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2 É um erro tentar estudar a estrutura política de uma sociedade usando sua própria base filosófica cultural
como explicação, sendo essa base cultural única e característica de cada sociedade.
O homem injuriado fará reconhecer o ato dele (aquele que injuriou) levantando um
clamor de forma apropriada e reconhecida. O sentimento público de toda a
assembleia, a que se fez apelo, pode obrigar o ofensor a submeter-se a que lhe seja
colocado uma lança entre as coxas pelo marido ofendido.
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acentuamos o fato de ela (o uso da força) ser um dos principais pilares do tipo
indigena do Estado. Mas a sanção de força de que a administração europeia depende
está para além do sistema político nativo. Não é utilizada para manter os valores
inerentes a esse sistema. Em ambas as sociedades do grupo A e B os governos
europeus podem impor sua autoridade, mas em nenhuma delas são capazes de
estabelecer laços morais com o povo sujeito.
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A usurpação europeia fratura não só a organização política, mas com toda complexa
estrutura social que a criou. Essas coletividades africanas apresentam bases simbólicas que
deram formas às suas vidas sociais. A utilização desses símbolos permeiam o inconsciente
coletivo da sociedade e moldam o comportamento individual; o sistema de valores é diferente
para cada sociedade e mantém todo o corpo social unido e equilibrado, explicita o autor:
Na forma dos mitos, ficções, dogmas, rituais, lugares sagrados e pessoas, estes
símbolos representam a unidade e exclusividade dos grupos que o respeitam. São
considerados, porém, não como meros símbolos, mas como valores finais em si.
Pp. 52.
É em que o pesquisador compara a realidade aos seus estudos anteriores, para, a partir
disso, direcionar o seu estudo, afunilando até o seu objetivo de pesquisa; é fácil identificar
essa atividade na obra "Sistemas Políticos Africanos", uma vez que os autores fazem as
descrições limpas sobre a cultura dos povos estudados, a fim de produzir conteúdo
explicativo primeiramente. De praxe que o antropólogo não pode excluir de si as suas
próprias tendências culturais, mas para uma pesquisa consistente e verídica é necessário que
se distancie o máximo de suas próprias noções, para que consiga penetrar no pensamento
coletivo que está estudando e pesquisar a cultura de acordo com seus próprios conceitos e
subjetivos e não àqueles que trouxe de sua cultura inicial.
REFERÊNCIAS:
KAPLAN, D. & Manners, R. Teoria da Cultura. Rio de Janeiro: ed. Zahar, 1981.
PRICHARD , Evan; FORTES, Meyer. Sistemas políticos africanos. [S. l.: s. n.], 1940.