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1.

Introdução

Os métodos de avaliação ocupam sem dúvida espaço relevante no conjunto das práticas
pedagógicas aplicadas ao processo de ensino e aprendizagem. Avaliar, neste contexto, não se
resume à mecânica do conceito formal e estatístico; não é simplesmente atribuir notas,
obrigatórias à decisão de avanço ou retenção em determinadas disciplinas. Na produção do
conhecimento escolar, dialoga-se com outros elementos, dentre os quais o currículo ocupa uma
posição de destaque, e saberes. Há muito tempo atrás avaliar significava apenas aplicar provas,
dar uma nota e classificar os alunos em aprovados e reprovados. Ainda hoje existem alguns
professores que acreditam que avaliar consiste somente nesse processo. Contudo, essa visão aos
poucos está sendo modicada. Neste sentido é importante que o professor avalie constantemente
sua prática educacional a de que possa melhor colaborar num ensino ciente e eficaz, sem correr o
risco de repassar conceitos pré- moldados, como senhor absoluto da verdade.

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1.2.Objectivo Geral

 Caracterizar a avaliação como ferramenta da melhoria da qualidade de ensino.

1.3.Objectivos Especificos

 Explicar a importância da avaliação no contexto do processo de ensino e aprendizagem;


 Identificar as vantagens dos métodos activos no contexto de melhoramento da prática
educativa.

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2. Fundamentação Teórica

2.1. Conceito de avaliação

A avaliação é a componente real de processo de ensino e aprendizagem que consiste em


acompanhar todo o percurso do sistema educativo, isto e, julga os resultados de um processo de
aprendizagem resultante entre uma acção prévia de interacção do professor e o aluno. (BASTO,
2001).
Em nossa sociedade, de um modo geral, ainda é bastante comum às pessoas entenderem que não
se pode avaliar sem que os estudantes recebam uma nota (conceito) pela sua produção. Avaliar,
para o senso comum, aparece como sinónimo de medida, de atribuição de um valor em forma de
nota ou conceito. Porém nós professores temos um compromisso de ir além do senso comum e
não confundir avaliar com medir valores, atitudes ou aos conteúdos escolares. A avaliação é uma
das actividades que ocorrem dentro de um processo pedagógico. (SILVEIRA 2009).
A avaliação tem como foco fornecer informações acerca das acções de aprendizagem e, portanto
não pode ser realizada apenas ao final do processo, sob pena de perder seu propósito.
Tais conhecimentos contribuem para a formação do ser humano em diferentes aspectos: sociais,
emocionais e culturais, que de algum modo influenciam na sua relação com o outro, uma vez
que, cada acto individualizado deve ser realizado em prol do bem comum, e que de uma forma
ou de outra sentimos seu efeito positivo ou negativo.
2.2. Tipos de avaliação

2.2.1. Diagnóstica

Situa o professor e aluno no início de um processo de ensino e aprendizagem. É realizada


sempre de forma inicial, não se prendendo somente ao início de um novo ano lectivo. Aplica-se
ao início de um período específico, de uma unidade ou de um novo assunto a ser trabalhado, cuja
função é diagnosticar os conhecimentos que os alunos já possuem cobre o conteúdo. Traduz-se
em uma sondagem sobre o desenvolvimento e a aprendizagem do conteúdo a ser trabalhado,
possibilitando definir o caminho e os pré-requisitos que ainda precisam ser construídos. Por meio
da avaliação diagnóstica, o professor, pode averiguar as causas das dificuldades de aprendizagem
apresentadas repetidamente pelo aluno.

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2.2.2. Avaliação formativa

Situa o professor e aluno durante um processo de ensino e aprendizagem. É realizada durante o


processo, isto é, durante o trabalho do professor com os alunos. Informa os resultados parciais da
aprendizagem ainda no decorrer do desenvolvimento das actividades. Possibilita reformulações
necessárias, a fim de assegurar o curso da aprendizagem do aluno. Indica se os objectivos
propostos estão sendo alcançados pelos alunos.
2.2.3. Sumativa

Tomando como base os objectivos propostos, expõe os resultados alcançados pelo aluno ou as
competências necessárias à determinada aprendizagem. A avaliação sumativa é a forma de
avaliação mais realizada na escola, muitas vezes sendo utilizada com função classificatória.
2.3. O impacto da avaliação na aprendizagem

No processo ensino e aprendizagem, uma prática avaliativa é resultado de uma prática


pedagógica, por isso existem, maneiras de avaliação tão distintas no quotidiano escolar, ao longo
de muitos anos a avaliação vem se apoiando em práticas totalmente tradicionais, sendo assim
caracterizado como principal factor que ocasiona a reprovação, depois de repetidas várias vezes à
mesma série o aluno se sente desmotivado e sai da escola ocasionando a evasão escolar que faz
crescer o índice de exclusão social. A avaliação, se usada de maneira errada, pode trazer vários
danos, não só para a vida secular de um indivíduo, mas também na sua vida social. Um aspecto
importante é a actuação do professor no processo de avaliação, pois são os professores que o
realizam perante sua prática tendo como resultado desse processo o sucesso ou o fracasso dos
alunos. (PARANÁ, 1999).
No início de cada ano lectivo, o professor deve explicitar aos seus alunos, a metodologia a ser
utilizada, o conteúdo a ser desenvolvido, seus critérios de avaliação que devem ser claro para
favorecer os processos avaliativos que permitirão que a avaliação tenha realmente uma função de
um símbolo. Isto possibilita que as actividades pedagógicas sejam desenvolvidas de maneira
mais eficaz e positiva pelo professor. Neste sentido, a avaliação não será aplicada somente ao
nível de aprendizagem do aluno, mas também ao aperfeiçoamento do ensino.
Cabe ressaltar que a avaliação da aprendizagem escolar está relacionada a uma concepção de
homem, de sociedade, ao Projecto Pedagógico da escola. No entanto, de modo geral, não se
percebe a discrepância entre a proposta educativa teórica e a prática efectiva. Para superar esta

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contradição entre a concepção que fundamenta o trabalho do professor da Rede Pública Estadual
de Ensino, a qual tem sua base no materialismo histórico dialéctico e entre a avaliação que se
revela. (BLOOM, 2000).
acções avaliativas implementadas nestas escolas, faz-se necessário uma reflexão
crítica sobre a prática.
2.4. Principais instrumentos de avaliação

Os instrumentos de avaliação possibilitam o acompanhamento da aprendizagem do aluno, visto


que expressam o que o aluno aprendeu, deixou de aprender ou ainda precisa aprender. Os
instrumentos apresentam registos de diferentes naturezas: expresso pelo próprio aluno (provas,
cadernos, textos e outros) ou expresso pelo professor (pareceres, Registro de observação, fichas e
outros). Há instrumentos de avaliação que são mais utilizados e precisam ser reflectido quanto a
sua elaboração; adequação aos objectivos, conteúdo e metodologia; aplicabilidade; correcção e
devolução dos resultados.
A reflexão crítica dos instrumentos de avaliação
remete o professor a alguns questionamentos voltados
ao como são preparados os instrumentos, como
analisados e corrigidos, como é feita a comunicação
dos resultados e o que se faz com os resultados
obtidos. Todos esses aspectos necessitam ser
amadurecidos pelo professor. Porém, a elaboração do
instrumento é um ponto crucial nessa reflexão.
(PASCAL, 2010).
Ao lado dos aspectos que envolvem a escolha do instrumento de avaliação, o professor dispõe
ainda, de um número significativo de instrumentos. Na impossibilidade de se esgotar as a
totalidade dos instrumentos, foi realizado um recorte, para a apresentação nesse estudo. Utilizou-
se como critério, os instrumentos mais comuns no uso diário do professor e que propiciam maior
possibilidade de aplicação na prática diária.
São abordados, a prova, a observação, o portfólio, o relatório, conselhos de classe e o mapa
conceitual. No entanto, vale ressaltar que a limitação desse trabalho, impossibilita a apresentação
de todos os instrumentos de avaliação que, igualmente, são importantes de serem considerados
no processo educativo. (PERRENOUD, 1999).

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2.4.1. Prova discursiva

A prova discursiva ou a questão discursiva de uma prova, busca avaliar resultados mais
complexos de aprendizagem, possibilitando que o aluno demonstre sua capacidade de sintetizar,
de julgar um valor, de ser original, de aplicar o que conteúdo em novas situações, de comparar,
de classificar dados e informações, de se posicionar frente a algum fato ou informação com
devida argumentação, de analisar procedimentos afirmações, de formular conclusões tomando
como base os elementos apresentados ou discutidos, de explicações problemas e propor soluções,
entre outras.

3.4.2. Observação

A observação é um instrumento de avaliação utilizado na escola com fim informal. Nem sempre
é reconhecida pelo professor e outros envolvidos como parte do processo avaliativo ou como
instrumento que traduz resultados significativos. Utilizada dessa forma, os dados colhidos que
poderiam tornar-se valiosas informações para a condução do processo de ensino e aprendizagem,
são desprezados na tomada de decisão.

Considerar o valor da observação como


instrumento de avaliação é caminhar no sentido de
construção de uma avaliação mais formativa. No
entanto, para isso, necessário utilizá-la com de
forma directa e organizada. Realizada deforma
directa e no dia-a-dia, a observação proporciona
continuidade, possibilitando o acompanhamento e
a regulação da aprendizagem do aluno.
(MENDEZ.2012).

Porém, alguns cuidados devem ser tomados pelo professor ao adoptar esse instrumento. Um
deles é a atenção para se evitar a subjectividade. Para isso, o professor necessita organizar
formas de registos que expressem os dados colectados durante a observação.
Segundo Méndez (2002), ao utilizar a observação como instrumento é importante delimitar e
estabelecer seus campos, isto é, o que vale a pena ser observado, qual a importância atribuída aos
dados observados e qual o papel dos sujeitos observados no processo. Também é importante que
os envolvidos, no caso, os alunos, conheçam as regras do jogo, ou seja, o que será observado, o
uso que será feito dos dados colectados na observação, o que será transformado em nota, entre
outras informações.

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2.4.3. Objectiva

É um teste, no qual a opinião do aluno e a sua interpretação dos fatos não determinam a resposta
correta, visto que ela já é expressa no texto. Necessita ser organizada com número suficiente de
itens de acordo com o conteúdo e ser distribuída em questões fáceis, médias e difíceis. É
aconselhável que não se use mais que três tipos de questões em uma mesma prova.
A prova objectiva contempla dois grupos de questões. Aquele em que o aluno precisa escrever
uma resposta: questões com lacunas ou respostas curtas e únicas e aquele em que o aluno precisa
escolher uma alternativa correta entre várias que se apresentam ou emitir um julgamento sobre
determinado item. São exemplos de itens: questões de múltipla escolha, verdadeiro ou falso,
ordenação, asserção e razão, certo ou errado e verdadeiro ou falso.

2.4.4.Fichas de observação

Possibilita uma observação mais dirigida. Para isso, selecciona-se antecipadamente um roteiro ou
questionamento, contendo o que se deseja observar. O item a ser observado pode proveniente de
um objectivo, devendo ser demonstrado na sala de aula, durante a realização da determinada
actividade. É indicado para trabalhos em grupo, mas podem ser também elaboradas fichas
individuais. Essas ficham possibilitam o acompanhamento detalhado da aprendizagem do aluno.
É muito indicada na associação com outros instrumentos de avaliação como pareceres descritivos
e portfólio.

2.4.5. Relatório

Relatório escolar pode ser utilizado como instrumento de avaliação. Constitui um documento
escrito pelo aluno, em forma de narrativa, a fim de expressar um estudo ou uma actividade
desenvolvida. “Tem por finalidade informar, relatar, fornecer resultados, dados experiências”
(MEDEIROS’,1995, p.120).
A estrutura do relatório, tanto com relação a forma quanto ao conteúdo, pode ser pré-definida
pelo professor ou definida em conjunto com os alunos, em conformidade da actividade
desenvolvidos, com os objectivos e conteúdo trabalhado.
O uso do relatório é indicado para situações que envolvam relatos de experimentos ou práticas
vivenciadas pelo grupo, como excursões, visitas a museus, feiras ou outros ambientes e outras
situações de ensino, nas quais prevaleça a necessidade de um relato.

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3. Conclusão

A avaliação da aprendizagem escolar apresenta-se como um tema que provoca reflexões


constantes na área educacional constituindo-se como fonte inesgotável de angústias entre o
colectivo escolar. Sendo assim, a prática avaliativa apresenta-se como um desafio que exige,
principalmente por parte do professor em sua prática pedagógica, verificar continuamente, se as
actividades por ele planejadas, ao aluno construir realmente um conhecimento significativo.
Portanto, a avaliação da aprendizagem é um recurso pedagógico plenamente capaz e necessário
para subsidiar o professor a conduzir o processo pedagógico com segurança e ao aluno a
demonstração do que aprendeu nas situações sociais concretas. Avaliar exige do professor o
domínio de conhecimentos de técnicas adequadas, a utilização de critérios claros e objectivos
explicitados entre os sujeitos envolvidos no processo ensino e aprendizagem. Dessa forma,
construir uma nova cultura avaliativa como compromisso do colectivo da escola com a
construção e a socialização de um conhecimento emancipatório, consequentemente permitirá
uma melhoria na qualidade da Educação e formação ofertada pela instituição escolar.

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4. Referências Bibliográficas

 BLOOM,(2001). Avaliação da Aprendizagem – Componente do ato pedagógico. Ver,


Editora.
 BASTO, Ilza Martins.(1995). Critérios de avaliação e instrumentos. Petrópolis: Vozes.
 LUCKESI, Cipriano Carlos(2000). Pátio. Porto alegre: ARTMED. Ano 3, n. 12 fev./abr. .
 PERRENOUD, Philippe.(2004). Avaliação: da excelência à regulamentação das
aprendizagens – entre duas lógicas. Porto alegre .
 PASCAL, Cipriano Carlos.(2010). Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo:
Cortez.
 PERRENOUD, Philippe(1999). Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens
– entre duas lógicas. Porto alegre: Artes Médicas Sul.
 PARANÁ.(1999). Deliberação nº 07/99- Conselho Estadual de Educação do Estado do
Paraná.

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