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1)“Tales foi o iniciador da filosofia da physis, pois foi o primeiro a afirmar a


existência de um princípio originário único, causa de todas as coisas que
existem, sustentando que esse princípio é a água. Essa proposta é
importantíssima… podendo com boa dose de razão ser qualificada como a
primeira proposta filosófica daquilo que se costuma chamar civilização
ocidental.” (REALE, Giovanni. História da filosofia: Antigüidade e Idade
Média. São Paulo: Paulus, 1990. p. 29.)

A filosofia surgiu na Grécia, no século VI a.C. Seus primeiros filósofos foram


os chamados pré-socráticos. De acordo com o texto, assinale a alternativa
que expressa o principal problema por eles investigado.

a) A ética, enquanto investigação racional do agir humano.


b) A estética, enquanto estudo sobre o belo na arte.
c) A epistemologia, como avaliação dos procedimentos científicos.
d) A cosmologia, como investigação acerca da origem e da ordem do
mundo.
e) A filosofia política, enquanto análise do Estado e sua legislação.

2)O período pré-socrático é o ponto inicial das reflexões filosóficas. Suas


discussões se prendem a Cosmologia, sendo a determinação da physis (princípio
eterno e imutável que se encontra na origem da natureza e de suas
transformações) ponto crucial de toda formulação filosófica. Em tal contexto,
Demócrito afirma ser a realidade percebida pelos sentidos ilusória. Ele defende
que os sentidos apenas capturam uma realidade superficial, mutável e transitória
que acreditamos ser verdadeira. Mesmo que os sentidos apreendam “as mutações
das coisas, no fundo, os elementos primordiais que constituem essa realidade
jamais se alteram.” Assim, a realidade é uma coisa e o real outra.

Para Demócrito a physis é composta:

a) pelas quatro raízes: o úmido, o seco, o quente e o frio.


b) pela água.
c) pelo fogo.
d) pelo ilimitado.
e) pelos átomos.

3)Como uma onda

“Nada do que foi será/ De novo do jeito que já foi um dia/ Tudo passa/ Tudo
sempre passará/
A vida vem em ondas/ Como um mar/ Num indo e vindo infinito

Tudo que se vê não é/ Igual ao que a gente/ Viu há um segundo/ Tudo


muda o tempo todo/ No mundo

Não adianta fugir/ Nem mentir/ Pra si mesmo agora/ Há tanta vida lá fora/
Aqui dentro sempre/ Como uma onda no mar/ Como uma onda no mar/
Como uma onda no mar”

(Lulu Santos e Nelson Motta) 


A letra dessa canção de Lulu Santos lembra ideias do filósofo grego
Heráclito, que viveu no século VI a.C. e que usava uma linguagem poética
para exprimir seu pensamento. Ele é o autor de uma frase famosa: “Não se
entra duas vezes no mesmo rio”.

Dentre as sentenças de Heráclito a seguir citadas, marque aquela em que o


sentido da canção de Lulu Santos mais se aproxima

a) Morte é tudo que vemos despertos, e tudo que vemos dormindo é sono.
b) O homem tolo gosta de se empolgar a cada palavra.
c) Ao se entrar num mesmo rio, as águas que fluem são outras.
d) Muita instrução não ensina a ter inteligência.
e) O povo deve lutar pela lei como defende as muralhas da sua cidad

4)Aquilo que é quente necessita de umidade para viver, e o que é


morto seca, e todos os germes são úmidos, e todo alimento é cheio de
suco; ora, é natural que cada coisa se nutra daquilo de que provém.

SIMPLÍCIO. In: BORNHEIM, G. A. Os filósofos pré-socráticos.

São Paulo: Cultrix, 1993.

O fragmento atribuído ao filósofo Tales de Mileto é característico do


pensamento pré-socrático ao apresentar uma
A abordagem epistemológica sobre o lógos e a fundamentação da metafísica.

B teoria crítica sobre a essência e o método do conhecimento científico.

C justificação religiosa sobre a existência e as contradições humanas.

D elaboração poética sobre os mitos e as narrativas cosmogônicas.

E explicação racional sobre a origem e a transformação da physis.

5)Os sofistas inventam a educação em ambiente artificial, o que se tornará uma das
características de nossa civilização. Eles são os profissionais do ensino, antes de tudo
pedagogos, ainda que seja necessário reconhecer a notável originalidade de um Protágoras, de
um Górgias ou de um Antifonte, por exemplo. Por um salário, eles ensinavam a seus alunos
receitas que lhes permitiam persuadir os ouvintes, defender, com a mesma habilidade, o pró e
o contra, conforme o entendimento de cada um.

HADOT, P. O que é a filosofia antiga? São Paulo: Loyola, 2010 (adaptado).

O texto apresenta uma característica dos sofistas, mestres da oratória que defendiam a(o)

A ideia do bem, demonstrado na mente com base na teoria da reminiscência.

B relativismo, evidenciado na convencionalidade das instituições políticas.

C ética, aprimorada pela educação de cada indivíduo com base na virtude.

D ciência, comprovada empiricamente por meio de conceitos universais.

E religião, revelada pelos mandamentos das leis divinas.

6)TEXTO I

Fragmento B91: Não se pode banhar duas vezes no mesmo rio, nem substância mortal
alcançar duas vezes a mesma condição; mas pela intensidade e rapidez da mudança, dispersa e
de novo reúne.
HERÁCLITO. Fragmentos (Sobre a natureza). São Paulo: Abril Cultural, 1996 (adaptado).

TEXTO II

Fragmento B8: São muitos os sinais de que o ser é ingênito e indestrutível, pois é
compacto, inabalável e sem fim; não foi nem será, pois é agora um todo homogêneo, uno,
contínuo. Como poderia o que é perecer? Como poderia gerar-se?

PARMÊNIDES. Da natureza. São Paulo: Loyola, 2002 (adaptado).

A investigações do pensamento sistemático.

B preocupações do período mitológico.

C discussões de base ontológica.

D habilidades da retórica sofística.

E verdades do mundo sensível.

7)A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água é a
origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a sério?
Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem
das coisas; em segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e enfim, em terceiro
lugar, porque nela, embora apenas em estado de crisálida, está contido o pensamento: Tudo é
um.

NIETZSCHE, F. Crítica moderna. In: Os pré-socráticos. São Paulo: Nova Cultural, 1999.

O que, de acordo com Nietzsche, caracteriza o surgimento da filosofia entre os gregos?

A O impulso para transformar, mediante justificativas, os elementos sensíveis em verdades


racionais.

B O desejo de explicar, usando metáforas, a origem dos seres e das coisas.

C A necessidade de buscar, de forma racional, a causa primeira das coisas existentes.

D A ambição de expor, de maneira metódica, as diferenças entre as coisas.

E A tentativa de justificar, a partir de elementos empíricos, o que existe no real.


8)"(...) aprendemos executando o que temos que executar. Exemplo: homens se tornam
construtores construindo e se tornam tocadores de lira tocando lira. É a realização de atos
justos que nos torna justos, a de atos moderados que nos torna moderados, a de atos
corajosos que nos torna corajosos (...)."

Aristóteles. Ética a Nicômaco. Livro II, cap. I, pág.75. São Paulo: Edipro, 2014. (Adaptado).

Segundo o texto, para Aristóteles, as virtudes são

A. Puramente inatas ao ser humano.

B. Frutos do nascimento nobre.

C. Oriundas da prática e do exercício.

D. Exclusivas dos atenienses.

E. Proibidas aos bárbaros.

9_ (UNICAMP) “Muitos políticos veem facilitado seu nefasto trabalho pela ausência da
filosofia. Massas e funcionários são mais fáceis de manipular quando não pensam, mas tão
somente usam de uma inteligência de rebanho. É preciso impedir que os homens se tornem
sensatos. Mais vale, portanto, que a filosofia seja vista como algo entediante.”

(Karl Jaspers, Introdução ao pensamento filosófico. São Paulo: Cultrix, 1976, p.140.)

Assinale a alternativa correta.

A. O filósofo lembra que a filosofia tem um potencial crítico que pode desagradar a
políticos, poderosos e ao senso comum, tal como ocorreu na Grécia em relação a Sócrates.

B. A filosofia precisa ser entediante para estimular o pensamento crítico, rigoroso e


formar pessoas sensatas, a partir do ensino de lógica, retórica e ética.

C. A ditadura militar no Brasil retirou a disciplina de filosofia das escolas por considerá-la
subversiva, mas atenuou a medida estimulando os Centros Populares de Cultura (CPC), ligados
a entidades estudantis.

D. Os políticos e a estrutura escolar não são o verdadeiro obstáculo ao ensino de filosofia,


mas a concepção de que ela é difícil e tediosa, considerando-se que existem mecanismos para
aproximá-la do senso comum.

10)(UEA) No caso da Grécia, a evolução intelectual que vai de Hesíodo a Aristóteles pareceu-
nos estabelecer uma distinção, orientada pela razão, entre o mundo da natureza, o mundo
humano e o mundo das forças sagradas. Essa distinção, porém, é sempre mais ou menos
mesclada ou aproximada pela imaginação mítica, que às vezes confunde esses diversos
domínios.

(Jean-Pierre Vernant. Mito e pensamento entre os gregos, 1990. Adaptado.)

O texto caracteriza
A. A incomunicabilidade entre o pensamento mítico e o racional.

B. A transição do idealismo para o materialismo histórico.

C. A constituição de um pensamento fundado na razão e na fé católica.

D. A transição e a combinação entre o pensamento mítico e o racional.

E. A superação racionalista e objetiva do pensamento mítico tradicional.

11)(UNIMONTES) Admiração é a categoria que nos possibilita tomar consciência da nossa


própria ignorância, que, por sua vez, é entendida aqui como ausência de conhecimento. É essa
categoria que estimula a abertura para o saber e o conhecer. Aristóteles, no início da
Metafísica, lembra-nos de que: “Na verdade, foi pela admiração que os homens começaram a
filosofar, tanto no princípio, como agora”. Assinale a alternativa CORRETA.

A. A admiração constitui possibilidade ímpar para o ato de filosofar.

B. A admiração conduz ao devaneio e à distância da filosofia.

C. A admiração liga-se aos sentidos e é falsa em sua origem.

D. A admiração é enganadora e confusa na constituição do conhecimento.

12)(UEA) Se estes assuntos, assim como a virtude e também a amizade e o prazer, foram
suficientemente discutidos em linhas gerais, devemos dar por terminado nosso programa? [...]
No tocante à virtude, pois, não basta saber, devemos tentar possuí-la e usá-la ou experimentar
qualquer outro meio que se nos antepare de nos tornarmos bons.

(Aristóteles. Ética a Nicômaco, 1973.)

Aristóteles argumenta que a ética

A. Deve vincular conhecimento e atividade humana.

B. Está, como disciplina filosófica, afastada do conhecimento.

C. É um setor de menor importância na reflexão filosófica.

D. Prega o comportamento honesto aos indivíduos pobres.

E. Orienta os cidadãos gregos na administração da pólis.

13)No itinerário histórico-cultural ocidental de estruturação do pensamento filosófico-político


sobre a origem e fundamento do Estado e da sociedade política encontra-se o modelo de
pensamento contratualista (jusnaturalista), tendo em Hobbes, Locke e Rousseau filósofos
relevantes na discussão dos elementos estruturais deste modelo. Segundo Norberto Bobbio,
este modelo é “construído com base na grande dicotomia ‘estado (ou sociedade) de
natureza/estado (ou sociedade civil)’”, e contém “elementos caracterizadores” deste modelo.

Com base no texto, assinale a alternativa INCORRETA.


A. Na concepção política de HOBBES, o estado de natureza é tido como um estado de
guerra generalizada, de todos contra todos.

B. Na concepção política de Aristóteles, o homem é, por natureza, um ser insociável e


apolítico.

C. Na concepção política de HOBBES, o poder soberano que resulta do pacto de união,


por ser soberano, tem como atributos fundamentais ser um poder absoluto, indivisível e
irrevogável.

D. Na concepção política de Locke, a passagem do estado de natureza para o estado civil


se realiza mediante o contrato social que é um pacto de consentimento unânime de indivíduos
singulares para o ingresso no estado civil.

E. Contrapondo-se a Hobbes, Locke concebe o estado de natureza como um estado de


“relativa paz, concórdia e harmonia”.

14)(Enem 2020) Vemos que toda cidade é uma espécie de comunidade, e toda comunidade se
forma com vistas a algum bem, pois todas as ações de todos os homens são praticadas com
vistas ao que lhe parece um bem; se todas as comunidades visam algum bem, é evidente que a
mais importante de todas elas e que inclui todas as outras tem mais que todas este objetivo e
visa ao mais importante de todos os bens.

ARISTÓTELES. Política. Bresilia: UnB, 1988.

No fragmento, Aristóteles promove uma reflexão que associa dois elementos essenciais à
discussão sobre a vida em comunidade, a saber:

A. Ética e política, pois conduzem à eudaimonia.

B. Retórica e linguagem, pois cuidam dos discursos na ágora.

C. Metafisica e ontologia, pois tratam da filosofia primeira.

D. Democracia e sociedade, pois se referem a relações sociais.

E. Geração e corrupção, pois abarcam o campo da physis.

15)De fato, os homens começaram a filosofar, agora como na origem, por causa da
admiração, na medida em que, inicialmente, ficavam perplexos diante das dificuldades mais
simples; em seguida, progredindo pouco a pouco, chegaram a enfrentar problemas sempre
maiores [...].

ARISTÓTELES. Metafísica, v. I. São Paulo: Edições Loyola, 2002. p. 11 [982b].

Admiração ou espanto, essa é a atitude que Aristóteles considerava como o princípio do


filosofar. Assinale a alternativa que justifica o raciocínio do filósofo grego.

A. O espanto é a atitude de êxtase em face da revelação da verdade eterna assinalada


por um saber divino que abarca toda a realidade, pois dispensa qualquer uso do pensamento
ou da experiência guiada pelo pensamento.
B. O espanto causa perplexidade em quem se depara com algo desconhecido e assim se
sente impelido a querer saber; essa atitude é própria do filosofar, por isso, "agora como na
origem", o que motiva os homens é a libertação da ignorância.

C. O espanto reforça a ignorância humana, pois tudo que existe possui uma ordem
imutável e eterna, e quem se submeter cegamente aos designíos do desconhecido, apesar de
abdicar de sua liberdade, terá na ignorância o seu maior bem.

D. O espantoso, para Aristóteles, era constatar, na cultura grega, que os homens diante
da menor dificuldade eram incapazes de pensar que este mundo é uma ilusão; o mundo
verdadeiro está além do sensível e só pode ser contemplado.

16.(Enem 2013)

A felicidade é, portanto, a melhor, a mais nobre e a mais aprazível coisa do mundo, e esses
atributos não devem estar separados como na inscrição existente em Delfos “das coisas, a
mais nobre é a mais justa, e a melhor é a saúde; porém a mais doce é ter o que amamos”.
Todos estes atributos estão presentes nas mais excelentes atividades, e entre essas a melhor,
nós a identificamos como felicidade.

ARISTÓTELES. A Política. São Paulo: Cia. das Letras, 2010.

Ao reconhecer na felicidade a reunião dos mais excelentes atributos, Aristóteles a identifica


como:

C) finalidade das ações e condutas humanas.

D) conhecimento de verdades imutáveis e perfeitas.

B) plenitude espiritual e ascese pessoal.

A) busca por bens materiais e títulos de nobreza.

E) expressão do sucesso individual e reconhecimento público.

17)(Ufsm) A economia verde contém os seguintes princípios para o consumo ético de


produtos: a matéria-prima dos produtos deve ser proveniente de fontes limpas e não deve
haver desperdício dos produtos. O Estado, entretanto, não impõe, até o presente momento,
sanções àqueles cidadãos que não seguem esses princípios.

Considere as seguintes afirmações:

I. Esses princípios são juízos de fato.

II. Esses princípios são, atualmente, uma questão de moralidade, mas não de legalidade.

III. A ética epicurista, a exemplo da economia verde, propõe uma vida mais moderada.

Está(ão) correta(s)

a) apenas I.

b) apenas I e
c) apenas III.

d) apenas II e III.

e) I, II e III.

18) A respeito da civilização helenística escreveu o erudito Paul Petit: “Não se poderá negar a
originalidade da civilização helenística; basta comparar a acrópole de Pérgamo à de Atenas, a
história de Políbio à de Tucídides, o estoicismo ao platonismo.”

(Idel Becker. Pequena História da Civilização Ocidental)

Quanto ao estoicismo, mencionado no texto, uma das escolas filosóficas mais importantes, em
se tratando da filosofia helenística, é correto afirmar que:

a) considerava que a felicidade do homem consistia no prazer, mas distinguia entre os falsos
prazeres materiais e o verdadeiro prazer que se pode alcançar pela renúncia àqueles.

b) julgava que as coisas do mundo físico, que se percebem pelos sentidos, nada mais são do
que cópias das idéias, modelos perfeitos e eternos que só podem ser percebidos pelo espírito.

c) considerava que o mundo material existia objetivamente e a natureza não dependia de idéia
alguma, assim as formas não se situavam num mundo exterior mais elevado e acima dos
fenômenos, mas existiam nas próprias coisas.

d) propunha que o segredo da felicidade residia, não na procura sôfrega do prazer, mas no
perfeito equilíbrio do espírito, que permite aceitar com a mesma serenidade a sorte ou a
desgraça, a riqueza ou a pobreza, o prazer ou a dor.

e) duvidava de tudo e negava que o homem pudesse alcançar a verdade, sendo assim o
homem deveria desistir das infrutíferas cogitações sobre a verdade absoluta e deixar de
preocupar-se, meditando sobre o bem e o mal. Só a renúncia a toda e qualquer certeza pode
trazer a felicidade.

19)(EMESCAM) É preciso dar-se conta de que dentre nossos desejos uns são naturais, os
outros vãos, e que dentre os primeiros há os que são necessários e outros que são somente
naturais. Dentre os necessários, há os que o são para a felicidade, outros para a tranquilidade
contínua do corpo, outros, enfim, para a própria vida. Uma teoria não errônea desses desejos
sabe, com efeito, reportar toda preferência e toda aversão à saúde do corpo e à tranquilidade
da alma, posto que aí reside a própria perfeição da vida feliz. Porque todos os nossos atos
visam afastar de nós o sofrimento e o medo [...]

(Epicuro, Doutrinas e máximas. In: VV.AA. Os filósofos através dos textos. São Paulo, Paulus,
1997, p. 43)

De acordo com o filósofo hedonista Epicuro (341-270 a.C) para garantir uma vida feliz e ter
uma boa saúde é necessário cultivar o hábito de...
a)... buscar o prazer nos exercícios espirituais e na mortificação do corpo.

b)... evitar as perturbações da alma, cultivar amizades e preservar a liberdade.

c)... rejeitar a maneira simples e pouco custosa de viver.

d)... gozar todos os prazeres em todas as circunstâncias.

e)... conquistar tudo o que se deseja e viver sem contrariedades.

20)(PUC-PR) Leia a estrofe do texto a seguir e, em seguida, assinale a alternativa que


corresponde ao verdadeiro sentido das acusações contra Sócrates.

“O que vós, cidadãos atenienses, haveis sentido com o manejo dos meus acusadores, não sei;
o certo é que eu, devido a eles, quase me esquecia de mim mesmo, tão persuasivos foram.
Contudo, não disseram nada de verdadeiro. Mas, entre as muitas mentiras que divulgaram,
uma, acima de todas, eu admiro: aquela pela qual disseram que deveis ter cuidado para não
serdes enganados por mim, como homem hábil no falar”

(PLATÃO, 1987, p. 33)

a)Para Aristóteles, principal acusador de Sócrates, o problema consiste nas falácias que o
filósofo ensina como conhecimento verdadeiro para os jovens de Atenas, os quais acabam por
fazer de Sócrates uma espécie de ídolo em contraposição aos verdadeiros deuses.

b)De acordo com o próprio Sócrates, nesse seu texto autobiográfico, as acusações contra ele
têm um caráter eleitoral, visto que seus acusadores estavam interessados nas próximas
eleições, mais do que no próprio julgamento.

c)A acusação contra Sócrates é, para Platão, um problema de relacionamento afetivo entre o
acusado e seus acusadores, na verdade, tratou-se de uma questão passional ligada ao amor de
Alcebíades por Sócrates.

d)O principal motivo das acusações contra Sócrates diz respeito à suposta revelação feita pelo
Oráculo de Delfos de que ele seria o homem mais sábio da Grécia, o que acabou causando
muita inveja a Meleto, que almejava tal status de sábio.

e)Sócrates não está sendo acusado simplesmente porque não respeita o culto aos deuses ou
por perverter a juventude, mas sim pelo fato de estar incomodando a aristocracia ateniense ao
denunciar seus vícios baseados na ignorância e defender a busca da verdade e da virtude.

21)Na terceira parte da Apologia de Sócrates há a seguinte afirmação: “é possível que tenhais
acreditado, ó cidadãos, que eu tenha sido condenado por pobreza de raciocínios, com os quais
eu poderia vos persuadir, se eu tivesse acreditado que era preciso dizer e fazer tudo para
evitar a condenação. Mas não é assim. Caí por falta, não de raciocínios, mas de audácia e
imprudência, e não por querer dizer-vos coisas tais que vos teriam sido gratíssimas de ouvir,
choramingando, lamentando e fazendo e dizendo muitas outras coisas indignas, as quais, é
certo, estais habituados a ouvir de outros”.

Considerando esta passagem, já sendo a transcrição de suas últimas palavras, é possível


afirmar que Sócrates:

a)Lamenta sua fraqueza argumentativa perante a quantidade de pessoas que o condenou.

b)Ressalta a preocupação de seu discurso com a verdade e não com elegante retórica, como os
pretensos “sábios” o faziam.

c)Reconhece sua dificuldade de elaborar um discurso persuasivo, mesmo com todo seu esforço
para isso.

d)Desculpa-se por decepcionar tantos admiradores e os aconselha a não empregar seus


recursos argumentativos.

e)Conclui que sua derrota decorreu de seu discurso audacioso e imprudente.

22)É comum se afirmar que Sócrates era um filósofo dado ao diálogo e que se encontrar com
ele para debater era sempre uma atividade de risco. Isso porque a forma dialogal preferida
desse pensador consistia em colocar em prática a sua Maiêutica, cuja primeira parte era a
Ironia. Essa Ironia Socrática deve ser interpretada como

A.Uma postura de deboche e desconsideração em relação ao saber popular da época.

B.Uma etapa do método socrático segundo o qual o saber dos filósofos pitagóricos precisava
ser ironizado para demonstrar sua fragilidade e inconsistência.

C.Um método criado por Sófocles e adotado por Sócrates para provar a existência de seres
superiores, também chamados deuses.

D.Uma prática discursiva criada pelos sofistas e adotada por Sócrates para defender a
importância da filosofia crítica.

E.Uma etapa do método socrático que consiste em utilizar-se de perguntas com o objetivo de
levar o interlocutor a reconhecer a impropriedade de seu saber e, assim, torná-lo apto a
construir um novo saber a partir das ideias inatas.

23)A crítica de Sócrates aos sofistas consiste em mostrar que o ensinamento sofístico limita-se
a uma mera técnica ou habilidade argumentativa que visa a convencer o oponente daquilo que
se diz, mas não leva ao verdadeiro conhecimento. A consequência disso era que, devido à
influência dos sofistas, as decisões políticas na Assembleia estavam sendo tomadas não com
base em um saber, ou na posição dos mais sábios, mas na dos mais hábeis em retórica, que
poderiam não ser os mais sábios ou virtuosos.(Danilo Marcondes. Iniciação à história da
filosofia, 2010.)

De acordo com o texto, a crítica socrática aos sofistas dizia respeito

a)Ao entendimento de que o verdadeiro conhecimento baseava-se no exercício da retórica.

b)À desvalorização da pluralidade de opiniões e de posicionamentos político-ideológicos.

c)Ao prevalecimento das técnicas discursivas nas decisões da Assembleia acerca dos rumos das
cidades-Estado.

d)Ao predomínio de líderes pouco sábios e com poucas virtudes na composição da Assembleia.

e)À defesa de formas tirânicas de exercício do poder desenvolvida pela retórica convincente.

22)Somente uns poucos indivíduos, se aproximando das imagens através dos órgãos dos
sentidos, com dificuldade nelas entreveem a natureza daquilo que imitam.

PLATÃO. Fedro. In: ______. Diálogos socráticos. v. 3. Tradução de Edson Bini. Bauru/SP: Edipro,
2008, p. 64 [250b].

Assinale a alternativa que explicita a teoria de Platão apresentada no trecho acima.

A. A teoria materialista que fixa a imagem como o reflexo de corpos físicos que
constituem a única realidade existente.

B. A teoria das ideias que estabelece a distinção entre o mundo sensível e o mundo
inteligível, sendo que as imagens captadas pelos sentidos humanos despertam a alma para as
ideias que habitam o mundo inteligível.

C. A teoria existencialista que delimita o espaço vital do homem e lhe impede de


transcender para além do mundo sensível.

D. A teoria niilista que admite dois mundos, mas que nega qualquer possibilidade de
conhecimento das coisas e das ideias.

23) Leia o texto a seguir.

Quando o artista [demiurgo] trabalha em sua obra, a vista dirigida para o que sempre se
conserva igual a si mesmo, e lhe transmite a forma e a virtude desse modelo, é natural que
seja belo tudo o que ele realiza. Porém, se ele se fixa no que devém e toma como modelo algo
sujeito ao nascimento, nada belo poderá criar. [. . . ] Ora, se este mundo é belo e for bom seu
construtor, sem dúvida nenhuma este fixará a vista no modelo eterno.

PLATÃO. Timeu. 28 a7-10; 29 a2-3. Trad. Carlos A. Nunes. Belém: UFPA, 1977. p. 46-47.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a filosofia de Platão, assinale a alternativa
correta.
A. O mundo é belo porque imita os modelos sensíveis, nos quais o demiurgo se inspira ao
gerar o mundo.

B. O sensível, ou o mundo que devém, é o modelo no qual o artista se inspira para criar o
que permanece.

C. O artífice do mundo, por ser bom, cria uma obra plenamente bela, que é a realidade
percebida pelos sentidos.

D. O olhar do demiurgo deve se dirigir ao que permanece, pois este é o modelo a ser
inserido na realidade sensível.

E. O demiurgo deve observar as perfeições no mundo sensível para poder reproduzi-las


em sua obra.

24)Imagina o seguinte. Se um homem descesse de novo para o seu antigo posto, não teria os
olhos cheios de trevas, ao regressar subitamente da luz do Sol? E se lhe fosse necessário julgar
daquelas sombras em competição com os que tinham estado sempre prisioneiros acaso não
causaria o riso, e não diriam dele que por ter subido ao mundo superior, estragara a vista, e
que não valia a pena tentar a ascensão? E a quem tentasse soltá-los e conduzi-los até cima, se
pudessem agarrá-lo e matá-lo, não o matariam?

(Platão. A república, 1993. Adaptado.)

O texto, uma passagem da “Alegoria da Caverna”, pode estar se referindo, implicitamente, ao


julgamento e execução de Sócrates na cidade de Atenas. A passagem descreve o retorno à
caverna do homem que, liberto, conheceu a verdadeira realidade.

Esse homem representa, metaforicamente, o filósofo na pólis como um indivíduo

A. Magnânimo, interessado na justa solução de rivalidades entre grupos políticos.

B. Orgulhoso, voltado para a exposição pública de saberes elevados.

C. Incômodo socialmente, orientado por conhecimentos arduamente adquiridos.

D. Inativo economicamente, dedicado à contemplação religiosa da luz do Sol.

E. Sábio, compenetrado na missão de preparar os futuros líderes da democracia.

25)Enem PPL 2020) Se os filósofos não forem reis nas cidades ou se os que hoje são chamados
reis e soberanos não forem filósofos genuínos e capazes e se, numa mesma pessoa, não
coincidirem poder político e filosofia e não for barrada agora, sob coerção, a caminhada das
diversas naturezas que, em separado buscam uma dessas duas metas, não é possível, caro
Glaucon, que haja para as cidades uma trégua de males e, penso, nem para o gênero humano.

PLATÃO. A República. São Paulo: Martins Fontes, 2014.


 Enem 2022: Em quais matérias você tem mais dificuldade e gostaria de receber
material de apoio?

A tese apresentada pressupõe a necessidade do conhecimento verdadeiro para a

a) superação de entraves dialógicos.

b) organização de uma sociedade justa.

c) formação de um saber enciclopédico.

d) promoção da igualdade dos cidadãos.

e) consolidação de uma democracia direta.

26)A construção da história requereu lutas contra as dificuldades naturais e grande capacidade
de invenção. Muitas reflexões filosóficas foram importantes para pensar a condição da cultura.
Os sofistas contribuíram com essas reflexões, quando:

A.Defenderam a relatividade, mostrando as impossibilidades para se chegar à verdade


universal.

B.Ampliaram as dimensões da filosofia platônica, afirmando a força do idealismo estético para


a arte.

C.Confirmaram as teorias políticas de Sócrates, ressaltando o valor da república democrática.

D.Seguiram os ensinamentos do cristianismo, fundando uma religião sem rituais e hierarquias.

E.Criticaram as ideias de Aristóteles, embora aceitassem suas reflexões sobre os fundamentos


da verdade.

27)Leia o texto a seguir sobre o conhecimento filosófico:

O século de Péricles (V a.C) constitui o período áureo da cultura grega, quando a democrática
Atenas desenvolve intensa vida cultural e artística. No âmbito da especulação filosófica, os
sofistas vivem nessa época, e alguns deles são interlocutores de Sócrates.

(ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à
Filosofia. São Paulo: Moderna, 1993, p. 93.). Adaptado.

O texto sinaliza a significância do pensamento grego nesse período de intensa revolução


cultural. Os sofistas entram em cena com o uso da especulação racional na tentativa de
compreender a realidade, que se manifesta aos homens.

Os sofistas tinham como primazia

A. A especulação sobre a natureza.

B. A reflexão sobre a religião.

C. O valor da teoria em detrimento da prática.

D. O enfoque sobre o pensamento mítico e sua verdade.


E. A persuasão e o exercício da função política que dependiam do bom uso da palavra.

28)A sociedade grega criou seus mitos e deuses, mas também elaborou um pensamento
filosófico que expressava sua preocupação com a verdade e a ética.

Além de Aristóteles, Platão e Sócrates, muitos pensadores merecem ser citados e discutidos,
como os sofistas, que:

A.Criticaram a existência de verdades absolutas, afirmando ser o homem a medida de todas as


coisas.

B.Ajudaram a consolidar o pensamento conservador grego, reafirmando a importância da


mitologia.

C.Construíram reflexões sobre o comportamento humano que serviram de base para


Aristóteles pensar a sua metafísica.

D.Formularam princípios éticos, revolucionários para a época e de grande significado para o


pensamento de Platão.

E.Defenderam a liberdade de expressão, embora estivessem ligados à aristocracia ateniense,


contrária à ampliação da cidadania.

29)Leia o texto a seguir.

– Depois disto – prossegui eu – imagina a nossa natureza, relativamente à educação ou à sua


falta, de acordo com a seguinte experiência. Suponhamos uns homens numa habitação
subterrânea em forma de caverna, com uma entrada aberta para a luz, que se estende a todo
comprimento dessa gruta. Estão lá dentro desde a infância, algemados de pernas e pescoços,
de tal maneira que só lhes é dado permanecer no mesmo lugar e olhar em frente; são
incapazes de voltar a cabeça, por causa dos grilhões; serve-lhes de iluminação um fogo que se
queima ao longe, numa eminência, por detrás deles; entre a fogueira e os prisioneiros há um
caminho ascendente, ao longo do qual se construiu um pequeno muro, no gênero dos
tapumes que os homens dos “robertos” colocam diante do público, para mostrarem as suas
habilidades por cima deles.

(PLATÃO. A República. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, s/d., p.315.)

O texto é a abertura do Livro VII da República de Platão, no qual ele expõe sua famosa
“Alegoria da Caverna”. Com base nessa Alegoria e na filosofia de Platão, assinale a alternativa
correta.

A.A teoria do conhecimento de Platão, expressa na Alegoria da Caverna, estabelece que todo
conhecimento verdadeiro se origina nas sensações.

B.Com a Alegoria da Caverna, Platão mostra que o conhecimento da verdade é impossível,


uma vez que os homens estão presos nas sombras desde a infância e jamais poderão se
libertar.
C.Platão descreve, nessa Alegoria, a melhor forma de educação, desde a infância, dos homens
da polis, os quais devem ficar presos em uma caverna para não sofrerem influências do mundo
externo.

D.Platão narra a situação de homens que foram presos em Atenas, em razão de crimes que
teriam cometido.

E.Platão procura, com a Alegoria da Caverna, narrar a situação dos homens que estão presos
no mundo sensível e de como deveriam dele se libertar para conhecer a verdade.

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