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Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo

PJe - Processo Judicial Eletrônico

07/03/2024

Número: 0001054-27.2018.8.08.0016
Classe: APELAÇÃO CÍVEL
Órgão julgador colegiado: 4ª Câmara Cível
Órgão julgador: 013 - Gabinete Des. ROBSON LUIZ ALBANEZ
Última distribuição : 05/11/2022
Valor da causa: R$ 200.000,00
Relator: ROBSON LUIZ ALBANEZ
Processo referência: 00010542720188080016
Assuntos: Esbulho / Turbação / Ameaça
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
JOSE ANTONIO GARBELOTTO (APELANTE) JOSE MANOEL ALMEIDA BOLZAN (ADVOGADO)
DARIO ANTONIO FIORESI MOREIRA (APELADO) RENAN DE SOUZA (ADVOGADO)
UIASSANARA LESSA BRAVIN (ADVOGADO)
VALERIA GARBELOTTO (APELADO) RENAN DE SOUZA (ADVOGADO)
UIASSANARA LESSA BRAVIN (ADVOGADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
37073 05/11/2022 09:29 Petição Inicial Petição Inicial
59
42409 10/02/2023 11:33 Certidão Certidão
96
49782 18/05/2023 13:59 Despacho Despacho
95
51228 02/06/2023 21:23 Petição (outras) Petição (outras)
59
51228 02/06/2023 21:23 ZEZINHO GARBELOTTO - COMPROVAÇÃO E-MAIL Documento de comprovação
62 ENCAMINHAMENTO GUIA CUSTAS RECURSO
51228 02/06/2023 21:23 ZEZINHO GARBELOTTO - GUIA CUSTAS Documento de comprovação
60 APELAÇÃO
51228 02/06/2023 21:23 JOSE ANTONIO GARBELOTTO - QUITAÇÃO GUIA Documento de comprovação
61 CUSTAS APELAÇÃO
55543 28/07/2023 13:46 Relatório Relatório
64
56590 07/08/2023 18:03 Certidão - Disponibilização Certidão - Disponibilização
88
57226 15/08/2023 14:44 Certidão de julgamento Certidão - Julgamento
53
57538 18/08/2023 14:38 Acórdão Acórdão
33
55543 18/08/2023 14:38 Voto do Magistrado Voto
65
56990 18/08/2023 14:38 Voto Voto
70
57042 18/08/2023 14:38 Voto Voto
03
55543 18/08/2023 14:38 Ementa Ementa
66
59262 31/08/2023 23:16 Embargos de Declaração Embargos de Declaração
90
67952 04/12/2023 12:04 Despacho Despacho
95
71392 25/01/2024 17:25 Contrarrazões Contrarrazões
84
71392 25/01/2024 17:25 PARTE2- CONTRARRAZOES EMBARGOS Contrarrazôes em PDF
85 DECLARACAO- DARIO E VALERIA_compressed-13-
24
CERTIDÃO

Nos termos do Ato Normativo nº 003/2022, publicado no E-Diário do dia 17/01/2022, e do


Ato Normativo Conjunto nº 007/2022, publicado no E-Diário do dia 01/04/2022, CERTIFICO
que os autos físicos de nº 00010542720188080016, em trâmite no sistema EJUD, oriundo
da Conceição do Castelo - Vara Única, foram digitalizados pela Coordenadoria de Gestão
da Informação Documental e virtualizados, nesta data, no sistema PJe 2G por esta
Coordenadoria, conforme comprovante de protocolo em anexo.

Certifico que fora(m) gerado(s) 03 arquivo(s) digitalizado(s), os qual(is) fora(m) inserido(s) nesta data no drive da
unidade judicial competente.

Certifico que consta objeto não digitalizável às folhas 433 dos autos físicos, os quais permanecerão de posse da
unidade judiciária competente para eventual consulta enquanto tramitar o processo eletrônico.

NESTA DATA, FAÇO REMESSA DESTES AO ÓRGÃO JULGADOR.

Assinado eletronicamente por: ADRIANO DE SOUZA OST - 05/11/2022 09:29:26 Num. 3707359 - Pág. 1
https://pje.tjes.jus.br/pje2g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22110509292571900000003621604
Número do documento: 22110509292571900000003621604
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
PODER JUDICIÁRIO
QUARTA CÂMARA CÍVEL
Endereço: Rua Desembargador Homero Mafra, nº 60, Enseada do Suá, Vitória/ES, CEP. 29.050-906.
Telefone: 3334-2117 / 2118 / 2176 / 2750 (diretoria) - E-mail: 4acamaracivel@tjes.jus.br

PROCESSO Nº 0001054-27.2018.8.08.0016
APELAÇÃO CÍVEL (198)
APELANTE: JOSE ANTONIO GARBELOTTO

APELADO: DARIO ANTONIO FIORESI MOREIRA, VALERIA GARBELOTTO

Advogado do(a) APELANTE: JOSE MANOEL ALMEIDA BOLZAN - ES23129

Advogados do(a) APELADO: RENAN DE SOUZA - ES22558, UIASSANARA LESSA BRAVIN - ES24291-A
Advogados do(a) APELADO: RENAN DE SOUZA - ES22558, UIASSANARA LESSA BRAVIN - ES24291-A

CERTIDÃO

Certifico que os presentes autos foram virtualizados neste Egrégio


Tribunal de Justiça

e que o(s) arquivo(s) digital(is) correspondente(s) aos autos físicos

pode(m) ser acessado(s) no endereço/link:

https://drive.google.com/drive/folders/1ZcS-erQg1dIgwFo0e15rrAoZY5BOrRjy?usp=share_link

Bruna Stefenoni Queiroz Bayerl Lima


Diretora de Secretaria da Quarta Câmara Cível.

Assinado eletronicamente por: SABRINA FERREGUETTI MAIA - 10/02/2023 11:33:32 Num. 4240996 - Pág. 1
https://pje.tjes.jus.br/pje2g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23021011333278800000004134752
Número do documento: 23021011333278800000004134752
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
PODER JUDICIÁRIO
4ª Câmara Cível
Endereço: Rua Desembargador Homero Mafra 60, Enseada do Suá, VITÓRIA - ES -
CEP: 29050-906
Número telefone:(27) 33342117

PROCESSO Nº 0001054-27.2018.8.08.0016
APELAÇÃO CÍVEL (198)
APELANTE: JOSE ANTONIO GARBELOTTO
APELADO: DARIO ANTONIO FIORESI MOREIRA, VALERIA GARBELOTTO
Advogado do(a) APELANTE: JOSE MANOEL ALMEIDA BOLZAN - ES23129
Advogados do(a) APELADO: RENAN DE SOUZA - ES22558, UIASSANARA LESSA BRAVIN - ES24291-A
Advogados do(a) APELADO: RENAN DE SOUZA - ES22558, UIASSANARA LESSA BRAVIN - ES24291-A

DESPACHO

Intime-se a parte recorrente para conhecimento e manifestação acerca da

preliminar arguida pelo recorrido nas contrarrazões, providência para a qual concedo-lhe o

prazo de 15 dias.

Após, conclusos.

VITÓRIA-ES, 18 de maio de 2023.

ROBSON LUIZ ALBANEZ

Desembargador Relator

Assinado eletronicamente por: ROBSON LUIZ ALBANEZ - 18/05/2023 13:59:27 Num. 4978295 - Pág. 1
https://pje.tjes.jus.br/pje2g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23051813592763600000004837591
Número do documento: 23051813592763600000004837591
José Manoel Almeida Bolzan
OAB-ES 23129
28 99937-1515
jmbolza@yahoo.com.br

EXCELENTÍSSIMA DOUTOR DESEMBARGADOR ROBSON LUIZ ALBANEZ - RELATOR


QUARTA CÂMARA CÍVEL - TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Processo nº 0001054-27.2018.8.08.0016

Autor: José Antônio Garbelotto


Réus: Dário Antônio Fiorese Moreira e Valéria Garbelotto

JOSÉ ANTÔNIO GARBELOTTO, devidamente qualificado nos


autos do processo em epígrafe, instrumento procuratório juntado aos autos, vem
respeitosamente à honrada e culta presença de Vossa Excelência, tempestivamente,
MANIFESTAR na forma do despacho proferido nos autos Id 4978295 quanto a preliminar
arguida pelo Recorrido em suas contrarrazões, pelas razões de fato e de direito.

O Recorrido alga em sede de Contrarrazões que nos termos


do artigo 1.007 do Novo Código de Processo Civil, o Recorrente comprovará no ato da
interposição do recurso, o preparo recursal, inclusive o porte de remessa e de retorno,
sob pena de deserção.

Contudo, quando da interposição do recurso de Apelação, o


sistema eletrônico do Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo de emissão de guias
apresentava falhas internas, sendo comunicado o fato diretamente ao Chefe da
Contadoria que afirmou que em casos assim, antes da remessa dos autos ao Egrégio

Avenida Angelo Altoé, nº 310, Sala 102 | Centro


Venda Nova do Imigrante – ES | 29375-000

Assinado eletronicamente por: JOSE MANOEL ALMEIDA BOLZAN - 02/06/2023 21:23:46 Num. 5122859 - Pág. 1
https://pje.tjes.jus.br/pje2g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23060221234647400000004975303
Número do documento: 23060221234647400000004975303
José Manoel Almeida Bolzan
OAB-ES 23129
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jmbolza@yahoo.com.br

Tribunal de Justiça, providenciaria a guia requerida para pagamento das custas


diretamente ao e-mail, sendo apresentado o endereço eletrônico pessoal deste
causídico jmbolza@yahoo.com.br

Nesta esteira, o responsável pela Contadoria encaminhou via


e-mail a guia de pagamento na data de 09/11/2022, sendo devidamente quitada,
destacando o encaminhamento da guia com amparo ao artigo 1.007, §4º do NCPC e
o cumprimento da determinação legal, fazendo prova o incluso documento.

Ou seja, não houve conforme comprova os autos intimação


deste causídico anterior ao referido e-mail remetido pelo Cartório Distribuidor quanto
ao recurso em deslinde, sendo imediatamente cumprido após o recebimento do e-mail
com a guia de pagamento.

Assim, eventual deserção por irregularidade na emissão e/ou


preenchimento da guia apresentada apenas poderia ser reconhecida após a
intimação do seu Advogado, que não caracteriza o caso em deslinde.

Destaca-se a jurisprudência:

AGRAVO INTERNO. APELAÇÃO. DESERÇÃO. NÃO CONHECIMENTO. ARTIGO


1.007, § 4º DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. 1. "Não havendo a
comprovação do recolhimento do preparo no ato da interposição do
recurso, o recorrente será intimado para realizar o recolhimento em dobro,
sob pena de deserção, à luz do art. 1.007, caput e § 4º, do CPC de 2015. 2.
Nos termos da jurisprudência consolidada desta Corte, 'não atendendo à

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Assinado eletronicamente por: JOSE MANOEL ALMEIDA BOLZAN - 02/06/2023 21:23:46 Num. 5122859 - Pág. 2
https://pje.tjes.jus.br/pje2g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23060221234647400000004975303
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José Manoel Almeida Bolzan
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intimação para o recolhimento em dobro, nos termos do artigo 1.007, § 4º,


do Código de Processo Civil, é deserto o recurso interposto. Incidência dos
enunciados n. 7 e 83 da Súmula do Superior Tribunal de Justiça' (AgInt no
AREsp 1.459.083/RS, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, DJe
de 26/11/2019). ()" (AgInt no AREsp 1650839/MA, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO,
QUARTA TURMA, julgado em 31/08/2020, DJe 23/09/2020). 2. Agravo interno
conhecido e não provido. (Acórdão 1371977, 07318724520188070016,
Relator: MARIA IVATÔNIA, 5ª Turma Cível, data de julgamento: 15/9/2021,
publicado no DJE: 27/9/2021. Pág.: Sem Página Cadastrada.)

O Apelante requer a aplicação dos princípios da cooperação


e da efetividade do processo.

Por fim, REQUER ao final o conhecimento e o provimento do


recurso de Apelação, para julgar IMPROCEDENTE a preliminar arguida de deserção.

Termos em que pede e respeitosamente aguarda


deferimento.
Respeitosamente,

Venda Nova do Imigrante-ES, 30 de maio de 2023.

JOSÉ MANOEL ALMEIDA BOLZAN


OAB/ES 23129

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Assinado eletronicamente por: JOSE MANOEL ALMEIDA BOLZAN - 02/06/2023 21:23:46 Num. 5122859 - Pág. 3
https://pje.tjes.jus.br/pje2g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23060221234647400000004975303
Número do documento: 23060221234647400000004975303
Assinado eletronicamente por: JOSE MANOEL ALMEIDA BOLZAN - 02/06/2023 21:23:46 Num. 5122862 - Pág. 1
https://pje.tjes.jus.br/pje2g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23060221234677700000004975306
Número do documento: 23060221234677700000004975306
DUA - PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO NÚMERO DUA PJES

TRIBUNAL DE JUSTIÇA
DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
JUIZO
CONCEIÇÃO DO CASTELO
220206233
CNPJ: 27.476.100/0001-45

IDENTIFICAÇÃO (CPF) NOME OU RAZÃO SOCIAL


008.462.657-70 JOSÉ ANTONIO GARBELOTTO

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
Processo 1ª Instância: 0001054-27.2018.8.08.0016
Classe: 198 - Apelação Cível - PROCESSO CÍVEL E DO TRABALHO
Valor da Causa: R$ 200.000,00
Conta de Custas n.: 922093370
Detalhamento: 0,25% do Valor da Causa com o mínimo de 135 VRTEs.
Sanção Pecuniária nos termos do Art. 1.007 § 4º do CPC.

Pagável no Banestes, Banco do Brasil, Bradesco, Bancoob/Sicoob, Caixa Econômica Federal/Lotérica, REFERÊNCIA:2022
Itaú-Unibanco e Santander, exclusivamente nos canais de recebimento por eles disponibilizados, conforme VIGÊNCIA ATÉ:
previsto no art. 29 da Portaria nº 13-R de 15/08/2017. 2022

RECOLHIMENTO PARA FUNEPJ - CNPJ: 20.868.995/0001-14

DESCRIÇÃO DA RECEITA VALOR DA RECEITA


Custas Judiciais 1.089,46
AUTENTICAÇÃO MECÂNICA

Via do Contribuinte

NÚMERO DUA PJES NOME OU RAZÃO SOCIAL IDENTIFICAÇÃO (CPF)


JOSÉ ANTONIO GARBELOTTO 008.462.657-70

220206233 COMARCA
CONCEIÇÃO DO CASTELO
REFERÊNCIA: 2022
VIGÊNCIA: 2022

RECOLHIMENTO PARA FUNEPJ - CNPJ: 20.868.995/0001-14 VALOR DA RECEITA


Custas Judiciais 1.089,46

85800000010 0 89460256202 2 21231220206 3 23300000000 0 AUTENTICAÇÃO MECÂNICA

Assinado eletronicamente por: JOSE MANOEL ALMEIDA BOLZAN - 02/06/2023 21:23:47 Num. 5122860 - Pág. 1
https://pje.tjes.jus.br/pje2g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23060221234697800000004975304
Número do documento: 23060221234697800000004975304
SISBB - SISTEMA DE INFORMACOES BANCO DO BRASIL
10/11/2022 - AUTO-ATENDIMENTO - 09.14.29
1786801786

COMPROVANTE DE PAGAMENTO

CLIENTE: EDILENES FERREIRA LIMA *


AGENCIA: 1786-8 CONTA: 11.348-4
================================================
Convenio DUA PODER JUDICIARIO ES
Codigo de Barras 85800000010-0 89460256202-2
21231220206-3 23300000000-0
Data do pagamento 10/11/2022
Valor Total 1.089,46
================================================
DOCUMENTO: 111001
AUTENTICACAO SISBB:
4.FD0.06E.A6C.F42.444

Assinado eletronicamente por: JOSE MANOEL ALMEIDA BOLZAN - 02/06/2023 21:23:47 Num. 5122861 - Pág. 1
https://pje.tjes.jus.br/pje2g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23060221234719800000004975305
Número do documento: 23060221234719800000004975305
APELAÇÃO CÍVEL Nº 0001054-27.2018.8.08.0016

APTE: JOSÉ ANTONIO GARBELOTTO

APDO: DÁRIO ANTÔNIO FIORESE MOREIRA e VALÉRIA GARBELOTTO

RELATOR: Des. ROBSON LUIZ ALBANEZ

RELATÓRIO

Trata-se de apelação interposta por JOSÉ ANTONIO GARBELOTTO em face da sentença que
julgou improcedente a ação de reintegração de posse de origem e procedente a reconvenção.

Em suas razões, o apelante/autor afirmou que a prova testemunhal comprovou a posse injusta dos
apelados/réus, e que os documentos acostados evidenciaram sua propriedade sobre o bem em debate, de modo a ação
matriz deveria ter sido julgada procedente.

Outrossim, sustentou que inexiste prova acerca das benfeitorias alegadas pela parte
apelada/reconvinte, não havendo que se falar em danos materiais indenizáveis.

Contrarrazões de fls. 603-643 onde os recorridos suscitaram preliminar de deserção. No mérito,


defenderam o improvimento do recurso.

Intimado o recorrente acerca da preliminar aventada em contrarrazões, este se manifestou no evento


de ID 5122859.

É o relatório. Inclua-se em pauta para julgamento.

Vitória/ES, 27 de julho de 2023.

ROBSON LUIZ ALBANEZ

Desembargador Relator

Assinado eletronicamente por: ROBSON LUIZ ALBANEZ - 28/07/2023 13:46:33 Num. 5554364 - Pág. 1
https://pje.tjes.jus.br/pje2g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23072813463382900000005386197
Número do documento: 23072813463382900000005386197
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
PODER JUDICIÁRIO
4ª Câmara Cível
Endereço: Rua Desembargador Homero Mafra 60, Enseada do Suá,
VITÓRIA - ES - CEP: 29050-906
Número telefone:(27) 33342117

PROCESSO Nº 0001054-27.2018.8.08.0016
APELAÇÃO CÍVEL (198)
APELANTE: JOSE ANTONIO GARBELOTTO

APELADO: DARIO ANTONIO FIORESI MOREIRA, VALERIA GARBELOTTO

CERTIDÃO

Certifico que a pauta da Sessão do dia 14/08/2023 foi disponibilizada no Diário da Justiça em
02/08/2023.

VITÓRIA-ES, 7 de agosto de 2023.

Assinado eletronicamente por: BRUNA STEFENONI QUEIROZ - 07/08/2023 18:03:24 Num. 5659088 - Pág. 1
https://pje.tjes.jus.br/pje2g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23080718032402000000005487423
Número do documento: 23080718032402000000005487423
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
PODER JUDICIÁRIO
4ª Câmara Cível
Endereço: Rua Desembargador Homero Mafra 60, Enseada do Suá,
VITÓRIA - ES - CEP: 29050-906
Número telefone:(27) 33342117

CERTIDÃO DE JULGAMENTO
27ª Sessão Ordinária de Processos Eletrônicos - PJE

Órg 013 - Gabinete Des. ROBSON LUIZ ALBANEZ


ão
Cla APELAÇÃO CÍVEL (198)
sse
Pro 0001054-27.2018.8.08.0016
ces
so
Rel ROBSON LUIZ ALBANEZ
ato
r
Dat 15 de agosto de 2023
a
Órg 013 - Gabinete Des. ROBSON LUIZ ALBANEZ
ão
Jul
gad
or
Ve
nce
dor
Co [031 - Gabinete Des. Convocado JAIME FERREIRA ABREU - JAIME FERREIRA
mp ABREU (Vogal), 018 - Gabinete Des. ARTHUR JOSÉ NEIVA DE ALMEIDA -
osi ARTHUR JOSE NEIVA DE ALMEIDA (Vogal), 013 - Gabinete Des. ROBSON
ção LUIZ ALBANEZ - ROBSON LUIZ ALBANEZ (Relator)]
de
julg
am
ent
o
De À unanimidade, conhecer e negar provimento ao recurso, nos termos do
cis voto do
ão Relator.

VITÓRIA-ES, 14/08/2023.

Assinado eletronicamente por: BRUNA STEFENONI QUEIROZ - 15/08/2023 14:44:25 Num. 5722653 - Pág. 1
https://pje.tjes.jus.br/pje2g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23081514442556900000005548187
Número do documento: 23081514442556900000005548187
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
PODER JUDICIÁRIO

PROCESSO Nº 0001054-27.2018.8.08.0016
APELAÇÃO CÍVEL (198)
APELANTE: JOSE ANTONIO GARBELOTTO
APELADO: DARIO ANTONIO FIORESI MOREIRA e outros
RELATOR(A):ROBSON LUIZ ALBANEZ
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________
EMENTA

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA POSSE.


IMPROCEDÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE DISCUSSÃO SOBRE A PROPRIEDADE. RECONVENÇÃO. COLHEITA
REALIZADA ANTECIPADAMENTE PELO ESBULHADOR. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

I – Nas ações possessórias é ônus da parte Autora demonstrar os elementos descritos no art. 561 do CPC.

II – Nos termos do enunciado 239 da III Jornada de Direito Civil, na falta de demonstração inequívoca de posse
que atenda à função social, deve-se utilizar a noção de "melhor posse" para o julgamento das ações
possessórias.

III - A discussão acerca da propriedade é incabível na vida do procedimento especial de reintegração de posse;
decerto que, não é possível a fungibilidade entre ações possessórias e petitórias.

IV – Sendo precária a posse, forçosa a indenização pelos prejuízos materiais causados ao possuidor legítimo.

V - Recurso conhecido e não provido.

______________________________________________________________________________
________________________________________________________________

ACÓRDÃO

Decisão: À unanimidade, conhecer e negar provimento ao recurso, nos termos do voto do


Relator.
Órgão julgador vencedor: 013 - Gabinete Des. ROBSON LUIZ ALBANEZ

Composição de julgamento: 013 - Gabinete Des. ROBSON LUIZ ALBANEZ - ROBSON LUIZ
ALBANEZ - Relator / 018 - Gabinete Des. ARTHUR JOSÉ NEIVA DE ALMEIDA - ARTHUR JOSE

Assinado eletronicamente por: ROBSON LUIZ ALBANEZ - 18/08/2023 14:38:53 Num. 5753833 - Pág. 1
https://pje.tjes.jus.br/pje2g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23081814385341300000005577989
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NEIVA DE ALMEIDA - Vogal / 031 - Gabinete Des. Convocado JAIME FERREIRA ABREU -
JAIME FERREIRA ABREU - Vogal
VOTOS VOGAIS
018 - Gabinete Des. ARTHUR JOSÉ NEIVA DE ALMEIDA - ARTHUR JOSE NEIVA DE ALMEIDA
(Vogal)
Proferir voto escrito para acompanhar
031 - Gabinete Des. Convocado JAIME FERREIRA ABREU - JAIME FERREIRA ABREU (Vogal)
Proferir voto escrito para acompanhar
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RELATÓRIO

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NOTAS TAQUIGRÁFICAS
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VOTO VENCEDOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 0001054-27.2018.8.08.0016

APTE: JOSÉ ANTONIO GARBELOTTO

APDO: DÁRIO ANTÔNIO FIORESE MOREIRA e VALÉRIA GARBELOTTO

RELATOR: Des. ROBSON LUIZ ALBANEZ

VOTO

Consoante relatado, cinge-se o presente apelo a analisar a juridicidade


da sentença que julgou improcedente a ação de reintegração de posse de origem e
procedente a reconvenção.

Em suas razões, o apelante/autor afirmou que a prova testemunhal


comprovou a posse injusta dos apelados/réus, e que os documentos acostados
evidenciaram sua propriedade sobre o bem em debate, de modo a ação matriz deveria
ter sido julgada procedente.

Outrossim, sustentou que inexiste prova acerca das benfeitorias


alegadas pela parte apelada/reconvinte, não havendo que se falar em danos materiais
indenizáveis.

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Inicialmente, afasto a ocorrência de deserção suscitada nas
contrarrazões de apelação. Isso porque, o apelante demonstrou o devido recolhimento
do preparo pelos documentos de ID 5122859, na forma prevista no art. 1.007, §4º do
CPC.

Sendo assim, passo ao exame do apelo o que o faço, adianto, no


sentido de negar-lhe provimento.

Examinando os autos, verifico que, na origem, cuida-se de ação


possessória lastreada em possível esbulho e, como tal, é ônus da parte autora
demonstrar os elementos descritos no art. 561 do CPC, in verbis:

Art. 561. Incumbe ao autor provar:

I - a sua posse;

II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;

III - a data da turbação ou do esbulho;

IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de


manutenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração.

Colhe-se dos autos que o requerente/apelante alegou ser legítimo


possuidor de imóvel localizado em Jatobá, na Comarca de Conceição Castelo, o qual
lhe coube quando da dissolução da sociedade de fato que possuía junto com seus
primos Edi Garbelotto e o falecido Valerino Garbelotto. Afirmou, também, que é
responsável pelo pagamento do CAR e CCIR da propriedade.

Aduziu, ainda, que em 2013, permitiu que a segunda requerida/apelada


administrasse a propriedade provisoriamente, todavia, em 2018, esta transferiu a
administração do local ao primeiro requerido/apelado, o qual informou ao
autor/apelante que o teria arrendado.

Em sua defesa, os requeridos/apelados argumentaram que o autor


jamais teve a posse do bem em debate, o qual foi adquirido por Valerino Garbelotto,
genitor da segunda ré, em 1997, do Sr. José Guarnier Moreira. Esclareceram que a
propriedade foi adquirida pela sociedade de fato existente entre os Garbelotto, razão

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pela qual o registro constou o nome do requerente, ora recorrente.

Disseram, ainda, que quando da dissolução da sociedade de fato, em


2005, o imóvel em questão coube ao pai da segunda requerida, Sr. Valerino
Garbelotto, de modo que, quando do falecimento deste, seu ex-genro, Sr. Julimar,
passou a administrar o local.

Ocorre que, em 2017, a segunda requerida teria se divorciado, momento


no qual delegou ao primeiro requerido a administração da propriedade.

Pois bem.

Examinando com acuidade as provas produzidas pelas partes, concluo


deva ser mantida a referida propriedade na posse da ora apelada/segunda ré. E assim
o digo, porque as referidas provas convenceram-me da veracidade da tese suscitada
pela parte demandada, ex vi do art. 371 do CPC. Explico.

A Sra. Maria de Lourdes Fioroti Cabral, cujas declarações encontram-se


na ata notarial de fls. 303/304, afirmou, em apertada síntese, que trabalhou para a
família Garbelotto por 23 (vinte e três) anos e que, quando da dissolução da sociedade
de fato já mencionada alhures, a propriedade em debate ficou para o genitor da
segunda requerida/apelada, que somente não registrou em seu nome por questões
fiscais.

O Sr. Pedro Guilhermino, por seu turno, registrou no documento público


de fls. 305/307, que trabalhou para Edi e Valerino por 22 (vinte e dois) anos como
meeiro e nunca viu Zezinho (autor) na propriedade localizada em Jatobá, assim como,
que após a morte de Valerino, o então esposo de sua filha Valéria foi quem assumiu
os cuidados com o local.

No mesmo sentido dos declarantes acima têm-se, ainda, as atas


notariais das pessoas de Gilberto (fls. 125/127), José Luiz (fls. 128/129), Sebastião (fls.
130/131), Márcio Renato (fls. 108/109), entre outros.

Corroborando com as declarações documentadas citadas acima,


também fora produzida prova oral. Dentre as pessoas ouvidas judicialmente, a
testemunha Antônio José, advogado, elucidou que trabalhou para os irmãos
Garbelotto na dissolução da sociedade de fato mantida entre estes, tendo a
propriedade em litígio sido arrematada pelo Sr. Valerino.

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A participação do causídico na dissolução fora mencionada por diversas
outras testemunhas, dando verossimilhança às suas afirmações (AIJ de fls. 432/433).

As pessoas de Dário, Jotalino e Adriano, cujos testemunhos foram


colhidos na mesma audiência de instrução em julgamento, fortaleceram as
declarações já mencionadas, ou seja, no sentido de que o direito possessório em litígio
pertence à segunda requerida, ora apelada – Sra. Valéria.

O documento de fl. 97, datado de 2016, também reforça a tese da


segunda requerida/apelada, no sentido de que herdou de seu genitor, juntamente com
sua genitora, o imóvel em questão, o qual foi posteriormente lhe repassado, em sua
integralidade.

Neste ponto, importante citar o enunciado 239 da III Jornada de Direito


Civil: “Na falta de demonstração inequívoca de posse que atenda à função social,
deve-se utilizar a noção de "melhor posse", com base nos critérios previstos no
parágrafo único do art. 507 do Código Civil /1916”; decerto que, no caso em apreço, a
melhor posse, em meu sentir, encontra-se a cargo da segunda requerida, ora apelada.

Outrossim, a despeito das provas produzidas neste caderno processual


acerca da propriedade do bem, rememoro que tal discussão é incabível nesta via -
procedimento especial de reintegração de posse.

Pelo narrado, conclui-se que a parte Requerente, ora Apelante, não se


desincumbiu de seu ônus de demonstrar a posse precária dos Requeridos/Apelados,
de forma que a manutenção da Sentença de improcedência é medida que se impõe.
Nesse sentido:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE.


AUSÊNCIA DE PROVA DA POSSE ANTERIOR. RECURSO PROVIDO.
1) A proteção ao direito de posse sempre figurou como um dos temas
mais intrigantes do Direito Civil brasileiro, ganhando contornos ainda
mais especiais na moderna tendência de Constitucionalização do Direito
Privado. A posse é situação fática, é submissão da coisa ao homem,
de sorte que aquele que dá à coisa destinação adequada, utilidade,
merece proteção jurídica, ainda que não ostente um título formal. O
Código Civil, inspirado na Constituição de 1988, prestigia a função social

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dos bens, amparando a quem lhes imprima uso regular, ainda que
dissociado de (ou mesmo contrário a) um título de propriedade. 2) Quem
busca proteção possessória tem o ônus de demonstrar a situação fática
preexistente, o exercício do poder físico sobre a coisa em momento
anterior à turbação ou ao esbulho, nos molde do art. 561, do CPC/15. 3)
O autor, ora apelado, não logrou demonstrar que exercia a posse
anterior do imóvel em testilha. As provas por ele produzidas um
documento de doação da casa e um contrato de suposta locação são
incapazes de demonstrar que teria dado função social ao imóvel em
testilha. Ademais, a posse é poder fático. É efetivo exercício das
faculdades de uso e gozo no plano empírico e não meramente
jurídico/virtual. 4) À míngua de prova do prévio exercício de
poderes físicos sobre o bem, improcede o pleito de reintegração, já
que [...] O possuidor que se julga esbulhado deve demonstrar a
atualidade da posse ao tempo do esbulho, o que é incompatível com a
sua virtualidade, percebida com aquele que não exercia efetivamente o
poder fático na coisa (FARIAS, Cristiano Chaves de; RONSEVALD,
Nelson. Direitos reais . 7 ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris. 2011. p. 151).
5) Recurso provido, para reformar a sentença objurgada e julgar
improcedente o pedido de reintegração. (TJ-ES - AC:
00436129320148080035, Relator: ELIANA JUNQUEIRA MUNHOS
FERREIRA, Data de Julgamento: 03/11/2020, TERCEIRA CÂMARA
CÍVEL, Data de Publicação: 14/12/2020)

APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE


REINTEGRAÇÃO DE POSSE. REQUISITOS DO ART. 561 DO CPC
NÃO PREENCHIDOS. ESBULHO. FALTA DE COMPROVAÇÃO.
POSSE JUSTA PARA EFEITOS POSSESSÓRIOS. DISCUSSÃO
ACERCA DA PROPRIEDADE E DOMÍNIO. AÇÕES POSSESSÓRIAS.
IMPOSSIBILIDADE. MELHOR POSSE CONFIGURADA.
IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO. SENTENÇA MANTIDA. 1. Possuidor é
todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos
poderes inerentes à propriedade, os quais podem ser assim definidos:
uso, gozo e fruição do bem, além do direito de reaver a coisa do poder
de quem, injustamente, a possua ou a detenha (arts. 1.196 e 1.228, CC).

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2. Em ação possessória, discute-se apenas a situação jurídica de
posse relativa às partes em litígio, sendo, por isso, estranho aos
lindes da via eleita qualquer discussão que remeta à propriedade, o
que é possível apenas quando ambos os litigantes discutem a
posse com base na propriedade. Logo, a alegação de direito de
propriedade sobre o imóvel não elide ou afasta a possibilidade de
concessão de proteção possessória àquele que demonstra melhor
posse que o proprietário (art. 1.210, § 2º, do CC). 3. No que diz
respeito às ações possessórias, os arts. 560 e 561 do CPC
estabelecem que o possuidor tem direito de ser reintegrado na
posse em caso de esbulho, devendo, para tanto, provar: a sua
posse, o esbulho praticado pelo réu, a data do esbulho e a perda da
posse. 5. Não tendo a parte autora se desincumbido do ônus processual
de comprovar a ocorrência do esbulho supostamente praticado pela
parte ré, uma vez que a posse da apelada, para efeito possessório, é
plenamente justa, merece ser mantida a sentença que julgou
improcedente o pedido reintegratório. 6. Apelação conhecida e não
provida. (TJ-DF 07077840420178070007 DF 0707784-
04.2017.8.07.0007, Relator: SIMONE LUCINDO, Data de Julgamento:
12/09/2018, 1ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE:
04/10/2018. Pág.: Sem Página Cadastrada.)

[…] A posse é estado de fato e demanda a produção de prova


testemunhal para sua comprovação, servindo a prova documental,
via de regra, apenas como complemento. (TJ-SC - AC: 20150472142
Capital 2015.047214-2, Relator: Saul Steil, Data de Julgamento:
20/10/2015, Terceira Câmara de Direito Civil)

E, ainda, a contrario sensu:

APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE -


COMODATO VERBAL - ESBULHO - POSSE PRECÁRIA -
REQUISITOS - COMPROVAÇÃO - PERDAS E DANOS - ALUGUEIS

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DEVIDOS DURANTE O PERÍODO DA MORA. - Na ação de
reintegração de posse, deve ser concedida a posse à parte que
comprove a posse e sua respectiva perda pelo esbulho praticado pela
parte contrária, nos termos do artigo 561 do CPC. Comprovando a
parte autora a posse precária da parte ré sobre o bem, decorrente
da relação de comodato verbal e o esbulho praticado, impõe-se a
reforma da sentença que julgou improcedente o pedido de
reintegração de posse - Após a notificação do comodatário para
devolver o bem, não havendo a devolução, é devido o pagamento de
aluguéis, decorrentes da fruição do bem. (TJ-MG - AC:
10000200275659002 MG, Relator: Joemilson Donizetti Lopes (JD
Convocado), Data de Julgamento: 01/04/2022, Câmaras Cíveis / 15ª
CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 06/04/2022)

Destarte, acaso o Autor/Apelante pretenda demonstrar e discutir sua


propriedade sobre o bem deverá demandar na via própria, haja vista que, como
sabido, não é possível a fungibilidade entre ações possessórias e petitórias.

Reconhecido o direito possessório da parte demandada/recorrida, do


mesmo modo deve ser acolhida a pretensão reconvencional.

É dizer, consectário lógico do direito possessório da segunda requerida


é a condenação do requerente em indenizar os prejuízos que causou com a colheita
antecipada do café, conforme demonstrado pelo laudo pericial de fls. 312/326.

Consoante restou incontroverso nos autos, o requerente/apelante foi


quem realizou a colheita de 2018, inclusive, antes do prazo regular. E, tendo sido
reconhecida a posse da requerida/apelada, forçosa a condenação do ora recorrente às
perdas e danos, sob pena de enriquecimento ilícito.

Ainda sobre este ponto, filio-me às conclusões expendidas pelo


magistrado singular, cito:

“No tocante aos danos materiais emergentes, fundamenta a reconvinte


sua pretensão no fato do reconvindo ter esbulhado a posse e efetuado a
colheita de café prematuramente, causando um prejuízo a possuidora de

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“R$28.957,86”, ou “74,23” sacas de café.

É fato nos autos que o autor esbulhou a posse exercida pela reconvinte
(conclusão inafastável da improcedência do pedido possessório,
entendimento já firmado).

Por outro lado, parece-me que o laudo de fls. 312 a 327 não destoa
das demais provas produzidas, tendo a oral inclusive afirmado que
o demandante podou a lavoura em idade não oportuna.

Embora negue veementemente o requerente, é fato que a reversão


irregular da posse ocorreu ao alvedrio das normas legais. Toda a
argumentação tecida acima justifica esta assertiva.

Entendo que a condição de clandestinidade do esbulho praticado,


passando o autor a realizar a colheita ou trato que antes eram
gerenciados pela reconvinte, não antagoniza as provas
apresentadas.

No particular, portanto, considero que o laudo de fls. 312 a 326


deve ser acolhido, isso porque, segundo entendimento do TJES,
em casos desse jaez, prevalece o viés técnico, e para se ignorar
esse aspecto é necessário que o julgador tenha outros elementos
probatórios que firmem sua convicção, isso porque, muito embora
o julgador não esteja adstrito, em tese, ao laudo pericial, prestigia-
se a prova técnica sempre que esta se apresentar indubitável para
o deslinde da questão (APL 008120014496).”

Isso posto, conheço do recurso e NEGO-LHE PROVIMENTO,


mantendo incólume a sentença combatida.

Consequentemente, considerando que os honorários são matéria de


ordem pública e, atento à majoração prevista no §11 do art. 85 do CPC, fixo os
honorários advocatícios em 13% (treze por cento) sobre o valor da causa na ação
principal, devendo o mesmo percentual ser aplicado sobre o valor da condenação na
ação secundária (reconvenção), os quais serão suportados pelo autor/reconvindo.

É como voto.

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ROBSON LUIZ ALBANEZ

Desembargador Relator

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___________________________________________________

VOTOS ESCRITOS (EXCETO VOTO VENCEDOR)

ACOMPANHO O E. DES. RELATOR PARA CONHECER DO RECURSO INTERPOSTO E, NO MÉRITO, NEGAR-LHE PROVIMENTO.

Acompanho o voto proferido pelo E. Relator.

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APELAÇÃO CÍVEL Nº 0001054-27.2018.8.08.0016

APTE: JOSÉ ANTONIO GARBELOTTO

APDO: DÁRIO ANTÔNIO FIORESE MOREIRA e VALÉRIA GARBELOTTO

RELATOR: Des. ROBSON LUIZ ALBANEZ

VOTO

Consoante relatado, cinge-se o presente apelo a analisar a juridicidade


da sentença que julgou improcedente a ação de reintegração de posse de origem e
procedente a reconvenção.

Em suas razões, o apelante/autor afirmou que a prova testemunhal


comprovou a posse injusta dos apelados/réus, e que os documentos acostados
evidenciaram sua propriedade sobre o bem em debate, de modo a ação matriz deveria
ter sido julgada procedente.

Outrossim, sustentou que inexiste prova acerca das benfeitorias


alegadas pela parte apelada/reconvinte, não havendo que se falar em danos materiais
indenizáveis.

Inicialmente, afasto a ocorrência de deserção suscitada nas


contrarrazões de apelação. Isso porque, o apelante demonstrou o devido recolhimento
do preparo pelos documentos de ID 5122859, na forma prevista no art. 1.007, §4º do
CPC.

Sendo assim, passo ao exame do apelo o que o faço, adianto, no


sentido de negar-lhe provimento.

Examinando os autos, verifico que, na origem, cuida-se de ação


possessória lastreada em possível esbulho e, como tal, é ônus da parte autora
demonstrar os elementos descritos no art. 561 do CPC, in verbis:

Art. 561. Incumbe ao autor provar:

I - a sua posse;

Assinado eletronicamente por: ROBSON LUIZ ALBANEZ - 10/08/2023 16:51:24, ROBSON LUIZ ALBANEZ - 18/08/2023 14:38:51 Num. 5554365 - Pág. 1
https://pje.tjes.jus.br/pje2g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23081814385173500000005386198
Número do documento: 23081814385173500000005386198
II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;

III - a data da turbação ou do esbulho;

IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de


manutenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração.

Colhe-se dos autos que o requerente/apelante alegou ser legítimo


possuidor de imóvel localizado em Jatobá, na Comarca de Conceição Castelo, o qual
lhe coube quando da dissolução da sociedade de fato que possuía junto com seus
primos Edi Garbelotto e o falecido Valerino Garbelotto. Afirmou, também, que é
responsável pelo pagamento do CAR e CCIR da propriedade.

Aduziu, ainda, que em 2013, permitiu que a segunda requerida/apelada


administrasse a propriedade provisoriamente, todavia, em 2018, esta transferiu a
administração do local ao primeiro requerido/apelado, o qual informou ao
autor/apelante que o teria arrendado.

Em sua defesa, os requeridos/apelados argumentaram que o autor


jamais teve a posse do bem em debate, o qual foi adquirido por Valerino Garbelotto,
genitor da segunda ré, em 1997, do Sr. José Guarnier Moreira. Esclareceram que a
propriedade foi adquirida pela sociedade de fato existente entre os Garbelotto, razão
pela qual o registro constou o nome do requerente, ora recorrente.

Disseram, ainda, que quando da dissolução da sociedade de fato, em


2005, o imóvel em questão coube ao pai da segunda requerida, Sr. Valerino
Garbelotto, de modo que, quando do falecimento deste, seu ex-genro, Sr. Julimar,
passou a administrar o local.

Ocorre que, em 2017, a segunda requerida teria se divorciado, momento


no qual delegou ao primeiro requerido a administração da propriedade.

Pois bem.

Examinando com acuidade as provas produzidas pelas partes, concluo


deva ser mantida a referida propriedade na posse da ora apelada/segunda ré. E assim
o digo, porque as referidas provas convenceram-me da veracidade da tese suscitada
pela parte demandada, ex vi do art. 371 do CPC. Explico.

Assinado eletronicamente por: ROBSON LUIZ ALBANEZ - 10/08/2023 16:51:24, ROBSON LUIZ ALBANEZ - 18/08/2023 14:38:51 Num. 5554365 - Pág. 2
https://pje.tjes.jus.br/pje2g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23081814385173500000005386198
Número do documento: 23081814385173500000005386198
A Sra. Maria de Lourdes Fioroti Cabral, cujas declarações encontram-se
na ata notarial de fls. 303/304, afirmou, em apertada síntese, que trabalhou para a
família Garbelotto por 23 (vinte e três) anos e que, quando da dissolução da sociedade
de fato já mencionada alhures, a propriedade em debate ficou para o genitor da
segunda requerida/apelada, que somente não registrou em seu nome por questões
fiscais.

O Sr. Pedro Guilhermino, por seu turno, registrou no documento público


de fls. 305/307, que trabalhou para Edi e Valerino por 22 (vinte e dois) anos como
meeiro e nunca viu Zezinho (autor) na propriedade localizada em Jatobá, assim como,
que após a morte de Valerino, o então esposo de sua filha Valéria foi quem assumiu
os cuidados com o local.

No mesmo sentido dos declarantes acima têm-se, ainda, as atas


notariais das pessoas de Gilberto (fls. 125/127), José Luiz (fls. 128/129), Sebastião (fls.
130/131), Márcio Renato (fls. 108/109), entre outros.

Corroborando com as declarações documentadas citadas acima,


também fora produzida prova oral. Dentre as pessoas ouvidas judicialmente, a
testemunha Antônio José, advogado, elucidou que trabalhou para os irmãos
Garbelotto na dissolução da sociedade de fato mantida entre estes, tendo a
propriedade em litígio sido arrematada pelo Sr. Valerino.

A participação do causídico na dissolução fora mencionada por diversas


outras testemunhas, dando verossimilhança às suas afirmações (AIJ de fls. 432/433).

As pessoas de Dário, Jotalino e Adriano, cujos testemunhos foram


colhidos na mesma audiência de instrução em julgamento, fortaleceram as
declarações já mencionadas, ou seja, no sentido de que o direito possessório em litígio
pertence à segunda requerida, ora apelada – Sra. Valéria.

O documento de fl. 97, datado de 2016, também reforça a tese da


segunda requerida/apelada, no sentido de que herdou de seu genitor, juntamente com
sua genitora, o imóvel em questão, o qual foi posteriormente lhe repassado, em sua
integralidade.

Neste ponto, importante citar o enunciado 239 da III Jornada de Direito


Civil: “Na falta de demonstração inequívoca de posse que atenda à função social,
deve-se utilizar a noção de "melhor posse", com base nos critérios previstos no

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Número do documento: 23081814385173500000005386198
parágrafo único do art. 507 do Código Civil /1916”; decerto que, no caso em apreço, a
melhor posse, em meu sentir, encontra-se a cargo da segunda requerida, ora apelada.

Outrossim, a despeito das provas produzidas neste caderno processual


acerca da propriedade do bem, rememoro que tal discussão é incabível nesta via -
procedimento especial de reintegração de posse.

Pelo narrado, conclui-se que a parte Requerente, ora Apelante, não se


desincumbiu de seu ônus de demonstrar a posse precária dos Requeridos/Apelados,
de forma que a manutenção da Sentença de improcedência é medida que se impõe.
Nesse sentido:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE.


AUSÊNCIA DE PROVA DA POSSE ANTERIOR. RECURSO PROVIDO.
1) A proteção ao direito de posse sempre figurou como um dos temas
mais intrigantes do Direito Civil brasileiro, ganhando contornos ainda
mais especiais na moderna tendência de Constitucionalização do Direito
Privado. A posse é situação fática, é submissão da coisa ao homem,
de sorte que aquele que dá à coisa destinação adequada, utilidade,
merece proteção jurídica, ainda que não ostente um título formal. O
Código Civil, inspirado na Constituição de 1988, prestigia a função social
dos bens, amparando a quem lhes imprima uso regular, ainda que
dissociado de (ou mesmo contrário a) um título de propriedade. 2) Quem
busca proteção possessória tem o ônus de demonstrar a situação fática
preexistente, o exercício do poder físico sobre a coisa em momento
anterior à turbação ou ao esbulho, nos molde do art. 561, do CPC/15. 3)
O autor, ora apelado, não logrou demonstrar que exercia a posse
anterior do imóvel em testilha. As provas por ele produzidas um
documento de doação da casa e um contrato de suposta locação são
incapazes de demonstrar que teria dado função social ao imóvel em
testilha. Ademais, a posse é poder fático. É efetivo exercício das
faculdades de uso e gozo no plano empírico e não meramente
jurídico/virtual. 4) À míngua de prova do prévio exercício de
poderes físicos sobre o bem, improcede o pleito de reintegração, já
que [...] O possuidor que se julga esbulhado deve demonstrar a
atualidade da posse ao tempo do esbulho, o que é incompatível com a

Assinado eletronicamente por: ROBSON LUIZ ALBANEZ - 10/08/2023 16:51:24, ROBSON LUIZ ALBANEZ - 18/08/2023 14:38:51 Num. 5554365 - Pág. 4
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Número do documento: 23081814385173500000005386198
sua virtualidade, percebida com aquele que não exercia efetivamente o
poder fático na coisa (FARIAS, Cristiano Chaves de; RONSEVALD,
Nelson. Direitos reais . 7 ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris. 2011. p. 151).
5) Recurso provido, para reformar a sentença objurgada e julgar
improcedente o pedido de reintegração. (TJ-ES - AC:
00436129320148080035, Relator: ELIANA JUNQUEIRA MUNHOS
FERREIRA, Data de Julgamento: 03/11/2020, TERCEIRA CÂMARA
CÍVEL, Data de Publicação: 14/12/2020)

APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE


REINTEGRAÇÃO DE POSSE. REQUISITOS DO ART. 561 DO CPC
NÃO PREENCHIDOS. ESBULHO. FALTA DE COMPROVAÇÃO.
POSSE JUSTA PARA EFEITOS POSSESSÓRIOS. DISCUSSÃO
ACERCA DA PROPRIEDADE E DOMÍNIO. AÇÕES POSSESSÓRIAS.
IMPOSSIBILIDADE. MELHOR POSSE CONFIGURADA.
IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO. SENTENÇA MANTIDA. 1. Possuidor é
todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos
poderes inerentes à propriedade, os quais podem ser assim definidos:
uso, gozo e fruição do bem, além do direito de reaver a coisa do poder
de quem, injustamente, a possua ou a detenha (arts. 1.196 e 1.228, CC).
2. Em ação possessória, discute-se apenas a situação jurídica de
posse relativa às partes em litígio, sendo, por isso, estranho aos
lindes da via eleita qualquer discussão que remeta à propriedade, o
que é possível apenas quando ambos os litigantes discutem a
posse com base na propriedade. Logo, a alegação de direito de
propriedade sobre o imóvel não elide ou afasta a possibilidade de
concessão de proteção possessória àquele que demonstra melhor
posse que o proprietário (art. 1.210, § 2º, do CC). 3. No que diz
respeito às ações possessórias, os arts. 560 e 561 do CPC
estabelecem que o possuidor tem direito de ser reintegrado na
posse em caso de esbulho, devendo, para tanto, provar: a sua
posse, o esbulho praticado pelo réu, a data do esbulho e a perda da
posse. 5. Não tendo a parte autora se desincumbido do ônus processual
de comprovar a ocorrência do esbulho supostamente praticado pela
parte ré, uma vez que a posse da apelada, para efeito possessório, é

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plenamente justa, merece ser mantida a sentença que julgou
improcedente o pedido reintegratório. 6. Apelação conhecida e não
provida. (TJ-DF 07077840420178070007 DF 0707784-
04.2017.8.07.0007, Relator: SIMONE LUCINDO, Data de Julgamento:
12/09/2018, 1ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE:
04/10/2018. Pág.: Sem Página Cadastrada.)

[…] A posse é estado de fato e demanda a produção de prova


testemunhal para sua comprovação, servindo a prova documental,
via de regra, apenas como complemento. (TJ-SC - AC: 20150472142
Capital 2015.047214-2, Relator: Saul Steil, Data de Julgamento:
20/10/2015, Terceira Câmara de Direito Civil)

E, ainda, a contrario sensu:

APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE -


COMODATO VERBAL - ESBULHO - POSSE PRECÁRIA -
REQUISITOS - COMPROVAÇÃO - PERDAS E DANOS - ALUGUEIS
DEVIDOS DURANTE O PERÍODO DA MORA. - Na ação de
reintegração de posse, deve ser concedida a posse à parte que
comprove a posse e sua respectiva perda pelo esbulho praticado pela
parte contrária, nos termos do artigo 561 do CPC. Comprovando a
parte autora a posse precária da parte ré sobre o bem, decorrente
da relação de comodato verbal e o esbulho praticado, impõe-se a
reforma da sentença que julgou improcedente o pedido de
reintegração de posse - Após a notificação do comodatário para
devolver o bem, não havendo a devolução, é devido o pagamento de
aluguéis, decorrentes da fruição do bem. (TJ-MG - AC:
10000200275659002 MG, Relator: Joemilson Donizetti Lopes (JD
Convocado), Data de Julgamento: 01/04/2022, Câmaras Cíveis / 15ª
CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 06/04/2022)

Assinado eletronicamente por: ROBSON LUIZ ALBANEZ - 10/08/2023 16:51:24, ROBSON LUIZ ALBANEZ - 18/08/2023 14:38:51 Num. 5554365 - Pág. 6
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Número do documento: 23081814385173500000005386198
Destarte, acaso o Autor/Apelante pretenda demonstrar e discutir sua
propriedade sobre o bem deverá demandar na via própria, haja vista que, como
sabido, não é possível a fungibilidade entre ações possessórias e petitórias.

Reconhecido o direito possessório da parte demandada/recorrida, do


mesmo modo deve ser acolhida a pretensão reconvencional.

É dizer, consectário lógico do direito possessório da segunda requerida


é a condenação do requerente em indenizar os prejuízos que causou com a colheita
antecipada do café, conforme demonstrado pelo laudo pericial de fls. 312/326.

Consoante restou incontroverso nos autos, o requerente/apelante foi


quem realizou a colheita de 2018, inclusive, antes do prazo regular. E, tendo sido
reconhecida a posse da requerida/apelada, forçosa a condenação do ora recorrente às
perdas e danos, sob pena de enriquecimento ilícito.

Ainda sobre este ponto, filio-me às conclusões expendidas pelo


magistrado singular, cito:

“No tocante aos danos materiais emergentes, fundamenta a reconvinte


sua pretensão no fato do reconvindo ter esbulhado a posse e efetuado a
colheita de café prematuramente, causando um prejuízo a possuidora de
“R$28.957,86”, ou “74,23” sacas de café.

É fato nos autos que o autor esbulhou a posse exercida pela reconvinte
(conclusão inafastável da improcedência do pedido possessório,
entendimento já firmado).

Por outro lado, parece-me que o laudo de fls. 312 a 327 não destoa
das demais provas produzidas, tendo a oral inclusive afirmado que
o demandante podou a lavoura em idade não oportuna.

Embora negue veementemente o requerente, é fato que a reversão


irregular da posse ocorreu ao alvedrio das normas legais. Toda a
argumentação tecida acima justifica esta assertiva.

Entendo que a condição de clandestinidade do esbulho praticado,


passando o autor a realizar a colheita ou trato que antes eram
gerenciados pela reconvinte, não antagoniza as provas

Assinado eletronicamente por: ROBSON LUIZ ALBANEZ - 10/08/2023 16:51:24, ROBSON LUIZ ALBANEZ - 18/08/2023 14:38:51 Num. 5554365 - Pág. 7
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Número do documento: 23081814385173500000005386198
apresentadas.

No particular, portanto, considero que o laudo de fls. 312 a 326


deve ser acolhido, isso porque, segundo entendimento do TJES,
em casos desse jaez, prevalece o viés técnico, e para se ignorar
esse aspecto é necessário que o julgador tenha outros elementos
probatórios que firmem sua convicção, isso porque, muito embora
o julgador não esteja adstrito, em tese, ao laudo pericial, prestigia-
se a prova técnica sempre que esta se apresentar indubitável para
o deslinde da questão (APL 008120014496).”

Isso posto, conheço do recurso e NEGO-LHE PROVIMENTO,


mantendo incólume a sentença combatida.

Consequentemente, considerando que os honorários são matéria de


ordem pública e, atento à majoração prevista no §11 do art. 85 do CPC, fixo os
honorários advocatícios em 13% (treze por cento) sobre o valor da causa na ação
principal, devendo o mesmo percentual ser aplicado sobre o valor da condenação na
ação secundária (reconvenção), os quais serão suportados pelo autor/reconvindo.

É como voto.

ROBSON LUIZ ALBANEZ

Desembargador Relator

Assinado eletronicamente por: ROBSON LUIZ ALBANEZ - 10/08/2023 16:51:24, ROBSON LUIZ ALBANEZ - 18/08/2023 14:38:51 Num. 5554365 - Pág. 8
https://pje.tjes.jus.br/pje2g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23081814385173500000005386198
Número do documento: 23081814385173500000005386198
ACOMPANHO O E. DES. RELATOR PARA CONHECER DO RECURSO INTERPOSTO E, NO MÉRITO, NEGAR-LHE PROVIMENTO.

Assinado eletronicamente por: ROBSON LUIZ ALBANEZ - 18/08/2023 14:38:52 Num. 5699070 - Pág. 1
https://pje.tjes.jus.br/pje2g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23081814385226800000005525623
Número do documento: 23081814385226800000005525623
Acompanho o voto proferido pelo E. Relator.

Assinado eletronicamente por: ARTHUR JOSE NEIVA DE ALMEIDA - 14/08/2023 13:37:59, ROBSON LUIZ ALBANEZ - 18/08/2023 14:38:52
Num. 5704203 - Pág. 1
https://pje.tjes.jus.br/pje2g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23081814385279500000005530516
Número do documento: 23081814385279500000005530516
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA POSSE.
IMPROCEDÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE DISCUSSÃO SOBRE A PROPRIEDADE. RECONVENÇÃO. COLHEITA
REALIZADA ANTECIPADAMENTE PELO ESBULHADOR. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

I – Nas ações possessórias é ônus da parte Autora demonstrar os elementos descritos no art. 561 do CPC.

II – Nos termos do enunciado 239 da III Jornada de Direito Civil, na falta de demonstração inequívoca de posse
que atenda à função social, deve-se utilizar a noção de "melhor posse" para o julgamento das ações
possessórias.

III - A discussão acerca da propriedade é incabível na vida do procedimento especial de reintegração de posse;
decerto que, não é possível a fungibilidade entre ações possessórias e petitórias.

IV – Sendo precária a posse, forçosa a indenização pelos prejuízos materiais causados ao possuidor legítimo.

V - Recurso conhecido e não provido.

Assinado eletronicamente por: ROBSON LUIZ ALBANEZ - 18/08/2023 14:38:51 Num. 5554366 - Pág. 1
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Número do documento: 23081814385120300000005386199
José Manoel Almeida Bolzan
OAB-ES 23129
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EXCELENTÍSSIMO DOUTOR DESEMBARGADOR RELATOR ROBSON LUIZ ALBANEZ DA


QUARTA CÂMARA CÍVEL DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO
ESPÍRITO SANTO

Processo nº 0001054-27.2018.8.08.0016
Embargante/Autor: José Antônio Garbelotto
Embargados/Requeridos: Dário Antônio Fiorese Moreira e Valéria Garbelotto

JOSÉ ANTÔNIO GARBELOTTO, devidamente qualificado nos autos do processo em


epígrafe, instrumento procuratório juntado aos autos, vem respeitosamente à
honrada e culta presença de Vossa Excelência, tempestivamente, com
fundamento nos artigos 994, inciso IV e 1.022 e seguintes do Novo Código de
Processo Civil, opor os presentes EMBARGOS DE DECLARAÇÃO com efeitos
infringentes pugnando por efeito modificativo no r. Acórdão recorrido proferido no
julgamento de 14 de agosto de 2023, disponibilizado no sistema PJe eletrônico com
expedição intimação eletrônica dia 25/08/2023, referente aos autos em epígrafe
que conheceu do recurso e nego-lhe provimento, mantendo incólume a sentença
combatida, o que faz por meio das razões expostas a seguir.

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Assinado eletronicamente por: JOSE MANOEL ALMEIDA BOLZAN - 31/08/2023 23:16:45 Num. 5926290 - Pág. 1
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José Manoel Almeida Bolzan
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1. TEMPESTIVIDADE E CABIMENTO

Os presentes Embargos de Declaração são opostos contra o r. Acórdão


proferido no julgamento do dia 14 de agosto de 2023, sendo expedida
intimação eletrônica na data de 25 de agosto de 2023.

Neste sentido, considerando que o prazo para interposição de recurso se inicia


com a publicação eletrônica, sendo o prazo para interposição do presente
recurso de 05 (dias) dias úteis, com base na disponibilização do Acórdão em
18/08/2023, temos o termo inicial em 28/08/2023 e o termo final na data de
01/09/2023, o que torna inconteste tempestividade do presente recurso.

Nesse sentido, a oposição vem com o fim de suprir/eliminar as obscuridades,


contradições e omissões, que o Embargante identificou no r. Acórdão e que
precisam ser superados para atribuir perfeita higidez ao decisum, na esteira dos
dispositivos contidos nos artigos 1.022 e seguintes do Novo Código de Processo
Civil, de forma que qualquer efeito infringente que possa ser concedido aos
embargos declaratórios, decorre não da mera modificação do julgado, mas
sim da análise de possível omissão, contradição e obscuridade, que leve a este
resultado.

Ademais, o presente recurso tem manifesto intuito de realizar o


prequestionamento de matérias de Direito, previsto pelo art. 1.025 918, inciso III
do Novo Código de Processo Civil, enquadrando-se por essa razão, ao teor da
Súmula n.º 98, do Superior Tribunal de Justiça.

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Sendo assim, resta claro o preenchimento dos requisitos essenciais para a


interposição do presente recurso sob a premissa equivocada adotada no r.
Acórdão recorrido, sobretudo quando existente vícios nos documentos
probatórios juntados pelos Embargados maculam o aresto hostilizado, os quais
autorizariam sua modificação nos termos do artigo 535 do NCPC.

2. RAZÕES: OBSERVÂNCIA AOS PRECEITOS DOS ARTS. 5º, INCISOS XXXV E LV, E 93,
INCISO IX DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL; ART. 1.022 E SS. E ART. 489, §1º DO NOVO
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

O Código de Processo Civil prevê o cabimento de Embargos Declaratórios para


decisões que estejam eivadas de erro, obscuridade, omissão ou contradição.
O art. 1.022, parágrafo único, desse diploma legal, caracteriza como omissa
toda decisão que deixe de preencher os requisitos do art. 489, §1º da mesma
lei:

CAPÍTULO V - DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO


Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão
judicial para:
I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se
pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento;
III - corrigir erro material.
Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que:

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I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos


repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável
ao caso sob julgamento;
II - incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, §1º.

A seu turno, o art. 489, parágrafo 1º do Novo Código de Processo Civil, é


bastante claro acerca dos elementos essenciais da sentença:

Art. 489. São elementos essenciais da sentença:


§1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja
ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato
normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão
decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o
motivo concreto de sua incidência no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra
decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo
capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem
identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o
caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;

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VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou


precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de
distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.

Tais regras consubstanciam preceitos constitucionais fundamentais ao


funcionamento do Estado Democrático de Direito, como a primordial
necessidade de fundamentação das decisões judiciais, insculpida no art. 93,
inciso IX, da Constituição Federal:

[...]
IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão
públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade,
podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias
partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a
preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não
prejudique o interesse público à informação; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
[...]

E também a primazia do Poder Judiciário na solução de conflitos de Direitos,


contida no art. 5º, inciso XXXV da Constituição Federal:

[...]
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
ameaça a direito.

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[...]

A apreciação de lesão ou ameaça a Direito pelo Poder Judiciário, por sua vez,
subordina-se a outro preceito constitucional, qual seja, a observância ao
contraditório e à ampla defesa, previsto no art. 5º, inciso LV da Constituição
Federal:

[...]
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa,
com os meios e recursos a ela inerentes;
[...]

Ou seja, o r. Acórdão embargado, deixou de apreciar matéria com exatidão e


exauriu a função judicante da relação jurídico-processual em apreço, havendo
motivo para imputá-lo a pecha de omissa, contraditória e obscura, estando
nítido a posse do Embargante/Autor no imóvel rural em deslinde, preenchendo
todos os requisitos legais exigidos pela legislação civil do artigo 561 do NCPC.

Conforme será demonstrado a seguir, os presentes embargos declaratórios


devem ser conhecidos e providos, no sentido de reformar o r. Acórdão para que
preencha os requisitos informados acima, extraídos da leitura do art. 1.022,
parágrafo único c/c o art. 489, parágrafo 1º e incisos, ambos do Novo Código
de Processo Civil, bem como do art. 5º, incisos XXXV e LV e do art. 93, inciso IX,
ambos da Constituição Federal.

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2.1. RAZÕES RECURSO ACLARATÓRIO. CONTRADIÇÃO NO ACERVO PROBATÓRIO.


OMISSÃO NO R. ACÓRDÃO COM RELAÇÃO A POSSE DO EMBARGANTE E PROVAS
DECORRENTES

Em primeiro lugar, há que se apontar a omissão do r. Acórdão nos termos dos


incisos III, IV, V e VI, do §1º e do art. 489, do Novo Código de Processo Civil, no
excerto da decisum que trata da ilegalidade das provas coletadas durante a
instrução probatória:

EMENTA
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. AUSÊNCIA DE
COMPROVAÇÃO DA POSSE. IMPROCEDÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE
DISCUSSÃO SOBRE A PROPRIEDADE. RECONVENÇÃO. COLHEITA
REALIZADA ANTECIPADAMENTE PELO ESBULHADOR. RECURSO
CONHECIDO E IMPROVIDO.
I – Nas ações possessórias é ônus da parte Autora demonstrar os
elementos descritos no art. 561 do CPC.
II – Nos termos do enunciado 239 da III Jornada de Direito Civil, na falta
de demonstração inequívoca de posse que atenda à função social,
deve-se utilizar a noção de "melhor posse" para o julgamento das
ações possessórias.
III - A discussão acerca da propriedade é incabível na vida do
procedimento especial de reintegração de posse; decerto que, não
é possível a fungibilidade entre ações possessórias e petitórias.

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IV – Sendo precária a posse, forçosa a indenização pelos prejuízos


materiais causados ao possuidor legítimo.
V - Recurso conhecido e não provido.

VOTO
Consoante relatado, cinge-se o presente apelo a analisar a
juridicidade da sentença que julgou improcedente a ação de
reintegração de posse de origem e procedente a reconvenção.
Em suas razões, o apelante/autor afirmou que a prova testemunhal
comprovou a posse injusta dos apelados/réus, e que os documentos
acostados evidenciaram sua propriedade sobre o bem em debate,
de modo a ação matriz deveria ter sido julgada procedente.
Outrossim, sustentou que inexiste prova acerca das benfeitorias
alegadas pela parte apelada/reconvinte, não havendo que se falar
em danos materiais indenizáveis.
Inicialmente, afasto a ocorrência de deserção suscitada nas
contrarrazões de apelação. Isso porque, o apelante demonstrou o
devido recolhimento do preparo pelos documentos de ID 5122859, na
forma prevista no art. 1.007, §4º do CPC.
Sendo assim, passo ao exame do apelo o que o faço, adianto, no
sentido de negar-lhe provimento.
Examinando os autos, verifico que, na origem, cuida-se de ação
possessória lastreada em possível esbulho e, como tal, é ônus da parte
autora demonstrar os elementos descritos no art. 561 do CPC, in verbis:
Art. 561. Incumbe ao autor provar:

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I - a sua posse;
II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;
III - a data da turbação ou do esbulho;
IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de
manutenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração.
Colhe-se dos autos que o requerente/apelante alegou ser legítimo
possuidor de imóvel localizado em Jatobá, na Comarca de
Conceição Castelo, o qual lhe coube quando da dissolução da
sociedade de fato que possuía junto com seus primos Edi Garbelotto
e o falecido Valerino Garbelotto. Afirmou, também, que é responsável
pelo pagamento do CAR e CCIR da propriedade.
Aduziu, ainda, que em 2013, permitiu que a segunda
requerida/apelada administrasse a propriedade provisoriamente,
todavia, em 2018, esta transferiu a administração do local ao primeiro
requerido/apelado, o qual informou ao autor/apelante que o teria
arrendado.
Em sua defesa, os requeridos/apelados argumentaram que o autor
jamais teve a posse do bem em debate, o qual foi adquirido por
Valerino Garbelotto, genitor da segunda ré, em 1997, do Sr. José
Guarnier Moreira. Esclareceram que a propriedade foi adquirida pela
sociedade de fato existente entre os Garbelotto, razão pela qual o
registro constou o nome do requerente, ora recorrente.
Disseram, ainda, que quando da dissolução da sociedade de fato,
em 2005, o imóvel em questão coube ao pai da segunda requerida,

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Sr. Valerino Garbelotto, de modo que, quando do falecimento deste,


seu ex-genro, Sr. Julimar, passou a administrar o local.
Ocorre que, em 2017, a segunda requerida teria se divorciado,
momento no qual delegou ao primeiro requerido a administração da
propriedade.
Pois bem.
[...]

Como se depreende do excerto acima, Vossa Excelência informou ter tratado


da questão no r. Acórdão examinando com acuidade as provas produzidas
pelas partes, concluindo pela manutenção da referida propriedade na posse
da apelada/segunda Embargada, convencendo-se das referidas provas da
veracidade da tese suscitada pela parte demandada, porém deixou de
considerar provas imprescindíveis e indispensáveis para caracterizar a legítima
posse do Embargante, mesmo que de forma indireta (tácita); o esbulho e a
data deste esbulho e por fim a continuidade na posse, do que restou que
absolutamente genérica a vossa justificativa para afastar a posse do
Embargante.

Veja-se, nesse sentido, que o r. Acórdão em momento algum aponta o


fundamento legal que não legitimou as provas apresentadas nesta ação pelo
Embargante, as quais considerou tão somente as provas produzidas de forma
unilateral e precária apresentadas pelos Embargados, em especial as
declarações firmadas em ata notarial.

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Antes de adentrar no mérito do r. Acórdão embargado, importante


contextualizar a situação em deslinde para o melhor entendimento e
julgamento do Nobre Magistrado.

Primeiramente, nota-se que as atas notariais apresentadas e juntadas aos autos


e promovidas a pedido da segunda Apelada (Valéria Garbelotto) descrevem
em sua redação idênticas narrativas, tornando uma prova frágil e precária para
o melhor deslinde do feito, causando estranheza nos depoimentos o pleno
conhecimento na divisão dos bens da sociedade existente entre Valerino
Garbelotto e Edi Garbelotto, porém declaram que José Antônio Garbelotto
prestava serviços na referida propriedade em litígio, sem conduto jamais
mencionar a transação comercial destes últimos com José Antônio Garbelotto
(Embargante) na troca por outra propriedade na localidade de Ribeiro da
Conceição, zona rural do município de Conceição do Castelo/ES.

O depoimento do primeiro Embargado em sede policial às fls. 142/143 quando


da instauração do Boletim de Ocorrência sob o nº 36110765 promovido pelo
Embargante José Antônio Garbelotto em razão do esbulho promovido por
aquele diz que “... entraram em acordo verbal para que o declarante passasse
a cuidar da lavoura que se encontra na área que era de VALERINO, ficando
acordado entre as partes que ao final da colheita de café, após apurado os
gastos, os lucros serão divididos entre as partes; QUE o declarante não comprou
a área em questão, tampouco firmou contrato formal para administração da
área, sendo a transação comercial sido realizada de maneira informal, a saber
apenas de forma verbal por haver confiança entre as partes envolvidas...”.

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Ou seja, o primeiro Embargado confirma que estava na posse da propriedade


a pedido da segunda Apelada de maneira informal para administrar a
propriedade.

Já no depoimento da segunda Apelada em sede policial às fls. 144/146, a


mesma diz que “... JOSE ANTONIO apenas prestou serviços trabalhando no
plantio de café na propriedade; ...” “... teve constado em documento de
titularidade o nome de JOSE ANTONIO GARBELOTTO, sabendo a declarante que
essa era uma conduta tido como normal entre seu pai e seus tios pois muitas
das transações comerciais que realizavam eram feitas em comum acordo entre
eles ... QUE a declarante desconhece qualquer transação comercial entre seu
genitor e seus tios EDI e seu primo JOSE ANTONIO no que tange as propriedades
de RIBEIRÃO DA CONCEIÇÃO e JATOBÁ, conforme relatado por JOSE ANTONIO
GARBELOTTO; INDAGADA acerca da existência de documentos diversos
referentes a propriedade, não só o título de propriedade, mas também o que
se refere a impostos, taxas, licenças, alvarás, guias e outros referentes à
propriedade em questão que tenham sido emitidos, ou pagos, ou requeridos
pela declarante, respondeu que não por não haver a possibilidade da emissão
de documentos dessa natureza em nome da declarante estando a
propriedade registrada em nome de EDI GARBELOTTO e de JOSE ANTONIO
GARBELOTO,...”, ou seja, pelo depoimento da segunda Apelada, a mesma
tenta desconsiderar o direito na posse do Embargante levando a crer que José
Antônio Garbelotto (Embargante) prestava serviços na propriedade, mas que
na realidade era o legítimo proprietário da área rural em análise.

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A instauração do inquérito policial comprova o esbulho e o arquivamento dos


autos sob o nº 0000975-48.2018.8.08.0016 em 31/08/2018 somente ocorreu em
razão do parecer do órgão ministerial por se tratar de matéria de ordem cível,
mas restou configurado no ano de 2018 o esbulho da propriedade rural em
deslinde. Em meados de agosto/2018 o Embargante havia peticionado a
presente demanda judicial para reintegração e manutenção na posse deste
imóvel rural.

Neste sentido, as provas cabais da posse do Embargante/Autor da presente


demanda judicial foram as notificações extrajudiciais expedidas em abril/2018
em desfavor do primeiro Embargado às fls. 40 e à segunda Embargada às fls. 41
e 42 mesmo que de forma verbal além de formal escrito, porém com recusa no
recebimento da presente notificação extrajudicial, porém cientes, tanto assim
que se não bastasse todo esse desconforto no ambiente da propriedade rural
em comento do Embargante/Autor, o mesmo comunicou ao primeiro
Embargado que ele era o legítimo proprietário do imóvel rural e de que não
havia autorizado a sub locação da mesma, o avisando do fato por mais de uma
vez, passando a situação a se agravar quando o Embargante/Autor procurou
contato com o advogado do primeiro Embargado, Gutielyy Zucoloto, à época
inicial da discussão do imóvel rural em comento, para resolver amigavelmente
a situação, não logrando êxito na resolução, sendo que o mesmo se limitou a
informar ao Embargante/Autor para que buscasse os meios legais para a
solução do conflito, descrito na peça vestibular.

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Corroborando com a elaboração da referida notificação extrajudicial, o


Embargante junta aos autos, nas fls. 44/44v e 45, o registro policial do esbulho
na lavratura do boletim de ocorrência sob o nº 36110765 que demonstra a posse
do Embargante/Autor, a data do esbulho e medidas para reintegração e
manutenção na posse.

Ou seja, o Embargante/Autor detinha a posse do imóvel rural em deslinde,


mesmo que de forma indireta, cedendo e permitindo que a segunda
Embargada estivesse nos cuidados da terra, e portanto, quando notou a
presença de terceiro estranho na propriedade rural, no caso o primeiro
Embargado, ocorreu o esbulho possessório, fato não contestado pelos
Embargados que em momento algum nos autos impugnaram as referida
notificações extrajudiciais de desocupação.

Nesta esteira, vale ressaltar que os Embargados tomando ciência desta


notificação extrajudicial de desocupação voluntária da propriedade rural em
litígio, por meio de seus patronos, na semana seguinte ao conhecimento do
interesse do Embargante na desocupação da área, foi agendada uma reunião
no escritório profissional dos patronos, não sendo apresentado nenhum
documento que legitimasse o direito dos Embargados de estarem na posse da
propriedade, sendo feita uma proposta pela segunda Apelada e seu
convivente Sandro de R$ 10.000,00 (dez mil reais) ao Embargante a título de
compensação e regularização da presente situação, não aceito pelo
Embargante e reunião encerrada, motivando o Embargante ao ajuizamento
da presente demanda. Mesmo sendo infrutífera esta primeira proposta de

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acordo, em outras ocasiões o Embargante foi procurado pelos Embargados


para a resolução do presente conflito, porém sem êxito, com nítida protelação
de tempo. Isto é, os Embargados tinham ciência de que o direito à posse era
de fato do Embargante.

Nota-se que a realização desta reunião em momento algum foi descrita pelos
Embargados, que tinham conhecimento da realização da mesma e anda assim
em momento algum impugnaram esta descrição narrada na peça vestibular.

Outra controvérsia nos documentos juntados aos autos refere-se ao recibo


emitido por Marcos Vinco, técnico em agropecuária à fl. 150, onde consta
pagamento por parte de Edi Garbelotto com data de 02/11/2018 (curiosidade
de ainda ser feriado de Finados), onde a cota-parte deste último já havia sido
comercializada com o Embargante José Antônio Garbelotto com o direito de
preferência manifestado às fls. 47-A/48-A em maio/2018.

Ademais, frisa-se que embora oportunizado ao primeiro Embargado, em sede


de contestação não apresentou qualquer documentação hábil a comprovar
a validade da partilha do referido imóvel conforme alegado. A propósito, há
de se reconhecer que, qualquer partilha que ocorresse sobre tal imóvel sem o
consentimento do Embargante se tornaria nula, vez que o Registro Público do
imóvel juntado nestes autos, atrelado à ausência de prova contrária, corrobora
a propriedade única e exclusiva do Embargante.

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Para comprovar todo alegado quanto ao esbulho por parte do primeiro


Embargado Dário Fiorese, o mesmo se retirou espontaneamente da
propriedade no findar do ano de 2018, tendo a jurisprudência consolidado que
comprovada a desocupação voluntária do imóvel, não havendo posse a ser
reintegrada, afasta-se a necessidade da obtenção da tutela judicial pela
perda do interesse processual superveniente à propositura da demanda, sendo
estes autos extintos sem resolução de mérito por perda superveniente do objeto,
refletindo a mais pura verdade dos fatos.

Em sede de Apelação promovido pelo primeiro Embargado (Dário Fiorese), em


clara demonstração de distorção da verdade real dos fatos, diz que se
encontra administrando a referida propriedade na condição de administrador;
diz que preparou a lavoura de café para a colheita 2019 e realizando demais
serviços de roçada e limpeza da estrada.

Lamentável ainda a alegação do primeiro Embargado em dizer que o


Embargante teria invadido parte da lavoura do imóvel em litígio e que o
contrato de parceria agrícola firmado com Jair dos Santos Medeiros em
16/01/2019 às fls. 178/180 seria na propriedade do Embargante, porém vizinha
ao imóvel objeto da presente demanda, juntando recibos que foram
impugnados pelo Embargante por terem apresentados de forma intempestiva.

Ora Nobre Desembargador, o Embargante não possui outra propriedade vizinha


à propriedade rural em litígio, tratando-se de mesma área.

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Mostrando toda a farsa apresentada pelos Embargados, vale ressaltar o


depoimento dos mesmos perante o Douto Juízo de primeiro piso. Vejamos:

O depoimento de Dário Fiorese, primeiro Embargado em Juízo contrasta com


as declarações juntadas aos autos, confirmando a desocupação voluntária na
área “... EU NÃO ME MANTIVE LÁ DENTRO POR ESTAR CORRENDO RISCO E POR
CAUSA DA MINHA SEGURANÇA NÃO FIQUEI MAIS DENTRO DESTE IMÓVEL ...
REMETI TUDO PARA A PROPRIETÁRIA VALÉRIA E O SEU ATUAL COMPANHEIRO .... E
NO FINAL DE 2018 NÃO MAIS ESTAVA ADMINISTRANDO A PROPRIEDADE, APENAS
ARREMETI À PROPRIETÁRIA PARA AS PROVIDÊNCIAS CABÍVEIS ... QUE NÃO VEJO
ELES NO DIA A DIA LÁ NA PROPRIEDADE E QUE ELES ESTÃO NO PROCESSO ... NÃO
SABE DIZER SE VALÉRIA GARBELOTTO E SEU COMPANHEIRO ESTÃO NA
PROPRIEDADE ...”

Enquanto noutro giro, em seu depoimento em Juízo, a segunda Embargada


disse que “... TINHA CONHECIMENTO QUE A TITULARIDADE ERA DE JOSÉ ANTÔNIO
GARBELOTTO MAS SEMPRE FOI MEU, DO MEU PAI ... DOCUMENTOS NÃO TENHO
MAS PROVA TENHO MUITAS ... TENHO ATAS NOTARIAIS QUE COMPROVAM QUE A
PROPRIEDADE É MINHA ... DISSE QUE CONTINUA NA PROPRIEDADE ATÉ HOJE ... EU
NÃO MAS EU TENHO O DÁRIO QUE FAZ ISSO ... DISSE QUE DÁRIO VAI NA
PROPRIEDADE ATÉ HOJE ... DISSE QUE DÁRIO CONTINUA ATÉ HOJE NA
PROPRIEDADE E NÃO DESOCUPOU A PROPRIEDADE E COM O SEU CLIENTE LÁ QUE
CONTINUA AMEAÇANDO ...” PERGUNTADO PELA SUA PROCURADORA DISSE QUE
É A ÚNICA HERDEIRA DE VALERINO GARBELOTTO ... ESTE IMÓVEL HERDOU DE SEU
PAI ... NÃO ENTROU NO INVENTÁRIO E A DRA. DENISE FOI NOSSA ADVOGADA

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DISSE QUE PORQUE ESSE TERRENO NÃO ESTAVA NO INVENTARIO PARA NÃO
PAGAR MUITO IMPOSTO E DEIXAR ISSO PARA RESOLVER DEPOIS ...”

Destaca-se a fala da Embargada “... TENHO ATAS NOTARIAIS QUE COMPROVAM


QUE A PROPRIEDADE É MINHA”. Porém, como é sabido, trata-se de meio de
prova produzida, via de regra, unilateralmente, a pedido do interessado, sem a
devida observância dos princípios ao contraditório, ampla defesa e isonomia,
não sendo capaz de provar qualquer posse, sequer propriedade.

O depoimento de Dário Fiorese, primeiro Embargado, reafirma que o direito à


posse pertence ao Embargante/Autor no imóvel rural, estando caracterizado
de forma nítida o esbulho possessório, além de que o primeiro Embargado tinha
interesse na presente demanda judicial, quanto ao objeto da propriedade em
litígio, pois a propriedade de seu pai José Luiz Moreira faz divisa com a mesma,
inclusive prestou depoimento em ata notarial às fls. 128/129.

Ainda assim, apesar da declaração de que o primeiro Embargado seria


meramente um administrador da propriedade rural, há dúvidas sobre a
veracidade da referida informação, pelo interrogatório dos mesmos perante o
Juízo a quo, não sabendo definir também se teria ocorrido por comodato ou
arrendamento, pois somente se funda em administração na referida
propriedade, podendo talvez ser considerado comodato sob a argumentação
de comodato tácito, ou seja, ocorreu a emissão na propriedade de forma
indireta.

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Ou seja, é nítido a posse legítima do Embargante; o esbulho ocorrido com a


data determinada e a desocupação voluntária da propriedade com
reintegração por parte do Embargante, confirmado no interrogatório dos
Embargados em Juízo; a notificação extrajudicial expedida aos Embargados
como prova de ameaça ou esbulho a posse com recusa no recebimento,
porém atrelado ao registro do boletim de ocorrência policial que corrobora
com a comprovação do esbulho.

Ou seja, a figura da notificação extrajudicial somado ao registro do boletim de


ocorrência policial para desocupação do imóvel rural em deslinde, juntado aos
autos e jamais impugnados pelos Embargados, constitui uma das provas mais
utilizadas e relevantes para demonstrar a efetiva ameaça ou esbulho à posse.

Ainda para comprovar as controvérsias nos documentos apresentados e


juntados aos autos pelos Embargados, a fundamentação no r. Acórdão
embargado se baseia nas provas testemunhais, descritas em ata notarial,
mantendo as mesmas características em sua redação com idênticos
detalhamentos.

A declaração da Sra. Maria de Lourdes Fioroti Cabral em ata notarial fls. 303/304
diz que quando da dissolução da sociedade de fato a propriedade em debate
ficou para o genitor da segunda Embargada, que somente não registrou em
seu nome por questões fiscais, porém não descreveu que o genitor da segunda
Embargada, negociou esta propriedade com o Embargante em troca de outra
propriedade na localidade de Ribeiro da Conceição, zona rural do município

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de Conceição do Castelo/ES. Além disso, esta alegação de não ter sido


registrado em nome do genitor da segunda Embargada por questões fiscais
não deve prosperar pois não coaduna com o bom direito.

O Sr. Pedro Guilhermino, em sua declaração fl. 305/307 disse que nunca viu
Zezinho (Embargante/Autor) na propriedade localizada em Jatobá, porém
descreve no item 6 desta declaração em ata notarial que “Zezinho Garbelotto
(José Antonio Garbelotto) tem urna propriedade no Jatobá sim, já tendo
inclusive o Declarante ido até ela cortar cana, podendo garantir que não é a
propriedade que confronta-se com Dário Antonio Fioresi Moreira, José Assis
Belisário, e com os Herdeiros de José Guarnier Moreira, ou seja, localizada em
outra parte da Comunidade”. Contudo, o Embargante somente possui esta
parte na comunidade de Jatobá, não existindo outra parte em comunidade
diversa com divisa com Dário Antônio Fioresi, José Assis Belisário e com os
herdeiros de José Guarnier Moreira.

Nota-se que todas as declarações firmadas em ata notarial pelos declarantes


possuem o mesmo contexto/enredo para convencer o julgamento procedente
da posse direta da segunda Embargada.

Contudo, paira dúvidas para desmascarar todo este enredo nas declarações
firmadas em ata notarial, a declaração prestada pela testemunha José
Gonçalves Mâncio que disse em seu depoimento perante o Juízo de primeiro
piso desconhecer a lavratura do presente documento perante o Juízo a quo,
negando que tenha comparecido ao Cartório de Notas e assinado qualquer

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documento, que muito estranhamente lança suspeita sobre os demais


depoimentos promovidos em ata notarial juntados aos autos em razão de
constar que todos foram realizados a pedido e à procura da segunda
Embargada, o qual foi questionado se poderia formalizar as convicções e
afirmativas a serem utilizadas como provas perante terceiros, deixando dúvidas
a suspeitas sobre a verdade real dos acontecimentos, sendo firmadas por meio
de ato unilateral e precário.

A prova oral produzida pela testemunha Antônio José em sua oitiva elucidou
somente que trabalhou para os irmãos Garbelotto na dissolução da sociedade
de fato mantida entre eles, tendo a propriedade em litígio sido arrematada pelo
Sr. Valerino, genitor da segunda Embagada, porém não soube informar se esta
propriedade havia sido negociada com o Embargante/Autor em troca de uma
outra propriedade na localidade de Ribeiro da Conceição, zona rural do
município de Conceição do Castelo/ES, pairando dúvidas sobre a destinação
da propriedade em deslinde.

Lamentável ainda a descrição do documento juntado aos autos fl. 97 datado


de 05/10/2016 para tumultuar o regular deslinde do feito e levar o Nobre
Julgador a erro, com a tese no sentido de que a segunda Embargada herdou
de seu genitor, juntamente com sua genitora o imóvel em questão, o qual foi
posteriormente lhe repassado em sua integralidade.

Neste documento nota-se nitidamente o equívoco na descrição da matrícula


do imóvel em deslinde, sendo descrito a matrícula 1459 referente a imóvel

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situado também na localidade de Jatobá, ocorrendo desmembramento das


áreas, comprovado pela certidão de inteiro teor atualizada, figurando o imóvel
em testilha na matrícula sob o nº 3051 demonstrado às fls. 20/25 dos autos, de
propriedade e posse do Embargante/Autor.

Em suma, nos moldes em que foi realizada a fundamentação do r. Acórdão,


pela omissão destes acontecimentos e evidente inadequação legal, à luz das
provas apresentadas pelo Embargante/Autor, conclui-se que o
Embargante/Autor provou a posse na propriedade em deslinde e o
esbulho/turbação sofrido pelo primeiro Embargado, com narrativa fantasiosa
na qualidade de administrador da área, permissivo por parte da segunda
Embargada, de forma que a r. Sentença de primeiro piso deva ser reformada,
sendo medida que se impõe por constituir a mais lídima justiça.

Por outro lado, a r. Sentença de primeiro piso é silente quanto a dúvida sobre a
legítima posse no imóvel em deslinde, descrevendo o Magistrado que “...
todavia, as testemunhas não corroboraram a prova documental de fls. 99 a 106,
indicando precisamente que Edi, o Autor e Valerino adquiriram a propriedade
plena, ora controvertida...” e que “das provas orais, cerne da instrução
probatória, não se extrai unanimidade durante a instrução probatória quanto a
efetiva posse da área em comento, até ao menos 2018 ...”.

Ora Nobre Desembargador, o Embargante tinha além da propriedade a posse


no imóvel rural em deslinde, somente permitindo/cedendo de forma verbal que
em razão de sua separação matrimonial, pudesse ficar nesta propriedade para

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obtenção de sua única fonte de renda por meio da colheita dos frutos da
lavoura de café.

Com efeito, denota da prova produzida documentalmente e em especial


durante a audiência de instrução e julgamento que a posse do Embargante
relativamente ao imóvel em comento era atual ao tempo do esbulho e o mesmo
se encontra reintegrado à sua propriedade de fato desde o final do ano de 2018
até os dias atuais.

Os Embargados criaram uma versão fantasiosa sobre os fatos a partir da


desocupação voluntária da propriedade, manifestado pela parte
Autora/Embargante aos autos, para conduzir o juízo à inclusão da segunda
Embargada Valéria Garbelotto no polo passivo da presente demanda, criando
embaraços e obstáculos para a melhor instrução e deslinde do feito.

Assim comprova que o Embargante faz jus à proteção possessória pretendida,


uma vez que os fatos narrados foram corroborados com o conjunto probatório
inserido nos autos, dando conta de que houve indevido apossamento do bem
objeto da lide por atos clandestinos dos Embargados.

Sendo assim, o conjunto de provas carreado pelos Embargados é por sua vez
frágil e deficitário para embasar tal cunho indenizatório, não sendo
demonstrado e comprovado efetiva utilização na gleba de terras alvo desta
contenda passível de indenização por perdas e danos.

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Em arremate conclusivo, os pleitos dos embargados foram infrutíferos, uma vez


que seus fundamentos inseridos no caderno da demanda são precários e
duvidosos, devendo o Embargante/Autor permanecer na posse de sua legítima
propriedade, como sempre esteve e está desde o esbulho ocorrido no ano de
2018, pois vem zelando e desempenhando a verdadeira função social que
nossa legislação tanto preconiza na atualidade.

Outrossim, restou comprovado que o Embargante/Autor jamais mentiu em sua


petição de fls. 175 e 175v requerendo a extinção do feito por perda do interesse
processual superveniente à propositura da demanda por ver sua reintegração
na posse e propriedade em litígio, sentenciado por este juízo e confirmado pelo
próprio depoente primeiro Embargado em seu depoimento, mas que
lamentavelmente a Douta Procuradora do primeiro Embargado, com o intuito
de tumultuar o trâmite processual, alegou em sede do recurso de apelação,
causando inclusive surpresa ao Embargante, não refletindo a verdade,
afirmando que o primeiro Embargado Dário Fiorese não havia desocupado o
imóvel, lá se encontrando na qualidade criada de administrador de Valéria
Garbelotto, segunda Embargada, até o presente momento.

Frisa-se para esclarecimento que a segunda Embargada possui uma


propriedade na comunidade de Morro Vênus onde reside atualmente com sua
família.

Antes de tudo, na apresentação da réplica à contestação do primeiro


Embargado, nota-se que a temática principal que gira em torno da lide em

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debate se dá no exercício pela reintegração de posse do Embargante e neste


sentido, foi requerido a este juízo às fls. 175/190 a extinção do feito em razão de
que o primeiro Embargado ter desocupado de forma voluntária e espontânea
o imóvel em debate no findar do ano de 2018, conforme pretendia na peça
vestibular, sendo comprovado pelo relatório fotográfico acostado aos autos e
contrato de parceria agrícola firmado com parceiro junto ao Sindicato dos
Trabalhadores Rurais do município de Conceição do Castelo/ES, devidamente
prorrogado por mais 03 (três) anos, sem oposição dos Embargados.

Concluindo, somos sabedores que em ação de reintegração de posse é


imprescindível para o Embargante o preenchimento dos requisitos descritos no
artigo 561 do NCPC.

Neste caso, entende o Embargante ter provado ser, além de proprietário, possuir
a posse na propriedade rural em deslinde, mesmo diante das provas frágeis e
controvérsias prestadas pelos depoimentos.

Não bastasse as notificações extrajudiciais expedidas aos Embargados, com


recusa em seu recebimento, e jamais impugnados em sede de defesa por parte
dos Embargados, a ocorrência policial acostada aos autos atesta o esbulho da
propriedade rural pelos Embargados, também sequer impugnados pelos
Embargados em sede de defesa.

Nesse sentido, o Boletim de Ocorrência é prova hábil a caracterizar o esbulho,


nos termos da jurisprudência pátria:

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AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE.


INTERLOCUTÓRIO QUE INDEFERIU O PEDIDO LIMINAR DE EXEPEDIÇÃO
DE MANDADO E DETERMINOU A REALIZAÇÃO DE AUDIÊNCIA DE
JUSTIFICAÇÃO. INSURGÊNCIA DOS AUTORES. RECORRENTES QUE
ADUZEM A EXISTÊNCIA DE PROVAS DOS REQUISITOS DO ART. 561 E ART.
562, AMBOS DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. ACOLHIMENTO.
DOCUMENTOS QUE COMPROVAM O EXERCÍCIO DA POSSE ANTERIOR
DO IMÓVEL. IMAGENS DE VÍDEO QUE EVIDENCIAM QUE A RECORRIDA
COMETEU ESBULHO POSSESSÓRIO. BOLETIM DE OCORRÊNCIA QUE
DESCREVE A SITUAÇÃO E INDICA A DATA DA VIOLAÇÃO.
PRESSUPOSTOS PREENCHIDOS. DECISÃO QUE MERECE SER
REFORMADA. AGRAVO DE INSTRUMENTO CONHECIDO E PROVIDO.
(TJSC, Agravo de Instrumento n. 5011471-16.2022.8.24.0000, do Tribunal
de Justiça de Santa Catarina, rel. Osmar Nunes Júnior, Sétima Câmara
de Direito Civil).

Sendo assim, a ocorrência policial comprova de forma cristalina o esbulho da


propriedade em litígio praticado pelo primeiro Embargado.

De modo que, há elementos suficientes de convencimento no feito que autoriza


a reforma do r. Acórdão embargado, jamais sendo demonstrado pelos
Embargados fatos impeditivos, modificativo ou extintivo do direito dos
Embargados.

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Sendo assim, o Embargante/Autor comprova sua idoneidade e boa-fé,


reintegrando à sua legítima propriedade e posse desde final do ano de 2018,
havendo de fato a sobredita invasão na gleba de terras pelo primeiro
Embargado Dário Fiorese.

2.2. OBSCURIDADE COM RELAÇÃO À CONDENAÇÃO POR DANOS MATERIAIS

No tocante à condenação por danos materiais presumido, a despeito de


constar no r. Acórdão embargado a pretensão reconvencional, não assiste
razão aos Embargados em razão de que desde a retirada voluntária do imóvel
rural em deslinde no findar do ano de 2018 pelo primeiro Embargado, frisa-se,
NÃO houve construção de benfeitorias no imóvel e que toda a colheita em 2018
foi sua, não sendo repassado ao Embargante/autor quaisquer valores.

Nesta esteira, não faz sentido na descrição no r. Acórdão que restou


incontroverso nos atos que o Embargante/Autor teria realizado a colheita no
ano de 2018, inclusive sob a alegação de antes do prazo regular, não podendo
ser jamais reconhecida a posse dos Embargados no referido imóvel rural,
forçando a condenação do Embargante/Autor às perdas e danos, jamais
havendo quaisquer enriquecimento ilícito.

Neste sentido, a condenação por danos materiais levando em consideração


um laudo de avaliação de produtividade, fls. 312/326 dos autos, realizado de
forma unilateral e precário, referente aos anos de 2020 e 2021, não constitui
meio de prova lícita para a condenação em análise, principalmente que todos

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os frutos colhidos foram decorrentes de cuidados e investimentos por parte


exclusivamente do Embargante.

Portanto, não assiste razão qualquer pedido reconvencional para condenar o


reconvindo, ora embargante ao pagamento de R$ 28.957, 86 (vinte e oito mil,
novecentos e cinquenta e sete reais e oitenta e seis centavos) a título de danos
materiais, o que deve ser revisto e reformado na r. sentença de primeira
instância e no r. Acórdão embargado.

Sendo assim, o conjunto de provas carreado pelos Embargados é por sua vez
frágil e deficitário para embasar tal cunho indenizatório, não sendo
demonstrado e comprovado efetiva utilização na gleba de terras alvo desta
contenda passível de indenização por perdas e danos.

Em arremate conclusivo, os pleitos dos Embargados foram infrutíferos, uma vez


que seus fundamentos inseridos no caderno da demanda são precários e
duvidosos, devendo o Embargante/Autor permanecer na posse de sua legítima
propriedade, como sempre esteve e está desde o esbulho ocorrido no ano de
2018, pois vem zelando e desempenhando a verdadeira função social que
nossa legislação tanto preconiza na atualidade.

3. REQUERIMENTO

Por todo o exposto, requer o conhecimento e o provimento dos presentes


embargos declaratórios, com efeitos infringentes para que sejam sanados os

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vícios, bem como seja reconhecido seu caráter prequestionador, nos termos
dos arts. 1.022 e ss. do Novo Código de Processo Civil e da Súmula n.º 98, do
Superior Tribunal de Justiça, comprovada a existência de contradições,
omissões e obscuridades no r. Acórdão embargado, devem ser revistos,
esclarecidos e modificados, não coadunando o decisum com a verdade real
dos fatos, REQUER a Vossa Excelência, se digne a julgar PROCEDENTES os
presentes Embargos, dando-lhes o necessário provimento e efeito modificativo,
para manutenção do Embargante na posse da propriedade em deslinde, para
que se faça a mais verdadeira justiça.

Caso entenda o Nobre Desembargador Relator e os Nobres Julgadores pela


manutenção do r. Acórdão embargado, ao menos, dado provimento para
reformar a condenação do Embargante/Autor à indenização por danos
materiais consoante restou devidamente comprovado que o primeiro
Embargado realizou toda a colheita da safra 2018, declarado pelo próprio em
Juízo, sendo que o pedido de reconvenção recai sobre a colheita dos anos de
2020/2021, sendo apresentado um laudo de forma unilateral e precário
promovido pelos Embargados, quando o Embargante se encontrava na posse
da propriedade sem a presença dos Embargados.

Noutro giro, por fim, requer o Embargante caso seja mantido o r. Acórdão, dado
provimento quanto a reforma referente a condenação aos honorários
advocatícios, fixados em 13% (treze por cento) sobre a valor da causa na ação
principal, devendo ser aplicado o mesmo percentual no valor da condenação

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na ação secundária (reconvenção), devendo este percentual ser dividido


proporcionalmente a cada litisconsorte vencedor.

Termos em que pede e espera respeitosamente o deferimento.

Venda Nova do migrante/ES, 28 de agosto de 2023.

JOSÉ MANOEL ALMEIDA BOLZAN


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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
PODER JUDICIÁRIO
4ª Câmara Cível
Endereço: Rua Desembargador Homero Mafra 60, Enseada do Suá, VITÓRIA - ES -
CEP: 29050-906
Número telefone:(27) 33342117

PROCESSO Nº 0001054-27.2018.8.08.0016
APELAÇÃO CÍVEL (198)
APELANTE: JOSE ANTONIO GARBELOTTO
APELADO: DARIO ANTONIO FIORESI MOREIRA, VALERIA GARBELOTTO

DESPACHO

Intime-se a parte embargada para contrarrazões aos aclaratórios no prazo


legal.

VITÓRIA-ES, 30 de novembro de 2023.

Des. ROBSON LUIZ ALBANEZ


Relator

Assinado eletronicamente por: ROBSON LUIZ ALBANEZ - 04/12/2023 12:04:01 Num. 6795295 - Pág. 1
https://pje.tjes.jus.br/pje2g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23120412040122100000006570568
Número do documento: 23120412040122100000006570568
EXCELENTÍSSIMO DOUTOR DESEMBARGADOR
RELATOR ROBSON LUIZ ALBANEZ DA QUARTA
CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO
ESPÍRITO SANTO

PROCESSO Nº 0001054-27.2018.8.08.0016

DÁRIO ANTONIO FIORESE MOREIRA e VALÉRIA GARBELOTTO, ambos


devidamente qualificados nos autos em epígrafe, por seus advogados que esta
subscreve, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, nos termos do
artigo 1.010, §1º do NCPC, apresentar

CONTRARRAZÕES AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

opostos por JOSÉ ANTONIO GARBELOTTO, igualmente qualificado, pelos


fundamentos que seguem.

1- DA TEMPESTIVIDADE

As Contrarrazões aos Embargos de Declaração devem ser apresentadas no prazo


de 05 dias úteis, conforme dispõe o art. 1.023, § 2º do CPC.

Nesse sentido, verifica-se que o sistema registrou ciência acerca da oposição dos
presentes Embargos no dia 18 de dezembro de 2023. Assim, a contagem do
prazo iniciou-se no dia 19 de dezembro de 2023 (terça-feira).

Assinado eletronicamente por: UIASSANARA LESSA BRAVIN - 25/01/2024 17:25:59 Num. 7139284 - Pág. 1
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Número do documento: 24012517255913900000006896746
Contudo, em virtude do recesso forense, houve a
suspensão dos prazos processuais no período
compreendido entre os dias 20.12.2023 e 20.01.2024.

Assim, considerando o retorno da contagem dos prazos


no dia 22 de janeiro de 2024 (segunda– feira), o prazo para a apresentação
das presentes contrarrazões findará somente no dia 25 de janeiro de 2024
(quinta-feira).

Portanto, as presentes Contrarrazões é tempestiva.

2- BREVE SÍNTESE RECURSAL

O embargante interpôs recurso de Apelação em face do v. acórdão que, por


unanimidade de votos, conheceu e negou provimento ao recurso de apelação
interposto pelo mesmo, nos termos do voto do Relator.

Irresignado com a r. decisão, o embargante opôs os presentes Embargos na


tentativa de, por este meio, ver modificado o acórdão que acertadamente
confirmou a sentença de piso que julgou improcedente o pedido do
autor/embargante, face o efeito dúplice, conferindo proteção
possessória a segunda requerida/embargada.

Em síntese, o embargante sustenta que os presentes Embargos foram opostos


com o fim de suprir/eliminar as obscuridades, contradições e omissões, no r.
acórdão e que precisam ser superados para atribuir perfeita higidez ao decisum,
na esteira dos dispositivos contidos nos artigos 1.022 e seguintes do Código de
Processo Civil, o que certamente NÃO condiz com a realidade, conforme será
exposto a seguir.

3- DO NÃO CONHECIMENTO DOS EMBARGOS. DA EVIDENTE


NATUREZA PROTELATÓRIA

Inicialmente se faz necessário frisar que o Acórdão sob o ID 5753833, deve ser
mantido na sua integralidade, haja vista que a matéria ventilada fora
amplamente enfrentada e debatida, respeitando os direitos Constitucionais
e claramente fundamentada com as Normas Legais aplicáveis.

Assim, fora apreciado o Contraditório e a Ampla Defesa, bem como os meios e


recursos a ela inerentes, inexistindo obscuridade, omissão ou qualquer
contradição no Acórdão a ser sanado, uma vez que todos os temas questionados
foram devidamente enfrentados por esta Corte, inexistindo decisão ultra ou extra
petita.

Assinado eletronicamente por: UIASSANARA LESSA BRAVIN - 25/01/2024 17:25:59 Num. 7139284 - Pág. 2
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Número do documento: 24012517255913900000006896746
Observa-se que o presente recurso não exerce sua
função, pelo contrário, o embargante busca a todo
custo, protelar sua obrigação para com a segunda
requerida/embargada, ou seja, evidente que o
presente recurso foi interposto de forma indiscriminada, como meio
ilegítimo de se discutir novamente questões de mérito.

Trata-se claramente de Embargos protelatórios opostos pela parte embargante


abusando dos fundamentos da Súmula 98 do Superior Tribunal de Justiça, uma
vez que não se trata de notório propósito de prequestionamento,
devendo para tanto, os doutos julgadores aplicarem veementemente o parágrafo
2º do art. 1.026 do NCPC.

Destarte, o acórdão deve ser mantido em todos os seus termos por ser questão
de direito e Justiça, visto que, conforme brilhantemente ressaltado em seu voto,
o embargante/apelante/autor não se desincumbiu de seu ônus de demonstrar a
posse precária da embargada/apelada/requerida, de forma que a manutenção da
sentença de improcedência é medida que se impõe.

Desse modo, pleiteia os embargados pelo não conhecimento dos presentes


Embargos de Declaração opostos pelo embargante, por não haver omissão,
contradição ou qualquer obscuridade no Acórdão e tela, bem como pela
condenação da parte embargante ao pagamento da multa prevista no artigo
1.026, §2º do Código de Processo Civil.

4- DO NÃO PROVIMENTO DOS EMBARGOS. DA AUSENCIA DE


OBSCURIDADE, OMISSÃO E CONTRADIÇÃO NO ACÓRDÃO

Diversamente do alegado pelo embargante, o v. acórdão não possui obscuridade,


omissão ou contradição que ensejasse a oposição dos presentes.

Conforme já mencionado, o v. acórdão, sob o ID 5753833, deve ser mantido


na sua integralidade, haja vista que a matéria ventilada fora amplamente
enfrentada e debatida, respeitando os direitos Constitucionais e claramente
fundamentada com as Normas Legais aplicáveis.

Destaca-se que o artigo 1.022, incisos I, II e II, do CPC estabelece que os


Embargos de Declaração são cabíveis contra decisão judicial para “I – esclarecer
obscuridade ou eliminar contradição, II - suprir omissão de ponto ou questão
sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento e III - corrigir
erro material.”
Todavia, não há no caso em apreço, qualquer obscuridade, omissão ou
contradição, mas tão somente mero inconformismo com o v. acórdão que
não proveu o recurso interposto pelo mesmo.

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Número do documento: 24012517255913900000006896746
Da simples leitura da peça processual, qual seja
embargos declaratórios, é possível verificar facilmente
que se trata de mero inconformismo, haja vista que
o embargante, insatisfeito com o acordão que
confirmou a sentença e julgou improcedentes os seus
pedidos, busca por meio dos embargos de declaração, nova análise
probatória.

Nota-se que ilegalmente pelo meio adotado, o embargante requer nova análise
de provas documentais e relatos testemunhais já apreciados, o que veemente
deve ser rechaçado por este Tribunal.

Eméritos Julgadores, objetivando a reforma da decisão a qualquer custo, o


embargante passa a discutir matéria de mérito com inúmeras alegações
infundadas e descabidas, porém, por meio inadequado, haja vista que os
embargos de declaração não são utilizados como meio de obter a reforma de
decisão, o que certamente é o objetivo do recorrente.

Destaca-se que I N E X I S T E M contradições, omissões ou obscuridades


capazes de sustentar e legitimar a oposição de embargos, uma vez que a decisão
é clara e objetiva para NÃO reconhecer o pedido do autor/embargante, uma vez
que nos termos do enunciado 239 da III Jornada de Direito Civil, na falta de
demonstração inequívoca de posse que atenda à função social, deve-se utilizar a noção
de "melhor posse" para o julgamento das ações possessórias.

Assim, da leitura da fundamentação, todos os aspectos foram considerados e


analisados e decorre logicamente a conclusão de confirmação da sentença de
piso, inexistindo contradição no v. acórdão, o que existe é uma decisão que
desfavorece o embargante por meio do juízo e da valoração das provas
apresentadas.

Ao proferir a decisão de piso, o magistrado enfrentou e valorou as provas


apresentadas, o que foi repetido pelo Tribunal de Justiça: o relator analisou todo
mérito processual, avaliou as provas e produziu seu relatório que foi seguido por
unanimidade pelos demais.

Toda matéria foi enfrentada e o Tribunal, de forma direta e objetiva de


manifestou quanto improcedência dos pedidos formulados pelo embargante, in
verbis:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE


POSSE. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA
POSSE. IMPROCEDÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE
DE DISCUSSÃO SOBRE A PROPRIEDADE.
RECONVENÇÃO. COLHEITA REALIZADA
ANTECIPADAMENTE PELO ESBULHADOR.
RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. I – Nas
ações possessórias é ônus da parte
Autora demonstrar os elementos descritos no
art. 561 do CPC. II – Nos termos do enunciado 239

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Número do documento: 24012517255913900000006896746
da III Jornada de Direito Civil, na falta de
demonstração inequívoca de posse que atenda à
função social, deve-se utilizar a noção de "melhor
posse" para o julgamento das ações possessórias. III
- A discussão acerca da propriedade é incabível
na vida do procedimento especial de reintegração de
posse; decerto que, não é possível a fungibilidade
entre ações possessórias e petitórias. IV – Sendo
precária a posse, forçosa a indenização pelos
prejuízos materiais causados ao possuidor
legítimo. V - Recurso conhecido e não provido.
PROCESSO Nº 0001054-27.2018.8.08.0016
APELAÇÃO CÍVEL (198)
APELANTE: JOSE ANTONIO GARBELOTTO
APELADO: DARIO ANTONIO FIORESI
MOREIRA e outros. RELATOR(A):ROBSON LUIZ
ALBANEZ.

Grifo nosso

Ora, inverídica a alegação de que o Órgão Colegiado, em sua decisão, foi


contraditório ou omisso. Nos exatos termos do relator, vejamos:

“(...)”
Examinando com acuidade as provas produzidas
pelas partes, concluo deva ser mantida a
referida propriedade na posse da ora
apelada/segunda ré. E assim o digo, porque as
referidas provas convenceram-me da
veracidade da tese suscitada pela parte
demandada, ex vi do art. 371 do CPC. Explico. A
Sra. Maria de Lourdes Fioroti Cabral, cujas
declarações encontram-se na ata notarial de fls.
303/304, afirmou, em apertada síntese, que
trabalhou para a família Garbelotto por 23 (vinte e
três) anos e que, quando da dissolução da
sociedade de fato já mencionada alhures, a
propriedade em debate ficou para o genitor da
segunda requerida/apelada, que somente não
registrou em seu nome por questões fiscais. O
Sr. Pedro Guilhermino, por seu turno, registrou no
documento público de fls. 305/307, que trabalhou
para Edi e Valerino por 22 (vinte e dois) anos
como meeiro e NUNCA viu Zezinho (autor) na
propriedade localizada em Jatobá, assim como,

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Número do documento: 24012517255913900000006896746
que após a morte de Valerino, o então esposo de
sua filha Valéria foi quem assumiu os cuidados
com o local. No mesmo sentido dos declarantes
acima têm-se, ainda, as atas notariais das
pessoas de Gilberto (fls. 125/127), José Luiz (fls.
128/129), Sebastião (fls. 130/131), Márcio Renato
(fls. 108/109), entre outros. Corroborando com as
declarações documentadas citadas acima, também
fora produzida prova oral. Dentre as pessoas
ouvidas judicialmente, a testemunha Antônio José,
advogado, elucidou que trabalhou para os irmãos
Garbelotto na dissolução da sociedade de fato
mantida entre estes, tendo a propriedade em litígio
sido arrematada pelo Sr. Valerino. A participação
do causídico na dissolução fora mencionada
por diversas outras testemunhas, dando
verossimilhança às suas afirmações (AIJ de
fls. 432/433). As pessoas de Dário, Jotalino e
Adriano, cujos testemunhos foram colhidos na
mesma audiência de instrução em julgamento,
fortaleceram as declarações já mencionadas, ou
seja, no sentido de que o direito possessório em
litígio pertence à segunda requerida, ora
apelada – Sra. Valéria. O documento de fl. 97,
datado de 2016, também reforça a tese da
segunda requerida/apelada, no sentido de
que herdou de seu genitor, juntamente com
sua genitora, o imóvel em questão, o qual foi
posteriormente lhe repassado, em sua integralidade.
Neste ponto, importante citar o enunciado 239 da III
Jornada de Direito Civil: “Na falta de demonstração
inequívoca de posse que atenda à função social,
deve-se utilizar a noção de "melhor posse", com base
nos critérios previstos no parágrafo único do art. 507
do Código Civil /1916”; decerto que, no caso em
apreço, a melhor posse, em meu sentir,
encontra-se a cargo da segunda requerida, ora
apelada. Outrossim, a despeito das provas
produzidas neste caderno processual acerca da
propriedade do bem, rememoro que tal
discussão é incabível nesta via - procedimento
especial de reintegração de posse. Pelo narrado,
conclui-se que a parte Requerente, ora
Apelante, não se desincumbiu de seu ônus de
demonstrar a posse precária
dos Requeridos/Apelados, de forma que
a manutenção da Sentença de improcedência é
medida que se impõe. “(...)”.

Assinado eletronicamente por: UIASSANARA LESSA BRAVIN - 25/01/2024 17:25:59 Num. 7139284 - Pág. 6
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Número do documento: 24012517255913900000006896746
Grifo nosso

Além de o acórdão se manifestar sobre todas as provas


produzidas nos autos, também fez uso do livre convencimento motivado, valorou
as provas em que se fundamentou para julgar improcedente o pedido do
embargante.

Nítida, portanto, a intenção do embargante em rediscutir a matéria de


mérito, ocasião em que devem ser sumariamente rejeitados os Embargos de
Declaração pela inadequação da via eleita, nesse sentido:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - HIPÓTESES PREVISTAS NO


ART. 1.022, DO NOVO CPC - INOCORRÊNCIA - REEXAME
DA MATÉRIA - IMPOSSIBILIDADE - MULTA. - Os embargos
de declaração são cabíveis conforme prevê o art. 1.022, do
novo CPC (Lei 13.105/15), contra qualquer decisão judicial
para esclarecer obscuridade ou eliminar contradição, suprir
omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se
pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento, bem como
para corrigir erro material. - Ausentes quaisquer das
hipóteses mencionadas, incabível a utilização dos
embargos de declaração para o reexame de matéria
já apreciada e decidida. - Ficando evidenciado o
caráter protelatório dos embargos de declaração, o
embargante deve ser condenado ao pagamento da
multa prevista no art. 1.026, § 2º, do CPC. (TJ-MG -
ED: 10000160530796002 MG, Relator: Marco Aurelio
Ferenzini, Data de Julgamento: 29/11/0016, Câmaras
Cíveis / 14ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação:
02/12/2016).

Grifo nosso

Dessa forma, notória a inadmissibilidade do presente recurso, devendo ser


negado de plano seu seguimento.

5- DO MÉRITO DO RECURSO

Inobstante o descabimento da propositura dos Embargos de Declaração, cumpre


esclarecer que o mesmo, caso tenha seguimento, NÃO merece provimento.

Como bem destacou o acórdão, o mérito foi entregue para a análise na forma da
apelação, todas as provas foram analisadas, e de acordo com o livre

Assinado eletronicamente por: UIASSANARA LESSA BRAVIN - 25/01/2024 17:25:59 Num. 7139284 - Pág. 7
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Número do documento: 24012517255913900000006896746
conhecimento motivado, o Tribunal entendeu
pela manutenção da sentença proferida pelo
juízo de primeiro grau.

Cumpre aqui esclarecer, mais uma vez, que a parte


embargante deseja, com a oposição dos presentes embargos, a qualquer custo,
protelar a satisfação do direito dos embargados e modificar a decisão que julgou
improcedentes os seus pedidos e assim, busca adiar o trânsito em julgado,
afirmando, erroneamente, tratar-se de prequestionamento, tratando-se de mero
inconformismo com a decisão proferida.

5.1 – DAS PROVAS APRESENTADAS PELAS PARTES

Dentre as alegações infundadas e impróprias para o presente embargos, o


embargante alega em síntese que o comando sentencial fora fundado em atas
notariais e que, em tese não foram ponderadas as ocorrências policiais por ele
anexadas.

Contudo, o representante do embargante “esqueceu” que a natureza jurídica da


ata notarial se fundamenta numa tripla-função, ou seja, autenticadora (atribui
autenticidade notarial), probatória (pré-constitui prova) e conservadora
(perpetua num documento notarial), bem como, que é um instrumento público
através do qual o tabelião descreve, por seus sentidos, uma determinada situação
ou um determinado fato que lhe é apresentado, reproduzindo fidedignamente os
fatos como relatos pela “testemunha”, naquele ato declarante.

Desta forma, conhecidamente o artigo: Art. 384, preleciona que:

“A existência e o modo de existir de algum fato


podem ser atestados ou documentados, a
requerimento do interessado, mediante ata lavrada
por tabelião”

Grifo nosso

Nas palavras do Dr. Angelo Volpi Neto:

Ata notarial é o instrumento pelo qual o notário, com


sua fé pública autentica um fato, descrevendo-o em
seus livros. Sua função primordial é tornar-se prova
em processo judicial. Pode ainda servir como
prevenção jurídica a conflitos.

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Número do documento: 24012517255913900000006896746
Grifo nosso

Segundo a lição de William Santos Ferreira:

“(…) a adoção da chamada ata notarial em que,


solicita-se a um Tabelião (Cartório de Notas) a
lavratura de uma ata em que, pelo computador do
notário, são acessados endereços eletrônicos
indicados pelo requerente do serviço notarial, e há o
relato do dia, horário, conteúdo, imagens e até
filmes, tudo descrito pelo Tabelião, cujas
declarações do que ocorreu diante dele, por terem
fé pública, agregam fortíssima carga de
convencimento à prova exibida em juízo,
transferindo o ônus da prova à outra parte, o que
particularmente em nossa atividade profissional (a
advocacia) (...)”.

Grifo nosso

Considerando sua função probatória, pode-se sustentar que a ata


notarial consiste em uma forma de exercício do direito à prova, uma vez que
corresponde a qualificada ferramenta à disposição da parte para o exercício de
seu direito de demonstrar a verdade dos fatos, portanto, além de legal, é
completamente útil ao deslinde das questões, que após submetida ao
crivo do órgão julgador tem a devida valoração estipulada em
consonância com o acervo probatório.

Quanto as ocorrências policiais, curiosamente o patrono do


embargante “também esqueceu” que estas possuem natureza jurídica
de declaração unilateral, deixando de mencionar as várias ocorrências
que a segunda requerida/embargada registrou em face do
autor/embargante pelo o esbulho possessório sofrido.

Conforme expressamente exposto, o acervo probatório é claro e límpido em


corroborar as alegações dos requeridos, ora embargados, senão vejamos:

a) Ata Notarial de Domingos Antônio Garbelotto acostada às fls.


134, ex sócio dos “IRMÃOS GARBELOTTO”, tio do embargante e da
segunda apelada/embargada, que se encontrava presente no momento
da dissolução da referida sociedade:

Assinado eletronicamente por: UIASSANARA LESSA BRAVIN - 25/01/2024 17:25:59 Num. 7139284 - Pág. 9
https://pje.tjes.jus.br/pje2g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=24012517255913900000006896746
Número do documento: 24012517255913900000006896746
“(...)” 1) O DECLARANTE afirma que tem conhecimento
de um imóvel situado na comunidade Jatobá, Conceição
do Castelo, e que fazia parte de uma sociedade que
tinha quotas de direito em relação a tal imóvel; 2) Que
essa sociedade era de fato, e que seus membros
eram VALERINO GARBELOTTO, ARQUELINO
GARBELOTTO (pai de JOSÉ ANTÔNIO
GARBELOTTO), DOMINGOS GARBELOTTO, MARCIO
GARBELOTTO E EDI GARBELOTTO; 3) Que no ano de
2005, com a anuência de todos os sócios, fora feita a
dissolução da sociedade, sendo que o Dr. Antônio José
Pereira de Souza, advogado, entregou a cada sócio uma
lista com os itens pertencentes à sociedade, sendo
facultado a cada um dar o lance sobre cada bem, sendo
que, quem desse o maior lance sobre o respectivo item da
lista, ficaria com o mesmo em caráter exclusivo; 4) Que
VALERINO GARBELOTTO deu o maior lance em
relação a metade do imóvel situado na comunidade
de Jatobá, mantendo-o em condomínio com EDI
GARBELOTTO, cada qual sendo titular de sua fração
devidamente individualizada; 5) Que o lance em
questão foi no valor de R$ 50.100,00 e que isso
consta documentado e assinado por todos os sócios, e que
todos os antigos sócios presenciaram e aceitaram os termos
bem como têm ciência, assim como seus filhos, de que tudo
veio a ser pago e corretamente dividido, cada um tendo
tomado posse exclusiva daquilo que passou a lhe pertencer
“(...)”.

Grifo nosso

b) Ata Notarial de Márcio Renato Garbelotto acostada às fls.


108/109, representante do Espólio de Olímpio Garbelotto, ex membro da
sociedade dos “IRMÃOS GARBELOTTO”, primo do embargante e da
segunda apelada, que encontrava-se presente no momento da dissolução
da referida sociedade:

“(...)” 1) O DECLARANTE afirma que antigamente,


até o ano de 2005, participava de uma sociedade de
fato que tinha como sócios as pessoas de Domingos
Antonio Garbelotto, Edi Garbelotto, Valerino
Garbelotto e Arquilino Garbelotto e seus filhos “(...)” 3)
Que era incluso nessa relação de bens um imóvel
situado na Comunidade de Jatobá, o qual confronta-se
com Dário Antonio Fioresi Moreira, José Assis Belisário, e
com os herdeiros de José Guarnier Moreira, sendo que esse

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Número do documento: 24012517255913900000006896746
último foi a pessoa que vendeu tal imóvel no ano de
1997. “(...)” 12) Que após a morte de Valerino,
tenho ciência de que seus herdeiros assumiram a
titularidade e a posse de tal imóvel, sendo que o
principal interventor era a pessoa de Julimar Mistura
Zeferino, muito embora outros prepostos também tenham
atuado em favor de Valéria Garbelotto Zeferino e de sua
Mãe Maria Dassie Garbelotto e 13) Que toda a sociedade
de Conceição do Castelo, ES tem ciência de tais
fatos, de modo que é evidente que José Antonio
Garbelotto não dispõe de razões que justifiquem sua
tentativa de prejudicar Dario Antonio Fiorese
Moreira ou mesmo Valéria Garbelotto Zeferino, a
qual, atualmente e sabidamente é a dona e única
possuidora de tal imóvel “(...)”

Grifo nosso

c) Às fls. 103/106, encontram-se acostados os documentos distribuídos


pelo advogado responsável pela divisão dos bens constantes da
“SOCIEDADE IRMÃOS GARBELOTTO”, devidamente assinados por
seus respectivos sócios, inclusive o genitor do embargante e da segunda
embargada, (fls. 103 e 106) com seus lances, atestando o “arremate” da
área por Valerino Garbelotto, genitor de Valéria Garbelotto, ora
embargada.

d) Às fls. 99/102, encontra-se TERMO PARTICULAR DE DISSOLUÇÃO


DE SOCIEDADE entre o Espólio de Valerino Garbelotto e Edi Garbelotto,
ex sócio dos “IRMÃOS GARBELOTTO”, que em sua Cláusula Sétima atesta
o exercício de posse de Valerino Garbelotto até 2009 e o declara como o
verdadeiro proprietário do imóvel, constando explicitamente que a
área em questão somente está registrada em nome do apelante,
não sendo ele o real proprietário;

e) Planta às fls. 90, mencionada do documento descrito na alínea anterior


e declaração do agrimensor responsável às fls. 137;

f) Planta às fls. 91, onde os confrontantes da área em questão reconhecem


Valéria Garbelotto (segunda apelada) como a detentora do direito de
posse do Imóvel e Ata Notarial realizada pelo agrimensor responsável às
fls. 135/136;

g) Às fls. 94/96, termo de acordo no processo de extinção de


condomínio entre os sucessores universais de Valerino Garbelotto,
datado de 05.10.2016, especificamente às fls. 95, convencionando que
os imóveis que não tinham sido relacionados no inventário de Valerino

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Assinado eletronicamente por: UIASSANARA LESSA BRAVIN - 25/01/2024 17:25:59 Num. 7139284 - Pág. 11
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Número do documento: 24012517255913900000006896746
Garbelotto por estarem registrados em nome de
terceiros, seria dividido através de termo de acordo
extrajudicial;

h) Às fls. 97, Termo de Acordo Extrajudicial


outorgando a posse exclusiva do imóvel em questão para segunda
apelada, datado de 05.10.2016;

i) Ata Notarial de José Gonçalves Manço às fls. 110/111, funcionário


de Valerino Garbelotto por mais de 28 (vinte e oito) anos, tendo inclusive,
se aposentado trabalhando para o genitor da segunda apelada:

“(...)” 1) O DECLARANTE afirma que Valerino Garbelotto


adquiriu/administrou, juntamente com Edi Garbelotto, uma
propriedade de terras situada na Comunidade de Jatobá,
Zona Rural deste Município. “(...)” 5) O DECLARANTE
afirma que tal imóvel foi adquirido da pessoa de
“Zezé Moreira” e que tomou conhecimento disso
pois era empregado de confiança de Valerino
Garbelotto; 6) O DECLARANTE afirma que foi
empregado do mesmo por mais de 28 anos,
conforme consta em sua carteira de trabalho acima
descrita; 7) O DECLARANTE assegura que se aposentou
trabalhando para o mesmo, Valerino Garbelotto, e que
tinha amplo acesso e conhecimento de todos os negócios
que eram celebrados por ele; 8) O DECLARANTE afirma
que trabalhou em nome do mesmo na referida área
por cerca de 03 anos; 9) O DECLARANTE assegura que
nesse período de trabalho se deu logo após a aquisição,
tempo em que laborou na formação do café. “(...)” 14) O
DECLARANTE garante que posteriormente a esse
tempo, a lavra da propriedade foi assumida por
Pedro Guilhermino, o qual trabalhou até Valerino
Garbelotto viesse a falecer, vindo a deixar a
propriedade logo após a sua morte; 15) O DECLARANTE
afirma que as essas pessoas acima relacionadas,
inclusive o DECLARANTE , sempre trabalharam sob
administração de Valerino Garbelotto e de Edi
Garbelotto; 16) O DECLARANTE afirma que ele ou tais
pessoas jamais prestaram contas a terceiros quanto aos
seus trabalhos em tal imóvel. “(...)” 18) O DECLARANTE
assegura que o referido imóvel pertenceu a Valerino
Garbelotto até o momento de sua morte, momento
em que sua titularidade veio a ser assumida por sua
filha Valéria Garbelotto Zeferino e pela viúva Maria
Dassie Garbelotto, as quais delegaram a administração

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direta de tal imóvel ao cônjuge de Valéria à época,
Julimar Mistura Zeferino; 19) O DECLARANTE afirma
que, atualmente, tem conhecimento de que
Valéria Garbelotto Zeferino e sua Mãe Maria Dassie
Garbelotto dividiram as terras, e que referida
propriedade ficou em benefício exclusivo de Valéria
Garbelotto Zeferino; 20) O DECLARANTE ASSEGURA
QUE JOSÉ GARBELOTTO JAMAIS TEVE A POSSE OU
ADMINISTRAÇÃO DE TAL IMÓVEL, a qual sempre
coube a Valerino Garbelotto e a Edi Garbelotto, e,
posteriormente a morte de Valerino Garbelotto, aos
herdeiros/genro do mesmo; 21) O DECLARANTE afirma
pelo que sabe e via, que a única vez que José Garbelotto
adentrou em tal imóvel foi a aproximadamente 20 anos,
quando feita a formação do café, momento em que o
DECLARANTE, José Garbelotto, Edi Garbelotto e Celso
Frigulha laboraram, em tal imóvel, sendo os responsáveis
pela capina, plantio e formação inicial do café; 22) O
DECLARANTE garante que a referida formação se
deu a pedido e sob ordens dos proprietários Valerino
Garbelotto e Edi Garbelotto, mediante pagamento e sob
administração dos mesmos, os quais remuneravam o
DECLARANTE e a Celso Frigulha mensalmente. “(...)” 24)
O DECLARANTE assegura que jamais recebeu qualquer
contraprestação de outra pessoa que não fosse Valerino
Garbelotto ou Edi Garbelotto. “(...)” 28) O DECLARANTE
afirma ainda que o terreno tenha ficado registrado
em nome de José Garbelotto, sua participação em
tal imóvel se deu apenas da maneira, forma e pelo
período acima informados, ou seja, sob
administração e subordinação à Valerino Garbelotto
e a Edi Garbelotto, os quais, para todos os efeitos, e até
onde sabe, foram e são os únicos proprietários do imóvel.
“(...)” 33) O DECLARANTE garante que para o público
em geral, o dono de tal imóvel sempre foi a pessoa
de Valerino Garbelotto e de seus descendentes
“(...)”.
Grifo nosso

j) Ata Notarial de Gilberto Cabral Botelho acostada às fls. 126/127:

“(...)” 4) O DECLARANTE afirma que já viu o colono


Pedro Guilhermino trabalhando no referido terreno
e que Pedro Guilhermino era o colono/parceiro de

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Valerino Garbelotto e de Edi Garbelotto; 5) O
DECLARANTE garante que viu Valerino Garbelotto na
propriedade em algumas ocasiões e que Edi Garbelotto,
co-proprietário da área em questão, era quem levava
os insumos para a lavoura; 6) O DECLARANTE
afirma que logo após a morte de Valerino
Garbelotto, Pedro Guilhermino deixou a propriedade
e que quem assumiu suas atividades foi Sebastião
de Souza Alves, vulgo “Tinteiro”, o qual assumiu a
colonha, já sob administração de Valéria Garbelotto
Zeferino e de seu cônjuge Julimar Mistura Zeferino.
“(...)” 8) O DECLARANTE assegura que sempre via o
empregado “Braz” no referido local e que “Braz”
começou a trabalhar após a morte de Valerino Garbelotto;
9) O DECLARANTE afirma que após a saída de Pedro
Guilhermino, “Braz” auxiliava Julimar Mistura
Zeferino na entrega de insumos, bem como na alocação
da produção; 10) O DECLARANTE garante que desde o
momento da compra da propriedade, ocorrida em 1997, via
apenas Valerino Garbelotto e Edi Garbelotto administrando
e se beneficiando com referida propriedade. “(...)” 15) O
DECLARANTE assegura que José Belisário, seu
patrão já falecido, quando diante da necessidade de
tratar negócios ligados ao terreno, o fazia com a
pessoa de Valerino Garbelotto e Edi Garbelotto.
“(...)” 17) O DECLARANTE afirma que pelo que tem
conhecimento, José Garbelotto nunca se beneficiou
ou foi visto se beneficiando da propriedade ou da
colheita de seus frutos. “(...)” 20) O DECLARANTE
assegura que posteriormente à morte de Valerino
Garbelotto, sua titularidade veio a ser assumida por
sua filha Valéria Garbelotto Zeferino e pela viúva
Maria Dassie Garbelotto, as quais, pelo que viu e tomou
conhecimento, delegaram a administração direta de tal
imóvel ao cônjuge de Valéria Garbelotto Zeferino à época,
Julimar Mistura Zeferino; 21) O DECLARANTE afirma
que pelo que tem conhecimento, José Garbelotto
não tem a posse e nem a administração de tal
imóvel, a qual, pelo que sabe e via, sempre coube a
Valerino Garbelotto e a Edi Garbelotto, e, posteriormente a
morte de Valerino Garbelotto, aos herdeiros/genro de
mesmo. “(...)” 26) O DECLARANTE afirma que não tem
conhecimento de que José Garbelotto, haja
questionado ou reivindicado o imóvel em datas
anteriores, desconhecendo qualquer tipo de
participação do mesmo que não tenha sido aquela
que acabou de relatar; 27) O DECLARANTE garante
que para o público geral, os donos de tal imóvel

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sempre foram as pessoas de Edi Garbelotto,
Valerino Garbelotto e seus descendentes “(...)”
Grifo nosso

k) Ata Notarial de José Luiz Moreira às fls. 128/129, filho do vendedor


da área em litígio:

“(...)” 1) O DECLARANTE afirma que é filho de JOSÉ


GUARNIER MOREIRA, vulgo ZEZÉ MOREIRA, que o
mesmo tem conhecimento de que seu pai vendeu
um terreno para a pessoa de VALERINO
GARBELOTTO; 2) Que o DECLARANTE identifica esse
terreno como sendo um imóvel situado na Comunidade
de Jatobá, Zona Rural, Zona Rural deste Município e
Comarca. “(...)” 9) Que após a morte de VALERINO
GARBELOTTO, o referido imóvel passou para as
herdeiras VALÉRIA GARBELOTTO e MARIA DASSIE
GARBELOTTO; 10) Que a pessoa administrava em nome
delas era JULIMAR MISTURA ZEFERINO, vulgo SUNGA, que
JULIMAR MISTURA ZEFERINO levava os empregados e
insumos e buscava a produção, que sempre fez isso, até
onde sabe, sem nenhum tipo de oposição. “(...)” 12) Que
afirma que jamais tomou ciência de qualquer tipo de
participação de JOSÉ ANTONIO GARBELOTTO em
relação a imóvel, especialmente após o ano de 2005.
“(...)” 17) Que durante todos esses anos sempre viu com
muita clareza que a pessoa de VALERINO GARBELOTTO, e
depois JULIMAR MISTURA ZEFERINO, em nome das
herdeiras, sempre foram as pessoas que cuidavam do
imóvel; 18) Que todas as minhas afirmativas são de
amplo conhecimento da comunidade local e que
todos sabem que referido imóvel pertence a
VALERINO GARBELOTTO, já que este foi o único a
permanecer cuidando dele até o momento de sua
morte. “(...)” 20) QUE TEM CIÊNCIA DE QUE
RECENTEMENTE DARIO FIORESE GARBELOTTO FEZ
UM COMBINADO COM VALÉRIA GARBELOTTO
ZEFERINO, HERDEIRA DE VALERINO GARBELOTTO,
ONDE ESTE CUIDARIA DO TERRENO PARA ELA,
RECEBENDO EM PAGAMENTO A RETENÇÃO DE UMA
PARTE DA PRODUÇÃO. “(...)”
Grifo nosso

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l) Ata Notarial de Sebastião de Souza Alves
às fls. 130/131, ex funcionário de Valerino
Garbelotto, genitor da segunda apelada, há mais de 28
(vinte e oito) anos:

“(...)” 4) Que trabalhou na formação do café e que tal


imóvel foi adquirido da pessoa de “Zezé Moreira”; 5) Que
tomou conhecimento disso pois era empregado do
mesmo por mais de 28 anos, conforme consta em
sua Carteira de Trabalho nº 0682 SÉRIE 00004-ES e
que se aposentou trabalhando para o mesmo; 7) Que
tinha amplo acesso e conhecimento de todos os negócios
que eram celebrados por Valerino Garbelotto; 8) Que
trabalhou em nome do mesmo na referida área por
volta dos 03 anos, 9) Que nesses anos se deram logo
após a aquisição da propriedade, tempo em que o
DECLARANTE laborou na formação do café “(...)”; 12) Que
o referido imóvel posteriormente foi dividido, e que
uma parte ficou em posse e propriedade de Edi
Garbelotto, e a outra parte em favor de Valerino
Garbelotto, e que, posteriormente ao falecimento
deste, a propriedade passou a ser lavrada por Jorge
AndAPELADA, o qual trabalhou por volta de 03 anos
na referida propriedade; 13) Que posteriormente a este
tempo, a lavra da propriedade foi assumida por Pedro
Guilhermino, o qual trabalho até que Valerino Garbelotto
viesse a falecer, vindo a deixar a propriedade logo após a
sua morte; 14) Que todas as pessoas acima
mencionadas, inclusive ele DECLARANTE, sempre
trabalharam sob administração de Valerino
Garbelotto e de Edi Garbelotto; “(...)”; (17) Que o
referido imóvel pertenceu a Valerino Garbelotto até
o momento de sua morte, momento em que sua
titularidade veio a ser assumida por sua filha Valéria
Garbelotto Zeferino e pela viúva Maria Dassie
Garbelotto, as quais delegaram a administração direta de
tal imóvel ao cônjuge de Valéria à época , Julimar Mistura
Zeferino; 18) Que, atualmente, tem conhecimento de
que Valéria Garbelotto Zeferino e sua Mãe, Maria
Dassie Garbelotto, dividiram as terras, e que a
referida propriedade ficou em benefício exclusivo de
Valéria Garbelotto Zeferino; 19) O DECLARANTE
afirma que José Garbelotto jamais teve a posse ou
administração de tal imóvel, a qual sempre coube a
Valerino Garbelotto e a Edi Garbelotto, e, posteriormente a
morte de Valerino Garbelotto, aos herdeiros/genro do
mesmo; “(...)” 30) Que José Garbelotto sempre teve

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conhecimento público e notório de tudo o que
DECLARANTE houvera mencionado; 31) Que não tem
conhecimento de que José Garbelotto haja questionado
ou reinvidicado o imóvel em datas anteriores,
desconhecendo qualquer tipo haja de participação do
mesmo que não tenha sido aquela que acabou de relatar;
32) Que para público em geral, o dono de tal imóvel
sempre foi a pessoa de Valerino Garbelottto e seus
descendentes; 33) Que após ouvido tal relato, e atestado
que o mesmo ocorreu dessa exata forma, o DECLARANTE
se presta a afirmar que trabalhou na referida área por 06
anos (entre 2011 até o final de 2017); 34) O
DECLARANTE afirma que trabalhava em regime de
parceria agrícola instituida de maneira verbal; 35) O
DECLARANTE assegura que, em conjunto com Jotalino
Fagundes Ferreira, trabalhou exercendo parceria verbal em
regime de 50% para eles e 50% para Julimar Mistura
Zeferino; 36) O DECLARANTE garante que Julimar Mistura
Zeferino fora a pessoa que os contratou, e que em vista de
tal divisão, Julimar Mistura Zeferino pagava metade dos
custos da adubação; 37) O DECLARANTE assegura que
após a separaçaõ de fato de Julimar Mistura
Zeferino e de Valéria Garbelotto Zeferino, ocorrida
em 2016, o mesmo passou a prestar contas e a
entregar a produção diretamente e exclusivamente
à Valéria Garbelotto Zeferino; 38) O DECLARANTE
garante que ele e Jotalino jamais prestaram contas de suas
atividades a terceiras pessoas que não fossem Valéria
Garbelotto Zeferino e Julimar Mistura Zeferino; 39) O
DECLARANTE afirma que por todo o período em que
esteve na área, nunca viu ou sequer ouviu
falar/tomar ciência de qualquer tipo de intervenção
promovida por José Garbelotto em tal imóvel, e que
este jamais lhe prejudicou ou questionou no regular
desempenho (u) de suas atividades, que tal pessoa jamais
compareceu em tal imóvel, por si ou por meio de terceiros,
para solicitar o emprego, modificação ou melhoramento de
qualquer questão inerente a propriedade. “(...)” 49) Que
o DECLARANTE afirma que desconhecesse qualquer
outra pessoa como sendo proprietária de tal imóvel,
que pelo que sabe e sempre viu, tal imóvel sempre
pertenceu a Valéria Garbelotto Zeferino, que não
tem conhecimento de qualquer participação de
outra pessoa na parte em que trabalhou e “(...)”
Grifo nosso

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m) Às fls. 150/172 Comprovação de pagamento
de impostos sobre a área em questão por Edi
Garbelotto, datados de 02.11.2018, até então ainda
condômino da área de posse da segunda apelada,
desmentindo as alegações do apelante que aduzem que
ao longo dos anos ele que vinha pagando os tributos da área;

n) Ata Notarial de MARIA DE LOURDES FIOROTI CABRAL às fls.


303/304, funcionária há mais de 23 anos de Valerino Garbelotto e seus
irmãos, comprovando todas as alegações da segunda
apelada/embargada;

o) Ata Notarial de PEDRO GUILHERMINO às fls. 305/306, funcionária


de Valerino Garbelotto até a data de seu falecimento, tendo trabalhado na
área em questão por anos, atestando que apelante nunca esteve naquela
propriedade, bem como que após Valerino morrer, seus herdeiros
continuaram a usufruir da área;

p) Ata Notarial de JORGE CARLOS DANIEL às fls. 307, ex-funcionário da


propriedade em questão, atestando que nunca viu o apelante na
propriedade do jatobá;

q) Ata Notarial de BRÁS RODRIGUES MOREIRA às fls. 308, ex


funcionário de Valéria Garbelotto (segunda apelada), trabalhando como
auxiliar de serviços gerais de 2012/2015, garantindo trabalhar na
propriedade nesse lapso temporal, vindo de encontro com as alegações
autorais;

r) Ata Notarial de MÁRIO SÉRGIO MILAGRE às fls. 309/310,


comerciante deste município, atestando as afirmações da segunda
requerida;

s) Ata notarial de ANSELMO LUÍS BISSACO às fls. 311, ex-funcionário da


família Garbelotto, atestando a versão da segunda apelada;

t) Laudo Técnico juntamente com ART às fls. 327/312, emitido em


18.08.2020, pelo Engenheiro Agrônomo Rômulo, CREA-ES 17234/D,
atestando o esbulho por parte do apelante, colheita sendo efetuada pelo
mesmo em condições impróprias, manejo inadequado com o evidente
intuito de prejudicar a segunda apelada, gerando dano material
concernente a colheita de 2020, 2021, bem como a recepa da lavoura,
que inviabiliza sua produção por mais 03 (três) anos até sua nova
formação.

u) RECIBO às fls. 331, onde FABIO JUNIOR RIBEIRO, declara ter recebido
R$ 800,00 (oitocentos reais), concernente a 05 (cinco) horas de trabalho
exercido com escavadeira hidráulica na propriedade em questão, pagos
por Valéria Garbelotto Zeferino, demonstrando que na data da propositura

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da ação e durante o transcurso processual a segunda
apelada/embargada mantém a posse da área, mesmo
que sendo esbulhada pelo apelante;

v) RECIBOS às fls. 332/333 onde LAERCIO


MENINE – CPF-MF nº 784.606.627-72, FRANCISCO GONÇALVES – CPF-
MF nº 784.669.897-49 e VALTECI SANTOS DA SILVA – CI-RG nº
1.388.976-ES, declaram ter recebido importâncias oriundas de serviços de
desbrota de café, realizadas na comunidade do JATOBÁ, pagos por
VALÉRIA GARBELOTTO ZEFERINO, datados de 10.12.2019 e 20.03.2020;

W) CLEUZIANO FRIGULHA em audiência perante este juízo, certifica as


informações narradas quanto a posse de Valerino Garbelotto, aduzindo que
nunca viu o apelante na área em questão, senão vejamos:

1- (...) Nesse período de 94 a 2010, o Senhor


chegou a ver é é o apelante Zezinho lá na
propriedade? Testemunha Cleuziano: Olha eu nunca
observei, mas eu não tenho, posso dizer que vi não.

2- O Senhor não pode afirmar que sim, nem que


não, mas não se lembra de ter visto ele? Testemunha
Cleuziano: Não, não.

3- E o Valerino, o Senhor se lembra? Testemunha


Cleuziano: O Valerino, até que aquele período que fiquei lá,
eu sempre via ele lá, mas também, não tinha interesse de,
de porque, nos já sabia já que a propriedade era dele,
porque ele comprou a propriedade. (…)

X) DR. ANTONIO JOSÉ PEREIRA DE SOUZA em audiência perante este juízo,


certifica as informações narradas quanto a existência e a sua participação na
dissolução da sociedade dos “IRMÃOS GARBELOTTO”, afirmando que os
documentos anexos às fls. 103/106, correspondentes aos “LANCES DO
LEILÃO”, modalidade usada no momento da dissolução da sociedade (VALERINO,
EDI, DOMINGOS ARQUILINO e HERDEIROS DE OLIMPIO), são exatamente iguais
os acostados, senão vejamos:

1- Tem uns documentos acostados aos autos, às


fls. 103/106. Dr. me empresta- (Nesse momento o
advogado pediu os autos ao magistrado). Pode folhear,
vê se o Senhor se recorda desse documento? (Nesse
momento o magistrado pediu que o advogado mencionasse
quais folhas estava sendo exibidas à testemunha).
Testemunha Antônio Pereira de Souza: É, o documento que

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Número do documento: 24012517255937200000006896747
nós lavramos, ele tinha essa característica, a logo que
tem aqui em cima é do meu escritório, ele só não é o
original, mas era, era isso aqui, foi isso aqui que nós
fizemos. O conteúdo, agora teria que ter o original pra
certificar.

2- Se o Senhor reconhece, se esse documento é,


se assemelha, o Sr. falou que não é original.
Testemunha Antônio Pereira de Souza: Se assemelha, só
não é original, mas se assemelha, nós fizemos um
documento, exatamente esse aqui.

Grifo nosso

Z) JOTALINO FAGUNDES FERREIRA em seu depoimento em juízo comprova


a continuação da posse da segunda apelada/embargada após o falecimento de
seu genitor, trabalhando sobre sua administração na área do ano de 2010 à 2016,
não vendo ou comunicando com o apelante neste período, senão vejamos:

1- (…) O Senhor sabe me dizer se o Senhor


conhece a Valéria?Testemunha Jotalino: Conheço,
trabalhei, trabalhei justamente na propriedade de Valéria e
Julimar na época quando peguei a lavoura, trabalhei com
eles.

2- E que propriedade era essa, o Senhor sabe me


dizer? Era o Sítio Jatobá?Testemunha Jotalino: Lá no
Jatobá, trabalhei. Isso.

3- Foi qual o período, que o Senhor tocou a


lavoura, o Senhor tocou a lavoura pra ela, o que que
o Senhor fazia lá? Testemunha Jotalino: Eu toquei a
lavoura a meia na época, me parece que foi em 2010, 2011
até o 16 tá, até 2016 eu trabalhei.

4- E quem que tratava diretamente com o Senhor


a respeito da lavoura? Testemunha Jotalino: Sempre lá,
foi na época o Julimar e Valéria foi lá, as pessoas que eu
trabalhava na época.

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Número do documento: 24012517255937200000006896747
5- E o Julimar era o que da Valéria na época?
Na época ele era esposo? Testemunha Jotalino: Na
época ele era esposo dela. Isso.

6- E depois o Julimar saiu, ele continuou


trabalhando com o Senhor? Como foi? Testemunha
Jotalino: Aí eu continuei trabalhei o ano de partir o café, o
ano, aí depois eu passei, mudei de lavoura.

7- Qual foi o último ano que o Senhor trabalhou


nessa lavoura, sabe me dizer? Testemunha Jotalino:
2016 pra 2017 me parece, aí eu sai, fui pra o Ribeirão.

8 - (…) Nesse periodo que o Senhor trabalhou lá


no sítio Jatobá, o Senhor viu o Zezinho, o apelante
alguma vez na propriedade? Testemunha Jotalino: Não,
não vejo ele não. (…)
Grifo nosso

A.2) DARIO ANTONIO FIORESE MOREIRA, ora apelado/embargado em seu


depoimento em juízo comprova a continuação da posse da apelada/embargada,
sendo que após a saída de Jotalino da condição de colono da propriedade
(período de 2010 a 2016 conforme relatado em seu depoimento), passou a
administrar a área, sob a tutela de Valéria Garbelotto Zeferino (segunda
recorrida), que passou a ter a sua posse turbada pelo apelante, inclusive
gerando danos materiais concernente a colheita a partir do ano de
2018, senão vejamos:

1- (...) E nesse período que você ficou


administrando a propriedade, você fez alguma
colheita lá? Dário: Sim, eu fiz uma colheita.

2- Uma colheita né, de qual ano que foi, sabe me


dizer? Dário: Salvo engano 2017.

3- Qual que foi a produção da lavoura? Dário: 87


sacas, salvo engano.

4- E aí você ficou com quantas? Dário: A Valéria ficou


com aproximadamente 30 né e eu fiquei então com, ela em
torno de 31, 32 e eu na em torno de 50.

5- E você parou de colher lá por qual razão? Dário:


Porque assim que eu realizei a colheita que eu iria iniciar os

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tratos culturais novamente para o ano seguinte, foi
então que o José Antonio é, entrou então com esse
processo né, processo dizendo que eu teria invadindo e
uma série de questoes, dando queixa e tudo, então a
partir dessa data, eu remeti a Valeria e ao Sandro para
que eles tomassem providência. Num curto periodo aí eu
ainda insisti no imóvel, mas dado as questões de,
preocupado com minha segurança, então, eu passei tudo
para o Sandro e Valéria.

6- Aí no ano de 2018, você não chegou a colher? E


quem colheu essa produção? Dário: Não. O Zé Antônio.

7- Sabe me dizer se ele chegou a colher antes,


chegou a colher no período, como foi? Dário: Não, ele
colheu, essa lavoura ele colheu de forma errônea né, antes
do tempo, o café ainda estava verde, não estava no ponto
de colheita. Ele colheu e cortou essa lavoura, sabendo que
ela ainda tinha condições de produzir pro ano seguinte. (...)

8 - Então você acha, no seu entendimento, que o José


Antonio Garbelotto, o Zezinho, ele invadiu a
propriedade? Dário: Sim, no meu entendimento sim.

9 - Isso foi, você se recorda qual foi o ano? Dário: Ah,


salvo engano, há uns 2 anos atrás, 2 anos e meio.

10- 2018? Dário: Aproximadamente, foi quando na


abertura do processo né (...)

Imperioso salientar, que várias são as testemunhas que atestam a tese da


segunda requerida/embargada do início ao fim, simplesmente por terem
participado desde o início da transação entre os “IRMÃOS GARBELOTTO”, sendo
“parente” próximo de ambas as partes, conhecendo em seus mínimos detalhes a
causa, sem qualquer benéfico, a não ser com a verdade e com o justo.

5.2 – DA “ALEGADA OBSCURIDADE” COM RELAÇÃO A CONDENAÇÃO


POR DANOS MATERIAIS

Não há em que se falar de obscuridade com relação a condenação por danos


materiais, uma vez que fora fundada em laudos periciais, que diga-se de
passagem, sequer foram confrontados em nenhuma fase processual, fazendo a
matéria em questão preclusa.

Ademais, em tempo algum houve a retirada voluntária e sim, esbulho


possessório, conforme veemente provado.

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Número do documento: 24012517255937200000006896747
O dano material trata-se de questão incontroversa, uma
vez que ao turbar a posse da segunda
apelada/embargada, o embargante/apelante efetuou a
colheita do ano de 2018, 2019, 2020 e 2021, de forma
indevida, cortando a cultura existente na
propriedade (café) sem autorização judicial, em confronto a decisão do
juízo de piso, conforme atestado por meio de Laudo Técnico acostado às fls.
319/327, o qual durante todo curso processual não fora confrontado,
estando precluso qualquer questionamento de ordem legal, neste
sentido.

Observa-se por meio dos documentos que acumulam aos autos e provas
testemunhais, que após a colheita de 2017 realizada pelo primeiro
apelado/embargado, sob o comando da segunda apelada/embargada, o
apelante/embargante começou a turbar a posse desta última.

Em 10.08.2018 o embargante propôs a presente demanda somente em face do


primeiro apelado/embargado, mero detentor da área, que administrava a
propriedade sobre a “baqueta” da segunda apelada/embargada, sendo que a
partir daí geraram os danos materiais à recorrida, prejudicando a colheita de
2018 e 2019, apropriando-se indevidamente dos frutos sem qualquer
autorização.

Em março de 2020 a segunda apelada/embargada é chamada ao feito, quando


através de laudo Técnico fica comprovado as barbáries cometidas pelo
embargante, motivo pelos quais a condenação do recorrente a indenizar à
recorrida deve ser mantida, sendo assertivo o comando sentencial ao condená-
lo ao pagamento indenizatório.

Sendo assim, diante dos fatos alegados e laudos periciais apresentados, acertada
se faz a condenação do autor/embargante pelos danos materiais causados a
segunda requerida/embargada, motivos pelos quais o comando deve ser mantido
pelos seus próprios fundamentos, simplesmente por questão de justiça.

6- DOS PEDIDOS

Pelo exposto, pleiteiam os embargados, pelo NÃO conhecimento dos Embargos


de Declaração opostos pelo embargante/autor/apelante, haja vista sua notória
inadmissibilidade, uma vez que inexiste qualquer omissão, contradição ou
obscuridade no v. acordão proferido pelo Eminente Relator, restando evidente
o caráter protelatório dos presentes embargos e assim, pela condenação
do embargante ao pagamento da multa de 2% (dois por cento) sobre o valor
atualizado da causa, nos termos do artigo 1.026, §2º do Código de Processo Civil.

Contudo, caso os presentes Embargos de Declaração sejam conhecidos, no


mérito requer, sejam os mesmos NEGADO PROVIMENTO, eis que na forma já

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Número do documento: 24012517255937200000006896747
exposta, inexiste qualquer omissão ou contradição ou
ainda, obscuridade no acórdão embargado, tendo o v.
acórdão enfrentado devidamente todas as matérias
postas a apreciação.

Termos em que,
pede deferimento.

Conceição do Castelo/ES, 24 de janeiro de 2024.

_________________________________
UIASSANARA LESSA BRAVIN
OAB/ES 24.291

_________________________________
RENAN DE SOUZA
OAB/ES 22.558

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