Você está na página 1de 5

Direito Eleitoral - Estratégia

Conceito

Todo mundo pode votar? Não! Precisa ter o alistamento eleitoral (exemplo: estrangeiro,
menor de 16 anos).

Características:

Direito público; institutos e normas próprias; disciplinar direito políticos e eleições.

Fontes:

Aquilo que confere origem ao direito eleitoral, que são as normas do direito.

Classificações:

 Materiais: são os fatores que venham a formar uma fonte formal (da norma), tendo
em vista que ela não surge do nada. Exemplo: movimentos sociais/políticos e doutrina.
 Formais: é a norma jurídica. Exemplos: CE, CF, LI (lei de inelegibilidade).
 Primarias: são fontes formais emanadas do poder legislativo, com prerrogativa de
inovar na ordem jurídica.
 Secundárias: também são fontes formais que se prestam a interpretar e regulamentar
fontes primárias. Não podendo inovar na ordem jurídica. Exemplo: resoluções do
TSE/TRE.
 Direta: disciplinar o direito eleitoral. Exemplos: CE, CF, LPP, LE, LI.
 Indireta: aplicadas subsidiariamente. Exemplos: CPC, CPP, CP.

Competência legislativa eleitoral

É privativa da União. Apesar do artigo 22 da CF dispor sobre a possibilidade de criação de lei


complementar estadual sobre o tema, o entendimento do STF é que isso não se aplica, ou seja,
Estado não pode legislar! Tudo que for legislado, deverá ser feito pelo Congresso Nacional.

Resoluções do TSE

É fonte secundária, tendo em vista que não é função típica do judiciário legislar, é uma
circunstância de caráter regulamentar. Sobretudo, existem situações específicas em que essas
resoluções do TSE inovam (caracterizadas como fontes primárias), submetendo-se ao controle
concentrado de constitucionalidade.

Características:

 Caráter regulamentar;
 Não podem restringir direitos ou criar obrigações;
 Destinam-se à execução ou fiel execução da lei;
 Tratam de matérias autorizadas por lei;
 Não pode tratar de organização dos partidos políticos.

Medida provisória eleitoral


É vedado. Urgência não combina com direito eleitoral (não se altera na lei nas vésperas das
eleições).

Consulta

= Resposta à questionamentos feitos por algumas autoridades à justiça eleitoral. Só poderá ser
realizada por TSE e TRE – Juiz eleitoral e junta não podem!

As consultas envolvem questionamentos em abstrato, cuja finalidade é permitir um processo


eleitoral mais tranquilo. Em outras palavras, você irá consultar o TSE e TRE sobre alguma
norma nova que gerou dúvida, no intuito de prevenir divergências. Não pode ser assunto de
matéria pessoal ou de próprio interesse.

Legitimados para consultar:

 TSE: Autoridade com jurisdição federal (senador, por exemplo) ou órgão nacional de
partido político;
 TRE: Autoridade pública (deputado estadual ou vereador, por exemplo) ou partido
político. PS: senador pode consultar o TRE – quem pode mais, pode mais

O entendimento da consulta é vinculante? Sim, por força do artigo 30 da LINDB – intuito de


gerar segurança jurídica nas decisões.

Conceitos jurídicos indeterminados

É o judiciário na apreciação do caso concreto que irá tomar uma decisão para dizer se houve
violação da moralidade das eleições ou não (exemplo) = avalia sanções (cível ou criminal).

Há vários conceitos jurídicos indeterminados que estão muito presentes no direito eleitoral,
importando numa maior responsabilidade dessa esfera = interpretação do STF e TSE.

Princípios

Recepção

A CE passou pela recepção. A recepção nada mais é do que análise dos dispositivos da lei
anterior à luz da CF para avaliar quais regras estão compatíveis materialmente. Aquelas que
não estiverem de acordo não serão recepcionadas e, portanto, serão revogadas.

Compatibilidade material: As regras que estão no código eleitoral não podem destoar da
Constituição Federal.

Compatibilidade material = recepção


O CE foi recepcionado como lei complementar (organização e competência) embora na
origem tenha sido editado como uma lei ordinária (demais). Esse é, inclusive, o entendimento
do STF sobre a matéria.

Resoluções do TSE: não inovam no ordenamento jurídico.

Princípio democrático: faz referência ao exercício da democracia representativa (eleição dos


nossos mandatários).

Eleições indiretas: as eleições são em geral diretas, podendo ocorrer as eleições indiretas,
conforme art. 81 da CF; Quem escolhe é o CN e só vale para membros do executivo
(presidente – Congresso Nacional (em havendo dupla vacância nos 2 últimos anos do
mandato), governador – lei estadual, prefeito – lei orgânica).

Capacidade eleitoral

 Ativa: decorre do alistamento.


 Passiva: decorre das condições de elegibilidade e hipóteses de inelegibilidades.
 Analfabetos: pode votar (passível de alistamento), mas não pode ser votado;
 Militar: em regra é alistável/elegível (observar regras constitucionais), exceto se
conscrito.

Obrigatoriedade de votação

1. Não comparecimento: justificar no dia das eleições ou após as eleições observado o


prazo: em território nacional é de 60 dias; em território internacional é de 30 dias após
ingressar no Brasil.
2. Não comparecer e nem justificar: fica sujeito à multa, calculada de 3 a 10% sobre 33,02
UFIR.
3. Se não comparecer, justificar e nem pagar a multa:
 não haverá posse em concurso;
 não recebe o seu salário;
 não pode participar de licitações;
 não pode adquirir empréstimo (empresa pública);
 não pode emitir CNH ou passaporte;
 não consegue matrícula em instituição de ensino fiscalizada pelo governo;
 não pode praticar outros atos para os quais se exige quitação.

Se o alistado deixar de votar por 3 anos consecutivos, não pagar a multa e não justificar
dentro de 6 meses – a contar da última eleição, ele tem a sua inscrição eleitoral cancelada. Os
3 itens são cumulativos.

Prazo para alistamento

Até 19 anos ou 1 ano após adquirir a nacionalidade brasileira sob pena de multa. Exceção para
não aplicação dessa multa: requerer alistamento em até 151 dias antes das eleições, ou seja,
mesmo sendo maior de 19 anos e com mais de 1 ano de nacionalidade.
Justiça Eleitoral – parte 1

As juntas possem a foco em fazer acontecer e resolver os problemas das eleições, elas são
temporárias (só nos anos eleitorais). Elas estão na base da pirâmide com os juízes de trabalho
(local); seguindo do TRE (estadual) e TSE (união)

Membros do TSE: STF, STJ e advogados;

Membros do TRE: TJ, TRF e advogados;

Juízes: Estaduais e não federais.


Observações:

 Na função jurisdicional é de matéria cível ou penal eleitoral;


 Tanto a função normativa quanto a consultiva é de competência apenas do TRE e TSE,
sendo na consultiva, necessariamente ter questionamento de caráter “abstrato” – não
pode tirar dúvida de algo já ajuizado ou vinculada a um processo eleitoral.
Sobre a consulta:
1. Possui caráter vinculante;
2. Precisa ser fundamentada.

Súmula 35 do TSE: Não é cabível reclamação para arguir o descumprimento de resposta a


consulta ou de ato normativo do Tribunal Superior Eleitoral.

 Mandatos de 2 anos com uma recondução;


 Afastamento do juiz: em caso de candidato - cônjuge ou parente de segundo grau –
desde a homologação da convenção até a diplomação;
 Indicação de substitutos: escolhidos na mesma ocasião, pelo mesmo processo e em
igual número;
 Aplicam-se as garantias da magistratura aos juízes do TRE e ministros do TSE.

Parei no vídeo 4 da aula 2

Você também pode gostar