana de Direitos Humanos),


consistente em atribuir primazia à norma que se revele mais favorável à
pessoa humana, de modo a dispensar-lhe a mais ampla proteção jurídica. - O
Poder Judiciário, nesse processo hermenêutico que prestigia o critério da
norma mais favorável (que tanto pode ser aquela prevista no tratado
internacional como a que se acha positivada no próprio direito interno do
Estado, deverá extrair a máxima eficiência das declarações internacionais e
das proclamações constitucionais de direitos, como forma de viabilizar o
acesso dos indivíduos e dos grupos sociais, notadamente os mais
vulneráveis, a sistemas institucionalizados de proteção aos direitos
fundamentais da pessoa humana, sob pena de a liberdade, a tolerância e o
respeito à alteridade humana tornarem-se palavras vãs. - Aplicação, no caso,
do art. 7º, n. 7 c/c o art. 29, ambos da Convenção Americana de Direitos
Humanos (Pacto de San José da Costa Rica: um caso típico de primazia da
regra mais favorável à proteção efetiva do ser humano.” (STF, 2ª Turma, HC n.
96.772, Rel. Min. Celso de Mello, DJ: 21.08.2009)

Em suma: o parágrafo único do art. 611-B da CLT é ineficaz para


os fins pretendidos pelas partes (validar a jornada de trabalho adotada pela reclamada,
por meio da celebração de acordo coletivo de trabalho), por pretender retirar a
eficiência da Convenção nº 155 da OIT, ratificada e promulgada pelo Brasil.

Adiante.

O art. 60, caput, da CLT foi mantido com a Reforma Trabalhista e


pela sua redação, não apenas as compensações, mas mesmo as simples prorrogações
de jornada continuam vedadas por inteiro se não houver análise técnica do local,
método e processos de trabalho, a fim de garantir a vida, saúde e segurança do ser
humano trabalhador, cuja norma é de ordem pública e diretamente ligada à concreção
dos direitos fundamentais desse trabalhador, e que, portanto, independe da vontade
das partes envolvidas.

Assinado eletronicamente por: VALERIA CRISTINA DE SOUSA SILVA ELIAS RAMOS - Juntado em: 28/12/2022 08:43:27 - 7edf7f4
Fls.: 20

Não bastassem todas as irregularidades narradas acima, é


incontroverso que a parte reclamante laborava em local insalubre ao longo do período
indicado na exordial, haja vista que a ré sequer alegou que tenha havido modificação
no labor do autor em relação ao apurado pelo Expert nos autos nº 0011090-
03.2019.5.18.0102. E, nos termos exigidos pelo caput do art. 60 da CLT, deveria haver
autorização prévia do MTE, autoridade competente para tanto.

A propósito, o cancelamento da Súmula n. 349 do C. TST, que


chancelava a autorização via norma coletiva suprindo a autorização do MTE para os
casos de empresa que explora atividades insalubres, como é o caso da ré, denota
alteração de posição da corte máxima trabalhista, no mínimo, no sentido de que a
questão é controversa.

Desse modo, por aplicação de preceito cogente de proteção ao


trabalhador, tenho que o banco de horas da reclamada é ilícito, também por este
motivo.

Oportunamente, transcrevo o dispositivo legal pertinente:

“Art. 60, CLT: Nas atividades insalubres, assim


consideradas as constantes dos quadros mencionados no capítulo "Da
Segurança e da Medicina do Trabalho", ou que neles venham a ser incluídas
por ato do Ministro do trabalho, quaisquer prorrogações só poderão ser
acordadas mediante licença prévia das autoridades competentes em matéria
de higiene do Trabalho, as quais, para esse efeito, procederão aos
necessários exames locais e a verificação dos métodos e processos de
trabalho, quer diretamente, quer por intermédio de autoridades sanitárias
federais, estaduais, e municipais, com quem entrarão em entendimento para
tal fim.”

Assinado eletronicamente por: VALERIA CRISTINA DE SOUSA SILVA ELIAS RAMOS - Juntado em: 28/12/2022 08:43:27 - 7edf7f4
Fls.: 21

Consigno que não há de ser aplicada a Súmula n. 85 do C. TST,


porquanto esta súmula trata da forma de cálculo das horas extras em se tratando de
compensação semanal, ao passo que a reclamada instituiu sistema de banco de horas.

Assim, o tempo que ultrapassa os limites diário e semanal


devem ser pagos como horas extras, não prosperando a pretensão da reclamada de
pagamento somente do adicional das horas que não excedam a 44ª semanal.

Aliás, tal entendimento está em consonância com a Súmula 45


deste E. Regional, editada após julgamento do IUJ de nº 0010480-89.2015.5.18.0000, de
seguinte teor:

“SÚMULA Nº 45. BANCO DE HORAS. INVALIDADE.


EFEITOS. A invalidade do regime compensatório na modalidade "banco de
horas" implica o pagamento como extras de todas as horas destinadas à
compensação.”

Do exposto, considerando a nulidade do regime compensatório


instituído nos ACTs, condeno a reclamada ao pagamento das horas extras excedentes
à 8ª diária e à 44ª semanal, desde 28/11/2019 (limite do pedido) até a data de
ajuizamento desta ação, conforme cartões de ponto juntados ao processo, devendo ser
considerado o labor de 9h líquidas diárias na ausência de algum documento.

O adicional é o convencional de 55% (segunda a sábado) e 120%


(domingos e feriados). Deve ser aplicado o divisor 220 (duzentos e vinte). Deverão ser
consideradas a frequência anotada nos registros de ponto juntados ao feito e a
remuneração provada documentalmente (Súmula n. 264 do C. TST).

Assinado eletronicamente por: VALERIA CRISTINA DE SOUSA SILVA ELIAS RAMOS - Juntado em: 28/12/2022 08:43:27 - 7edf7f4
Fls.: 22

Observados os limites do pedido, concedo os reflexos em DSR,


férias + 1/3, 13º salário e FGTS, observada a OJ 394 do C. TST.

Determino a compensação de valores pagos sob o mesmo título,


desde que já comprovados nos autos.

DEDUÇÃO

As deduções, se devidas, foram deferidas/determinadas em


momento oportuno.

DA JUSTIÇA GRATUITA

A parte reclamante requer a concessão dos benefícios da Justiça


Gratuita.

Tendo em vista que a parte reclamante recebeu durante o


contrato salário de valor inferior a 40% do limite máximo dos benefícios do Regime
Geral de Previdência Social (fato incontroverso), o que comprova, sobremaneira, sua
incapacidade financeira de arcar com custos deste processo, amparada pelo art. 790,
§§ 3º e 4º da CLT, julgo procedente o pedido.

Assinado eletronicamente por: VALERIA CRISTINA DE SOUSA SILVA ELIAS RAMOS - Juntado em: 28/12/2022 08:43:27 - 7edf7f4
Fls.: 23

DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS

A reclamada foi sucumbente em todos os pedidos julgados


meritoriamente nesta ação.

Com base no art. 791-A da CLT e a necessidade de deixar


margem para a majoração de honorários em caso de eventual recurso (art. 85, §11º, do
CPC/15, aplicado subsidiariamente ao Processo do Trabalho), condeno a reclamada a
pagar honorários advocatícios sucumbenciais, em favor do procurador da parte
reclamante, no percentual total de 10%, sobre o valor líquido (isto é, sem computar
custas e contribuição previdenciária) que resultar da liquidação de cada um dos
pedidos em que tenha havido sucumbência da ré (ainda que parcial).

DAS CONTRIBUIÇÕES
PREVIDENCIÁRIAS. DESONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO

É incontroverso e foi demonstrado que a ré está sujeita ao


regime previdenciário de desoneração de folha desde 2013, sendo sua atividade
comercial uma daquelas contempladas pela benesse fiscal. 

Assinado eletronicamente por: VALERIA CRISTINA DE SOUSA SILVA ELIAS RAMOS - Juntado em: 28/12/2022 08:43:27 - 7edf7f4
Fls.: 24

Assim, nos termos da lei nº 12.546/11 e art. 20 da Instrução


normativa nº 2.053/2021, da RFB, defiro o pedido da reclamada para não inserção da
cota patronal previdenciária em cálculos a serem realizados em sede de liquidação”. À
Contadoria para observar. 

DOS JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA

Conforme as decisões definitivas (em sede de embargos de


declaração, inclusive) proferidas pelo Plenário do Excelso Supremo Tribunal Federal,
nos autos das ADC’s 58 e 59, a eficácia erga omnes declarada ao efeito vinculante
atribuído aos acórdãos respectivos e amparada nos princípios constitucionais da
razoável duração do processo e da eficiência (art. 5º, LXXVIII e art. 37, da CF/88),
determino que a atualização dos créditos trabalhistas ora deferidos deverá observar o
seguinte:

a) Incidência do IPCA-E, na fase pré-judicial, assim


compreendido o período entre vencimento da obrigação e a data do
ajuizamento da ação;

b) Incidência da taxa SELIC, a partir da data do


ajuizamento da ação;

Tal entendimento se amolda ao que consta da Recomendação


n° 4/2021 da Corregedoria Regional da 18ª Região. 

Assinado eletronicamente por: VALERIA CRISTINA DE SOUSA SILVA ELIAS RAMOS - Juntado em: 28/12/2022 08:43:27 - 7edf7f4
Fls.: 25

DISPOSITIVO

Ante o exposto, proposta a ação por RAIMUNDO FRANCISCO


RAMOS DOS SANTOS em face de BRF S.A., decido julgar PROCEDENTES os pedidos
formulados pela parte reclamante, tudo nos termos da fundamentação supra, que
passa a fazer parte integrante do presente dispositivo, como se aqui estivesse
transcrita.

Liquidação por cálculos.

Juros e correção monetária, conforme fundamentação.

O imposto de renda será suportado pela parte autora, vez que é


sempre devido por quem aufere a renda. Autoriza-se a dedução do valor respectivo,
observada a OJ nº 400, da SDI-I, TST.

A reclamada deverá efetuar os recolhimentos previdenciários,


onde cabíveis, sob pena de execução, autorizadas as deduções legais.

Em relação ao valor devido a título de contribuição


previdenciária, o recolhimento deverá ser efetuado mediante a utilização de guias GFIP
com código 650 (Reclamação Trabalhista) e GPS com o código específico (2801 ou
2909), contendo a identificação deste processo, conforme o disposto no artigo 177 e

Assinado eletronicamente por: VALERIA CRISTINA DE SOUSA SILVA ELIAS RAMOS - Juntado em: 28/12/2022 08:43:27 - 7edf7f4
Fls.: 26

parágrafos do Provimento TRT 18ª SCR Nº 4/2012 e na Instrução Normativa MPS/SRP nº


03/2005, sob pena de execução, ficando advertido de que o descumprimento sujeitará
o infrator à pena de multa e demais sanções administrativas, nos termos dos artigos
32, § 10, e 32-A, da Lei nº 8.212/91, e artigo 284, I, do Decreto nº 3.048/99. Advirta-se,
ainda, que, na ausência de comprovante nos autos do envio da guia GFIP no prazo
deferido, a Secretaria da Receita Federal do Brasil será comunicada, conforme aduz o
artigo 177, § 3º, do Provimento TRT 18ª SCR Nº 4/2012.

Custas processuais pela reclamada, no importe de R$400,00,


calculadas sobre R$20.000,00, valor provisoriamente arbitrado à condenação.

Honorários advocatícios conforme fundamentação. 

Intimem-se as partes.

RIO VERDE/GO, 28 de dezembro de 2022.

VALERIA CRISTINA DE SOUSA SILVA ELIAS RAMOS


Juíza Titular de Vara do Trabalho

Assinado eletronicamente por: VALERIA CRISTINA DE SOUSA SILVA ELIAS RAMOS - Juntado em: 28/12/2022 08:43:27 - 7edf7f4
https://pje.trt18.jus.br/pjekz/validacao/22122808423571200000054107135?instancia=1
Número do processo: 0010732-30.2022.5.18.0103
Número do documento: 22122808423571200000054107135
SUMÁRIO
Documentos

Data da
Id. Documento Tipo
Assinatura

879d68a 18/08/2022 11:44 Ata da Audiência Ata da Audiência

119ef82 19/10/2022 15:32 Ata da Audiência Ata da Audiência

7edf7f4 28/12/2022 08:43 Sentença Sentença

Você também pode gostar