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Democracia e Liberalismo.

A democracia e o liberalismo surgiram em momentos históricos diferentes, mas estão


interligados em suas ideias e princípios.
A democracia teve origem na Grécia Antiga, por volta do século V a.C., na cidade-estado de
Atenas. Nesse sistema político, o poder era exercido pelo povo, que participava diretamente
das decisões por meio da assembleia popular. A democracia grega era restrita, pois excluía
mulheres, escravos e estrangeiros.
Já o liberalismo surgiu na Europa, principalmente no século XVIII, como uma resposta às
monarquias absolutistas. Os pensadores iluministas, como John Locke e Montesquieu,
defendiam a ideia de que o poder político deveria ser limitado e controlado para garantir a
liberdade individual. O liberalismo prega a proteção dos direitos individuais, a igualdade
perante a lei e a liberdade de expressão e comércio.
Ao longo do tempo, a democracia e o liberalismo se tornaram conceitos fundamentais na
construção de sociedades mais justas e livres. A democracia se expandiu para além das
assembleias populares gregas, adotando formas representativas, como é o caso das
democracias modernas. O liberalismo, por sua vez, influenciou a elaboração de
constituições e a defesa dos direitos humanos.
Atualmente, a democracia e o liberalismo são considerados valores fundamentais em
muitos países, embora enfrentem desafios e críticas. A busca pela igualdade, liberdade e
participação política continua a ser um objetivo central na luta por sociedades mais justas e
democráticas.
Democracia.
Tal como foi dito a cima, a Democracia é um regime político em que os cidadãos no aspectos
dos direitos políticos participam igualmente, diretamente ou através de representantes
eleitos na proposta, no desenvolvimento e na criação de leis, exercendo o poder da
governação através do sufrágio universal. Ela abrange as condições sociais, econômicas e
culturais que permitem o exercício livre e igual da autodeterminação política.
O termo do antigo grego (demokratía ou "governo do povo") que foi criado a partir dos
vocábulos (demos=povo) e (kratos =poder) no século V a. C. para denotar os sistemas
políticos então existentes em cidades-Estados gregas, principalmente em Atenas.
No sistema político da Atenas Clássica por exemplo, a cidadania democrática abrangia
apenas homens, filhos de pai e mãe atenienses, livres e maiores de 21 anos, enquanto
estrangeiros, escravos e mulheres eram grupos excluídos da participação política. Em
praticamente todos os governos democráticos em toda a história antiga e moderna, a
cidadania democrática valia apenas para uma elite de pessoas, até que a emancipação
completa foi conquistada para todos os cidadãos adultos na maioria das democracias
modernas através de movimentos por sufrágio universal durante os séculos XIX e XX.
O sistema democrático contrasta com outras formas de governo em que o poder é detido
por uma pessoa como em uma monarquia absoluta ou em que o poder é mantido por um
pequeno número de indivíduos como em uma oligarquia. No entanto, essas oposições,
herdadas da filosofia grega, são agora ambíguas porque os governos contemporâneos têm
misturado elementos democráticos, oligárquicos e monárquicos em seus sistemas políticos.
Karl Popper definiu a democracia em contraste com ditadura ou tirania, privilegiando, assim,
oportunidades para as pessoas de controlar seus líderes e de tirá-los do cargo sem a
necessidade de uma revolução.
Tipos
As democracias podem ser classificadas com base no modo como se organizam, e também
podem apresentar diferentes estágios de desenvolvimento, por isso o termo é amplo e de
difícil definição.
Podemos estabelecer três tipos básicos de democracia :
Democracia Directa;
Democracia Representativa ou Indirecta;
Democracia Participativa.
Democracia Directa
É a forma de democracia exercida pelos atenienses. Não havia eleições de representantes.
Havia um corpo de cidadãos que legislava. Os cidadãos reuniam-se na ágora, um local
público que abrigava as chamadas assembleias legislativas, nas quais eram criadas,
debatidas e alteradas as leis atenienses. Cada cidadão podia participar diretamente
emitindo as suas propostas legislativas e votando nas propostas de leis dos outros cidadãos.
Os cidadãos atenienses tinham muito apreço por sua política e reconheciam-se como
privilegiados por poderem participar daquele corpo tão importante para a cidade, por isso
eles levavam a sério a política. Os cidadãos preparavam-se, mediante o estudo da Retórica,
do Direito e da Política, para as assembleias. Eram considerados cidadãos apenas homens,
em sua maioridade, nativos de Atenas ou filhos de atenienses e livres. As decisões, então,
eram tomadas por todos, o que era viável devido ao número reduzido de cidadãos.
Democracia Representativa
É mais comum entre os países republicanos do mundo contemporâneo. Pela existência de
vastos territórios e de inúmeros cidadãos, é impossível pensar em uma democracia direta,
como havia na Grécia. Vários fatores contribuíram para a formação desse tipo de
democracia, dos quais podemos destacar:
1-Sufrágio universal.
2- Existência de uma Constituição que regulamenta a política, a vida pública e os direitos e
deveres de todos.
3-Igualdade de todos perante a lei, o que está estabelecido pela Constituição.
4-Necessidade de eleger-se representantes, pois não são todos que podem participar.
5-Necessidade de alternância do poder para a manutenção da democracia.
As democracias representativas são regidas por Constituições que estabelecem um Estado
Democrático de Direito. Nessas organizações políticas, todo cidadão é considerado igual
perante a lei, e todo ser humano é considerado cidadão. Não pode haver desrespeito à
Constituição, a Carta maior de direitos e deveres do país, e os cidadãos elegem
representantes que legislarão e governarão em seu nome, sendo representantes do poder
popular nos poderes Executivo e Legislativo.
A vantagem desse tipo de organização política é a exequibilidade, e sua desvantagem é a
brecha para a corrupção e para a atuação política em benefício do bem privado e não do
bem público. Por ser um sistema em que a participação política não é exercida diretamente,
mas por meio de representações, ele é chamado de democracia indireta.
Democracia Participativa
Nem uma democracia direta, como era feita na Antiguidade, nem totalmente indireta, como
acontece com a democracia representativa, a democracia participativa mescla elementos de
uma e de outra. Existem eleições que escolhem e nomeiam membros do Executivo e do
Legislativo, mas as decisões somente são tomadas por meio da participação e autorização
popular.
Essa participação acontece nas assembleias locais, em que os cidadãos participam, ou pela
observação de líderes populares, nas assembleias restritas, que podem ou não ter direito a
voto. Também acontecem plebiscitos para ser feita uma consulta popular antes de tomar-se
uma decisão política. Esse tipo de democracia permite uma maior participação cidadã,
mesmo com a ampliação do conceito de cidadania, e pode ser chamada democracia
semidireta.
Liberalismo
O liberalismo é uma corrente de pensamento político e econômico que defende a liberdade
individual, a igualdade de direitos e a limitação do poder do Estado. Surgiu no século XVII,
com o filósofo John Locke, e se consolidou no século XVIII, com a Revolução Francesa e a
Revolução Industrial.
Os princípios fundamentais do liberalismo incluem a defesa da propriedade privada, da
liberdade de expressão, de imprensa e de religião, além da separação dos poderes e do
Estado de Direito. Os liberais acreditam que a livre iniciativa e a concorrência são
fundamentais para o desenvolvimento econômico e social.
No campo político, o liberalismo defende a democracia representativa, em que os cidadãos
elegem seus representantes para tomar decisões em seu nome. Já no campo econômico, o
liberalismo propõe a livre circulação de bens, serviços e capitais.
Liberalismo Político
O liberalismo político, inicialmente, consistia em criticar a origem divina do poder. Mais
tarde, lutou para dar aos cidadãos maior poder de decisão política, como a escolha dos seus
representantes.
Jonh Locke
As bases do liberalismo político foram lançadas pelo filósofo inglês, representante do
Iluminismo, John Locke (1632-1704), em sua obra “Segundo Tratado do Governo Civil”.
Nela, ele negava a origem divina do poder e defendia que os cidadãos tinham o direito
natural à liberdade, à propriedade privada e à resistência contra governos tiranos.
Segundo Locke, o poder provinha dos cidadãos e não de Deus. Por isso, propunha a
substituição do absolutismo por uma relação “contratual” entre governadores, devendo as
bases desse relacionamento serem estabelecidas por um conjunto de leis escritas, a
Constituição.

Liberalismo Econômico
O liberalismo econômico defende a não-intervenção do Estado na economia e a capacidade
do mercado se autorregular. Vejamos alguns dos autores mais importantes:
Adam Smith
O liberalismo econômico ganhou contornos definitivos com o economista escocês Adam
Smith (1723-1790), considerado sue criador.
Em sua obra “A Riqueza das Nações”, mostrava a divisão do trabalho como elemento
essencial para o crescimento da produção e do mercado.
Esse modelo dependia da livre concorrência, que forçaria o empresariado a ampliar a
produção, buscando novas técnicas, aumentando a qualidade do produto e baixando ao
máximo os custos da produção.
Isso favoreceria a lei natural da oferta e da procura, viabilizando o sucesso econômico geral
e a prosperidade de todos. Neste processo, o Estado não deveria intervir, deixando o
mercado se regular de forma natural.
David Ricardo
Depois de Adam Smith, o economista inglês, David Ricardo (1772-1823) foi o maior
representante da escola liberal também chamada clássica, originada na Inglaterra.
Na obra “Princípios de Economia Política e Tributação”, Ricardo desenvolveu a teoria do
valor do trabalho. Nela, defendeu a lei férrea dos salários, segundo a qual o preço da força
de trabalho seria sempre equivalente ao mínimo necessário à subsistência do trabalhador.
Em oposição ao Mercantilismo e devido à Revolução Industrial, o Liberalismo Clássico
solidifica-se no século XIX, constituindo a ideologia predominante na sociedade ocidental.
Com a rápida expansão do capitalismo, o Liberalismo assumiu formas distintas, valorizadas
diferentemente segundo cada país.
Por: Aguinaldo Hihangakenwa.

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