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LISTA DE EXERCÍCIOS (REVISÃO GERAL – FILOSOFIA GREGA)

DISCIPLINA: FILOSOFIA DO DIREITO


PROF.DR. ÍTALO CLAY TAVARES DE LIMA

1. “Tales foi o iniciador da filosofia da physis, pois foi o primeiro a afirmar a existência
de um princípio originário único, causa de todas as coisas que existem, sustentando que
esse princípio é a água. Essa proposta é importantíssima... podendo com boa dose de
razão ser qualificada como a primeira proposta filosófica daquilo que se costuma chamar
civilização ocidental.” (REALE, Giovanni. História da filosofia: Antiguidade e Idade
Média. São Paulo: Paulus, 1990. p. 29.)

A filosofia surgiu na Grécia, no século VI a.C. Seus p

imeiros filósofos foram os chamados pré-socráticos. De acordo com o texto, assinale


a alternativa que expressa o principal problema por eles investigado.

a) A ética, enquanto investigação racional do agir humano.


b) A estética, enquanto estudo sobre o belo na arte.
c) A epistemologia, como avaliação dos procedimentos científicos.
d) A cosmologia, como investigação acerca da origem e da ordem do mundo.
e) A filosofia política, enquanto análise do Estado e sua legislação.

2. Ainda sobre o mesmo tema, é correto afirmar que a filosofia:

a) Surgiu como um discurso teórico, sem embasamento na realidade sensível, e em


oposição aos mitos gregos.
b) Retomou os temas da mitologia grega, mas de forma racional, formulando hipóteses
lógico-argumentativas.
c) Reafirmou a aspiração ateísta dos gregos, vetando qualquer prova da existência de
alguma força divina.
d) Desprezou os conhecimentos produzidos por outros povos, graças à supremacia
cultural dos gregos.
e) Estabeleceu-se como um discurso acrítico e teve suas teses endossadas pela força da
tradição.

3. “Zeus ocupa o trono do universo. Agora o mundo está ordenado. Os deuses disputaram
entre si, alguns triunfaram. Tudo o que havia de ruim no céu etéreo foi expulso, ou para
a prisão do Tártaro ou para a Terra, entre os mortais. E os homens, o que acontece com
eles? Quem são eles?” (VERNANT, Jean-Pierre. O universo, os deuses, os homens. Trad.
de Rosa Freire d’Aguiar. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. p. 56.)
O texto acima é parte de uma narrativa mítica. Considerando que o mito pode ser
uma forma de conhecimento, assinale a alternativa correta.

a) A verdade do mito obedece a critérios empíricos e científicos de comprovação.


b) O conhecimento mítico segue um rigoroso procedimento lógico-analítico para
estabelecer suas verdades.
c) As explicações míticas constroem-se, de maneira argumentativa e autocrítica.
d) O mito busca explicações definitivas acerca do homem e do mundo, e sua verdade
independe de provas.
e) A verdade do mito obedece a regras universais do pensamento racional, tais como a
lei de não-contradição.

4. As lendas sempre foram alicerces para os povos antigos. Os gregos, por exemplo,
tributavam suas origens aos heróis que protagonizam a poesia de Homero, e os romanos,
aos irmãos Rômulo e Remo, filhos do deus Marte, eternizados no relato do historiador
Tito Livio.
Essas explicações lendárias:

a) Alteram ou reinventaram fatos históricos, justificando alguma condição ou ação


posterior dos homens.
b) Sempre se basearam em acontecimentos reais, com o único propósito de explicar o
passado.
c) Confirmaram que as civilizações, em sua origem, não possuem vínculos com seu
passado lendário, denominado idade das trevas.
d) Afirmam uma reação inconsciente de todos os povos, que tem por fundamento o ideal
religioso, desligado de qualquer interesse político.
e) São apenas formas artísticas ou literárias independentes dos interesses políticos, por
serem estéticas.

5. A filosofia surgiu por meio da necessidade observar a realidade, ora buscando o


princípio (arché) na Physis, ora vislumbrando a fundamentação da antropologia. Assim:

É legado da Filosofia grega para o Ocidente europeu:

a) A aspiração ao conhecimento verdadeiro, `a felicidade e `a justiça, indicando que a


humanidade não age caoticamente.
b) A preocupação com a continuidade entre a vida e a morte, através da prática de
embalsamamento e outros cuidados funerários.
c) A criação da dialética, fundamentada na luta de classes, como forma de explicação
sociológica da realidade humana.
d) O nascimento das ciências humanas, implicando em conhecimentos autônomos e
compartimentados.
e) A produção de uma concepção de história linear, que tratava dos fins últimos do
homem e da realização de um projeto divino.

6. “Entre os ‘físicos’ da Jônia, o caráter positivo invadiu a totalidade do ser. Nada existe
que não seja natureza, physis. Os homens, a divindade, os mundos formam um universo
unificado, homogêneo, todo ele no mesmo plano: são as partes ou os aspectos de uma só
e mesma physis que põem em jogo, por toda parte, as mesmas forças, manifestam a
mesma potência de vida. As vias pelas quais essa physis nasceu, diversificou-se e
organizou-se são perfeitamente acessíveis à inteligência humana: a natureza não operou
‘no começo’ de maneira diferente de como o faz ainda, cada dia, quando o fogo seca uma
vestimenta molhada ou quando, num crivo agitado pela mão, as partes mais grossas se
isolam e se reúnem” (VERNANT, Jean-Pierre. Asorigens do pensamento grego. Trad.
de Ísis Borges B. da Fonseca. 12.ed. Rio de Janeiro: Difel, 2002. p.110.)

Com base no texto, assinale a alternativa correta.


a) Para explicar o que acontece no presente é preciso compreender como a natureza agia
“no começo”, ou seja, no momento original.
b) A explicação para os fenômenos naturais pressupõe a aceitação de elementos
sobrenaturais.
c) O nascimento, a diversidade e a organização dos seres naturais têm uma explicação
natural e esta pode ser compreendida racionalmente.
d) A razão é capaz de compreender parte dos fenômenos naturais, mas a explicação da
totalidade deles está além da capacidade humana.
e) A diversidade de fenômenos naturais pressupõe uma multiplicidade de explicações e
nem todas estas explicações podem ser racionalmente compreendidas.

7. “Mais que saber identificar a natureza das contribuições substantivas dos primeiros
filósofos é fundamental perceber a guinada de atitude que representam. A proliferação
de óticas que deixam de ser endossadas acriticamente, por força da tradição ou da
‘imposição religiosa’, é o que mais merece ser destacado entre as propriedades que
definem a filosoficidade.” (OLIVA, Alberto; GUERREIRO, Mario. Pré-socráticos: a
invenção da filosofia. Campinas: Papirus, 2000. p. 24.)

Assinale a alternativa que apresenta a “guinada de atitude” que o texto afirma ter
sido promovida pelos primeiros filósofos.

a) A aceitação acrítica das explicações tradicionais relativas aos acontecimentos naturais.


b) A discussão crítica das ideias e posições, que podem ser modificadas ou reformuladas.
c) A busca por uma verdade única e inquestionável, que pudesse substituir a verdade
imposta pela religião.
d) A confiança na tradição e na “imposição religiosa” como fundamentos para o
conhecimento.
e) A desconfiança na capacidade da razão em virtude da “proliferação de óticas”
conflitantes entre si.

8. Sobre a passagem do mito à filosofia, na Grécia Antiga, considere as afirmativas


a seguir.

I. Os poemas homéricos, em razão de muitos de seus componentes, já contêm


características essenciais da compreensão de mundo grega que, posteriormente, se
revelaram importantes para o surgimento da filosofia.
II. O naturalismo, que se manifesta nas origens da filosofia, já se evidencia na própria
religiosidade grega, na medida em que nem homens nem deuses são compreendidos
como perfeitos.
III. A humanização dos deuses na religião grega, que os entende movidos por
sentimentos similares aos dos homens, contribuiu para o processo de racionalização da
cultura grega, auxiliando o desenvolvimento do pensamento filosófico e científico.
IV. O mito foi superado, cedendo lugar ao pensamento filosófico, devido à assimilação
que os gregos fizeram da sabedoria dos povos orientais, sabedoria esta desvinculada de
qualquer base religiosa.

Estão corretas apenas as afirmativas:


a) I e II.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, III e IV.

9. Os poemas de Homero serviram de alimento espiritual aos gregos, contribuindo de


forma essencial para aquilo que mais tarde se desenvolveria como filosofia. Em seus
poemas, a harmonia, a proporção, o limite e a medida, assim como a presença de
questionamentos acerca das causas, dos princípios e do porquê das coisas se faziam
presentes, revelando depois uma constante na elaboração dos princípios metafísicos da
filosofia grega. (Adaptado de: REALE, Giovanni. História da Filosofia Antiga. v. I.
Trad. Henrique C. Lima Vaz e Marcelo Perine. São Paulo: Loyola, 1994. p. 19).

Com base no texto e nos conhecimentos acerca das características que marcaram o
nascimento da filosofia na Grécia, considere as afirmativas a seguir.
I. A política, enquanto forma de disputa oratória, contribuiu para formar um grupo
de iguais, os cidadãos, que buscavam a verdade pela força da argumentação.
II. O palácio real, que centralizava os poderes militar e religioso, foi substituído pela
Ágora, espaço público onde os problemas da pólis eram debatidos.
III. A palavra, utilizada na prática religiosa e nos ditos do rei, perdeu a função
ritualista de fórmula justa, passando a ser veículo do debate e da discussão.
IV. A expressão filosófica é tributária do caráter pragmático dos gregos, que
substituíram a contemplação desinteressada dos mitos pela técnica utilitária do
pensar racional.
Estão corretas apenas as afirmativas:

a) I e III.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, II e IV.

10. “Há, porém, algo de fundamentalmente novo na maneira como os Gregos puseram a
serviço do seu problema último – da origem e essência das coisas – as observações
empíricas que receberam do Oriente e enriqueceram com as suas próprias, bem como no
modo de submeter ao pensamento teórico e casual o reino dos mitos, fundado na
observação das realidades aparentes do mundo sensível: os mitos sobre o nascimento do
mundo.” Fonte: JAEGER, W. Paidéia. Tradução de Artur M. Parreira. 3.ed. São Paulo:
Martins Fontes, 1995, p. 197.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a relação entre mito e filosofia na
Grécia, é correto afirmar:
a) Em que pese ser considerada como criação dos gregos, a filosofia se origina no Oriente
sob o influxo da religião e apenas posteriormente chega à Grécia.
b) A filosofia representa uma ruptura radical em relação aos mitos, representando uma
nova forma de pensamento plenamente racional desde as suas origens.
c) Apesar de ser pensamento racional, a filosofia se desvincula dos mitos de forma
gradual.
d) Filosofia e mito sempre mantiveram uma relação de interdependência, uma vez que o
pensamento filosófico necessita do mito para se expressar.
e) O mito já era filosofia, uma vez que buscava respostas para problemas que até hoje
são objeto da pesquisa filosófica.

11. “A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água
é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la
a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo
sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque faz sem imagem e fabulação; e
enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado de crisálida, está contido
o pensamento: ‘Tudo é um’. A razão citada em primeiro lugar deixa Tales ainda em
comunidade com os religiosos e supersticiosos, a segunda o tira dessa sociedade e no-lo
mostra como investigador da natureza, mas, em virtude da terceira, Tales se torna o
primeiro filósofo grego”. Fonte: NIETZSCHE, F. Crítica Moderna. In: Os Pré-
Socráticos. Tradução de Rubens Rodrigues Torres Filho. São Paulo: Nova Cultural,
1999. p. 43.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre Tales e o surgimento da filosofia,


considere as afirmativas a seguir.
I. Com a proposição sobre a água, Tales reduz a multiplicidade das coisas e
fenômenos a um único princípio do qual todas as coisas e fenômenos derivam.
II. A proposição de Tales sobre a água compreende a proposição ‘Tudo é um’.
III. A segunda razão pela qual a proposição sobre a água merece ser levada a
sério mostra o aspecto filosófico do pensamento de Tales.
IV. O Pensamento de Tales gira em torno do problema fundamental da origem da
virtude.
A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é:
a) I e II
b) II e III
c) I e IV
d) I, II e IV
e) II, III e IV

12. “Os antigos, ou melhor, os antiquíssimos, (teólogos), transmitiram por tradição a nós
outros seus descendentes, na forma do mito, que os astros são Deuses e que o divino
abrange toda a natureza ... Costuma-se dizer que os Deuses têm forma humana, ou se
transformam em semelhantes a outros seres viventes ... Porém, pondo-se de lado tudo o
mais, e conservando-se o essencial, isto é, se acreditou que as substâncias primeiras eram
Deuses, poderia pensar-se que isto foi dito por inspiração divina ...”
(Aristóteles, Metafísica, XII, 8, 1074b, apud Mondolfo, O pensamento antigo, I, São
Paulo: Mestre Jou, 1964, p.13).
Com base nesse excerto e no seu conhecimento sobre a questão da origem da filosofia,
assinale o que for correto.
I- Antes de fazerem filosofia, os gregos já indagavam sobre a origem e a formação do
universo; e as respostas a esse problema eram oferecidas sob a forma de mito, isto é, por
meio de uma narrativa alegórica que descreve a origem ou a condição de alguma coisa,
reportando a um passado imemorial.
II - Na Teogonia, Hesíodo descreve a gênese do mundo coincidindo com o nascimento
dos deuses; as forças e os domínios cósmicos não surgem como pura natureza, mas sim
como divindades: Gaia é a Terra, Urano é o Céu, Cronos é o Tempo, aparecendo ora por
segregação, ora pela intervenção de Eros, princípio que aproxima os opostos.
III Os primeiros filósofos gregos buscaram descobrir o princípio (arché) originário de
todas as coisas, o elemento ou a substância constitutiva do universo; elaborando uma
cosmologia, não se contentavam com doutrinas divinamente inspiradas, mas tentavam
compreender racionalmente o cosmo.
IV- Os gregos foram pouco originais no exercício do pensamento crítico racional;
apropriaram-se das conquistas científicas e do patrimônio cultural de civilizações
orientais com mínimas alterações.
V- É tese hoje bastante aceita que o nascimento da filosofia na Grécia não foi um
“milagre” realizado por um povo privilegiado, mas a culminação de um processo lento,
tributário de um passado mítico, e influenciado por transformações políticas, econômicas
e sociais.

13. O Período Helenístico inicia-se com a conquista macedônica das cidades-estados


gregas. As correntes filosóficas desse período surgem como tentativas de remediar os
sofrimentos da condição humana individual: o epicurismo ensinando que o prazer é o
sentido da vida; o estoicismo instruindo a suportar com a mesma firmeza de caráter os
acontecimentos bons ou maus; o ceticismo de Pirro orientando a suspender os
julgamentos sobre os fenômenos.
Sobre essas correntes filosóficas, assinale o que for correto.
I- Os estoicos, acreditando na idéia de um cosmo harmonioso governado por uma razão
universal, afirmaram que virtuoso e feliz é o homem que vive de acordo com a natureza
e a razão.
II- Conforme a moral estóica, nossos juízos e paixões dependem de nós, e a importância
das coisas provém da opinião que delas temos.
IV- Para o epicurismo, a felicidade é o prazer, mas o verdadeiro prazer é aquele
proporcionado pela ausência de sofrimentos do corpo e de perturbações da alma.
V- Para Epicuro, não se deve temer a morte, porque nada é para nós enquanto vivemos
e, quando ela nos sobrevém, somos nós que deixamos de ser.
VI- O ceticismo de Pirro sustentou que, porque todas as opiniões são igualmente válidas
e nossas sensações não são verdadeiras nem falsas, nada se deve afirmar com certeza, e
da suspensão do juízo advém a paz e a tranquilidade da alma.

14. A tragédia grega teve seu auge entre os séculos VI e IV a.C. É a expressão de
profundas mudanças ocorridas na ordem sociopolítica e cultural dessa época. A mitologia
já não é a única forma de representação do mundo, mas rivaliza com a concepção
filosófica fundamentada na razão (lógos), e as leis de origem divina confrontam-se com
as leis escritas. A tragédia expressa os conflitos e os impasses em que se encontram não
apenas a pólis, mas também a alma (psyché) do homem grego.
Assinale o que for correto.
I- A tragédia grega criticava o povo, era uma arte elitista à qual só a aristocracia podia
assistir.
II- Ésquilo, ao escrever Prometeu Acorrentado, defende que todos os homens, inclusive
os escravos, fossem libertados da obrigatoriedade do trabalho, de forma que pudessem
gozar a vida no benefício do ócio e do prazer.
III- Aristóteles, na Poética, afirma que a tragédia nasceu de formas líricas como o
ditirambo, isto é, um canto coral em louvor a Dionísio, o deus do vinho.
IV Sófocles escreveu uma tragédia intitulada Édipo Rei, que trata do patricídio e da
prática do incesto, essa tragédia é utilizada por Sigmund Freud para elaborar a teoria do
complexo de Édipo na psicanálise.
V- É uma das características da tragédia grega representar a vontade e as ações humanas
tentando, em vão, escapar ao destino que impera sobre a vida do homem.

15. Sócrates representa um marco importante da história da filosofia; enquanto a filosofia


pré-socrática se preocupava com o conhecimento da natureza (physis), Sócrates procura
o conhecimento indagando o homem.
Assinale o que for correto.
I- Sócrates, para não ser condenado à morte, negou, diante dos seus juízes, os princípios
éticos da sua filosofia.
II- Discípulo de Sócrates, Platão utilizou, como protagonista da maior parte de
seus diálogos, o seu mestre.
IV- O método socrático compõe-se de duas partes: a maiêutica e a ironia.
V- Tal como os sofistas, Sócrates costumava cobrar dinheiro pelos seus ensinamentos.
VI- Sócrates, ao afirmar que só sabia que nada sabia, queria, com isso, sinalizar a
necessidade de adotar uma nova atitude diante do conhecimento e apontar um novo
caminho para a sabedoria.

16. Aristóteles considera que só o homem é um animal político, porque somente ele é
dotado de linguagem na forma de palavra (lógos) e com ela pode exprimir o bem e o mal,
o justo e o injusto. O fato de os homens poderem estabelecer em comum esses valores é
o que torna possível a vida social e política.
Assinale o que for correto.
I- A retórica é a arte da eloquência, de bem falar e argumentar. Foi utilizada na
Antiguidade Clássica como um dos principais recursos da política.
II- Os sofistas desenvolveram e ensinaram a retórica como instrumentalização da
linguagem cujo objetivo era torná-la uma estratégia para vencer adversários nos embates
políticos.
III - Para os gregos antigos, a palavra mito (mythos) significa narrativa, é a palavra que
narra a origem dos deuses, do mundo, dos homens, da comunidade humana e da vida do
grupo social.
IV- A linguagem para os gregos antigos tem duas formas de expressão: o mythos e
o lógos. O mythos desenvolve a palavra mágica e encantatória; o lógos, a linguagem
como poder de conhecimento racional.
V- A obra filosófica de Platão é isenta de qualquer mito, é o que permite caracterizá-la
como sendo absolutamente racionalista.

17. Os filósofos pré-socráticos tentaram explicar a diversidade e a transitoriedade das


coisas do universo, reduzindo tudo a um ou mais princípios elementares, os quais seriam
a verdadeira natureza ou ser de todas as coisas. Assinale o que for correto.
I- Tales de Mileto, o primeiro filósofo segundo Aristóteles, teria afirmado “tudo é água”,
indicando, assim, um princípio material elementar, fundamento de toda a realidade.
II- Heráclito de Éfeso interessou-se pelo dinamismo do universo. Afirmou que nada
permanece o mesmo, tudo muda; que a mudança é a passagem de um contrário ao outro
e que a luta e a harmonia dos contrários são o que gera e mantém todas as coisas.
III- Parmênides de Eléia afirmou que o ser não muda. Deduziu a imobilidade e a unidade
do ser do princípio de que “o ser é” e “o não-ser não é”, elaborando uma primeira
formulação dos princípios lógicos da identidade e da não-contradição.
IV- As teorias dos filósofos pré-socráticos foram pouco significativas para o
desenvolvimento da filosofia e da ciência, uma vez que os pré-socráticos sofreram
influência do pensamento mítico, e de suas obras apenas restaram fragmentos e
comentários de autores posteriores.
V- Para Demócrito de Abdera, todo o cosmo se constitui de átomos, isto é, partículas
indivisíveis e invisíveis que, movendo-se e agregando-se no vácuo, formam todas as
coisas; geração e corrupção consistiriam, respectivamente, na agregação e na
desagregação dos átomos.

18. “Sócrates: Imaginemos que existam pessoas morando numa caverna. Pela entrada
dessa caverna entra a luz vinda de uma fogueira situada sobre uma pequena elevação que
existe na frente dela. Os seus habitantes estão lá dentro desde a infância, algemados por
correntes nas pernas e no pescoço, de modo que não conseguem mover-se nem olhar para
trás, e só podem ver o que ocorre à sua frente. (...) Naquela situação, você acha que os
habitantes da caverna, a respeito de si mesmos e dos outros, consigam ver outra coisa
além das sombras que o fogo projeta na parede ao fundo da caverna?”. (PLATÃO. A
República [adaptação de Marcelo Perine]. São Paulo: Editora Scipione, 2002. p. 83).
Em relação ao célebre mito da caverna e às doutrinas que ele representa, assinale o que
for correto.
01) No mito da caverna, Platão pretende descrever os primórdios da existência humana,
relatando como eram a vida e a organização social dos homens no princípio de seu
processo evolutivo, quando habitavam em cavernas.
02) O mito da caverna faz referência ao contraste ser e parecer, isto é, realidade e
aparência, que marca o pensamento filosófico desde sua origem e que é assumido por
Platão em sua famosa teoria das Ideias.
04) O mito da caverna simboliza o processo de emancipação espiritual que o exercício
da filosofia é capaz de promover, libertando o indivíduo das sombras da ignorância e dos
preconceitos.
08) É uma característica essencial da filosofia de Platão a distinção entre mundo
inteligível e mundo sensível; o primeiro ocupado pelas Idéias perfeitas, o segundo pelos
objetos físicos, que participam daquelas Idéias ou são suas cópias imperfeitas.
16) No mito da caverna, o prisioneiro que se liberta e contempla a realidade fora da
caverna, devendo voltar à caverna para libertar seus companheiros, representa o filósofo
que, na concepção platônica, conhecedor do Bem e da Verdade, é o mais apto a governar
a cidade.

19. O homem tem necessidade de conhecer e de explorar o meio em que vive. O senso
comum, o bom senso, a arte, a religião, a filosofia e a ciência são formas de saber que
auxiliam o homem a entender o mundo e a orientar suas ações.
Assinale o que for incorreto.
I- O senso comum é o conhecimento adquirido por exigências da vida cotidiana; fornece
condições para o agir, todavia é um conjunto de concepções fragmentadas, recebidas sem
crítica e, muitas vezes, incoerentes, tornando-se, assim, fonte de preconceitos.
II- O bom senso, ao contrário do senso comum, apresenta-se como uma elaboração
refletida e coerente do saber; em vez da aceitação cega de determinações alheias, pelo
bom senso o sujeito livre e crítico questiona os valores estabelecidos e decide pelo que
se revela mais sensato ou plausível.
III- A ciência caracteriza-se como um sistema de conhecimentos, expressos em
proposições gerais e objetivas sobre a realidade empírica; é um conhecimento construído
por um processo de raciocínio rigoroso e metodicamente conduzido, baseado na
experiência, permitindo explicar, prever e atuar sobre os fenômenos.
IV- Religião e filosofia são duas formas antagônicas de interpretação da realidade; a
filosofia, unicamente com o raciocínio lógico-formal, busca entender apenas o mundo
natural e o humano; a religião ocupa-se apenas da razão.
V- O conhecimento filosófico caracteriza-se como um saber elucidativo, crítico e
especulativo; como elucidativo, visa a esclarecer e a delimitar conceitos e problemas;
como crítico, nada aceita sem exame prévio e reflexão; como especulativo, assume a
atitude teórica e globalizadora, que envolve os problemas em uma visão total.

20. Os gregos da Antiguidade Clássica tiveram consciência dos limites da experiência na


obtenção do conhecimento humano. O desenvolvimento da matemática deve-se à
necessidade de suprir esses limites, desde então a matemática é incorporada como parte
importante de muitas correntes filosóficas.
Assinale o que for incorreto.
I- A matemática pré-helênica não chegou a desenvolver conceitos como “proporção”,
“demonstração”, “definição”, “postulado”, “axioma”. Todos esses termos aparecem na
obra de Euclides.
II- Na Grécia clássica, a noção de número tem um sentido bem diferente da noção de
número na matemática moderna. A noção de número para os gregos da Antiguidade
indica aquilo que é capaz de ter partes; para eles, “dois” é a soma de duas unidades, ou
duas quantidades “discretas”, três é o triplo da unidade etc.
III- O intercâmbio cultural que Aristóteles manteve com a civilização persa resultou na
incorporação da álgebra na matemática praticada pelos filósofos gregos, particularmente
pelos pitagóricos.
IV- O nível de formalização de problemas matemáticos que encontramos
nos Elementos de Euclides recebeu importante subsídio das discussões filosóficas da
Grécia clássica, principalmente com Platão e os matemáticos que faziam parte da
Academia.
16) Para Platão, a primeira etapa do conhecimento inteligível é representada pela dianóia,
isto é, o conhecimento discursivo e mediatizado, que estabelece ligações racionais: é o
conhecimento típico das matemáticas.

21. A origem da filosofia pode ser situada entre os séculos VI e V a.C. Considera-se que,
nessa época, as palavras filosofia e filósofo não existiam e só depois passam a significar
uma forma de postura e de leitura do mundo diferentes da que existia: a compreensão
mítica. Assim, o ponto de partida da reflexão filosófica pode ser identificado a partir das
pesquisas dos milésios Tales, Anaximandro e Anaxímenes. Eles se detiveram na
compreensão da realidade a partir de um conceito-chave, a saber:

a) Aletheia
b) Physis
c) Cosmos
d) Uno
e) Sóphos

22. Segundo Jean Pierre Vernant, "fornecer a razão de um fenômeno não pode mais
consistir em nomear o seu pai e sua mãe, em estabelecer a sua filiação. Se as realidades
naturais apresentam uma ordem regular, não pode ser porque, um belo dia, o deus
soberano, ao fim de seus combates, impôs-se às outras divindades como um monarca que
reparte em seu reino os encargos, as funções, como uma lei imanente à natureza e
presidindo, desde a origem à sua ordenação". Essa afirmação se refere à passagem do(a):

a) Mito para a Filosofia.


b) Caos ao Cosmos.
c) Teogonia para a Epistéme.
d) Filosofia ao Mito.
e) Physis à Aletheia.

23. Leia o texto a seguir.

No ethos (ética), está presente a razão profunda da physis (natureza) que se


manifesta no finalismo do bem. Por outro lado, ele rompe a sucessão do mesmo que
caracteriza a physis como domínio da necessidade, com o advento do diferente no
espaço da liberdade aberto pela práxis. Embora, enquanto autodeterminação da
práxis, o ethos se eleve sobre a physis, ele reinstaura, de alguma maneira, a
necessidade de a natureza fixar-se na constância do hábito.
(Adaptado de: VAZ, Henrique C. Lima. Escritos de Filosofia II. Ética e Cultura. 3ª
edição. São Paulo: Loyola. Coleção Filosofia - 8, 2000, p.11-12.)

Com base no texto, é correto afirmar que a noção de physis, tal como empregada por
Aristóteles, compreende:
a) A disposição da ação humana, que ordena a natureza.
b) A finalidade ordenadora, que é inerente à própria natureza.
c) A ordem da natureza, que determina o hábito das ações humanas.
d) A origem da virtude articulada, segundo a necessidade da natureza.
e) A razão matemática, que assegura ordem à natureza.

24. Tendemos a concordar que a distribuição isonômica do que cabe a cada um no


estado de direito é o que permite, do ponto de vista formal e legal, dar estabilidade
às várias modalidades de organizações instituídas no interior de uma sociedade. Isso
leva Aristóteles a afirmar que a justiça é “uma virtude completa, porém não em
absoluto e sim em relação ao nosso próximo”
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 332.

De acordo com essa caracterização, é correto dizer que a função própria e universal
atribuída à justiça, no estado de direito, é
a) conceber e aplicar, de forma incondicional, ideias racionais com poder normativo positivo
e irrestrito.
b) instituir um ideal de liberdade moral que não existiria se não fossem os mecanismos
contidos nos sistemas jurídicos.
c) determinar, para as relações sociais, critérios legais tão universais e independentes que
possam valer por si mesmos.
d) promover, por meio de leis gerais, a reciprocidade entre as necessidades do Estado e as
de cada cidadão individualmente.
e) estabelecer a regência na relação mútua entre os homens, na medida em que isso seja
possível por meio de leis.

25. Em primeiro lugar, é claro que, com a expressão “ser segundo a potência e o
ato”, indicam-se dois modos de ser muito diferentes e, em certo sentido, opostos.
Aristóteles, de fato, chama o ser da potência até mesmo de não-ser, no sentido de
que, com relação ao ser-em-ato, o ser-em-potência é não-ser-em-ato.
REALE, Giovanni. História da Filosofia Antiga. Vol. II. Trad. de Henrique Cláudio de
Lima Vaz e Marcelo Perine. São Paulo: Loyola, 1994, p. 349.

A partir da leitura do trecho acima e em conformidade com a Teoria do Ato e


Potência de Aristóteles, assinale a alternativa correta.
a) Para Aristóteles, ser-em-ato é o ser em sua capacidade de se transformar em algo diferente
dele mesmo, como, por exemplo, o mármore (ser-em-ato) em relação à estátua (ser-em-
potência).
b) Segundo Aristóteles, a teoria do ato e potência explica o movimento percebido no mundo
sensível. Tudo o que possui matéria possui potencialidade (capacidade de assumir ou
receber uma forma diferente de si), que tende a se atualizar (assumindo ou recebendo
aquela forma).
c) Para Aristóteles, a bem da verdade, existe apenas o ser-em-ato. Isto ocorre porque o
movimento verificado no mundo material é apenas ilusório, e o que existe é sempre
imutável e imóvel.
d) Segundo Aristóteles, o ato é próprio do mundo sensível (das coisas materiais) e a potência
se encontra tão-somente no mundo inteligível, apreendido apenas com o intelecto.

26. As discussões iniciais sobre Lógica foram organizadas por Aristóteles no texto
conhecido como “Organon”, onde o filósofo sistematiza e problematiza algumas das
afirmações que tinham sido feitas pelos pré-socráticos (Parmênides, Heráclito) e por
Platão. Sobre a lógica aristotélica é incorreto afirmar:
a) Aristóteles considera que a dialética não é um procedimento seguro para o pensamento,
tendo em vista posições contrárias de debatedores, e a escolha de uma opinião contra a
outra não garante chegar à essência da coisa investigada, por isso sugere a substituição da
dialética pela lógica.
b) Entre as principais diferenças que existem entre a lógica aristotélica e a dialética platônica
estão: a primeira é um instrumento para o conhecer que antecede o exercício do
pensamento e da linguagem; a segunda é um modo de conhecer e pressupõe a aplicação
imediata do pensamento e da linguagem.
c) A lógica aristotélica é um instrumento para trabalhar os contrários, e as contradições para
superá-los e chegar ao conhecimento da essência das coisas e da realidade.
d) A lógica aristotélica sistematiza alguns princípios e procedimentos que devem ser
empregados nos raciocínios para a produção de conhecimentos universais e necessários.
e) Contemporaneamente não se pode considerar a lógica aristotélica como plenamente
formal, tendo em vista que Aristóteles não afasta por completo os conteúdos pensados,
para ficar com formas vazias (como se faz na lógica puramente formal). Embora tenha
avançado no sentido da lógica formal, se comparada com a dialética platônica, que
dependia absolutamente do conteúdo dos juízos.

27. No contexto da Filosofia Clássica, Platão e Aristóteles possuem lugar de


destaque. Suas concepções, que se opõem, mas não se excluem, são amplamente
estudadas e debatidas devido à influência que exerceram, e ainda exercem, sobre o
pensamento ocidental. Todavia é necessário salientar que o produto dos seus
pensamentos se insere em uma longa tradição filosófica que remonta a Parmênides
e Heráclito e que influenciou, direta ou indiretamente, entre outros, os racionalistas,
empiristas, Kant e Hegel.
Observando o cerne da filosofia de Platão, assinale nas opções abaixo aquela que se
identifica corretamente com suas concepções.
a) A dicotomia aristotélica (mundo sensível X mundo inteligível) se opõe radicalmente as
concepções de caráter empírico defendidas por Platão.
b) A filosofia platônica é marcada pelo materialismo e pragmatismo, afastando-se do
misticismo e de conceitos transcendentais.
c) Segundo Platão a verdade é obtida a partir da observação das coisas, por meio da
valorização do conhecimento sensível.
d) Para Platão, a realidade material e o conhecimento sensível são ilusórios.
e) As concepções platônicas negam veementemente a validade do Inatismo.

28. Nos livros II e III, Platão, através de Sócrates, discute sobre as artes no contexto
da educação dos guardiães. Já no livro X, ele trata de vários tipos de práticas
artísticas, que devem ser consideradas na cidade como um todo, não somente nas
instituições pedagógicas. Nesse último livro, Sócrates é duro ao afirmar que a poesia
(imitativa) deve ser inteiramente excluída da cidade (595a). Em que obra essa recusa
de Sócrates está registrada?
a) No diálogo “Banquete”, de Platão, em que Sócrates trata dos diversos tipos de arte.
b) No diálogo “Teeteto”, de Platão, em que Sócrates e esse personagem discutem sobre a
natureza da arte, especialmente da poesia.
c) No diálogo “Timeu”, de Platão, em que Sócrates discorre sobre o tema da arte,
reportando-se à natureza da pintura e da poesia.
d) No diálogo “Político”, de Platão, em que Sócrates apresenta a arte da política aos cidadãos
atenienses.
e) No diálogo “República”, de Platão, no qual Sócrates afirma que a poesia pode levar à
corrupção do caráter humano.

29. Leia o texto a seguir.


Para esclarecer o que seja a imitação, na relação entre poesia e o Ser, no Livro
X de A República, Platão parte da hipótese das ideias, as quais designam a unidade na
pluralidade, operada pelo pensamento. Ele toma como exemplo o carpinteiro que, por
sua arte, cria uma mesa, tendo presente a ideia de mesa, como modelo. Entretanto, o
que ele produz é a mesa e não a sua ideia. O poeta pertence à mesma categoria: cria
um mundo de mera aparência.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria das ideias de Platão, é correto
afirmar:
a) Deus é o criador último da ideia, e o artífice, enquanto co-participante da criação divina,
alcança a verdadeira causa das coisas a partir do reflexo da ideia ou do simulacro que
produz.
b) A participação das coisas às ideias permite admitir as realidades sensíveis como as causas
verdadeiras acessíveis à razão.
c) Os poetas são imitadores de simulacros e por intermédio da imitação não alcançam o
conhecimento das ideias como verdadeiras causas de todas as coisas.
d) As coisas belas se explicam por seus elementos físicos, como a cor e a figura, e na
materialidade deles encontram sua verdade: a beleza em si e por si.
e) A alma humana possui a mesma natureza das coisas sensíveis, razão pela qual se torna
capaz de conhecê-las como tais na percepção de sua aparência.

30. Platão foi um dos filósofos que mais influenciaram a cultura ocidental. Para ele,
a filosofia tem um fim prático e é capaz de resolver os grandes problemas da vida.
Considera a alma humana prisioneira do corpo, vivendo como se fosse um peregrino
em busca do caminho de casa. Para tanto, deveria transpor os limites do corpo e
contemplar o inteligível. Assinale a alternativa correta.

a) A teoria das ideias não pode ser considerada uma chave de leitura aplicável a todo
pensamento platônico.
b) Como Sócrates, Platão desenvolveu uma ética racionalista que desconsiderava a vontade
como elemento fundamental entre os motivadores da ação. Ele acreditava que o
conhecimento do bem era suficiente para motivar a conduta de acordo com essa ideia
(agir bem).
c) Platão propõe um modelo de organização política da sociedade que pode ser considerado
estamental e antidemocrático. Para ele, o governo não deveria se pautar pelo princípio da
maioria. As almas têm natureza diversa, de acordo com sua composição, isso faz com que
os homens devam ser distribuídos de acordo com essa natureza, divididos em grupos
encarregados do governo, do controle e do abastecimento da polis.
d) Platão chamava o conhecimento da verdade de doxa e o contrapõe a uma outra forma de
conhecimento (inferior) denominada episteme.
e) Para Platão, a essência das coisas é dada a partir da análise de suas causas material e
final.

31. Leia o texto a seguir.


Platão, em A República, tem como objetivo principal investigar a natureza da
justiça, inerente à alma, que, por sua vez, manifesta-se como protótipo do Estado ideal.
Os fundamentos do pensamento ético-político de Platão decorrem de uma correlação
estrutural com constituição tripartite da alma humana. Assim, concebe uma
organização social ideal que permite assegurar a justiça. Com base neste contexto, o
foco da crítica às narrativas poéticas, nos livros II e III, recai sobre a cidade e o tema
fundamental da educação dos governantes. No Livro X, na perspectiva da defesa
de seu projeto ético-político para a cidade fundamentada em um logos crítico e reflexivo
que redimensiona o papel da poesia, o foco desta crítica se desloca para o indivíduo
ressaltando a relação com a alma, compreendida em três partes separadas, segundo
Platão: a racional, a apetitiva e a irascível.
Com base no texto e na crítica de Platão ao caráter mimético das narrativas poéticas
e sua relação com a alma humana, é correto afirmar:
a) A parte racional da alma humana, considerada superior e responsável pela capacidade de
pensar, é elevada pela natureza mimética da poesia à contemplação do Bem.
b) O uso da mímesis nas narrativas poéticas para controlar e dominar a parte irascível da
alma é considerado excelente prática propedêutica na formação ética do cidadão.
c) A poesia imitativa, reconhecida como fonte de racionalidade e sabedoria, deve ser
incorporada ao Estado ideal que se pretende fundar.
d) O elemento mimético cultivado pela poesia é justamente aquele que estimula, na alma
humana, os elementos irracionais: os instintos e as paixões.
e) A reflexividade crítica presente nos elementos miméticos das narrativas poéticas
permite ao indivíduo alcançar a visão das coisas como realmente são.

32. Na Grécia Antiga, o filósofo Sócrates ficou famoso por interpelar os transeuntes
e fazer perguntas aos que se achavam conhecedores de determinado assunto. Mas
durante o diálogo, Sócrates colocava o interlocutor em situação delicada, levando-o
a reconhecer sua própria ignorância. Em virtude de sua atuação, Sócrates acabou
sendo condenado à morte sob a acusação de corromper a juventude, desobedecer às
leis da cidade e desrespeitar certos valores religiosos. Considerando essas
informações sobre a vida de Sócrates, assim como a forma pela qual seu pensamento
foi transmitido, pode-se afirmar que sua filosofia

a) transmitia conhecimentos de natureza científica.


b) baseava-se em uma contemplação passiva da realidade.
c) transmitia conhecimentos exclusivamente sob a forma escrita entre a população
ateniense.
d) ficou consagrada sob a forma de diálogos, posteriormente redigidos pelo filósofo
Platão.
e) procurava transmitir às pessoas conhecimentos de natureza mitológica.

33. “Todos os homens são mortais.


Sócrates é homem.
Logo, Sócrates é mortal.”

Sobre o silogismo em geral e, sobre este em particular, é correto afirmar que:


I - é um raciocínio indutivo, pois parte de duas premissas verdadeiras e chega a uma
conclusão também verdadeira.
II - o termo médio homem liga os extremos e, por isso, não pode estar presente na
conclusão.
III - é um raciocínio válido, porque é constituído por proposições verdadeiras, não
importando a relação de inclusão (ou de exclusão) estabelecida entre seus termos.
IV - as premissas, desde que uma delas seja universal, devem tornar necessária a
conclusão.
Marque a alternativa que contém todas as afirmações corretas.
A) II e IV
B) I e II
C) II e III
D) III e IV

34. Observe a charge e leia o texto a seguir.


Animal Político Não alimente

Fonte: LAERTE. Classificados. São Paulo: Devir, 2001. p. 25.


“É evidente, pois, que a cidade faz parte das coisas da natureza, que o homem é
naturalmente um animal político, destinado a viver em sociedade, e que aquele que, por
instinto, e não porque qualquer circunstância o inibe, deixa de fazer parte de uma cidade,
é um ser vil ou superior ao homem [...].” (ARISTÓTELES. A política. Trad. de Nestor
Silveira Chaves. Rio de Janeiro: Ediouro, 1997. p. 13.)
Com base no texto de Aristóteles e na charge, é correto afirmar:
a) O texto de Aristóteles confirma a ideia exposta pela charge de que a condição humana
de ser político é artificial e um obstáculo à liberdade individual.
b) A charge apresenta uma interpretação correta do texto de Aristóteles segundo a qual a
política é uma atividade nociva à coletividade devendo seus representantes serem
afastados do convívio social.
c) A charge aborda o ponto de vista aristotélico de que a dimensão política do homem
independe da convivência com seus semelhantes, uma vez que o homem bastasse a si
próprio.
d) A charge, fazendo alusão à afirmação aristotélica de que o homem é um animal político
por natureza, sugere uma crítica a um tipo de político que ignora a coletividade
privilegiando interesses particulares e que, por isso, deve ser evitado.
e) Tanto a charge quanto o texto de Aristóteles apresentam a idéia de que a vida em
sociedade degenera o homem, tornando-o um animal.

(UEL-2004)“Uma vez que constituição significa o mesmo que governo, e o governo é o


poder supremo em uma cidade, e o mando pode estar nas mãos de uma única pessoa, ou
de poucas pessoas, ou da maioria, nos casos em que esta única pessoa, ou as poucas
pessoas, ou a maioria, governam tendo
em vista o bem comum, estas constituições devem ser forçosamente as corretas; ao
contrário, constituem desvios os casos em que o governo é exercido com vistas ao próprio
interesse da única pessoa, ou das poucas pessoas, ou da maioria, pois ou se deve dizer que
os cidadãos não participam do governo da cidade, ou é necessário que eles realmente
participem.” (ARISTÓTELES. Política. Trad. de Mário
da Gama Kury. 3.ed. Brasília: Editora UNB, 1997. p. 91.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre as formas de governo em Aristóteles,
analise as afirmativas a seguir.
I. A democracia é uma forma de governo reta, ou seja, um governo que
prioriza o exercício do poder em benefício do interesse comum.

II. A democracia faz parte das formas degeneradas de governo, entre as quais
destacam-se a tirania e a oligarquia.
III. A democracia é uma forma de governo que desconsidera o bem de todos; antes,
porém, visa a
favorecer indevidamente os interesses dos mais pobres, reduzindo-se, desse modo, a
uma acepção demagógica.
IV. A democracia é a forma de governo mais conveniente para as cidades gregas,
justamente porque realiza o bem do Estado, que é o bem comum.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e III.
b) I e IV.
c) II e III.
d) I, II e III.

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