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Tribunal de Justiça da Paraíba

PJe - Processo Judicial Eletrônico

08/04/2024

Número: 0805843-79.2024.8.15.0000
Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO
Órgão julgador colegiado: 2ª Câmara Cível
Órgão julgador: Des. Abraham Lincoln da Cunha Ramos
Última distribuição : 29/02/2024
Valor da causa: R$ 0,00
Processo referência: 0845122-54.2022.8.15.2001
Assuntos: Interpretação / Revisão de Contrato
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
ITAU UNIBANCO S.A. (AGRAVANTE)
MARIA BELO DA SILVA (AGRAVADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
26316 29/02/2024 17:31 Petição Inicial Petição Inicial
696
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE


JUSTIÇA DO ESTADO DA PARAÍBA

AGRAVO DE INSTRUMENTO COM PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO

AGRAVANTE: ITAU UNIBANCO S.A.


AGRAVADA: MARIA BELO DA SILVA

ITAU UNIBANCO S.A., inscrito no CNPJ sob o nº.


60.701.190/4132-80, com sede Praça Alfredo Egydio de Souza Aranha, nº
100, Torre Olavo Setúbal, Parque Jabaquara, São Paulo/SP – CEP 04344-
902, por seu advogado, nos autos da ação em epígrafe que esta subscreve
(atos constitutivos e procuração em anexo), promovida por MARIA BELO DA
SILVA, brasileira, divorciada, aposentada, inscrito no CPF sob o nº
691.096.484-53, portadora do RG nº 1.248.736, 2ª via SSP-PB, residente
e domiciliado na rua Monsenhor Severiano Nº 235, Cruz das Armas, CEP:
580855-10, João Pessoa/PB, representado pelo causídico Dario Oliveira
do Nascimento, Brasileiro, Advogado, OAB/PB 26.296-b, estabelecido na
rua Rodrigues de Aquino, nº 315, Centro – João Pessoa/PB, vem, mui
respeitosamente à presença de V. Exa., interpor AGRAVO DE INSTRUMENTO
COM PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO, com fulcro art. 1.015, parágrafo
único, do CPC, na forma das razões anexas, requerendo digne-se Vossa
Excelência de recebê-lo, determinando em seguida sua distribuição.

O agravante, em obediência ao teor do art. 1.017, § 1º, do


Código de Processo Civil, faz recolher, como atesta a guia de
recolhimento em anexo, as custas processuais correspondentes ao preparo
do presente recurso.

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Número do documento: 24022917305803700000026354635
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No mais, em função do disposto no art. 1.017, inciso I, do


mesmo diploma legal, a Agravante junta, às suas razões, as seguintes
peças:

• Petição Inicial (Cumprimento de Sentença – Doc. 01);


• Decisão Agravada (Doc. 02);
• Procurações do agravante e dos agravados (Doc. 03 e
Doc. 04, respectivamente);
• Guia de custas e Comprovante de pagamento de custas
(Docs. 05 e 06, respectivamente).

Como peças facultativas (art. 1.017, inciso III, NCPC),


anexa cópia integral dos autos.

ITAU UNIBANCO S.A., inscrito no CNPJ sob o nº.


60.701.190/4132-80, com sede Praça Alfredo Egydio de Souza Aranha, nº
100, Torre Olavo Setúbal, Parque Jabaquara, São Paulo/SP – CEP 04344-
902, por seu advogado, nos autos da ação em epígrafe que esta subscreve
(atos constitutivos e procuração em anexo), promovida por MARIA BELO DA
SILVA, brasileira, divorciada, aposentada, inscrito no CPF sob o nº
691.096.484-53, portadora do RG nº 1.248.736, 2ª via SSP-PB, residente
e domiciliado na rua Monsenhor Severiano Nº 235, Cruz das Armas, CEP:
580855-10, João Pessoa/PB, representado pelo causídico Dario Oliveira
do Nascimento, Brasileiro, Advogado, OAB/PB 26.296-b, estabelecido na
rua Rodrigues de Aquino, nº 315, Centro – João Pessoa/PB.

Em observância ao determinado pelo Código de Processo


Civil em seus arts. 425, inciso IV, bem como ao entendimento
jurisprudencial do STF e do STJ, o advogado signatário atesta, sob sua
responsabilidade pessoal, a autenticidade das cópias aqui colacionadas.

Por oportuno, requer que todas as intimações alusivas ao


presente feito sejam feitas exclusivamente em nome de WILSON SALES
BELCHIOR, inscrito na OAB/PB nº. 17.314-A, sob pena de nulidade da
intimação.

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Nestes termos, aguarda-se deferimento.


João Pessoa/PB, 29 de fevereiro de 2024.

WILSON SALES BELCHIOR


OAB/PB 17.314-A

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EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA PARAÍBA,

COLENDA TURMA,
EMINENTES DESEMBARGADORES,

AGRAVANTE: ITAU UNIBANCO S.A.


AGRAVADA: MARIA BELO DA SILVA

ITAU UNIBANCO S.A., já devidamente qualificado nos autos


da ação em epígrafe, que lhe move MARIA BELO DA SILVA, por intermédio
de seus advogados ao final subscritos, vem, à presença de Vossa
Excelência, interpor AGRAVO DE INSTRUMENTO, conforme a dicção normativa
do Código de Processo Civil, pelas razões fáticas e jurídicas que a
seguir expõe, as quais deverão resultar, necessariamente, na extinção
do procedimento executório.

I. DAS INTIMAÇÕES

Inicialmente, reitera o pedido prévio de que todas as


publicações alusivas ao presente feito sejam realizadas exclusivamente
em nome do advogado WILSON SALES BELCHIOR, inscrito na OAB/PB Nº.
17.314-A, sob pena de nulidade da intimação e dos atos processuais
subsequentes.

II. DA TEMPESTIVIDADE

Conforme preceitua o art. 1.003, §5º do Código de Processo


Civil/2015, o prazo para interposição de Agravo de Instrumento é de 15
(quinze) dias úteis. Considerando que o Agravante foi intimado da
decisão agravada em 05/2/2024, o interstício legal para apresentação

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deste recurso inicia-se no dia primeiro útil subsequente, 08/02/2024 e


finda em 29/02/2024:

Assim, atesta-se a plena tempestividade deste Agravo.

III. DA SINOPSE FÁTICA E DO HISTÓRICO DO PROCESSO

Trata-se de AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS C/C OBRIGAÇÃO DE


FAZER E PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA em face de BANCO ITAUCARD S/A
(Processo 0829594-14.2021.8.15.2001), na qual a parte autora alega que
sofreu danos extrapatrimoniais em decorrência de suposta má prestação
de serviço na agência do réu. Ao final requereu concessão de medida
liminar para que seja expedido oficio determinado que o banco demandado
se abstenha de suspender o pagamento dos proventos da Idosa pela fal ta
da prova de vida e, no mérito, a CONDENAÇÃO da ré ao pagamento, a
título de INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.

Após, foi deferido o pedido de tutela de urgência para determinar


“[...] que o Promovido realize a prova de vida da autora, através de
agendamento em seu domicílio ou através de sua procuradora regularmente
constituída e cadastrada no INSS ou, ainda, outro meio cabível na forma
da Lei”.

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Após ser citado, o Banco apresentou contestação refutando


todos os fatos elencados da petição exordial e, no ID nº 48480665
demonstrou a impossibilidade de cumprimento da obrigação de
fazer.

Depois a Autora apresentou Impugnação à contestação, bem


como alegou o descumprimento da obrigação de fazer, requerendo a
execução de astreintes.

Ato contínuo ajuizou a presente ação Processo nº 0845122-


54.2022.8.15.2001 (Cumprimento de sentença provisório), repisando o
descumprimento da obrigação de fazer e requerendo o bloqueio online no
valor de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil).

Pela razoabilidade nobre Julgador, mas o valor executado pelo


promovente é absolutamente inexigível, primeiramente diante da
pendência de julgamento do processo de conhecimento de nº 0829594-
14.2021.8.15.2001, bem como em decorrência da desproporcionalidade da
multa, excesso e cumprimento da obrigação de fazer, inexistindo
qualquer prejuízo à Exequente/Autora.

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A Instituição Financeira interpôs Impugnação ao Cumprimento de


sentença, alegando o risco de irreversibilidade da execução provisória
e do perigo de dano irreparável, da inexigibilidade das astreintes e da
desproporcionalidade da mesma.

Após, em Decisão de Id. 84934742, o D. Juízo rejeitou a impugnação


ora interposta, nos seguintes termos:

Isto posto, por todas as razões de direito, urge a imediata


reforma da decisão agravada, nos termos a seguir esposados.

IV. DA CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO

Pelo que foi aduzido nas linhas acima, a concessão de


efeito suspensivo ao presente Agravo de Instrumento é medida de rigor,
nos moldes do art. 1.019, I do Novo Código de Processo Civil. Isso
porque, na espécie, estão presentes ambos os pressupostos para tanto,
ou seja, (i) a lesão grave ou de difícil reparação e (ii) a relevância
da fundamentação.

Com efeito, o primeiro é de fácil evidência pelo fato de


que o levantamento de valores pode acarretar grave prejuízo ao Banco
ante a possível irreversibilidade da medida, o que ressalta, ainda, a
possibilidade de lesão de difícil reparação na hipótese de obrigação de
pagamento de valores apurados de maneira incorreta.

É de fácil evidência o risco de dano grave pelo fato de


que a não apreciação de matéria apontada neste recurso pode acarretar
em lesão de difícil reparação na hipótese de obrigação de pagamento de
valores.

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Doutra senda, a relevância da fundamentação decorre da


própria lógica-argumentativa aqui lançada, porquanto flagrantemente
violados os ditames contidos nos dispositivos legais, além da
construção jurisprudencial em sentido oposto ao que foi praticado nos
autos.

Vale dizer que essa medida corrobora com o poder geral de


cautela do julgador, que deve buscar assegurar uma futura satisfação do
direito de ambas as partes.

Conforme art. 301 do CPC/2015, a tutela de urgência de


natureza cautelar, ou seja, assecuratória, poderá ser efetivada por
qualquer medida idônea para asseguração do direito.

Ante o exposto, roga-se pela concessão de efeito


suspensivo ao corrente Agravo para que o valor exequendo não seja
considerado para qualquer fim de penhora.

V. DECISÃO AGRAVADA

Na decisão ora combatida, a Impugnação ao Cumprimento de


Sentença interposta pelo banco fora rejeitada, nos termos abaixo:

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Considerando que “decisão interlocutória é todo


pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no §
1º” (art. 203, § 2º, do CPC), bem como que “Também caberá agravo de
instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de
liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de
execução e no processo de inventário” (parágrafo único, do art. 1.015,
do CPC), considerando ainda que o ato jurisdicional acima colacionado
decide questão incidental dentro do, há de se convir que se trata de
verdadeira decisão de natureza interlocutória o que possibilita a
interposição de agravo de instrumento.

Nesse sentido:

APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE EXECUÇÃO DE TÍTULO JUDICIAL -


HOMOLOGAÇÃO DE CÁLCULOS - DECISÃO INTERLOCUTÓRIA -
RECURSO CABÍVEL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - INTERPOSIÇÃO
DE APELAÇÃO - ERRO GROSSEIRO - NÃO CONHECER DO
RECURSO. - A decisão interlocutória que homologa os

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cálculos apresentados pelo exequente desafia recurso


de agravo de instrumento, consoante art. 1.015, do
NCPC, configurando erro grosseiro a interposição de
apelação. (TJMG - Apelação Cível AC 10024133919100002
MG (TJ-MG) Shirley Fenzi Bertão – Publicação:
14/11/2018) (grifamos).

HOMOLOGAÇÃO DE LAUDO PERICIAL. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA.


RECURSO CABÍVEL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. ERRO MATERIAL
NA ELABORAÇÃO DO CÁLCULO. SENTENÇA DESCONSTITUÍDA . A
decisão que homologa laudo pericial em sede de
liquidação de sentença tem natureza interlocutória,
salvo quando extingue o feito executivo, sendo
atacável por agravo de instrumento, conforme
disciplina o artigo 1.015, parágrafo único, do Código
de Processo Civil. A interposição de recurso de
apelação representa erro inescusável, inviabilizando a
aplicação do Princípio da Fungibilidade. A constatação
de evidente erro material no cálculo executivo não se
sujeita à preclusão, podendo ser corrigido de ofício e
a qualquer tempo, evitando-se nulidade no feito.
Sentença homologatória desconstituída de ofício ante a
verificação de erro na elaboração do cálculo. APELAÇÃO
NÃO CONHECIDA. SENTENÇA HOMOLOGATÓRIA DESCONSTITUÍDA
DE OFÍCIO. (Apelação Cível Nº 70074061698, Décima
Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: André Luiz Planella Villarinho, Julgado em
26/10/2017) (grifamos).

Assim, indiscutível o competente manejo, pois a decisão


interlocutória foi proferida no processo de execução.

VI. DO DIREITO

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VI. DO CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO DE FAZER – INEXIGIBILIDADE DAS


ASTREINTES

Conforme histórico da demanda, verifica-se a latente


inexigibilidade das astreintes, dada à inexistência de comprovação de
descumprimento da determinação judicial.

Em síntese, conforme a exordial do processo de conhecimento, a


filha da Autora dirigiu-se até uma agência do réu, objetivando sacar o
valor do benefício da Autora, entretanto, não conseguiu, pois
precisaria realizar a prova de vida da idosa/Autora.

Na liminar foi deferido o seguinte: “DEFIRO O PEDIDO DE TUTELA DE


URGÊNCIA, nos termos do art. 300 do CPC, para o fim de determinar que o
Promovido realize a prova de vida da autora, através de agendamento em
seu domicílio ou através de sua procuradora regularmente constituída e
cadastrada no INSS ou, ainda, outro meio cabível na forma da Lei”

Diante da narrativa da Autora e, buscando maior celeridade,


podemos concluir que este Juízo proferiu a decisão liminar, objetivando
o regular levantamento do benefício.

Registre-se que o réu efetuou todas as diligências necessárias


que estavam ao seu alcance para cumprimento da obrigação de fazer,
realizando as operações internas para que a Autora pudesse receber
normalmente seu benefício.

Ademais, a cliente não se encontra com o benefício bloqueado e,


conforme extrato abaixo, está sacando/movimentando o valor normalmente.

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Desse modo, indevida a execução, eis que o Executado cumpriu a


obrigação e que não houve qualquer prejuízo à Exequente, o que já fora
inclusive informado nos autos.

Assim, pode-se concluir a ausência de exigibilidade das


astreintes em debate por falta de título executivo judicial.

DO MANIFESTO EXCESSO DE EXECUÇÃO – DA DESPROPORCIONALIDADE ENTRE


O VALOR DA CONDENAÇÃO PRINCIPAL E O VALOR EXECUTADO À TÍTULO DE
ASTREINTES – NECESSIDADE DE REDUÇÃO DA MULTA

Caso não seja acolhido o pleito anterior, é de fác il percepção que


a multa diária estipulada não está em consonância com a valoração do
direito tutelado. Os valores fixados a título de astreintes se mostram
exorbitantes, malferindo os princípios da proporcionalidade e da
razoabilidade, ainda mais quando comparados com os pleitos exordiais.

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Tem-se que totalmente incongruente proceder-se a execução da


importância de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais) a título de
astreintes, pois tal valor é absurdo em relação ao que foi objeto da
tutela jurisdicional.

A multa por descumprimento não se reveste de índole


indenizatória, ressarcitória, compensatória ou reparatória. Em vista
disso, LUIZ GUILHERME MARINONI diz que tal multa:

“serve apenas para pressionar o réu a adimplir a ordem


do juiz, motivo pelo qual não parece racional a ideia
de que ela deva reverter para o patrimônio do autor,
como se tivesse algum fim indenizatório. A multa não
se destina a dar aos autores um plus indenizatório ou
algo parecido com isso; seu único objetivo é garantir
a efetividade da tutela jurisdicional [1]”.

Sendo assim, no intuito de evitar o desvirtuamento da multa


[2]
cominatória, o art. 537, § 1º , do Código de Processo Civil faculta ao
magistrado reduzir o valor da multa fixada, se excessivo. Desse modo, a
pena não pode implicar em enriquecimento sem causa, relevando que
também não pode ser irrisória a ponto de fomentar o descumprimento.

Art. 537. A multa independe de requerimento da parte e


poderá ser aplicada na fase de conhecimento, em tutela
provisória ou na sentença, ou na fase de execução,
desde que seja suficiente e compatível com a obrigação
e que se determine prazo razoável para cumprimento do
preceito.

[1]
Tutela Inibitória (individual e coletiva), 2ª ed., Revista dos Tribunais, 2000, pág.
179.
[2]
O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, modificar o valor ou a periodicidade da
multa vincenda ou excluí-la, caso verifique que: I - se tornou insuficiente ou
excessiva; II - o obrigado demonstrou cumprimento parcial superveniente da obrigação ou
justa causa para o descumprimento.

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§ 1º O juiz poderá, de ofício ou a requerimento,


modificar o valor ou a periodicidade da multa vincenda
ou excluí-la, caso verifique que:
I - se tornou insuficiente ou excessiva;

Portanto, se é lícito ao magistrado impor a multa, é igualmente


lícito e aconselhável, em qualquer tempo e grau de jurisdição, rever
seu valor, conforme se depreende tanto do art. 537, §1º, quanto do
atual parágrafo único do art. 814, ambos do CPC.

A finalidade das astreintes de compelir o cumprimento da obrigação


de fazer não deve ser desfigurada, de modo a tornar o montante da multa
mais desejável do que a satisfação da obrigação prin cipal, como é
claramente o caso dos autos.

Frise-se ainda que, recentemente, fora definidos critérios pelo


STJ a serem levados em conta, quais sejam: (i) valor da obrigação e
importância do bem jurídico tutelado; (ii) tempo para cumprimento
(prazo razoável e periodicidade); (iii) capacidade econômica e
capacidade de resistência do devedor; e (iv) possibilidade de adoção de
outros meios pelo magistrado e dever do credor de mitigar o próprio
prejuízo.

Ante o exposto, uma vez cabalmente demonstrado o absoluto desvio


de função da multa diária no caso em tela, requer seja acentuadamente
REDUZIDA respeitando a proporcionalidade em relação à condenação
principal, para melhor cumprir seu papel processual, levando-se em
consideração os princípios constitucionais da razoabilidade e da
proporcionalidade, bem como a necessidade de vedação do enriquecimento
sem causa.

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DO RISCO DE IRREVERSIBILIDADE DA EXECUÇÃO PROVISÓRIA E DO PERIGO DE


DANO IRREPARÁVEL

A execução em trâmite versa sobre o pagamento antecipado do


quantum condenatório. Como dito retro, tal assunto encontra-se pendente
de sentença definitiva, haja vista que não houve o trânsito em julgado.

Esse fato, por si só, é suficiente para demonstrar que pesa, sobre
a quantia exequenda, fundada controvérsia material e incerteza
injurídica.

Nesse cenário de total controvérsia quanto ao direito em


cumprimento, não se afigura razoável descartar a possibilidade de
redução ou revogação da referida condenação e devolução dos valores
levantados.

Considerando a fundada possibilidade de modificação da referida


condenação, bem como o risco de irreversibilidade da medida, e ainda
que a parte exequente, independentemente de reparação por dano
processual, responde por eventuais prejuízos causados á parte
executada, é forçoso convir que resta prejudicada a utilidade da
presente execução.

Dessa forma, considerando as circunstâncias elementares do caso,


bem como a incerteza jurídica quanto a condenação executada, há de ser
reconhecido o perigo de irreversibilidade da medida executória e dano
de difícil reparação.

VII. DOS REQUERIMENTOS

Diante de todo o exposto, pugna, o agravante, que:

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I - liminarmente e inaudita altera parte, CONCEDER EFEITO


SUSPENSIVO AO PRESENTE RECURSO para sustar a eficácia da decisão
agravada, ante o evidente o perigo de dano irreparável que tal
determinação poderá causar ao agravante;

II - após a concessão do efeito suspensivo, comunicar com


urgência o Juízo a quo para dar cumprimento à referida decisão, bem
como para que preste as informações de praxe no prazo legal;

III - Requisitar informações ao Juiz da 15ª Vara Cível de


João Pessoa/PB, que deverá prestá-las no prazo de 10 (dez) dias,
conforme dispõe o CPC;

IV - intimar a agravada para, querendo, CONTRAMINUTAR o


presente recurso, no prazo legal;

V - no mérito, requesta-se pela confirmação do efeito


suspensivo concedido, bem como pugna pelo provimento total do Agravo de
Instrumento, reformando-se a r. decisão agravada nos termos
apresentados.

Por derradeiro, expressamente reforça-se o pedido de que


todas as publicações e intimações referentes a este processo deverão
ser realizadas, com exclusividade, em nome do advogado WILSON SALES
BELCHIOR, inscrito na OAB/PB nº 17.314-A, com endereço à Av.
Desembargador Moreira, 760, 6º andar, Aldeota, CEP: 60.170-000,
Fortaleza/CE, sob pena de nulidade.

Nestes termos, pede deferimento.

JOÃO PESSOA/PB, 29 de fevereiro de 2024.

WILSON SALES BELCHIOR


OAB/PB 17.314

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