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PUC-SP
PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM SERVIÇO SOCIAL
Artigo Científico
SÃO PAULO
2020
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Nesta perspectiva, Chauí (1994), vai teorizar que o Estado, assim, tende
a aparecer como a realização dos interesses gerais, mas que, na verdade
passa a se constituir na forma através da qual a parte mais forte e poderosa da
constituição social ganha a aparência de interesse de toda a sociedade. No
mesmo sentido, entende-se que o Estado passa então a preservar os
interesses da classe dominante, fazendo isso de forma impessoal e anônima,
através das leis que o fazem parecer como um poder que não pertence a
ninguém.
Dentro deste panorama, o conjunto da população, reconhecendo a
legitimidade da magistratura, que aparece como o depositária da ordem e da
justiça, se submete voluntariamente às suas decisões; momento no qual o
Judiciário se torna um elemento conciliador entre as forças que atuam no poder
Executivo e Legislativo para com a classe trabalhadora.
Por essa via, se torna emblemática a afirmação de que, “o Direito é fruto
do poder político e a aparente legitimidade do Direito está posta na construção
de suas leis, uma vez que tais leis possibilitariam a mudança nas relações de
poder e na relação de direitos e deveres” (ALAPANIAN, 2008, p.33).
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Telles (2013) descreve que a questão social é a aporia das sociedades modernas que põe em
foco a disjunção, sempre renovada, entre a lógica do mercado e a dinâmica societária, entre a
exigência ética dos direitos e os imperativos de eficácia da economia, entre a ordem legal que
promete igualdade e a realidade das desigualdades e exclusões tramada na dinâmica das
relações de poder e dominação. Aporia que, nos tempos que correm, diz respeito também à
disjunção entre as esperanças de um mundo que valha a pena ser vivido inscritas nas
reivindicações por direitos e o bloqueio de perspectivas de futuro para maiorias atingidas por
uma modernização selvagem que desestrutura formas de vida e faz da vulnerabilidade e da
precariedade formas de existência que tendem a se cristalizar como único destino possível.
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https:// congressoemfoco.uol.com.br/corrupcao/mpf-pede-condenacao-de-homem-da-mala-de-
temer/ Acesso em 20/10/2020
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https://www.ocafezinho.com/2020/04/23/stj-marca-julgamento-relampago-de-lula-sem-avisar-
defesa/ Acesso em 20/10/2020
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https://www.conjur.com.br/2020-abr-22/fischer-inclui-triplex-sessao-virtual-avisar-defesa-lula
Acesso em 20/10/2020
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https://g1.globo.com/politica/noticia/2021/09/09/bolsonaro-almoca-com-ex-presidente-michel-
temer-em-brasilia.ghtml ; acesso em: 15/08/2022.
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https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2021/12/4969624-bolsonaro-quem-for-eleito-em-
2022-indica-mais-dois-para-o-stf.html ; acesso em 15/08/2022.
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Tratava-se de uma nova macroestrutura socioeconômica capitalista, cuja marca decisiva foi a
forte presença estatal em termos normativos e também como esfera (ramo) da produção
(Estado planejador e produtor) articulada à nova forma de controle social assentado no Welfare
State, principalmente nos países centrais. Essa acentuada inflexão relacionada às atribuições
socioeconômicas do Estado capitalista baseou-se em dois elementos fulcrais, quais sejam, um
inquestionável aparato de regulação com o propósito principal de enquadramento do capital
financeiro e seu direcionamento para o financiamento da produção através do planejamento,
considerado necessário à própria dinâmica do capital naquele momento histórico; e uma
acomodação das contradições entre capital e trabalho por meio de certas concessões, por
parte do capital, aos trabalhadores dos países centrais (compromisso keynesiano-fordista ou
estratégia de harmonização) e de forte coerção, por parte das ditaduras militares, dos frágeis
movimentos operários dos países periféricos. (BALANCO, 2007, p. 35).
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Estes litígios estão relacionados entre outras coisas, às lutas entre os diversos partidos que
compõe o legislativo que representam os interesses que dão suporte às suas legendas; bem
como às alianças políticas que são feitas em nome da governabilidade e que, no entanto,
cristalizam a luta interna dentro das esferas próprias do executivo, por um espaço decisório
maior e da apropriação dos espaços de Poder.
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Segundo Wind (1998), o mercado globalizado - caracterizado pela ausência de fronteiras,
empresas sem pátria e produtos sem nacionalidade - enfoca novas diretrizes para a atuação
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Referências bibliográficas:
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S141565551999000200009&script=sci_arttext>
Acesso em: 10 abr. 2018.
FÁVERO, E. T.. Questão social e perda do poder familiar. São Paulo: Veras, 2007.
MONTESQUIEU, C. de S. O Espírito das Leis. 2. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1979.