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Samuel Gomes dos Santos 3.

º INFO

1) Aponte as principais diferenças entre a micropolítica e a macropolítica, conforme


nossos estudos.

R: A micropolítica e a macropolítica são dois conceitos diferentes utilizados em diferentes


áreas do conhecimento, como sociologia, filosofia política e psicologia. Enquanto a
macropolítica se concentra nas grandes estruturas e instituições sociais, como o Estado e
as organizações políticas e econômicas, a micropolítica se concentra nas relações e
dinâmicas cotidianas entre indivíduos, grupos e organizações em níveis mais locais.
A macropolítica compreende e analisar as grandes estruturas e processos sociais,
como as relações de poder, a dominação e a resistência. É analisada a partir de uma
perspectiva mais estrutural e institucional. Por outro lado, a micropolítica visa analisar as
relações de poder em níveis mais locais, como as dinâmicas interpessoais e as relações
entre grupos. É abordada a partir de uma perspectiva mais subjetiva e psicológica,
enfatizando as dimensões emocionais e afetivas das relações de poder.

2) A concessão política de Platão estabelece uma tripartição na sociedade,


hierarquizando classes sociais e estabelecendo uma classe superior, pergunta-se:

A) qual a relação desta tripartição com a ética platônica?

R: A tripartição da sociedade em Platão está relacionada à ética platônica porque ela


estabelece uma hierarquia de valores e virtudes para cada uma das classes sociais. Na
concepção platônica, a classe superior, composta pelos filósofos, é responsável pela busca
da sabedoria e do conhecimento, bem como pelo governo justo e virtuoso da sociedade. A
classe intermediária, composta pelos guerreiros, é responsável pela defesa da sociedade e
pela manutenção da ordem. Já a classe inferior, composta pelos produtores, é responsável
pela produção de bens materiais e pelo fornecimento das necessidades básicas da
sociedade. Assim, a ética platônica está relacionada à tripartição da sociedade, enquanto
cada classe deve agir de acordo com seus valores e virtudes específicos para atingir o bem
comum da sociedade na totalidade.

B) para você, que critica podemos fazer em relação a esta divisão?

R: B) Uma das principais críticas que podemos fazer à tripartição da sociedade em Platão é
a sua rigidez e falta de mobilidade social. Na concepção platônica, a posição de cada
indivíduo na sociedade é determinada por sua natureza ou essência, e não pela sua
capacidade ou mérito. Assim, um indivíduo nascido na classe dos produtores não pode
ascender à classe dos guerreiros ou dos filósofos, independentemente de sua capacidade
ou vontade. Essa rigidez da estrutura social pode levar a uma falta de oportunidades para
aqueles que não nasceram em uma posição privilegiada, perpetuando desigualdades e
injustiças sociais. Além disso, a tripartição da sociedade em Platão é baseada em uma
hierarquia de valores que pode ser questionada por diferentes perspectivas éticas e
políticas. Por exemplo, a ideia de que os filósofos devem governar a sociedade pode ser
vista como elitista e antidemocrática por alguns críticos.

3) de que o modo Aristóteles concebe o fenômeno político (formas de governo)?


R: Aristóteles concebe o fenômeno político a partir da ideia de que a política é uma
atividade natural e necessária do ser humano, que visa a busca pelo bem comum da
comunidade. Em sua obra “Política”, Aristóteles analisa as diferentes formas de governo
existentes em sua época e estabelece uma classificação conhecida como a “tipologia
aristotélica das formas de governo”.
Segundo Aristóteles, existem três formas puras de governo: a monarquia, a
aristocracia e a democracia. A monarquia é uma forma de governo em que um único
governante exerce o poder, mas o faz em benefício da comunidade todo. A aristocracia é
uma forma de governo em que um grupo de governantes, composto pelos mais virtuosos e
capacitados da sociedade, exerce o poder em benefício da comunidade. Já a democracia é
uma forma de governo no qual a comunidade na totalidade exerce o poder, por meio de
assembleias e votações, em benefício da maioria.
No entanto, Aristóteles também reconhece que cada uma dessas formas puras de
governo pode se degenerar em formas corrompidas ou desvirtuadas. Assim, a monarquia
pode se degenerar em tirania, a aristocracia em oligarquia e a democracia em demagogia.
A tirania é uma forma de governo no qual o governante exerce o poder em benefício
próprio, sem se preocupar com o bem comum da comunidade. A oligarquia é uma forma de
governo em que um grupo privilegiado exerce o poder em benefício próprio, sem se
preocupar com o bem comum da comunidade. A demagogia é uma forma de governo onde
a maioria exerce o poder em benefício próprio, sem se preocupar com os direitos da minoria
ou com o bem comum da comunidade.
Em resumo, Aristóteles concebe o fenômeno político a partir da ideia de que a
política é uma atividade natural e necessária do ser humano, que visa a busca pelo bem
comum da comunidade. Ele analisa as diferentes formas de governo existentes em sua
época e estabelece uma classificação que distingue as formas puras de governo
(monarquia, aristocracia e democracia) das formas corrompidas ou desvirtuadas (tirania,
oligarquia e demagogia).

4) sabemos que o termo cidadania tem origem grega, no entanto, algumas diferenças
surgiram com o tempo, quais são essas diferenças?

R: O termo cidadania tem origem na Grécia Antiga, mais especificamente na cidade-estado


de Atenas, onde os cidadãos eram considerados membros da comunidade política, com
direitos e deveres específicos. No entanto, ao longo do tempo, o conceito de cidadania
sofreu algumas transformações e diferenças surgiram entre as diferentes formas de
cidadania em diferentes países e épocas.

Algumas das diferenças que surgiram com o tempo incluem:

- Ampliação do conceito de cidadania: inicialmente, na Grécia Antiga, a cidadania


estava restrita a um pequeno grupo de homens livres, excluindo mulheres, escravos
e estrangeiros. Com o tempo, o conceito de cidadania foi ampliado, incluindo mais
grupos sociais, como mulheres, pessoas de diferentes etnias e estrangeiros.

- Direitos e deveres: ao longo do tempo, a noção de direitos e deveres associados à


cidadania também foi se modificando. Na Grécia Antiga, por exemplo, os cidadãos
tinham o direito de participar das assembleias políticas e de votar, mas também
tinham o dever de lutar em guerras. Em outras épocas e países, os direitos e
deveres associados à cidadania foram se expandindo, incluindo questões como o
direito à educação, saúde e trabalho, por exemplo.

- Nacionalidade: a noção de nacionalidade também influencia o conceito de cidadania.


Em alguns países, a cidadania é concedida automaticamente a todas as pessoas
nascidas no país, independentemente de sua origem ou etnia. Em outros países, a
cidadania é concedida apenas a pessoas que podem comprovar sua ascendência
ou sua ligação com a cultura e a história do país.

- Participação política: a participação política dos cidadãos também varia entre os


países e épocas. Em alguns países, a participação política é incentivada e
valorizada, com eleições regulares e forte engajamento da sociedade civil. Em
outros países, a participação política é limitada ou desencorajada, seja por meio de
leis restritivas ou pela falta de espaços democráticos.

5) qual o sentido político do Panóptico, conforme Foucault?

R: Para Foucault, o Panóptico é uma metáfora para um tipo de poder disciplinar que se
estabeleceu na modernidade, caracterizado pela vigilância e controle dos corpos e
comportamentos individuais. O termo “panóplico” deriva da palavra grega “panoptes”, que
significa “aquele que tudo vê”.
O Panóptico é uma construção arquitetônica imaginada pelo filósofo Jeremy
Bentham no final do século XVIII, que consiste em uma torre central cercada por células de
prisão dispostas em anéis concêntricos ao redor da torre. Essa estrutura permite a um único
observador, localizado na torre central, ver todos os prisioneiros nas células ao seu redor,
sem que os prisioneiros saibam se estão sendo observados ou não.
Foucault argumenta que o Panóptico é uma metáfora para um tipo de poder que se
estabeleceu na modernidade, baseado na vigilância e controle dos corpos e
comportamentos individuais. Essa forma de poder disciplinar é exercida de maneira difusa,
por meio de instituições como escolas, hospitais, prisões e fábricas, que disciplinam e
controlam os corpos e comportamentos dos indivíduos eficientemente.
O Panóptico representa, portanto, uma nova forma de poder que se estabeleceu na
modernidade, baseado na vigilância e controle dos corpos e comportamentos individuais.
Ele é um exemplo de como a arquitetura e o espaço físico podem ser utilizados para
exercer poder e controle sobre os indivíduos. Para Foucault, o Panóptico é um símbolo da
modernidade, que reflete as novas formas de poder que surgiram com a modernização da
sociedade.

6) quais são as tecnologias do poder para Foucault? Sintetiza-as

R: Foucault argumenta que o poder não é uma entidade que se possa possuir, mas sim
uma relação que se estabelece entre indivíduos e grupos sociais. Ele identifica diversas
tecnologias do poder utilizadas para exercer controle e dominação sobre os indivíduos.
Algumas dessas tecnologias são:

- O poder disciplinar: consiste na vigilância e controle dos corpos e comportamentos


individuais, exercido por instituições como escolas, hospitais, prisões e fábricas.
- O poder normativo: consiste na criação e imposição de normas e regras sociais, que
servem para moldar a conduta dos indivíduos e estabelecer padrões de
comportamento aceitáveis.

- O poder biopolítico: consiste no controle da vida e da morte dos indivíduos, exercido


por meio de políticas públicas e medidas de controle populacional.

- O poder pastoral: consiste no controle das almas e das crenças dos indivíduos,
exercido por instituições religiosas e outros agentes de moralização.

- O poder de discurso: consiste na criação e imposição de discursos e narrativas que


moldam a percepção dos indivíduos sobre si mesmos e sobre o mundo à sua volta.

Essas tecnologias do poder não agem isoladamente, mas sim em conjunto, formando um
sistema complexo de controle e dominação que se estende por toda a sociedade. Para
Foucault, o poder é uma rede de relações que envolve todos os aspectos da vida social,
desde as instituições políticas até as relações interpessoais.

7) qual o sentido de justiça segundo Platão?

R: Para Platão, a justiça é uma virtude fundamental que deve ser cultivada por todos os
indivíduos, ao ser a base da ordem e da harmonia na sociedade. Segundo ele, a justiça é o
princípio que garante que cada pessoa receba aquilo que lhe é devido e que as relações
entre os indivíduos sejam justas e equilibradas.
Platão concebe a justiça amplamente, tanto no nível individual quanto no nível
coletivo. Para ele, a justiça no nível individual consiste em harmonizar as três partes da
alma humana: o apetite, o espírito e a razão. Quando essas partes estão em equilíbrio, a
pessoa é justa consigo mesma e consegue agir justamente em suas relações com os
outros.
No nível coletivo, a justiça consiste em estabelecer uma hierarquia social justa e
equilibrada, na qual cada indivíduo ocupa o lugar que lhe é devido de acordo com sua
natureza e capacidades. Platão defende a ideia de que a sociedade deve ser dividida em
três classes sociais: os governantes, os guerreiros e os trabalhadores. Cada classe tem sua
função específica na sociedade e deve trabalhar em harmonia para garantir a justiça e a
harmonia social.
Para Platão, a justiça é um valor absoluto e independe dos interesses e desejos
individuais. Ela é uma virtude que deve ser cultivada e perseguida em todas as esferas da
vida, tanto no nível individual quanto no nível coletivo.

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