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Introdução
A democracia se apresenta nas relações dos cidadãos com as cidades e estados, reflectindo seus
anseios que resulta na participação dos cidadãos pelos movimentos sociais, inserções políticas e
participação económica, desde a antiguidade até a contemporaneidade. As forças que levaram a
democracia representativa à assumir sua actual condição, envolvida na conjuntura da vida social
e os impactos económicos ligados directamente no desenvolvimento estão ancorados na actuação
dos indivíduos pela sua compreensão do que é a democracia. Contudo, a provocação é saber se
realmente as pessoas compreendem o significado de democracia, e se têm a dimensão do
envolvimento no sistema representativo, pois as decisões tomadas pela maioria resultam no
atender ou não dos interesses colectivos, assim como a gestão dos assuntos públicos. Não existe
consenso sobre a forma correta de definir a democracia, mas a igualdade, a liberdade e o Estado
de direito foram identificadas como características importantes desde os tempos antigos.
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1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo geral
Conceituar a democracia;
Contextualizar a dinâmica dos desafios da democracia.
1.2. Metodologia
A metodologia usada para a pesquisa deste Exame foi a consulta de manual da história das
Instituições Políticas 1do 1° ano, Universidade Católica e a pesquisa da internet
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2. Democracia conceito
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Igualdade dos direitos e oportunidades favoráveis para que o povo e os partidos se
pronunciem sobre todas as decisões de interesse geral;
Alternância do poder de acordo com os interesses dos cidadãos.
2.2. Principais tipos de democracia
Segundo a maneira do cidadão expressar sua vontade, os sistemas democráticos de governo
podem se organizar de maneira directa ou indirecta. (PATEMAN 1992).
2.2.1. Democracia directa
A democracia directa é caracterizada pelo voto directo, onde as decisões políticas são tomadas
directamente pelo cidadão que expressa sua opinião sem intermediários. Esse sistema só é
praticável em comunidades minúsculas e fechadas em si mesmas.
A democracia directa tornou-se cada vez mais difícil, e necessariamente se aproxima mais da
democracia representativa, quando o número de cidadãos cresce. Historicamente, as democracias
mais directas incluem o encontro municipal de Nova Inglaterra (dentro dos Estados Unidos), e o
antigo sistema político de Atenas. Nenhum destes se enquadraria bem para uma grande
população (embora a população de Atenas fosse grande, a maioria da população não era
composta de pessoas consideradas como cidadãs, que, portanto, não tinha direitos políticos; não
os tinham mulheres, escravos e crianças).
As concepções sobre a extensão atribuída às garantias de liberdade oscilam entre dois polos: o da
democracia liberal e o da democracia social (socialista). Também é o que acontece com a
participação dos cidadãos dos grupos sociais e do conjunto do povo na formação das vontades
políticas.
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2.3.1. Democracia liberal
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Vale lembrar que a democracia é conceituada como uma forma de exercício de poder em que a
vontade soberana do povo prevalece, assim, o povo é o titular, o sujeito activo e o sujeito passivo
desse poder legítimo. Assim, Bonavides (1993) apresenta aquela concepção de democracia
consagrada por Lincoln, como o governo que emana do povo, pelo povo e para o povo. Ressalta-
se, porém, que ainda que existem várias concepções para o termo “povo”, adoptar-se-á aqui,
aquela dada por Bonavides (2001) e que está estreitamente ligada a ideia de soberania popular.
Para o autor, o termo “povo” deve ser estabelecido sob três prismas, quais sejam, o político, o
sociológico e o jurídico.
O primeiro reflecte a ideia de participação política, especialmente, por meio das eleições e dos
processos democráticos decisórios, em que a população é capaz de participar por meio do voto. O
segundo, do ponto de vista sociológico, o conceito de “povo” confunde-se com o conceito de
“nação”, designando uma comunidade com valores e aspirações em comum. O terceiro sentido,
ou seja, o jurídico designa um conjunto de pessoas vinculadas por um determinado ordenamento
jurídico, pertencentes a um Estado e que estabelecem uma relação de cidadania. (AGAMBEN,
2014).
Assim, a divisão de competências é de vital importância, uma vez que a centralização do poder
em um só órgão ou em uma só pessoa comprometeria a democracia. Nesse sentido, a finalidade
da separação dos poderes de preservar a liberdade individual, combatendo a concentração de
poder. Para Canotilho (2002), o princípio da separação assegura uma medida jurídica ao poder do
Estado e, consequentemente, serve para garantir e proteger a esfera jurídico subjectiva dos
indivíduos.
2.5. A crise do sistema democrático
A forma de agir de cada indivíduo dentro do sistema democrático e as influências do Estado
sobre ele podem ser analisadas pelos pressupostos da individualidade, onde o ser humano age
conforme acções favoráveis a ele, e também as decisões que o Estado direcciona à sociedade. Os
laços da política e o envolvimento dos cidadãos com ela se transformaram ao longo da história, a
começar pela concepção de democracia presente na antiga Atenas no século V a.C. Na Atenas da
antiguidade, o cidadão participava directamente das decisões políticas, e obtinha reconhecimento
público de tal condição. A política exercia um papel fundamental no quotidiano do cidadão,
assim como o reconhecimento de tal condição pela polis (AGAMBEN, 2014).
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Tais acções que pautavam a democracia directa ateniense se modificaram profundamente. Na
modernidade e em suas sociedades demograficamente povoadas a democracia se apresenta na
forma representativa. Assim, o debate e o encaminhamento das decisões são tomados pelo
governo, entendido aqui na confluência de esforços e acções do legislativo e do executivo,
voltadas para controlar, vigiar e administrar o poder e suas relações na gestão dos direitos e
deveres dos cidadãos. A governabilidade contemporânea reforça estas directrizes a partir das
formas e acções de condução da gestão dos interesses públicos por parte da razão governamental
vigente.
A compreensão do sistema político vigente que norteia as decisões pertinentes à sociedade, torna-
se cada vez mais vital, uma vez que as decisões embarcadas direccionam a condução de todos os
assuntos públicos. (BONAVIDES, 1993).
O voto legitima o poder do Estado, e a forma que o mesmo define a condução dos assuntos. Abre
também outras possibilidades, como um instrumento para alcançar o poder. Se utilizado apenas
como técnica, sua actuação se reduz a uma encenação política, o que resulta em questionamentos,
dúvidas em torno da liberdade política, pois, a originalidade da actuação poderá concentrar o
poder nas mãos de pessoas interessadas em atender uma minoria, constituindo assim o governo
de minorias no exercício da soberania sobre a maioria.
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O surgimento de um partido político é resultado de dois movimentos convergentes.
Primeiramente é resultado da demanda de determinado segmento da sociedade que tem interesse
em ter representadas suas ideias e propostas pela esfera de Estado e de governo e, num segundo
momento é um posicionamento diferencial de um partido em relação aos demais partidos do
espectro político. Assim, a existência dos partidos políticos é crucial na representação dos mais
diversos interesses da sociedade. (PATEMAN 1992).
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Na política, tanto quanto na vida social a conceituação das percepções do senso comum em
relação ao bem e ao mal está ligado directamente as acções levadas adiante pelos indivíduos em
relação a si como em relação aos outros. E na forma de governar não é diferente, as pessoas, na
maioria das vezes, almejam encontrar o melhor governo.
A democracia além de contemplar os interesses da
sociedade, justifica-se na participação do indivíduo
que saindo de sua zona de conforto, de sua
individualidade vinculada a produção e ao consumo
admite a condição de participar dos interesses
públicos da comunidade, onde o político é habitado e
visto por todos (ROSENFIELD, 2003).
Porém, para contextualizar o governo em qualquer categoria é primordial que os indivíduos
participem deste, se reconheçam como formadores da cidade, e o reconhecimento poderá se
efectivar por meio das relações existentes entre o cidadão e o Estado. A democracia legitima o
poder do Estado pela força embasada na representação da maioria. Deste modo, pode ser
compreendido que a maioria tem liberdade de escolha e consciência política. O oposto desta
condição e prática é perigoso e gera dúvidas sobre atender as necessidades sociais, pois, o poder
concedido para alguns constitui a soberania das leis pela soberania da maioria. Uma das forças da
democracia está na aplicação da lei, esta feita a partir das aclamações da sociedade em atender às
suas necessidades. Contudo, é importante frisar que as necessidades humanas, assim como a
própria democracia sofrem modificações ao longo da história. De tal modo que, as necessidades
passam a ser diferentes e a estrutura democrática também, pela sua contextualização histórica,
social, política, económica e cultural podem gerar conflitos de interesses.
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3. Conclusão
As expressões da democracia se transformaram historicamente sendo contextualizada a partir do
modelo de cada sociedade. Assim, seu significado e entendimento se ampliaram de forma
considerável. As relações de poder efectivadas pelo voto, a soberania popular, instituições
políticas descaracterizaram a democracia originária em suas origens em Atenas, o que resultou
numa nova projecção desta na contemporaneidade. A palavra democracia é utilizada
quotidianamente, nos jornais, nas revistas, nas redes sociais. Mas, a compreensão do que é a
democracia e sua responsabilidade está longe de ser vivenciada, pois o sistema representativo
possibilita uma utópica liberdade para escolher seus representantes e concede a real
responsabilidade por essas escolhas. Os cidadãos embora não sejam responsáveis directamente
pelas decisões políticas ou administrativas em prol da sociedade, são indirectamente
responsáveis. Pois, as decisões são daqueles que os representam pelo sistema representativo
partidário. Assim, a participação do indivíduo está relacionada directamente com os
acontecimentos públicos, resultados das decisões políticas e pela responsabilidade que ele
concede aos representantes.
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4. Referências Bibliográficas
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