ATSum 0010868-55.2021.5.03.0143 1grau

Fls.
: 1
Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região
Ação Trabalhista - Rito Sumaríssimo

0010868-55.2021.5.03.0143
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Processo Judicial Eletrônico
Data da Autuação: 18/08/2021

Valor da causa: R$ 10.298,28
Partes:
AUTOR: FERNANDA DAS DORES DE ASSIS PAIVA
ADVOGADO: DANILO SAD SILVEIRA
ADVOGADO: MARIANA MENDES ALMAS
ADVOGADO: FERNANDO RINCO ROCHA
ADVOGADO: GUILHERME ROCHA LOURENCO
ADVOGADO: JOAO FERNANDO LOURENCO
RÉU: HEBERT LUIZ DE SOUZA 07687195698
ADVOGADO: MOLIZE ALVES SEGANTINI

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Fls.: 2
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 3ª REGIÃO
5ª VARA DO TRABALHO DE JUIZ DE FORA
ATSum 0010868-55.2021.5.03.0143
DESPACHO PJE-JT
Vistos, etc.
Em razão dos termos das Resoluções nº 313, 314 e 318, todas do

Conselho Nacional de Justiça,e da Portaria Conjunta GP/CR/VCR112/2020, do Tribunal
Regional do Trabalho da 3ª Região, as AUDIÊNCIAS designadas para o período de 17/03
/2020 a 31/05/2020 foram suspensas e ainda não poderão ser realizadas de forma
presencial.
Nos termos da Resolução 314 do CNJ, os prazos processuais das

partes, nos processos eletrônicos, retomaram seu curso em 04/05/2020, sendo
autorizada a realização de audiência por meio tele presencial, através da plataforma
ZOOM.
É dever deste Juízo dar regular andamento ao feito, com escopo

no princípio constitucional da duração razoável do processo, minorando os prejuízos
decorrentes da suspensão das audiências, inclusive em razão do caráter alimentar da
grande maioria dos pleitos deduzidos no Judiciário Trabalhista.
O princípio da cooperação judicial e a essencialidade da

atividade do advogado para a realização da justiça devem ser sobremaneira
considerados, neste momento em que a própria natureza dos fatos clama por
solidariedade. É neste sentido que conclamo a colaboração de todos os partícipes no
processo.
A prática de atos processuais que apenas gerariam o

retardamento do feito deve ser evitada, não apenas como medida processual, mas
também para diminuir os riscos para toda a coletividade. Por tais razões, visando
garantir regular e eficiente tramitação do processo, sem que haja quebrado essencial
isolamento social indicado pela Organização Mundial de Saúde, decido designar
audiência para tentativa conciliatória, a se realizar no dia 02/09/2021 10:15, de forma
Assinado eletronicamente por: TARCISIO CORREA DE BRITO - Juntado em: 19/08/2021 15:20:47 - 685dead
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telepresencial, cujo acesso ocorrerá pelo link: https://trt3-jus-br.zoom.us/my

/vt5juizdefora, plataforma ZOOM, CÓDIGO DE ACESSO 848 045 8368, observando-se o
seguinte:
(a) para acesso à plataforma é preciso que o advogado e/ou

parte tenham dispositivo eletrônico com acesso à internet (computador, tablet ou
smartphone), ferramenta já diuturnamente utilizada pelos advogados em razão do
processo judicial eletrônico;
(b) a audiência designada servirá para tentativa de conciliação e,

caso essa revele-se frustrada,para o recebimento de defesa e adoção de outras
medidas saneadoras necessárias para o regular andamento do processo;
(c) o não comparecimento das partes NÃO implicará em

arquivamento da demanda (para o autor) ou em revelia (para o réu);
(d) considerando-se que o(s) reclamado(s) foi(foram) notificado

(s) com antecedência de, pelo menos 5 dias úteis em relação à data da audiência
designada, na hipótese dele(s) não comparecer(em) à audiência, restará configurada a
recusa da conciliação, de modo que ele(s)deverá(ão) anexar aos autos eletrônicos, até o
momento da realização da aludida audiência, defesa e documentos, sob pena de
revelia, nos termos dos artigos 844 da CLT c/c art. 335 do CPC, conforme autorizado
pelo art. 6º do Ato Conjunto nº 5 do CSJT.GP.CGJT; (e) na hipótese de impossibilidade de
apresentar defesa e/ou documentos, a parte deverá justificar nos autos, para que haja
apreciação de suas razões, sob pena de preclusão.
Intime-se a autora para ciência, devendo, prazo de 48 horas,

fornecer telefone e/ou e-mail do réu.
Vinda a informação, notifique-se o réu remotamente por

mandado.
JUIZ DE FORA/MG, 19 de agosto de 2021.
TARCISIO CORREA DE BRITO

Juiz(a) Titular de Vara do Trabalho
Assinado eletronicamente por: TARCISIO CORREA DE BRITO - Juntado em: 19/08/2021 15:20:47 - 685dead
https://pje.trt3.jus.br/pjekz/validacao/21081915131924800000133102644?instancia=1
Número do processo: 0010868-55.2021.5.03.0143
Número do documento: 21081915131924800000133102644
Fls.: 4
PODER JUDICIÁRIO
ATSum 0010868-55.2021.5.03.0143
DESPACHO PJe-JT
Vistos os autos.
Notifique-se o réu via postal, com urgência.

Assinado eletronicamente por: TARCISIO CORREA DE BRITO - Juntado em: 25/08/2021 12:27:53 - 7bc263b
Fls.: 5
TERMO DE AUDIÊNCIA RELATIVO AO PROCESSO 0010868-55.2021.5.03.0143
Em 02 de setembro de 2021, na sala de sessões da 5ª VARA DO TRABALHO

DE JUIZ DE FORA/MG, sob a direção do Exmo(a). Juiz TARCISIO CORREA DE BRITO,
realizou-se audiência relativa a Ação Trabalhista - Rito Sumaríssimo número 0010868-
55.2021.5.03.0143 ajuizada por FERNANDA DAS DORES DE ASSIS PAIVA em face de
HEBERT LUIZ DE SOUZA 07687195698.
Às 10h14min, aberta a audiência, foram, de ordem do Exmo(a). Juiz do

Trabalho, apregoadas as partes.
Presente o reclamante, acompanhado do(a) advogado(a), Dr(a).

GUILHERME ROCHA LOURENCO, OAB nº 0125177/MG.
Ausente o reclamado e seu advogado.
Considerando que não se sabe ao certo se houve a efetiva notificação do(a)

reclamada, com observância do interstício legal, o que poderia gerar a nulidade do
feito, determina-se o adiamento da presente audiência. Cite-se o réu , via mandado
presencial.
Comprovada a notificação via postal, requer o autor a aplicação das penas

do artigo 844 da CLT.
Em consequência, adie-se a audiência para o dia 28/09/2021, às 09h,

mantidas as cominações anteriores, de forma telepresencial, cujo acesso ocorrerá
pelo link https://trt3-jus-br.zoom.us/my/vt5juizdefora , sendo o código de acesso 848
045 8368, através da plataforma Zoom.
CITE-SE A RECLAMADA, COM URGÊNCIA, por mandado
Nada mais.
Audiência encerrada às 10h20min
Assinado eletronicamente por: TARCISIO CORREA DE BRITO - Juntado em: 02/09/2021 10:58:59 - 954202c
Fls.: 6
Juiz do Trabalho
Ata redigida por Sandra Regina Lawall Barreiros, Secretário(a) de Audiência.
Assinado eletronicamente por: TARCISIO CORREA DE BRITO - Juntado em: 02/09/2021 10:58:59 - 954202c
Fls.: 7
PODER JUDICIÁRIO
ATSum 0010868-55.2021.5.03.0143
DESPACHO PJe-JT
Vistos os autos.
Considerando a manifestação do reclamado e documentos

anexos, adia-se a audiência para o diaa 06/10/2021 às 10:15, mantidas as cominações
anteriores.
Intimem-se.
JUIZ DE FORA/MG, 23 de setembro de 2021.

Assinado eletronicamente por: TARCISIO CORREA DE BRITO - Juntado em: 23/09/2021 12:13:34 - 465214f
Fls.: 8
Em 06 de outubro de 2021, na sala de sessões da 5ª VARA DO TRABALHO


Presente o reclamante, acompanhado do(a) advogado(a), Dr(a).

GUILHERME ROCHA LOURENCO, OAB nº 0125177/MG.
Presente o reclamado acompanhado do(a) advogado(a), Dr(a). MOLIZE

ALVES SEGANTINI, OAB nº 153484/MG.
CONCILIAÇÃO PROPOSTA (artigo 846/CLT) e RECUSADA.
DEFESA(s) ESCRITA(s) da (o)(s) ré(u)(s), COM documentos, já anexados aos

autos do processo eletrônico, na forma do artigo 11 da Lei 11.419/06.
Preclusa a prova documental.
Declaram as partes que os documentos apresentados estão na forma dos

arts. 15 e 19 da Resolução nº. 185 do CSJT, de 24 de março de 2017, sem renúncia ao
ao prazo previsto no§4º. do mesmo artigo.
DA(s) DEFESA(s) e documentos, vista a(o) autor(a) por DEZ DIAS, a contar do
primeiro dia útil seguinte a esta assentada.
É dever deste Juízo dar regular andamento ao feito, com escopo no

princípio constitucional da duração razoável do processo, minorando os prejuízos
decorrentes da suspensão das audiências, inclusive em razão do caráter alimentar da
grande maioria dos pleitos deduzidos no Judiciário Trabalhista. Desde a adoção da
modalidade telepresencial de audiências não houve registro de quaisquer
intercorrências capazes de questionar a adoção desse meio para a realização do ato
jurisdicional. Já houve tempo suficiente para que todos se adequassem a essa
realidade.
Assinado eletronicamente por: TARCISIO CORREA DE BRITO - Juntado em: 06/10/2021 11:51:05 - fbecb7c
Fls.: 9
O princípio da cooperação judicial e a essencialidade da atividade do

advogado para a realização da justiça devem ser sobremaneira considerados, neste
momento em que a própria natureza dos fatos clama por solidariedade. É neste
sentido que conclamo a colaboração de todos os partícipes no processo.A prática de
atos processuais que apenas gerariam o retardamento do feito deve ser evitada, não
apenas como medida processual, mas também para diminuir os riscos para toda a
coletividade.
Por tais razões, visando garantir regular e eficiente tramitação do processo,

sem que haja quebra do essencial isolamento social indicado pela Organização
Mundial de Saúde, decido designar audiência de instrução, a se realizar no dia 16/11
/2021, 08h, de forma preferencialmente telepresencial, cujo acesso ocorrerá pelo link
https://trt3-jus-br.zoom.us/my/vt5juizdefora , sendo o código de acesso 848 045 8368
, através da plataforma Zoom, devendo as partes comparecerem para depoimento
pessoal, sob as penas da sumula 74 do TST.
Observo que permanece vigente a regra do art 825 da CLT, sendo que no
caso de impossibilidade de comparecimento ou dificuldade de acesso técnico de
quaisquer das partes e de suas testemunhas, evitando-se o cerceio do direito
constitucional de prova e a violação dos princípios da ampla defesa e da cooperação
processual, a audiência deverá ser adiada, evitando-se prejuízos procedimentais e
processuais, requerimento que pode ser apresentado pelos procuradores, afastada
qualquer alegação de preclusão.
Considerando-se os boletins epidemiológicos diários divulgados pela

Prefeitura de Juiz de Fora que revelam alta taxa de ocupação hospitalar e aumento
dos índices de contaminação pela COVID-19 no Município, o que acarretou a
publicação de normativo municipal vigente, bem como o dever legal de zelar pelo
bem comum, decido, com amparo no artigo 765 da CLT que a audiência de instrução
será portanto preferencialmente no formato telepresencial. Cada participante
(partes, procuradores e testemunhas) deverá comparecer por intermédio de acesso
eletrônico por seus próprios meios.
A presente ata tem efeito de declaração de comparecimento para todos os

fins legais a todos aqueles que participaram da presente audiência, partes e
procuradores aqui identificados, valendo para todos os fins perante órgãos públicos
e privados.
CIENTE(S) as partes presentes e seu(s) procurador(es).
Nada mais.
Audiência encerrada às 10h23min.
Fls.: 10
Juiz do Trabalho
Fls.: 11
Em 16 de novembro de 2021, na sala de sessões da 5ª VARA DO TRABALHO


Presente o reclamante, acompanhado do(a) advogado(a), Dr(a). FERNANDO

RINCO ROCHA, OAB nº 0099596/MG.
Presente o reclamado acompanhado do(a) advogado(a), Dr(a). MOLIZE

ALVES SEGANTINI, OAB nº 153484/MG.
Inconciliados.
Depoimento pessoal do(a) reclamado(s):
Perguntas do Juízo:
1 - "que a reclamante começou a trabalhar nos últimos dias de dezembro,

inicio de janeiro, final de 2019, inicio de 2020;
2- que a CTPS da reclamante foi assinada aproximadamente em meados

de 2020;
3- que afirma que o CNPJ da filial foi ativado apenas entre abril e maio de
2020, apesar de ter iniciado as atividades em período anterior, sob pena de
encerramento abrupto do negócio; que como a reclamante estava recebendo auxiilio
emergencial, bem como outros funcionários, solicitaram que não fosse assinada a
CTPS para que não perdessem o direito ao benefício, havendo a concordância de
todos." Nada mais.
Depoimento pessoal do(a) reclamante:
Assinado eletronicamente por: TARCISIO CORREA DE BRITO - Juntado em: 16/11/2021 10:00:52 - f5f1c2e
Fls.: 12
1 - que a depoente iniciou em 26/12/2019, afirmando que a reclamada

ficou 02/03 meses sem CNPJ regularizado;
2- que após abril a depoente recebeu benefício assistencial, cerca de 04

parcelas, acrescentando que todos receberam, inclusive o reclamado, reconhecendo
a depoente que recebeu salário no período.
Perguntas da parte reclamada:
1- que a depoente realizou exame ao final da licença maternidade, sendo

autorizada ao médico a retornar;
2- que a depoente não retornou ao trabalho visto que não recebeu o

último mês referente a licença maternidade tendo ajuizado ação." Nada mais.
Primeira testemunha do reclamado(s): MARCIEL BORGES DE LIMA, solteiro

(a), nascido em 06/03/1995, PADEIRO, residente e domiciliado(a) na AV DARCY
VARGAS, 956 CASA 01, IPIRANGA NESTA. Advertida e compromissada. Depoimento:
1 - que trabalha para o reclamado desde novembro de 2020, auxiliando na

hamburgueria como motoboy e posteriormente como padeiro;
2- que o depoente não se recorda a data, mas recorda que em 02/03 vezes
chegou a entregar valores na casa da reclamante a pedido do reclamado,
acrescentando que um envelope estava fechado e os outros abertos, tendo a
reclamante conferido na frente do depoente que logo após foi embora
Perguntas da parte reclamada:
1- que a reclamante não chegou a comparecer na padaria no período para

receber qualquer valor." Nada mais.
Neste ato, as partes declararam não ter mais provas a produzir,

encerrando-se a instrução processual.
Instrução processual encerrada.
Razões finais remissivas.
Fls.: 13
Renovada, sem êxito, a proposta conciliatória.
A sentença será publicada no prazo legal, com intimação das partes.
Cientes.
A presente ata tem efeito de declaração de comparecimento para todos os

fins legais a todos aqueles que participaram da presente audiência, partes,
procuradores e testemunhas aqui identificados, valendo para todos os fins perante
órgãos públicos e privados.
Nada mais.
Audiência encerrada às 08h24
Juiz do Trabalho

Fls.: 14
PODER JUDICIÁRIO
ATSum 0010868-55.2021.5.03.0143
Na data e horário de registro da assinatura digital, o Juízo da 5ª

Vara do Trabalho de Juiz de Fora, em sua sede, pela lavra do MM. Juiz do Trabalho
TARCÍSIO CORRÊA DE BRITO, na AÇÃO TRABALHISTA ajuizada por FERNANDA DAS
DORES DE ASSIS PAIVA em face de HEBERT LUIZ DE SOUZA, proferiu-se a seguinte
DECISÃO:
Apregoadas as partes, ausentes.
I- RELATÓRIO
Nos termos do artigo 852-I da CLT, relatório dispensado.
II- FUNDAMENTOS
DO MÉRITO
DA RETIFICAÇÃO QUANTO À DATA DE ADMISSÃO –

RECEBIMENTO DE BENEFÍCIO GOVERNAMENTAL
A reclamante pretende o reconhecimento do vinculo de

emprego a partir de 26 de dezembro de 2019. O reclamado não nega o início da
prestação de serviços, apenas defendendo-se no sentido de que a obreira recebia
auxílio governamental, tendo solicitado que a CTPS não fosse anotada. Inclusive, em
depoimento pessoal, o reclamado confessou a data de início da prestação de serviços,
com formalização efetivada apenas a posteriori. A autora confessou que tanto ela,
quanto os demais, inclusive, o próprio reclamado, receberam auxílio assistencial por 4
meses a partir de abril de 2020, além do pagamento do salário. A retificação é medida
que se impõe, diante do contrato realidade e do conjunto probatório.
A autora maneja pleito de rescisão indireta que prevê a

possibilidade de afastamento do emprego até o julgamento do dissídio, por dicção do
artigo 483 da CLT. Ela mesma reconhece que não retornou ao serviço depois de sua
licença maternidade, pretendendo a declaração do término do vínculo para 21 de julho
de 2021. Não há espaço para o reconhecimento da tese de abandono de emprego,
Assinado eletronicamente por: TARCISIO CORREA DE BRITO - Juntado em: 17/12/2021 11:45:18 - 5457e65
Fls.: 15
uma vez inexistentes seus pressupostos subjetivo e objetivo, precipuamente, o animus

abandonandi, não prosperando, pois, a tese empresária – o telegrama foi enviado à
autora, após o ajuizamento da ação, bastando comparar às respectivas datas. Inclusive,
o reclamado afirmou em peça defensiva que houve atrasos no recolhimento fundiário,
atribuindo o fato à pandemia COVID-19.
De acordo com a previsão do artigo 2o da CLT, riscos da

atividade econômica são do empregador, não podendo a pandemia servir de álibi
argumentativo para o descumprimento de obrigações contratuais básicas no que diz
respeito à preservação dos direitos inerentes à relação de emprego. As medidas de
flexibilização do Governo Federal, adotadas a partir de março/abril de 2020 não
representaram um cheque em branco para respaldar violação a dispositivos legais,
convencionais e constitucionais, sendo uma das obrigações básicas dessa relação, dar
trabalho e pagar salário. Não se pode atribuir aos empregados a responsabilidade por
vícios de gestão ou por ausência de previsão orçamentaria para o cumprimento de
obrigações a tempo e modo – inclusive, quanto à regularidade e à integralidade dos
pagamentos devidos à obreira, mesmo em licença maternidade -, para além de toda a
proteção proporcionada pelas medidas adotadas pelo Governo. Presentes, portanto,
os fundamentos maiores para o reconhecimento da rescisão indireta do contrato de
emprego, não vislumbrando o juízo, como tenta afirmar a reclamada, que a ação tenha
sido ajuizada como retaliação à ausência de concessão de férias ou como forma de
aproveitar-se da “fragilidade financeira” da empresa. Esses argumentos não
convencem.
Nesse sentido, faz jus a autora:
a) declaração do vinculo de emprego a partir de 26/12/2019. A

reclamante, com o transito em julgado, deverá depositar na secretaria da Vara sua
CTPS (exceto se já for eletrônica), prazo de 10 dias. Após, a ré deverá ser intimada a
retirar o documento da secretaria procedendo, tanto ao lançamento da data de início
retificando-a quanto o lançamento da data de saída, fazendo constar 09 de outubro de
2021, prazo de 10 dias, devolvendo-a diretamente ao procurador da obreira, mediante
recibo a ser juntado aos autos. Via de consequência, condeno-a a quitar à obreira:
pagamento de 13.° salário proporcional 7/12 avos relativos ao ano de 2020;
b) reconheço a estabilidade gravídica da Reclamante até 06/09

/2021. E, com finas no artigo 496 da CLT, condeno a Reclamada ao pagamento de
indenização substitutiva de sua estabilidade;
c) reconheço a rescisão indireta do contrato de emprego, com o

recebimento das seguintes verbas rescisórias: saldo de salário de 01 dia, aviso prévio
indenizado (33 dias, 13.º salário proporcional (09/12 avos), férias integrais+1/3
(referente ao período aquisitivo de 2019/2020 – considerando o período sem registro
Fls.: 16
do contrato de trabalho, férias proporcionais+1/3 (9/12 avos), sempre considerando a

projeção do aviso prévio indenizado (que iniciará após o fim da estabilidade), FGTS +
40% em face da rescisão indireta do contrato de trabalho, valores que deverão
integralmente ser depositados na conta vinculada da obreira, referente a todo o
contrato de emprego. No mesmo prazo para a retificação e anotação da data de saída
na CTPS da obreira, a ré deverá fornecer-lhe TRCT/SJ2 e chave de conectividade social.
DA JUSTIÇA GRATUITA
Nos termos do art. 790, §3º, da CLT, defiro à parte autora os

benefícios da justiça gratuita, ainda que eventualmente o reclamante receba proventos
superiores a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime
Geral de Previdência Social.
Registre-se ser o bastante a declaração de hipossuficiência

econômica firmada pela parte ou por seu advogado, munido de procuração com
poderes específicos para esse fim, conforme preceitua o art. 99, caput e §3º, do CPC c/c
o art. 1º da Lei 7.115/83, ambos aplicados a todos os litigantes que buscam tutela
jurisdicional do Estado (arts. 769 da CLT e 15 do CPC/2015 e Súmula 463 do C. TST), cuja
aplicação, portanto, não pode ser afastada também dos litigantes da Justiça do
Trabalho, em sua maioria trabalhadores, sob pena de inconstitucional restrição ao
acesso à justiça (art. 5º, LXXIV, da CF).
Nesse mesmo sentido o entendimento firmado por este

Tribunal de que são inconstitucionais os dispositivos contidos na Lei 13.467/17, no que
tange às regras para concessão da gratuidade de justiça nesta especializada, através da
Súmula 72, publicada em 20/09/2018.
Transcrevo, por oportuno, a citada Súmula:
ARGUIÇÃO INCIDENTAL DE INCONSTITUCIONALIDADE.

PAGAMENTO DE CUSTAS. BENEFICIÁRIO DE JUSTIÇA GRATUITA. §§ 2º e 3º DO ART.
844 DA CLT (LEI 13.467/2017). São inconstitucionais a expressão "ainda que
beneficiário da justiça gratuita", constante do §2º, e a íntegra do §3º, ambos
dispositivos do art. 844 da CLT, na redação dada pela LEI 13.467/2017, por
violação direta e frontal aos princípios constitucionais da isonomia (art. 5º, caput,
da CR), da inafastabilidade da jurisdição (art. 5º, XXXV, da CR) e da concessão de
justiça gratuita àqueles que dela necessitarem (art. 5º, LXXIV, da CR).
Fls.: 17
Quanto à reclamada, indefiro o pleito de assistência judiciária

gratuita, considerando-se que a comprovação documental que pretendeu produzir
demonstra ausência de pagamentos de obrigações tributários, a titulo de exemplo, em
periodo muito anterior à pandemia, quando inclusive subsistiam filiais. A ausência de
previdência da parte ré não justifica o direito ao benefício. Indefiro.
DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
Ante os termos da decisão proferida pelo Supremo Tribunal

Federal, em 20/10/2021, nos autos da ADI nº 5766, declarando inconstitucionais os
artigos 790-B, caput e §4º, e 791-A, §4º, da CLT, com as alterações introduzidas pela Lei
13.467/2017, tenho por indevidos honorários sucumbenciais pela parte autora,
beneficiária da Justiça Gratuita, uma vez comprovados os requisitos dispostos no artigo
790, §§3º e 4º, da CLT (declaração de hipossuficiência e salário inferior a 40% do teto
dos benefícios previdenciários).
Diante da procedência dos pedidos formulados pelo reclamante,

condeno a reclamada ao pagamento de honorários sucumbenciais, em favor do
advogado da parte autora, na razão de 15% (quinze por cento), sobre o valor que
resultar da condenação, após liquidação (art. 791-A e parágrafos da CLT e OJ 348 da
SDI-I/TST).
Registro, desde já, que a fixação do percentual observa os

princípios da razoabilidade, proporcionalidade e grau de complexidade da demanda,
não cabendo insurgência por meio de Embargos Declaratórios, no particular, sob pena
de fixação de multa por ato procrastinatório.
A condenação em montante inferior ao postulado na petição

inicial não implica sucumbência recíproca. Aplicação analógica da Súmula 326 do STJ.
DA ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA
A ausência de pedido expresso não afasta a devida atualização

do débito, na forma da Súmula 211 do TST.
Tendo em vista decisão definitiva proferida nos autos da ADC

58, em 18/12/2020, com efeito erga omnes, e publicação datada de 07/04/2021, uma
vez encerrados os efeitos da suspensão determinada em sede liminar, aplicam-se à
presente demanda os mesmos índices de correção monetária e de juros vigentes para
as condenações cíveis em geral, quais sejam a incidência do IPCA-E na fase pré-judicial
e, a partir da citação, a incidência da taxa SELIC (art. 406 do Código Civil).
Fls.: 18
A atualização monetária somente cessará com o efetivo

pagamento do crédito reconhecido em juízo, nos termos da Súmula 15 do Egrégio TRT.
DOS RECOLHIMENTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS
As rés deverão proceder ao recolhimento do Imposto de Renda,

se existente, na forma determinada pelo art. 46 da Lei 8.541/1992, observado o
disposto no art. 404 do CC/02 e na OJ 400 da SDI-1 do TST, bem como no art. 12-A da
Lei 7.713/1988, com a redação dada pela Lei 12.350/2010 (Súmula 368, II, do TST).
Deverão proceder, ainda, ao recolhimento das contribuições

previdenciárias, autorizada a dedução da cota devida pela parte autora, mediante
comprovação nos autos, sob pena de execução direta, pela quantia equivalente,
conforme art. 114, VIII, da CR/88, observando-se o limite do salário de contribuição e o
regime de competência, conforme art. 43 da Lei 8.212/1991, com a redação alterada
pela Medida Provisória 449/2008, posteriormente convertida na Lei 11.941/2009,
destacando-se que os juros e as multas previstos na lei previdenciária serão de
responsabilidade exclusiva do empregador.
DA EXPEDIÇÃO DE OFÍCIOS
Oportunamente, expeçam-se ofícios ao MTP e INSS, caso

necessário.
III- DISPOSITIVO
Isso posto, decido:
- julgar PROCEDENTES os pedidos formulados por FERNANDA

DAS DORES DE ASSIS PAIVA em face de HEBERT LUIZ DE SOUZA, para condená-lo, tudo,
nos termos e nos limites da fundamentação, com juros e correção monetária como
apurado em liquidação, a fazer e a pagar:
a) declaração do vinculo de emprego a partir de 26/12/2019. A

reclamante, com o transito em julgado, deverá depositar na secretaria da Vara sua
CTPS (exceto se já for eletrônica), prazo de 10 dias. Após, a ré deverá ser intimada a
retirar o documento da secretaria procedendo, tanto ao lançamento da data de início
retificando-a quanto o lançamento da data de saída, fazendo constar 09 de outubro de
Fls.: 19
2021, prazo de 10 dias, devolvendo-a diretamente ao procurador da obreira, mediante

recibo a ser juntado aos autos. Via de consequência, condeno-a a quitar à obreira:
pagamento de 13.° salário proporcional 7/12 avos relativos ao ano de 2020;
b) reconheço a estabilidade gravídica da Reclamante até 06/09

/2021. E, com finas no artigo 496 da CLT, condeno a Reclamada ao pagamento de
indenização substitutiva de sua estabilidade;
c) reconheço a rescisão indireta do contrato de emprego, com o

recebimento das seguintes verbas rescisórias: saldo de salário de 01 dia, aviso prévio
indenizado (33 dias, 13.º salário proporcional (09/12 avos), férias integrais+1/3
(referente ao período aquisitivo de 2019/2020 – considerando o período sem registro
do contrato de trabalho, férias proporcionais+1/3 (9/12 avos), sempre considerando a
projeção do aviso prévio indenizado (que iniciará após o fim da estabilidade), FGTS +
40% em face da rescisão indireta do contrato de trabalho, valores que deverão
integralmente ser depositados na conta vinculada da obreira, referente a todo o
contrato de emprego. No mesmo prazo para a retificação e anotação da data de saída
na CTPS da obreira, a ré deverá fornecer-lhe TRCT/SJ2 e chave de conectividade social.
Defiro à parte autora os benefícios da justiça gratuita.
Honorários advocatícios sucumbenciais, na forma da

fundamentação.
Deverão ser observadas todas as diretrizes contidas nos

fundamentos, sobretudo no tocante à atualização monetária, recolhimentos
previdenciários e fiscais.
Declaro, para os fins do art. 832, §3º, da CLT, que as seguintes

parcelas objeto da condenação possuem natureza indenizatória: férias + 1/3, aviso
prévio; indenização estabilitária. FGTS + 40%.
Custas, pela ré, no importe de R$ 140,00, calculadas sobre R$

7.000,00, valor provisoriamente arbitrado à execução, não havendo que se falar em
custas pro rata. Isenta a parte autora.
Atentem as partes para a previsão contida nos artigos 80, 81 e

1026, §2º e 3º, do CPC, não cabendo embargos de declaração para rever fatos, provas e
a própria decisão ou, simplesmente, contestar o que foi decidido, não havendo falar-se
em julgado extra e nem ultra petita, observados os limites do parágrafo terceiro do
artigo 489 do CPC.
Intimem-se as partes (DEJT).
Fls.: 20
Nada mais.
Encerrou-se.
JUIZ DE FORA/MG, 17 de dezembro de 2021.

Fls.: 21
PODER JUDICIÁRIO
ATSum 0010868-55.2021.5.03.0143
Vistos.
Deixo de receber o recurso ordinário interposto pelo réu por

falta de preparo, uma vez que não lhe foi concedida a assistência judiciária gratuita,
conforme termos da sentença.
Vista ao réu, prazo legal.
JUIZ DE FORA/MG, 03 de fevereiro de 2022.

Assinado eletronicamente por: TARCISIO CORREA DE BRITO - Juntado em: 03/02/2022 18:32:53 - 60ea1e9
Fls.: 22
PODER JUDICIÁRIO
ATSum 0010868-55.2021.5.03.0143
DECISÃO PJE-JT
Vistos, etc.
Mantenho a decisão agravada.
Dê-se vista à reclamante do recurso ordinário e agravo de

instrumento prazo legal.
Decorrido o prazo acima, remetam-se os autos ao egrégio TRT

da 3ª Região, com as cautelas de estilo.


Assinado eletronicamente por: TARCISIO CORREA DE BRITO - Juntado em: 21/02/2022 15:41:56 - ef317d0
Fls.: 23
PODER JUDICIÁRIO
GABINETE DE DESEMBARGADOR N. 4
AIRO 0010868-55.2021.5.03.0143
AGRAVANTE: HEBERT LUIZ DE SOUZA 07687195698
AGRAVADO: FERNANDA DAS DORES DE ASSIS PAIVA
Vistos etc.
O benefício da justiça gratuita somente é concedido à pessoa

jurídica quando sua situação não permite arcar com as despesas processuais, sendo
necessária, em tal hipótese, a comprovação do fato alegado, o que não foi feito nos
presentes autos, a teor do §4º do art. 790 da CLT.
A alegação de crise financeira não torna dispensável a prova ora

exigida, aquela que demonstre a total impossibilidade de arcar, especificamente, com
as despesas do preparo (§5º do art. 98 do CPC), sendo certo que os elementos reunidos
nos autos não autorizam a conclusão esperada pela reclamada.
Com efeito, comprovar a existência de dívidas não é o mesmo

que comprovar a impossibilidade de adimpli-las.
Assim é porque, em nome da coerência do sistema, se nem

mesmo as empresas em recuperação judicial podem se beneficiar do instituto da
gratuidade de justiça, não há porque conferir esse privilégio àquelas pessoas jurídicas
que, apesar do momentâneo desequilíbrio, encontram-se em funcionamento regular,
assumindo, com isso, todos os riscos do negócio (art. 2º da CLT).
E a recuperação judicial, como se sabe, é o momento ápice do

reconhecimento das dificuldades econômico-financeiras enfrentadas pelas pessoas
jurídicas. É o momento que pode evitar a "quebra" formal, mas, via de regra, o precede.
Pense-se numa escala baseada na situação econômico-

financeira das pessoas jurídicas, instalando na 1ª posição aquela sólida e capitalizada,
em contraponto à massa falida, última colocada. Esquematicamente, eis o cenário:
1ª. Empresa sólida e capitalizada, negócio em

expansão;
2ª. Empresa em regular funcionamento,

negócio estabilizado;
Assinado eletronicamente por: Antonio Carlos Rodrigues Filho - Juntado em: 31/03/2022 11:37:34 - 93daf8f
Fls.: 24
3ª. Empresa em regular funcionamento, com

dificuldades financeiras;
4ª. Empresa em recuperação judicial;
5ª. Massa falida.
Apenas a massa falida goza dos benefícios da gratuidade de

justiça de forma ampla, o que ocorre por se tratar de patrimônio consolidado (uno),
indisponível para fazer frente às despesas do processo.
Quebraria a lógica do sistema se a empresa enquadrada na 3ª

posição pudesse se beneficiar do instituto, desde que comprovando as alegadas
dificuldades financeiras, e aquela posicionada no 4º lugar, em recuperação judicial, não
alcançasse esse mesmo privilégio.
Nesse sentido:
RECURSO ORDINÁRIO DA PARTE RÉ. JUSTIÇA

GRATUITA. RECUPERAÇÃO JUDICIAL. AUSÊNCIA
DE RECOLHIMENTO DE CUSTAS. Na Justiça do
Trabalho, a extensão do benefício da justiça
gratuita às pessoas jurídicas de direito privado
não se impõe pela mera alegação de
hipossuficiência ou insuficiência financeira,
demandando prova cabal da impossibilidade
de litigar sem prejuízo da continuidade e
manutenção de suas atividades principais, a
qual não foi produzida nos autos, impondo-se
o não conhecimento do apelo, diante do não
recolhimento das custas processuais. (TRT da
3.ª Região; PJe: 0010633-94.2020.5.03.0023
(AIRO); Disponibilização: 17/06/2021, DEJT/TRT3
/Cad.Jud, Página 1662; Órgão Julgador: Setima
Turma; Relator: Paulo Roberto de Castro)
Indeferida a gratuidade de justiça requerida.
Vale lembrar que a parte interessada ainda pode se valer do

seguro garantia em substituição ao depósito recursal, desembolsando, de forma
imediata, valor módico.
Fls.: 25
Ressalte-se, por fim, que a presente decisão não viola o acesso à

ordem jurídica justa, nos termos do artigo 5º, inciso LXXIV, da CF, visto que a jurisdição
foi prestada em primeiro grau e as exigências recursais se dão na presença de título
judicial condenatório de caráter provisório, a exigir garantia quanto à futura execução.
Concedo à agravante de instrumento o prazo de 05 dias para

comprovar o depósito recursal referente ao recurso ordinário.
P.I.
BELO HORIZONTE/MG, 31 de março de 2022.
Antonio Carlos Rodrigues Filho

Desembargador(a) do Trabalho
Fls.: 26
PODER JUDICIÁRIO
PROCESSO nº 0010868-55.2021.5.03.0143 (AIRO)

AGRAVANTE: HEBERT LUIZ DE SOUZA 07687195698
AGRAVADO: FERNANDA DAS DORES DE ASSIS PAIVA
RELATOR(A): ANTONIO CARLOS RODRIGUES FILHO
FUNDAMENTAÇÃO
ADMISSIBILIDADE DO AGRAVO DE INSTRUMENTO
Trata-se de demanda submetida ao procedimento sumaríssimo.
Considerando que a matéria devolvida pelo agravante envolve a

gratuidade de justiça e a consequente dispensa do preparo, seja para o agravo de instrumento, seja para o
apelo que se busca destrancar (recurso ordinário), a discussão se confunde com o mérito, onde deve ser
analisada, eis que presentes os demais pressupostos de admissibilidade.
MÉRITO DO AGRAVO DE INSTRUMENTO
O agravante insiste na alegação de que estão presentes os requisitos legais

para concessão da gratuidade de justiça.
Pois bem.
Nos termos do caput do art. 99 do CPC, "O pedido de gratuidade da

justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no
processo ou em recurso".
O parágrafo 7º do mesmo dispositivo estabelece que "Requerida a

concessão de gratuidade da justiça em recurso, o recorrente estará dispensado de comprovar o
recolhimento do preparo, incumbindo ao relator, neste caso, apreciar o requerimento e, se indeferi-lo,
fixar prazo para realização do recolhimento".
Essas normas foram consideradas compatíveis com o processo do trabalho

por meio da OJ n. 269 da SDI-1/TST, verbis:
I - O benefício da justiça gratuita pode ser requerido em qualquer tempo ou grau de

jurisdição, desde que, na fase recursal, seja o requerimento formulado no prazo alusivo
ao recurso;
Assinado eletronicamente por: Antonio Carlos Rodrigues Filho - 18/05/2022 11:34:21 - c093ca1
https://pje.trt3.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=22042018152383500000149098632
Número do processo: 0010868-55.2021.5.03.0143 ID. c093ca1 - Pág. 1
Fls.: 27
II - Indeferido o requerimento de justiça gratuita formulado na fase recursal, cumpre ao

relator fixar prazo para que o recorrente efetue o preparo (art. 99, § 7º, do CPC de 2015).
Portanto, é inviável o trancamento do recurso ordinário por deserção

quando a parte recorrente requer o benefício da justiça gratuita, cabendo a transferência do exame da
matéria ao órgão julgador de segundo grau.
Em outras palavras, se há pedido de gratuidade de justiça endereçado ao

segundo grau de jurisdição, é direito subjetivo da parte que o recurso ordinário seja enviado ao exame da
instância ad quem, a despeito do respeitável entendimento do Magistrado de primeiro grau sobre a
matéria.
Até por isso, vale salientar, este Relator, monocraticamente, mesmo

indeferindo a gratuidade de justiça, concedeu prazo para a efetuação do preparo, com o intuito de
prosseguir o exame dos demais pressupostos de admissibilidade desse apelo e eventual abordagem de
mérito na mesma sessão de julgamento.
Logo, em provimento ao agravo de instrumento, fica revogada a decisão

interlocutória de primeiro grau que obstou a subida do recurso ordinário do reclamado, o que não deve
ser confundido com a concessão da gratuidade de justiça e tampouco com a dispensa do preparo em
relação ao recurso ordinário, o que será examinado na sequência.
ADMISSIBILIDADE DO RECURSO ORDINÁRIO
O recurso do réu não merece conhecimento, na linha da decisão

monocrática que indeferiu a gratuidade de justiça.
O benefício da justiça gratuita somente é concedido à pessoa jurídica

quando sua situação não permite arcar com as despesas processuais, sendo necessária, em tal hipótese, a
comprovação do fato alegado, o que não foi feito nos presentes autos, a teor do §4º do art. 790 da CLT.
A alegação de crise financeira não torna dispensável a prova ora exigida,

aquela que demonstre a total impossibilidade de arcar, especificamente, com as despesas do preparo (§5º
do art. 98 do CPC), sendo certo que os elementos reunidos nos autos não autorizam a conclusão esperada
pela reclamada.
Com efeito, comprovar a existência de dívidas não é o mesmo que

comprovar a impossibilidade de adimpli-las.
Fls.: 28
Aliás, o agravante está em plena atividade, disputando a primeira divisão

do campeonato mineiro, do que se pode depreender que movimenta vultosos recursos financeiros para
manter a sua infraestrutura funcionando.
Ademais, em nome da coerência do sistema, cabe ressaltar que se nem

mesmo as empresas em recuperação judicial podem se beneficiar do instituto da gratuidade de justiça,
não há porque conferir esse privilégio àquelas pessoas jurídicas que, apesar do momentâneo
desequilíbrio, encontram-se em funcionamento regular, assumindo, com isso, todos os riscos da atividade
desenvolvida (art. 2º da CLT).
E a recuperação judicial, como se sabe, é o momento ápice do

reconhecimento das dificuldades econômico-financeiras enfrentadas pelas pessoas jurídicas. É o
momento que pode evitar a "quebra" formal, mas, via de regra, o precede.
Pense-se numa escala baseada na situação econômico-financeira das

pessoas jurídicas, instalando na 1ª posição aquela sólida e capitalizada, em contraponto à massa falida,
última colocada. Esquematicamente, eis o cenário:
1ª. Empresa sólida e capitalizada, negócio em expansão;
2ª. Empresa em regular funcionamento, negócio estabilizado;
3ª. Empresa em regular funcionamento, com dificuldades financeiras;
4ª. Empresa em recuperação judicial;
5ª. Massa falida.
Apenas a massa falida goza dos benefícios da gratuidade de justiça de

forma ampla, o que ocorre por se tratar de patrimônio consolidado (uno), indisponível para fazer frente às
despesas do processo.
Quebraria a lógica do sistema se a empresa enquadrada na 3ª posição

pudesse se beneficiar do instituto, desde que comprovando as alegadas dificuldades financeiras, e aquela
posicionada no 4º lugar, em recuperação judicial, não alcançasse esse mesmo privilégio.
Nesse sentido:
RECURSO ORDINÁRIO DA PARTE RÉ. JUSTIÇA GRATUITA. RECUPERAÇÃO

JUDICIAL. AUSÊNCIA DE RECOLHIMENTO DE CUSTAS. Na Justiça do Trabalho, a
extensão do benefício da justiça gratuita às pessoas jurídicas de direito privado não se
impõe pela mera alegação de hipossuficiência ou insuficiência financeira, demandando
prova cabal da impossibilidade de litigar sem prejuízo da continuidade e manutenção de
suas atividades principais, a qual não foi produzida nos autos, impondo-se o não
conhecimento do apelo, diante do não recolhimento das custas processuais. (TRT da 3.ª
Região; PJe: 0010633-94.2020.5.03.0023 (AIRO); Disponibilização: 17/06/2021, DEJT
/TRT3 /Cad.Jud, Página 1662; Órgão Julgador: Setima Turma; Relator: Paulo Roberto
de Castro)
Fls.: 29
Mantém-se, portanto, uma vez mais, o indeferimento da gratuidade de

justiça requerida.
Vale lembrar que a parte interessada poderia ter se valido do seguro

garantia em substituição ao depósito recursal, desembolsando, de forma imediata, valor módico.
Ressalte-se, por fim, que a presente decisão não viola o acesso à ordem
jurídica justa, nos termos do artigo 5º, inciso LXXIV, da CF, visto que a jurisdição foi prestada em
primeiro grau e as exigências recursais se dão na presença de título judicial condenatório de caráter
provisório, a exigir garantia quanto à futura execução.
Recurso ordinário não conhecido, por deserto.
Conclusão do recurso
Conheço do agravo de instrumento interposto pelo réu e, no mérito, dou-

lhe provimento para revogar a decisão interlocutória de primeiro grau que obstou a subida do recurso
ordinário. Em exame de admissibilidade do recurso ordinário, uma vez mantida a negativa de gratuidade
de justiça requerida pelo recorrente, nego conhecimento ao apelo, por deserção.
Acórdão
Fundamentos pelos quais
O Tribunal Regional do Trabalho da Terceira Região, em sessão ordinária

da sua Sétima Turma, hoje realizada, sob a presidência do Exmo. Desembargador Antônio Carlos
Rodrigues Filho, presente a Exma. Procuradora Lutiana Nacur Lorentz, representante do Ministério
Público do Trabalho, computados os votos do Exmo. Desembargador Vicente de Paula Maciel Júnior e
do Exmo. Desembargador Paulo Roberto de Castro, JULGOU o presente processo e, unanimemente,
conheceu do agravo de instrumento interposto pelo réu e, no mérito, sem divergência, deu-lhe
provimento para revogar a decisão interlocutória de primeiro grau que obstou a subida do recurso
ordinário. Em exame de admissibilidade do recurso ordinário, uma vez mantida a negativa de gratuidade
de justiça requerida pelo recorrente, à unanimidade negou conhecimento ao apelo, por deserção.
Fls.: 30
Belo Horizonte, 13 de maio de 2022.
ANTONIO CARLOS RODRIGUES FILHO
Relator
VOTOS
Fls.: 31
PODER JUDICIÁRIO
ATSum 0010868-55.2021.5.03.0143
DESPACHO
Vistos etc.
1. Registro que a sentença de primeiro grau resta mantida na

íntegra.

2. Intime-se o reclamado a contatar a reclamante, fins de

cumprimento da obrigação de fazer (anotações na CTPS, nos termos da decisão),
fazendo comprovação nos autos, no prazo de 10 dias.
3. Intimem-se as partes para apresentar os cálculos de

liquidação em conformidade com o Prov. 04/00, observando ainda o contido no item 1
deste despacho, no prazo de 10 dias, devendo a reclamada, no mesmo prazo, indicar,
através dos respectivos IDs, todos os depósitos recursais existentes nos autos, bem
como depositar, EM CONTA JUDICIAL JUNTO À CEF, o valor que entende devido,
podendo deduzir os valores dos depósitos recursais, EXCETO CONTRIBUIÇÕES
PREVIDENCIÁRIAS, CUSTAS PROCESSUAIS E IMPOSTO DE RENDA, CUJOS
RECOLHIMENTOS SERÃO REALIZADOS EM GUIAS GPS, GRU E DARF, RESPECTIVAMENTE,
PENA DE IMEDIATA EXECUÇÃO, por se tratar de verba incontroversa.
A SECRETARIA FICA AUTORIZADA A REALIZAR O BLOQUEIO DE

NUMERÁRIO, VIA SISBAJUD, EM CASO DE NÃO QUITAÇÃO DO VALOR INCONTROVERSO.
Assinado eletronicamente por: TARCISIO CORREA DE BRITO - Juntado em: 10/06/2022 13:23:22 - db979b2
Fls.: 32
OBS: A não indicação das contas recursais (em conta vinculada

ao FGTS ou conta judicial), se houver, ensejará o prosseguimento da execução com
desconsideração dos depósitos recursais eventualmente efetuados.

4. Os cálculos deverão conter, necessariamente:
a. planilha com demonstrativo das bases de cálculo das parcelas

apuráveis;
b.índice de atualização monetária aplicado;
c. taxa de juros de mora aplicados, período de incidência e valor

apurado;
d. planilha com base de cálculo das contribuições previdenciárias e do

imposto de renda, além do valor apurado a este título;
e. planilha com resumo geral dos cálculos (Provimento 04/2000 do

TRT da 3a. Região);
5. Apresentados os cálculos e cumpridas as obrigações de fazer,

venham-me os autos conclusos para análise.
6. ATENÇÃO: PARA AS SENTENÇAS PROFERIDAS A PARTIR DE 18/12

/2020, EM QUE JÁ CONSTOU EXPRESSAMENTE QUE A CORREÇÃO E OS JUROS SERÃO
APLICADOS NA FORMA DA DECISÃO PROFERIDA NA REFERIDA AÇÃO CONSTITUCIONAL,
PREVALECE COMO ÍNDICE DE ATUALIZAÇÃO O IPCA-E, NA FASE PRÉ-PROCESSUAL, E,
DAÍ EM DIANTE, A TAXA SELIC.
Cumpra-se.
JUIZ DE FORA/MG, 10 de junho de 2022.
Fls.: 33

Fls.: 34
PODER JUDICIÁRIO
ATSum 0010868-55.2021.5.03.0143
DESPACHO PJe-JT
Vistos os autos.
Ao SCLJ para cpnferência dos cálculos da reclamante e, se for o

caso, resumo final.
FERNANDO SARAIVA ROCHA

Assinado eletronicamente por: FERNANDO SARAIVA ROCHA - Juntado em: 30/06/2022 17:03:12 - b190a6d
Fls.: 35
PODER JUDICIÁRIO
ATSum 0010868-55.2021.5.03.0143
DECISÃO
Vistos etc.
Homologo os cálculos apresentados pelo reclamado,

formalizados pelo SCLJ, para que produzam seus jurídicos e legais efeitos.
Fixo o valor da condenação em R$12.163,99, vigentes em 31/07

/2022, sem prejuízo de eventuais atualizações.
CITE-SE A RECLAMADA, por meio de seu procurador, para pagar

a dívida ou garantir a execução, no prazo de 48 horas, sob pena de penhora.

Assinado eletronicamente por: TARCISIO CORREA DE BRITO - Juntado em: 15/08/2022 23:06:05 - 91a849a
Fls.: 36
PODER JUDICIÁRIO
ATSum 0010868-55.2021.5.03.0143
DECISÃO PJe-JT

Vistos etc.
O réu foi devidamente citado para pagamento e/ou garantir a

execução.
Diante da não quitação dos débitos exequendos, foi ativado o

Sisbajud, o qual restou infrutífero.
Desse modo, determino:
1) ativem-se o CNIB e o RENAJUD;
2) aguardem-se respostas CNIB por quinze dias;
3) sendo positiva a resposta CNIB, intime-se o exequente para

fornecer a(s) certidão(ões) imobiliária(s) em vinte dias, visando à penhora;
4) Caso sem resposta, após o decurso do prazo acima, ou já

apresentada a certidão do imóvel, expeça-se mandado de penhora e avaliação em
relação a eventuais bens bloqueados via RENAJUD e/ou de tantos outros quantos
bastem ao pagamento da dívida.
O detentor do veículo com restrição Renajud deverá apresentar

o bem para penhora e avaliação, sob pena de ser denunciado por apropriação
indébita (art. 168, §1º, II, Código Penal) e/ou estelionato qualificado (art. 171, §2º, IV do
Código Penal) e/ou fraude à execução (art. 179 do Código Penal).
5) estando a(s) executada(s) em local incerto e não sabido e

sendo positivo o resultado RENAJUD e/ou CNIB, os autos deverão vir conclusos para
deliberações relacionadas à definição do endereço para diligência.

JUIZ DE FORA/MG, 01 de setembro de 2022.
Assinado eletronicamente por: TARCISIO CORREA DE BRITO - Juntado em: 01/09/2022 13:33:11 - b214529
Fls.: 37

Assinado eletronicamente por: TARCISIO CORREA DE BRITO - Juntado em: 01/09/2022 13:33:11 - b214529
Fls.: 38
PODER JUDICIÁRIO
ATSum 0010868-55.2021.5.03.0143
DESPACHO
Vistos.
Intime-se a autora a indicar meios ao prosseguimento do feito,

05 dias, atenta aos atos já praticados.
JUIZ DE FORA/MG, 25 de outubro de 2022.
MARCELO SOARES VIEGAS

Juiz do Trabalho Substituto
Assinado eletronicamente por: MARCELO SOARES VIEGAS - Juntado em: 25/10/2022 07:38:10 - 252e018
Fls.: 39
PODER JUDICIÁRIO
ATSum 0010868-55.2021.5.03.0143
Vistos.
Venham os autos conclusos ao Magistrado para análise do

requerimento de declaração de grupo econômico/sucessão empresarial.
JUIZ DE FORA/MG, 08 de novembro de 2022.
FERNANDO SARAIVA ROCHA

Juiz Titular de Vara do Trabalho
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SARAIVA ROCHA - Juntado em: 08/11/2022 12:33:30 - f235f67
Fls.: 40
PODER JUDICIÁRIO
ATSum 0010868-55.2021.5.03.0143
VISTOS ETC.
Para caracterização da sucessão de empresas, é necessário

haver prova da transferência da titularidade de toda ou de parte da sociedade
empresária, seja a que título for. Além disso, é necessário que o novo titular explore a
mesma atividade econômica do sucedido, sem solução de continuidade (não pode
haver interrupção no funcionamento, salvo nas hipóteses de paralisação das atividades
para reforma e modernização das instalações, para balanço contábil, etc).
O instituto do Direito Civil que mais se aproxima da teoria da

sucessão de empresários, nos moldes contidos nos artigos 10 e 448 da CLT, embora
não seja um correspondente idêntico, é o instituto das obrigações “propter rem” ou de
ônus reais (a obrigação persegue a coisa).
No caso concreto, nenhum elemento é capaz de comprovar a

condição de sucessora e sucedida das empresas HEBERT LUIZ DE SOUZA 07687195698,
WENDEL WILLIANS MONTE 02173001620 e DOCE VIDA PANIFICADORA LTDA., na forma
dos citados artigos 10 e 448 da CLT, conforme documentação de Ids a605008, dc5671e
e 3a1f04a.
A suposta compra apenas do nome/marca de uma empresa

extinta não acarreta sucessão e o simples estabelecimento no mesmo local em que
outra empresa funcionava, com exploração do mesmo objeto, muito comum entre
empresas do mesmo ramo de negócios, não caracteriza a sucessão de empresas.
Nesse sentido, a jurisprudência deste Eg. Regional, in verbis:
“SUCESSÃO TRABALHISTA. NÃO

CARACTERIZAÇÃO. Nos termos em que dispõe o artigo 10 da CLT, a
alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos
adquiridos por seus empregados. Por sua vez, o artigo 448 da CLT
assevera que a mudança na propriedade ou na estrutura jurídica
da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos
empregados, de modo que o entendimento consagrado na
doutrina e na jurisprudência é o de que a empresa sucessora
Assinado eletronicamente por: TARCISIO CORREA DE BRITO - Juntado em: 24/01/2023 12:52:47 - 4e74d72
Fls.: 41
responde integralmente pelos débitos trabalhistas oriundos das

relações de trabalho, ainda que referentes a período anterior à
sucessão, e mesmo que não tenha havido continuidade na
prestação de serviços. No entanto, no caso destes autos, o único
fato concreto que se tem é que outras empresas se estabeleceram
no mesmo endereço da empregadora, desempenhando a mesma
atividade comercial. Não há qualquer prova de que houve
transferência do conjunto de bens e direitos. Por outro lado,
também não há elementos nos autos que evidenciem a existência
de sócios em comum ou de outros indícios que apontem para a
existência de qualquer irregularidade ou fraude na constituição da
sociedade empresária, de modo a se permitir chegar à conclusão
da existência de grupo econômico ou sucessão entre elas” (TRT da
3.ª Região; PJe: 0012494-82.2016.5.03.0144 (AP); Disponibilização:
09/07/2020; Órgão Julgador: Terceira Turma; Relator: Milton V.
Thibau de Almeida).
“SUCESSÃO TRABALHISTA. NÃO

CARACTERIZAÇÃO. Nos termos em que dispõe o artigo 10 da CLT, a
alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos
adquiridos por seus empregados. Por sua vez, o artigo 448 da CLT
assevera que a mudança na propriedade ou na estrutura jurídica
da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos
empregados, de modo que o entendimento consagrado na
doutrina e na jurisprudência é o de que a empresa sucessora
responde integralmente pelos débitos trabalhistas oriundos das
relações de trabalho, ainda que referentes a período anterior à
sucessão, e mesmo que não tenha havido continuidade na
prestação de serviços. No entanto, constatando-se que houve foi o
encerramento das atividades da reclamada e, posteriormente, a
sublocação do espaço para outra empresa, ausente qualquer
prova da transferência do negócio, não há que se falar em
sucessão trabalhista” (TRT da 3.ª Região; PJe: 0010789-
56.2019.5.03.0043 (AP); Disponibilização: 18/02/2021, DEJT /TRT3
/Cad.Jud, Página 974; Órgão Julgador: Setima Turma; Relator:
Antônio Carlos R. Filho).
Por todo o exposto, declaro a inexistência de sucessão

empresarial entre a executada HEBERT LUIZ DE SOUZA 07687195698 e as empresas
WENDEL WILLIANS MONTE 02173001620 e DOCE VIDA PANIFICADORA LTDA.
Fls.: 42
Por outro lado, a caracterização de grupo econômico para fins

do artigo 2º, §2º, da CLT, dispensa o aspecto formal e, por força do princípio da
primazia da realidade, é bastante para a sua confirmação o fato de as empresas terem
e agirem com reciprocidade de comunhão de interesses, inclusive com traços de
direção em comum.
Com efeito, para efeitos laborais, o integrante do grupo

econômico responde, solidariamente, pelos débitos trabalhistas (artigo 2º, §§2º e 3º, da
CLT, com redação advinda da Lei 13.467/2017), mesmo tendo cada um dos integrantes
personalidade jurídica própria e não estejam sob a direção ou controle da outra,
bastando que haja interesses comuns ou integrados.
Deveras, e abstraindo-se o conceito contido no art. 2º, §2º da Lei

Consolidada, que não é suficiente para se dimensionar o fenômeno do grupo
empresarial ou econômico, podemos afirmar que o grupo empresarial é o conjunto
constituído por várias sociedades, conservando cada uma sua existência própria, mas
unidas entre elas por diversos laços, em virtude dos quais, em regra, uma delas,
mantém as outras sob sua dependência exercendo uma espécie de controle sobre o
conjunto, fazendo prevalecer a unidade de decisões.
Todavia, deve-se anotar, ao mesmo tempo, que também se

caracteriza o grupo quando houver mera coordenação interempresarial, como, aliás,
previsto pela Lei 5.889/73 (art. 3º, §2º) bem antes da vigência da Lei 13.467/2017 e
como defendia a doutrina juslaboral nacional e foi entendido pela 3ª Turma do Colendo
Tribunal Superior do Trabalho, no julgamento do Proc. Nº TST-AIRR 399-
02.2016.5.05.0132, em 05.06.2019, Relator Ministro Mauricio Godinho Delgado.
Entendeu o festejado Ministro e Doutrinador que embora

prevalecesse a tese da simples relação de coordenação para a configuração do grupo
econômico, ocorreu oscilação jurisprudencial, em virtude de a SBDI-1 do TST ter
apontado em direção contrária, no sentido de que seria necessário, também, relação
hierárquica entre as empresas. Contudo, reexaminando a matéria e considerando o
avanço normativo ocorrido com a edição da Lei de Trabalho Rural (Lei 5.889/1973), que,
em seu art. 3º, §2º, adota a tese de mera coordenação interempresarial; considerando,
ademais, que todo o Direito Brasileiro, em outros campos jurídicos, também passou a
privilegiar a tese da mera coordenação interempresarial e a mais sólida
responsabilização das empresas componentes do grupo (ilustrativamente, Lei 8.078
/1990, em seu artigo 28, §5º; Lei 9.605/1998, em seu art. 4º; Lei 12.529/2011, em seu
art. 34; Lei 12.846/2013, em seu art. 16, §5º), houve significativa alteração de
entendimento.
Fls.: 43
Dessa maneira, tem-se por essenciais à noção de grupo

econômico justrabalhista as ideias de garantia, higidez econômica e correção entre as
entidades empresariais, tal como indicado pela regra jurídica da simples coordenação
empresarial, mesmo que mantida a autonomia de gestão de cada empresa. Por essa
razão é possível defender que o artigo 2º, §2º, da CLT expressa contemporaneamente a
vertente da coordenação interempresarial.
No caso específico destes autos, inexiste prova robusta e hábil

ao reconhecimento de que a executada, HEBERT LUIZ DE SOUZA 07687195698, e as
empresas WENDEL WILLIANS MONTE 02173001620 e DOCE VIDA PANIFICADORA
LTDA. integram o mesmo grupo econômico.
Por tais fundamentos, não há que se falar em condenação

solidária.
Intimem-se as partes.
Nada mais.
JUIZ DE FORA/MG, 24 de janeiro de 2023.

Fls.: 44
PODER JUDICIÁRIO
ATSum 0010868-55.2021.5.03.0143
DECISÃO PJE-JT
Vistos, etc.
Mantenho a decisão agravada.
Recebo o agravo de petição interposto pela autora, porquanto

preenchidos os requisitos objetivos e subjetivos de admissibilidade.
Vista ao réu para contrarrazões, prazo legal.
Decorrido o prazo acima, remetam-se os autos ao egrégio TRT

da 3ª Região, com as cautelas de estilo.


Assinado eletronicamente por: TARCISIO CORREA DE BRITO - Juntado em: 16/02/2023 10:19:28 - 230c1b1
Fls.: 45
PODER JUDICIÁRIO
PROCESSO nº 0010868-55.2021.5.03.0143 (AP)

AGRAVANTE: FERNANDA DAS DORES DE ASSIS PAIVA
AGRAVADO: HEBERT LUIZ DE SOUZA 07687195698
RELATOR: ANTÔNIO CARLOS RODRIGUES FILHO
EMENTA
AGRAVO DE PETIÇÃO. SUCESSÃO EMPRESARIAL. No

ordenamento jurídico trabalhista, a sucessão de empregadores decorre da
alteração na estrutura jurídica ou na propriedade de uma empresa,
resultando na transmissão de direitos e na assunção de débitos decorrentes
da relação de emprego, nos termos dos artigos 10 e 448, ambos da CLT.
Não restando comprovado, de forma inequívoca, que houve
aproveitamento de fundo de comércio, direitos ou empregados do
agravado, sem interrupção, em continuidade da atividade econômica, não
há falar em sucessão empresarial.
RELATÓRIO
Trata-se de Agravo de Petição interposto pela exequente, às f. 271/275,

em face da decisão proferida pelo Juízo da 5ª Vara do Trabalho de Juiz de Fora, às f. 263/266, que não
reconheceu a sucessão empresarial tampouco a formação de grupo econômico entre o executado e as
empresas Doce Vida Panificadora e Wendel Willians Monte, indeferindo a inclusão destas no polo
passivo da demanda.
Contraminuta apresentada pelo executado às f. 278/281.
Dispensada a manifestação prévia, por escrito, da Procuradoria do

Trabalho.
É, em síntese, o relatório.
JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE
Conheço do agravo de petição, porquanto cumpridas as formalidades

legais.
Contraminuta igualmente conhecida.
Assinado eletronicamente por: Antonio Carlos Rodrigues Filho - 19/04/2023 11:39:13 - 5135c36
Número do processo: 0010868-55.2021.5.03.0143 ID. 5135c36 - Pág. 1
Fls.: 46
JUÍZO DE MÉRITO
SUCESSÃO EMPRESARIAL - GRUPO ECONÔMICO
Aduz a exequente ter comprovado a existência de grupo econômico e a

sucessão de empregadores entre o agravado e as empresas Doce Vida Panificadora e Wendel Willians
Monte. Argumenta que as três empresas desenvolvem a mesma atividade econômica, possuem o mesmo
nome fantasia e estão situadas no mesmo endereço, "demonstrando que houve repasse de fundo de
comércio, ou seja, sucessão". Expõe, ainda, que "há interesse conjunto na administração", em razão da
utilização conjunta de rede social pelas empresas.
Aprecio.
Eis o teor da decisão recorrida:
No caso concreto, nenhum elemento é capaz de comprovar a condição de sucessora e

sucedida das empresas HEBERT LUIZ DE SOUZA 07687195698, WENDEL WILLIANS
MONTE 02173001620 e DOCE VIDA PANIFICADORA LTDA., na forma dos citados
artigos 10 e 448 da CLT, conforme documentação de Ids a605008, dc5671e e 3a1f04a.
A suposta compra apenas do nome/marca de uma empresa extinta não acarreta

sucessão e o simples estabelecimento no mesmo local em que outra empresa funcionava,
com exploração do mesmo objeto, muito comum entre empresas do mesmo ramo de
negócios, não caracteriza a sucessão de empresas.
Nesse sentido, a jurisprudência deste Eg. Regional, in verbis:
"SUCESSÃO TRABALHISTA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. Nos termos em que dispõe o

artigo 10 da CLT, a alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos
adquiridos por seus empregados. Por sua vez, o artigo 448 da CLT assevera que a
mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos
de trabalho dos respectivos empregados, de modo que o entendimento consagrado na
doutrina e na jurisprudência é o de que a empresa sucessora responde integralmente
pelos débitos trabalhistas oriundos das relações de trabalho, ainda que referentes a
período anterior à sucessão, e mesmo que não tenha havido continuidade na prestação
de serviços. No entanto, no caso destes autos, o único fato concreto que se tem é que
outras empresas se estabeleceram no mesmo endereço da empregadora, desempenhando
a mesma atividade comercial. Não há qualquer prova de que houve transferência do
conjunto de bens e direitos. Por outro lado, também não há elementos nos autos que
evidenciem a existência de sócios em comum ou de outros indícios que apontem para a
existência de qualquer irregularidade ou fraude na constituição da sociedade
empresária, de modo a se permitir chegar à conclusão da existência de grupo
econômico ou sucessão entre elas" (TRT da 3.ª Região; PJe: 0012494-
82.2016.5.03.0144 (AP); Disponibilização: 09/07/2020; Órgão Julgador: Terceira
Turma; Relator: Milton V. Thibau de Almeida).
"SUCESSÃO TRABALHISTA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. Nos termos em que dispõe o

artigo 10 da CLT, a alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos
adquiridos por seus empregados. Por sua vez, o artigo 448 da CLT assevera que a
mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos
de trabalho dos respectivos empregados, de modo que o entendimento consagrado na
doutrina e na jurisprudência é o de que a empresa sucessora responde integralmente
pelos débitos trabalhistas oriundos das relações de trabalho, ainda que referentes a
Fls.: 47
período anterior à sucessão, e mesmo que não tenha havido continuidade na prestação
de serviços. No entanto, constatando-se que houve foi o encerramento das atividades da
reclamada e, posteriormente, a sublocação do espaço para outra empresa, ausente
qualquer prova da transferência do negócio, não há que se falar em sucessão
trabalhista" (TRT da 3.ª Região; PJe: 0010789-56.2019.5.03.0043 (AP);
Disponibilização: 18/02/2021, DEJT /TRT3/Cad.Jud, Página 974; Órgão Julgador:
Setima Turma; Relator: Antônio Carlos R. Filho).
Por todo o exposto, declaro a inexistência de sucessão empresarial entre a executada

HEBERT LUIZ DE SOUZA 07687195698 e as empresas WENDEL WILLIANS MONTE
02173001620 e DOCE VIDA PANIFICADORA LTDA.
Por outro lado, a caracterização de grupo econômico para fins do artigo 2º, §2º, da
CLT, dispensa o aspecto formal e, por força do princípio da primazia da realidade, é
bastante para a sua confirmação o fato de as empresas terem e agirem com
reciprocidade de comunhão de interesses, inclusive com traços de direção em comum.
Com efeito, para efeitos laborais, o integrante do grupo econômico responde,

solidariamente, pelos débitos trabalhistas (artigo 2º, §§2º e 3º, da CLT, com redação
advinda da Lei 13.467/2017), mesmo tendo cada um dos integrantes personalidade
jurídica própria e não estejam sob a direção ou controle da outra, bastando que haja
interesses comuns ou integrados.
Deveras, e abstraindo-se o conceito contido no art. 2º, §2º da Lei Consolidada, que não
é suficiente para se dimensionar o fenômeno do grupo empresarial ou econômico,
podemos afirmar que o grupo empresarial é o conjunto constituído por várias
sociedades, conservando cada uma sua existência própria, mas unidas entre elas por
diversos laços, em virtude dos quais, em regra, uma delas, mantém as outras sob sua
dependência exercendo uma espécie de controle sobre o conjunto, fazendo prevalecer a
unidade de decisões.
Todavia, deve-se anotar, ao mesmo tempo, que também se caracteriza o grupo quando
houver mera coordenação interempresarial, como, aliás, previsto pela Lei 5.889/73 (art.
3º, §2º) bem antes da vigência da Lei 13.467/2017 e como defendia a doutrina juslaboral
nacional e foi entendido pela 3ª Turma do Colendo Tribunal Superior do Trabalho, no
julgamento do Proc. Nº TST-AIRR 399-02.2016.5.05.0132, em 05.06.2019, Relator
Ministro Mauricio Godinho Delgado.
Entendeu o festejado Ministro e Doutrinador que embora prevalecesse a tese da simples

relação de coordenação para a configuração do grupo econômico, ocorreu oscilação
jurisprudencial, em virtude de a SBDI-1 do TST ter apontado em direção contrária, no
sentido de que seria necessário, também, relação hierárquica entre as empresas.
Contudo, reexaminando a matéria e considerando o avanço normativo ocorrido com a
edição da Lei de Trabalho Rural (Lei 5.889/1973), que, em seu art. 3º, §2º, adota a tese
de mera coordenação interempresarial; considerando, ademais, que todo o Direito
Brasileiro, em outros campos jurídicos, também passou a privilegiar a tese da mera
coordenação interempresarial e a mais sólida responsabilização das empresas
componentes do grupo (ilustrativamente, Lei 8.078/1990, em seu artigo 28, §5º; Lei
9.605/1998, em seu art. 4º; Lei 12.529/2011, em seu art. 34; Lei 12.846/2013, em seu
art. 16, §5º), houve significativa alteração de entendimento.
Dessa maneira, tem-se por essenciais à noção de grupo econômico justrabalhista as

ideias de garantia, higidez econômica e correção entre as entidades empresariais, tal
como indicado pela regra jurídica da simples coordenação empresarial, mesmo que
mantida a autonomia de gestão de cada empresa. Por essa razão é possível defender que
o artigo 2º, §2º, da CLT expressa contemporaneamente a vertente da coordenação
interempresarial.
No caso específico destes autos, inexiste prova robusta e hábil ao reconhecimento de

que a executada, HEBERT LUIZ DE SOUZA 07687195698, e as empresas WENDEL
WILLIANS MONTE 02173001620 e DOCE VIDA PANIFICADORA LTDA. integram o
mesmo grupo econômico.
Por tais fundamentos, não há que se falar em condenação solidária. (f. 263/266)
Fls.: 48
Não há o que reparar no decisum.
No ordenamento jurídico trabalhista, a sucessão de empregadores decorre

da alteração na estrutura jurídica ou na propriedade de uma empresa, resultando na transmissão de
direitos e na assunção de débitos decorrentes da relação de emprego, nos termos dos artigos 10 e 448,
ambos da CLT, in verbis:
Art. 10 - Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos

adquiridos por seus empregados.
Art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará

os contratos de trabalho dos respectivos empregados.
Compulsando os autos, verifico, da mesma forma que o Juízo a quo, que

as provas produzidas não demonstram categoricamente que houve sucessão entre as empresas.
Ainda que as empresas explorem o mesmo ramo de serviço e atuem no

ponto comercial em que o agravado exercia a atividade econômica, não se pode concluir que houve
sucessão empresarial, mormente quando não há prova nos autos de que houve aproveitamento do fundo
de comércio, direitos ou empregados do executado, sem interrupção, em continuidade da atividade
econômica para fins de responsabilização pelas dívidas do agravado.
Neste sentido, o aresto deste Regional:
SUCESSÃO DE EMPRESAS. NÃO CONFIGURAÇÃO. O simples fato de uma

executada ter ocupado o espaço físico onde uma das devedoras principais, pertencente ao
grupo econômico da empregadora do exequente, exercia sua atividade econômica não
induz ao reconhecimento de sucessão trabalhista. Assim, ainda que ambas explorassem o
mesmo ramo, não se pode concluir que houve sucessão empresarial. A responsabilidade
pelos encargos de outra empresa não é presumida pela identidade de objeto ou de
endereço da nova empresa, que só por si não sugerem continuidade entre as pessoas
jurídicas. (TRT da 3.ª Região; Processo: 0001990-68.2014.5.03.0182 AP; Data de
Publicação: 11/07/2017; Disponibilização: 10/07/2017, DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página
2063; Órgão Julgador: Decima Turma; Relator: Paulo Mauricio R. Pires; Revisor:
Lucilde D'Ajuda Lyra de Almeida)
De igual modo, não há nos autos prova suficiente da formação de grupo

econômico, não tendo a agravante demonstrado qualquer efetiva relação de direção, coordenação, ou
interesse social integrado entre as empresas.
Não se evidencia, do conjunto probatório, ainda, qualquer ligação entre os

sócios do executado e das empresas em relação às quais a agravante pretende o reconhecimento da
sucessão trabalhista e do grupo econômico.
O indício alegado pela trabalhadora - instalação de empresa do mesmo

ramo de atividade no endereço em que o agravado esteve estabelecido, com adoção do nome fantasia -
não é suficiente para o fim pretendido, nos termos do art. 2º, §2º, da CLT.
Fls.: 49
Recurso desprovido.
Conclusão do recurso
Conheço do Agravo de Petição e, no mérito, nego-lhe provimento.
Acórdão
Fundamentos pelos quais
O Tribunal Regional do Trabalho da Terceira Região, em sessão ordinária

da sua Sétima Turma, hoje realizada, sob a presidência do Exmo. Desembargador Antônio Carlos
Rodrigues Filho, presente o Exmo. Procurador Eduardo Maia Botelho, representante do Ministério
Público do Trabalho, computados os votos do Exmo. Desembargador Vicente de Paula Maciel Júnior e
do Exmo. Desembargador Paulo Roberto de Castro, JULGOU o presente processo e, unanimemente,
conheceu do Agravo de Petição e, no mérito, sem divergência, negou-lhe provimento.
Belo Horizonte, 14 de abril de 2023.
ANTÔNIO CARLOS RODRIGUES FILHO

Desembargador Relator
ACRF/04
VOTOS
Fls.: 50
PODER JUDICIÁRIO
ATSum 0010868-55.2021.5.03.0143
DESPACHO PJe-JT
Vistos os autos.
A execução prossegue em seus termos,vez que desprovido o

agravo de petição da exequente e mantida a sentença de id. e74d72.
Manifeste-se a autora, em 10 dias, indicando meios hábeis para

o prosseguimento da execução, sob pena de sobrestamento do feito por 02 anos e
início da contagem da presrição intercorrente.
JUIZ DE FORA/MG, 10 de maio de 2023.

Assinado eletronicamente por: TARCISIO CORREA DE BRITO - Juntado em: 10/05/2023 11:56:36 - c07cd3f
Fls.: 51
PODER JUDICIÁRIO
ATSum 0010868-55.2021.5.03.0143
DESPACHO
Vistos.
Defiro o requerido.
Ative-se o Infojud em face do reclamado (CPF).
Do resultado, vista à autora por 05 dias, para que requeira o que

de interesse de forma clara e específica, sob pena de sobrestamento do feito por 02
anos e início da contagem da prescrição intercorrente.
JUIZ DE FORA/MG, 30 de maio de 2023.

Assinado eletronicamente por: TARCISIO CORREA DE BRITO - Juntado em: 30/05/2023 08:19:10 - 21157f2
Fls.: 52
PODER JUDICIÁRIO
ATSum 0010868-55.2021.5.03.0143
DESPACHO
Vistos.
Ative-se o Infojud pelas modalidades solicitadas pela autora

/exequente: DOI, DECRED e DIMOB.
Do resultado, que deverá ser anexado aos autos de forma

sigilosa, vista à autora para que requeira o que de interesse de forma clara e objetiva,
05 dias.

Assinado eletronicamente por: TARCISIO CORREA DE BRITO - Juntado em: 20/06/2023 07:59:03 - 6c9f181
Fls.: 53
PODER JUDICIÁRIO
ATSum 0010868-55.2021.5.03.0143
DESPACHO PJe-JT
Vistos os autos.
Atente-se a reclamante para a certidão Id dbfb7ba.
Intime-se.
THIAGO SACO FERREIRA

Assinado eletronicamente por: THIAGO SACO FERREIRA - Juntado em: 30/06/2023 19:30:09 - 6b23f9c
Fls.: 54
PODER JUDICIÁRIO
ATSum 0010868-55.2021.5.03.0143
DESPACHO PJe-JT
Vistos os autos.
Ative-se o CCS observando o CNPJ e CPF do executado, por se

tratar de Firma Individual
JUIZ DE FORA/MG, 11 de julho de 2023.
THIAGO SACO FERREIRA

Assinado eletronicamente por: THIAGO SACO FERREIRA - Juntado em: 11/07/2023 18:54:10 - 426db9a
SUMÁRIO
Documentos
Data da
Id. Documento Tipo
Assinatura
685dead 19/08/2021 15:20 Despacho Despacho
7bc263b 25/08/2021 12:27 Despacho Despacho
954202c 02/09/2021 10:58 Ata da Audiência Ata da Audiência
465214f 23/09/2021 12:13 Despacho Despacho
fbecb7c 06/10/2021 11:51 Ata da Audiência Ata da Audiência
f5f1c2e 16/11/2021 10:00 Ata da Audiência Ata da Audiência
5457e65 17/12/2021 11:45 Sentença Sentença
60ea1e9 03/02/2022 18:32 Decisão Decisão
ef317d0 21/02/2022 15:41 Decisão Decisão
93daf8f 31/03/2022 11:37 Despacho Despacho
c093ca1 18/05/2022 11:34 Acórdão Acórdão
db979b2 10/06/2022 13:23 Despacho Despacho
b190a6d 30/06/2022 17:03 Despacho Despacho
91a849a 15/08/2022 23:06 Decisão Decisão
b214529 01/09/2022 13:33 Decisão Decisão
252e018 25/10/2022 07:38 Despacho Despacho
f235f67 08/11/2022 12:33 Despacho Despacho
4e74d72 24/01/2023 12:52 Decisão Decisão
230c1b1 16/02/2023 10:19 Decisão Decisão
5135c36 19/04/2023 11:39 Acórdão Acórdão
c07cd3f 10/05/2023 11:56 Despacho Despacho
21157f2 30/05/2023 08:19 Despacho Despacho
6c9f181 20/06/2023 07:59 Despacho Despacho
6b23f9c 30/06/2023 19:30 Despacho Despacho
426db9a 11/07/2023 18:54 Despacho Despacho

ATSum 0010868-55.2021.5.03.0143 1grau

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Ação Trabalhista - Rito Sumaríssimo

Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 18/08/2021

ADVOGADO: MOLIZE ALVES SEGANTINI

Em razão dos termos das Resoluções nº 313, 314 e 318, todas do

Nos termos da Resolução 314 do CNJ, os prazos processuais das

É dever deste Juízo dar regular andamento ao feito, com escopo

O princípio da cooperação judicial e a essencialidade da

A prática de atos processuais que apenas gerariam o

telepresencial, cujo acesso ocorrerá pelo link: https://trt3-jus-br.zoom.us/my

(a) para acesso à plataforma é preciso que o advogado e/ou

(b) a audiência designada servirá para tentativa de conciliação e,

(c) o não comparecimento das partes NÃO implicará em

(d) considerando-se que o(s) reclamado(s) foi(foram) notificado

Intime-se a autora para ciência, devendo, prazo de 48 horas,

Vinda a informação, notifique-se o réu remotamente por

JUIZ DE FORA/MG, 19 de agosto de 2021.

TARCISIO CORREA DE BRITO

Notifique-se o réu via postal, com urgência.

JUIZ DE FORA/MG, 25 de agosto de 2021.

TARCISIO CORREA DE BRITO

5ª VARA DO TRABALHO DE JUIZ DE FORA

TERMO DE AUDIÊNCIA RELATIVO AO PROCESSO 0010868-55.2021.5.03.0143

Em 02 de setembro de 2021, na sala de sessões da 5ª VARA DO TRABALHO

Às 10h14min, aberta a audiência, foram, de ordem do Exmo(a). Juiz do

Presente o reclamante, acompanhado do(a) advogado(a), Dr(a).

Ausente o reclamado e seu advogado.

Considerando que não se sabe ao certo se houve a efetiva notificação do(a)

Comprovada a notificação via postal, requer o autor a aplicação das penas

Em consequência, adie-se a audiência para o dia 28/09/2021, às 09h,

CITE-SE A RECLAMADA, COM URGÊNCIA, por mandado

Audiência encerrada às 10h20min

TARCISIO CORREA DE BRITO

Ata redigida por Sandra Regina Lawall Barreiros, Secretário(a) de Audiência.

Considerando a manifestação do reclamado e documentos

JUIZ DE FORA/MG, 23 de setembro de 2021.

TARCISIO CORREA DE BRITO

5ª VARA DO TRABALHO DE JUIZ DE FORA

TERMO DE AUDIÊNCIA RELATIVO AO PROCESSO 0010868-55.2021.5.03.0143

Em 06 de outubro de 2021, na sala de sessões da 5ª VARA DO TRABALHO

Às 10h16min, aberta a audiência, foram, de ordem do Exmo(a). Juiz do

Presente o reclamante, acompanhado do(a) advogado(a), Dr(a).

Presente o reclamado acompanhado do(a) advogado(a), Dr(a). MOLIZE

CONCILIAÇÃO PROPOSTA (artigo 846/CLT) e RECUSADA.

DEFESA(s) ESCRITA(s) da (o)(s) ré(u)(s), COM documentos, já anexados aos

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Declaram as partes que os documentos apresentados estão na forma dos

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O princípio da cooperação judicial e a essencialidade da atividade do

Por tais razões, visando garantir regular e eficiente tramitação do processo,

Considerando-se os boletins epidemiológicos diários divulgados pela

A presente ata tem efeito de declaração de comparecimento para todos os

CIENTE(S) as partes presentes e seu(s) procurador(es).

Audiência encerrada às 10h23min.

TARCISIO CORREA DE BRITO

Ata redigida por Sandra Regina Lawall Barreiros, Secretário(a) de Audiência.

5ª VARA DO TRABALHO DE JUIZ DE FORA

TERMO DE AUDIÊNCIA RELATIVO AO PROCESSO 0010868-55.2021.5.03.0143

Em 16 de novembro de 2021, na sala de sessões da 5ª VARA DO TRABALHO

Às 08h04min, aberta a audiência, foram, de ordem do Exmo(a). Juiz do

Presente o reclamante, acompanhado do(a) advogado(a), Dr(a). FERNANDO

Presente o reclamado acompanhado do(a) advogado(a), Dr(a). MOLIZE