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Elber Maciel 1
Gevanildo Silva 2
Rafael Albuquerque 3
Introdução:
Referencial Teórico:
Em seu livro Educação, Economia e Estado, (1986), o autor Martin Carnoy diz
que as características econômicas de um Estado devem influenciar no momento em que
se constrói o modelo de Educação. Entretanto, muitas vezes, quando se planeja a
educação, não se leva em consideração as condições econômicas existentes, mas é
considerado o modelo econômico da minoria burguesa.
Carnoy (1986) faz uma análise do argumento marxista de que “o Estado é um
aparelho para o exercício do poder[..], servindo ao interesse de um grupo particular.”
(Carnoy, 1986. p,20). Entende-se, portanto que a Educação, apesar ser idealizada como
sendo instrumento para melhorar a condição socioeconômica de todo o Estado, ela é
realmente utilizada como meio para firmar e sustentar o sistema vigente, no caso o
capitalismo.
Sendo assim, o Estado, “ao emergir das relações de produção, se torna a
expressão politica da classe dominante e utilizado como aparelho repressivo da
burguesia: um aparelho para legitimar o poder, para reprimir, para forçar a reprodução
da estrutura de classe e das relações de classe.” (1986. p, 21,22).
Ao se basear em Gramsci, Carnoy (1986), diz que a classe trabalhadora, não
existe somente para perpetuar e confirmar a divisão de classes, mas que ela é uma
superestrutura, que é “capaz de desenvolver por si mesma a consciência de classe” (p,
26). Assim, ele aponta que “o Estado seria muito mais do que aparelho coercitivo da
burguesia, incluiria a hegemonia superestrutural da burguesia.” (p, 26).
Sendo assim, segundo Gramsci a Educação se apresenta como sendo “estrutura
classista, sendo parte do aparelho ideológico do Estado burguês [..] e que o tipo de
conhecimento ensinado e as relações professor/aluno na escola são cruciais para a
formação intelectual e para a manutenção da hegemonia burguesa.
Resultados e Discussão:
A partir do estudo das teorias sobre o Estado, pode-se perceber que de início, o
Estado é concebido como tendo poder absoluto, e que defendesse o direito de
propriedade, o que favorece e fortalece a burguesia. Entretanto, pensadores como John
Locke e J. J. Rousseau defendiam uma sociedade que deveria ser livre do poder do
Estado.
Partindo das primeiras teorias, concebeu-se vários conceitos de Estado. Tendo
como referência Bresser Pereira (1995), entende-se que o Estado, ao mesmo tempo que
está acima da sociedade, faz parte dela. Percebe-se a constante confusão e mistura do
conceito de Estado com outros conceitos, como Sociedade Civil, Regime Político e
Regime Econômico. Por isso, faz-se necessário compreender a função de cada um; pois,
a deturpação de um desses conceitos pode facilmente se tornar um meio para obter
poder sobre a sociedade.
Após a compreensão e diferenciação dos conceitos de Estado e Sociedade Civil,
pode-se estabelecer a relação entre eles. Tal interação se firma a partir do momento em
que o Estado é a estrutura que organiza o poder político, buscando contemplar as
necessidades das classes e grupos socias, que formam a sociedade civil.
Assim sendo, o Estado se torna o responsável pela educação. Entretanto, ele
tende a comtemplar, não a sociedade civil, mas aos interesses da classe dominante;
levando em consideração as suas características sociais, politicas e econômicas. O que
resulta em uma educação distante da verdadeira realidade da maioria da população.
Considerações Finais:
Diante dos fatos expostos, um Estado com poderes soberanos sobre a sociedade,
implica diretamente em dar poder a uma determinada classe que vai comando as ações
sobre o povo, com isso, um Estado democrático com a participação da Sociedade Civil
que não privilegie a classe burguesa e que veja a educação como prioridade num país
tão desigual, merece estudo e dedicação por parte de todos, para que se possa ter
debates entre todas as classes e que os direitos sejam justos para todos.
Desse modo o estudo sobre o Estado ajuda na compreensão de que ele se
constitui como sendo resposta à necessidade natural do ser humano de organização.
Entende-se também que o Estado e a maneira como ele atua afetam diretamente a
sociedade e a Educação, e entende-se que é função do Estado garantir o direito à
educação, entretanto quando se coloca os interesses da minoria, o que se pretende é
atender às necessidades da classe dominante e sustentar um sistema que aliena e oprime
as classes mais baixas da sociedade – nós.
A partir das discussões trabalhadas em sala de aula e a perspectiva dos autores,
compreendemos que ao longo da história aconteceram grandes reviravoltas acerca da
origem do estado, tendo como a sociedade civil na concepção das classes sociais elitista
que ao longo do tempo comandaram o poder. Assim podemos compreender a
pluralidade sobre o conceito de Estado moderno.
Referências: