Você está na página 1de 8

1.

INTRODUÇÃO
O presente trabalho com este tema sistema representativo, a representação como instituição
política (pelo menos no âmbito do Estado-nação) passou a ser entendida como legítima na
medida em que fosse democrática. Se, num primeiro momento, o conceito de representação foi
usado para legitimar, por exemplo, os agentes dos monarcas ou papas junto dos respectivos
súbditos com o objectivo de os submeter à sua autoridade, alguns séculos mais tarde, o conceito
de representação foi aproveitado num sentido subversivo: agora eram as decisões políticas dos
monarcas que, sob pena de ilegitimidade, estavam submetidas ao escrutínio crítico dos
representantes dos súbditos.

Objectivo do presente trabalho é o de identificar uma concepção de democracia específica,


delineando os seus contornos gerais, defendendo-a de objecções e de concepções rivais, e,
finalmente, especificar as consequências deste ideal para a compreensão do que deve ser a
representação política democrática ou a boa representação.
Desenvolvimento

O Sistema Representativo e as Doutrinas Políticas da Representação

O sistema representativo na mais ampla acepção refere-se sempre a um conjunto de instituições


que definem uma certa maneira de ser ou de organização do Estado. Tocante ao termo
representação, ocorrem reiteradas rixas teóricas, em geral decorrentes de posições doutrinárias
ou ideológicas que reduzem aquela expressão a um juízo de valor. Com o propósito de
alcançarmos a clareza possível na matéria, partiremos de uma breve alusão ao teor linguístico da
palavra representação. Os dicionaristas e publicistas quando se ocupam desse vocábulo
coincidem em indicar que mediante a representação se faz com que algo que não esteja presente
se ache de novo presente. As indagações que de ordinário conduzem a discrepâncias resultam
porém na máxima parte de saber se há “duplicidade” ou “identidade” com a presença e ação do
representante, com a interveniência de sua vontade.

Democracia - Palavra de difícil definição, a democracia abriu espaço para a participação política
popular em diferentes sociedades e épocas, além de possuir tipos diversos.

O termo democracia tem origem grega, podendo ser etimologicamente dividido da seguinte


maneira: demos (povo), kratos (poder). Em geral, democracia é a prática política de dissolução,
de alguma maneira, do poder e das decisões políticas em meio aos cidadãos.

Origem
A democracia ocidental tem origem em Atenas, na Grécia Clássica. Os gregos antigos criaram a
ideia de cidadania, que se estendia àquele que é considerado cidadão e poderia, portanto, exercer
o seu poder de participar da política da cidade.

A democracia grega era restrita e essa ideia começou a mudar a partir da Revolução Francesa e
do Iluminismo moderno, que, por meio do republicanismo, passaram a advogar por uma
participação política de todas as classes sociais. Ainda na Modernidade, apesar de avanços
políticos e de uma ampliação do conceito de democracia, as mulheres não tinham acesso a
qualquer tipo de participação democrática ativa nos países republicanos, fato que somente
começou a ser revisto com a explosão do movimento feminista das sufragistas, que culminou na
liberação, pela primeira vez na história, do voto feminino, na Nova Zelândia, em 1893.
Apesar de conhecermos de perto a democracia, o conceito que designa a palavra é amplo e pode
ser dividido e representado de diferentes maneiras.

Não existindo apenas um tipo de regime político democrático, a democracia divide-se,


basicamente, em: direta, participativa e representativa.

Democracia Representativa

Democracia representativa ou democracia indireta é uma forma de governo em que o povo elege


representantes que possam defender, gerir, estabelecer e executar todos os interesses da
população. A principal base da democracia representativa é o voto direto, ou seja, o meio pelo
qual a população pode apreciar todos os candidatos a representantes do povo e escolher aqueles
que consideram mais aptos para representá-los.

Os representantes eleitos através do voto podem ser vereadores, deputados estaduais, deputados
estaduais, senadores, governadores e etc. Teoricamente, a função das pessoas que foram eleitas é
representar os direitos e interesses daqueles que os elegeram, no entanto, muitos exemplos de
sistemas democráticos pelo mundo mostram que a relação entre os representantes e a população
é bastante questionável.

Em seu sentido etimológico, a democracia é um modelo de governo em que a soberania é


exercida pelo povo. Neste contexto, toda a população tem o direito de expressar a sua opinião na
hora de eleger um dos representantes disponíveis. No entanto, para que haja a eficiência do
regime democrático representativo, todas as pessoas que ocupam cargos públicos do Poder
Legislativo e Poder Executivo e que tenham sido eleitas pelo povo, devem ser constantemente
renovadas, ou seja, são estipulados períodos fixos para que hajam novas eleições.

A DEMOCRACIA DIRECTA E A DEMOCRACIA REPRESENTATIVA

A isocracia enquanto ideal aponta, simultaneamente, para a realização da igualdade de poder de


impacto dos cidadãos e para a realização das condições processuais necessárias ao exercício
igual da influência política. Quanto à igualdade de impacto, o ideal da isocracia aponta,
tendencialmente, para a eliminação de qualquer desigualdade, vertical ou horizontal.
Verdade, ceteris paribus, e abstraindo-nos da questão da sua factibilidade ou desejabilidade, a
democracia directa é mais democrática do que formas de democracia representativa, na medida
em que elimina a desigualdade vertical de impacto. Deixa, aliás, de fazer sentido, numa
democracia directa, falar numa dimensão vertical por oposição a uma dimensão “horizontal”, na
medida em que são eliminados os representantes e são os cidadãos que votam com igual peso os
vários assuntos.

Por isso, os argumentos contrários à democracia directa devem ser sempre de tipo “exógeno”,
exteriores à própria ideia de democracia. A não realização ou a restrição da democracia directa
só se pode justificar em nome da realização de outros ideais que não o democrático:
impossibilidade prática de o realizar, problemas de ineficiência económica, ou outras razões.
Esta proposição, contudo, foi sujeita à crítica de vários autores, determinados em revalorizar a
esideia de representação. Brennan e Hamlin (1999), por exemplo, tentam desenvolver um first
best argument em favor da superioridade política da democracia representativa.

Segundo estes autores, a democracia representativa possibilita uma melhor performance política
do que qualquer outro regime. Brennan e Hamlin (1999, p. 118) vêem no voto uma forma de
expressão do eleitor e não propriamente uma forma de defesa de interesses por interpostas
pessoas. Dão, por isso, relevância a elementos como a lealdade a partidos e candidatos, ao efeito
da personalidade e comportamentos anteriores dos candidatos, bem como às posições assumidas
por estes em tema polêmicos.

Democracia representativa no Brasil


O Brasil é um país que é governado sob o regime de uma democracia representativa, com voto
obrigatório. Os cidadãos brasileiros são obrigados a votar nos representantes que acharem mais
adequados para representá-los. Caso o cidadão não queira votar, este deverá justificar o não
comparecimento às urnas de votação, com o risco de pagar multas ou sofrer restrições em alguns
direitos cívicos, como participar de concursos públicos.

Como o Brasil é uma república democrática, a população elege os principais representantes que,
além do Presidente da República, são formados por governadores, senadores, deputados,
vereadores, prefeitos e etc.

Você também pode gostar