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AVALIAÇÃO 2
Questão 1)
Amaral afirma, nesse sentido, que o Estado autoritário é o único capaz de garantir um
regime efetivamente democrático. Com ele: " o Estado Novo é essencialmente uma
organização de tipo incontestavelmente democrático [...] capaz de permitir o
desenvolvimento normal da democracia e das suas instituições, de modo a torná-las
adequadas as soluções dos problemas cada vez mais complexos que surgem em todos os
setores da vida das nações contemporâneas"(p.189-190). Analisemos, portanto, essa
característica do Estado autoritário em relação aos modelos supracitados, demarcando suas
diferenças quanto aos mesmos)
Passando, agora, para o Estado liberal e, por conseguinte, para a democracia liberal,
Azevedo dirá que esse tipo de Estado serviu para corromper o sentido da democracia.
Primeiramente, tal Estado, por se basear no princípio individualista de que todos os cidadãos
disporiam de uma mesma condição intelectual, social, cultural e economia acabaria por
conceber, dessa maneira, que a vontade social não era nada mais que a soma das vontades
individuais, ficando a cargo do Estado apenas regular, coordenar e harmonizar as atividades
individuais. Desempenhando, nesse sentido, papel secundário quanto a impressão de uma
diretriz à sociedade. Disso resultando, da mesma maneira, afirma Azevedo, em uma
caricatura do autêntico sistema representativo, pois no Estado liberal todos seriam
considerados, de alguma maneira, portadores da vontade social. O que para o autor é
inconcebível, pois somente uma minoria dirigente, que entenderia o que está em jogo na cena
política, seria responsável por imprimir uma orientação e vontade coletiva. Com ele: "A
democracia nao se caracteriza essencialmente por nenhum desses traços que as heresias
democratico-liberais apresentavam como elementos individualizadores daquele
regime"(p.192)
Ora, qual seria, então, a característica que, sendo peculiar ao Estado autoritário e
ausente no liberal e totalitário, faria o regime defendido por Azevedo ser democratico ao
mesmo tempo em que se diferencia dos outros dois? Para o mesmo, o traço intrínseco do
Estado Novo seria uma identificação da sociedade com o aparelho estatal, uma sincronização
direta de interesses entre o Estado e a Nação, residindo, para o autor, nesse ponto, o
verdadeiro fundamento de um regime democratico. Sendo assim, em contraposição a
representação falsa presente no Estado liberal a representação no Estado autoritário estaria
fundada em um princípio objetivo e real, com base no papel que o indivíduo ocupa no
dinamismo social: o corporativismo. Nesse sentido, ao introjetar dentro do Estado as forças
econômicas, logo, as forças sociais, a ordem social estaria garantida e pronta para rumar ao
progresso.
Questão 2)
O autor aponta, nesse sentido, a forma como o modelo liberal educou e formou seus
intelectuais e não os fez preparados para observar a sociedade brasileira considerando essa
complexidade que está presente na política de massas. Sendo, portanto, sugerido pelo autor,
que as formas como a política de massas atuam, sejam, ao menos, direcionadas, para em sua
irracionalidade, estarem a serviço da ordem e da produção de uma Nação. Ou seja, a
irracionalidade deve gerar uma unidade política estável, ela deve controlar as multidões
integrando-as à ordem Estatal. Nessa toada, a política de massas segundo Campos, atingirá tal
objetivo através do mito. Ele possibilitará a mobilização política das massas, evocando, para
isso, uma verdade distinta daquela concepção clássica presente no liberalismo. A verdade,
agora, provém de uma fé na realização do próprio mito. Nesse sentido, a forma como uma
situação pode ser observada aquém da verdade e ainda assim ser interpretada como tal,
propiciaria um ambiente completamente inóspito para o exercício democrático à luz do
liberalismo, que por tem raízes científicas partem da verdade para a aplicação prática. O
liberalismo, dessa maneira, não se adequa mais aos moldes das sociedades contemporâneas.
BIBLIOGRAFIA
CAMPOS, Francisco. O Estado nacional: sua estrutura, seu conteúdo. Brasília: Senado
Federal, Conselho Editorial, 2001