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Simulado 29 questões
Questão 1 (UFU) Questão 5 (UECE)
Considere o seguinte texto do filósofo Heráclito (século VI a.C.). Wolfgang Ernst Pauli (1900–1958), físico austríaco, estabeleceu o
princípio de exclusão, segundo o qual férmions, como é o caso dos
“Para as almas, morrer é transformar-se em água; para a água, elétrons, “não podem ocupar o mesmo estado quântico
morrer é transformar-se em terra. Da terra, contudo, forma-se a água simultaneamente”. Este princípio está em consonância com uma das
e da água, a alma” propriedades da matéria, conhecida pelos pré-socráticos desde os
Heráclito. Fragmentos, extraído de: MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de tempos imemoriais, denominada de
Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2000. Tradução do autor. a impenetrabilidade.
b inércia.
Em relação ao excerto acima, podemos afirmar que ele ilustra
c divisibilidade.
a a concepção heraclitiana que valoriza a importância do
movimento na descrição da realidade. d extensão
b a concepção dialética do pensamento heraclitiano, segundo a TEXTO BASE 1
qual o movimento é uma ilusão dos sentidos.
Esta ordem do mundo não a criou nenhum dos deuses, nem dos
c a concepção heraclitiana da realidade, segundo a qual a homens, mas sempre existiu e existe e há de existir: fogo sempre
multiplicidade dos fenômenos subjaz uma realidade única. vivo, que se acende com medida e com medida se extingue.
d o pensamento religioso de Heráclito, segundo o qual a morte é a Heráclito. Fragmento 30. In: Geoffrey Kirk et al. Os filósofos pré-
libertação da alma. socráticos. Trad. Carlos A. L. Fonseca. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian,
2010, p. 205 (com adaptações).
Questão 2 (UFU)
Em nós, manifesta-se sempre uma e a mesma coisa, vida e morte, Tendo como referência o fragmento de texto apresentado, do filósofo
vigília e sono, juventude e velhice. Pois a mudança de um dá o outro pré-socrático Heráclito de Éfeso, que afirmava que o fogo seria o
e reciprocamente. princípio de todas as coisas, julgue o item a seguir.
Heráclito, fragmento 88. In: BORNHEIM, G. A. (Org.). Os filósofos pré-socráticos.
São Paulo: Editora Cultrix, 1998. p. 41. Questão 6 (UnB)
Assinale a alternativa que explica o fragmento de Heráclito.
PARA RESPONDER A QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 1
a A oposição é a afirmação da força irracional que sustenta o
mundo e explica a constante mudança de tudo que existe. O fragmento de texto remete a uma ideia comum aos filósofos pré-
b A oposição dos contrários nada mais é que o equilíbrio das socráticos: evitar explicações que relacionassem os fenômenos
forças, pois no mundo tudo é uno e constante, tudo mais é naturais às vontades de deuses.
apenas ilusão. a Certa
c A mudança permite afirmar que a constância do mundo das ideias b Errada
é a única realidade, na qual as essências determinam tudo.
d A oposição é a confirmação de que a realidade é o eterno fluxo Questão 7 (UEG)
de mudanças, e da tensão dos contrários nasce a harmonia e a A filosofia, para muitos filósofos e comentadores, tem data e local de
unidade do mundo. nascimento – séc. VII a. C. – e o primeiro filósofo teria sido Tales de
Mileto (640-550 a.C.). Esse nascimento da filosofia marcou toda
Questão 3 (UEG) história do Ocidente, deixando um vasto legado de conquistas que
Alguns historiadores e pensadores consideram que a filosofia tem ainda hoje influenciam nosso modo de ser. Dentre esses legados,
data e local de nascimento. Ela teria surgido nas colônias gregas da destaca-se
Ásia Menor no séc. VII a.C. inaugurando assim o período chamado a a desconfiança nas decisões puramente racionais, exigindo que
Pré-socrático. Dentre as características desse primeiro período da os sentimentos e as paixões tivessem prioridade sobre a razão.
filosofia grega destaca-se b a visão fatalista da realidade, já que os gregos acreditavam que a
a que a filosofia em sua origem defende a tese da verdade revelada vontade humana era condicionada por determinismos sociais e
baseada em mistérios inacessíveis à razão humana. históricos.
b que a filosofia surge como cosmologia, compreensão racional da c o nascimento da filosofia enquanto fato histórico-social,
ordem cósmica e como monismo, buscando um princípio único circunscrito à realidade grega, exercendo pouca influência no
originário de todas as coisas. desenvolvimento posterior do Ocidente.
c a criação de modelos cosmogônicos e teogônicos capazes de d o pensamento operando conforme leis e princípios que permitem
oferecer uma explicação racional para a origem e as mudanças distinguir o verdadeiro do falso, além de postular que as práticas
que afetam o homem e seu mundo. humanas eram resultado da deliberação da vontade.
d que a invenção da escrita, da moeda, da política e do calendário
tornou-se obstáculo para o desenvolvimento da capacidade de Questão 8 (UPE)
abstração do homem grego. Observe o texto a seguir sobre a gênese do pensamento filosófico:
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Questão 21 (UNICENTRO)
Sobre o período Pré-socrático, assinale a alternativa CORRETA.
a Os primeiros pré-socráticos, como Tales de Mileto, Anaxímenes e
Platão, são conhecidos como “monistas”, porque identificam
apenas um elemento constitutivo de todas as coisas.
b Para Heráclito, o ser é o múltiplo, não apenas no sentido de que
há uma multiplicidade de coisas, mas por estar constituído de
oposições internas. Para ele, o dinamismo de todas as coisas pode
ser explicado pelo fogo primordial, expressão visível da instabilidade,
símbolo da eterna agitação do devir.
c Para o filósofo Anaximandro, o princípio constitutivo de todas as
coisas é um ser eterno, suprassensível e imutável, ao qual ele
nomeia de Noûs.
d Demócrito é o precursor da matemática, atribui aos números a
máxima perfeição original.
e Os primeiros filósofos foram chamados de pré-socráticos devido a
uma classificação posterior da filosofia, que tinha como referência
a figura de Sócrates. Todavia, nem todos os pensadores pré-
socráticos viveram antes de Sócrates, a exemplo de Péricles, que foi
contemporâneo ao pai da filosofia.
Questão 22 (UnB)
PARA RESPONDER A QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 1
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Questão 24 (UCS) [45] A ciência, ao menos para mim, começa com uma ligação
espiritual com
Uma proposta sobre ciência e espiritualidade a natureza, usando o intelecto como ponte entre essa ligação e a
Marcelo Gleiser busca
pelo conhecimento. Unindo a atração espiritual pelo desconhecido e
Foi o poeta romano Lucrécio, escrevendo em torno de 50 a.C., que o poder
famosamente deu voz à ciência como meio de emancipação pessoal do intelecto, a ciência manifesta de forma única a imersão do homem
(de na
liberação de superstições que só fazem despertar o medo e a realidade que o cerca.
escravidão Fonte: Folha de S. Paulo, 7 set. 14. Disponível em: . Acesso em: 22 mar. 16.
do intelecto humano): nem mesmo o brilho do Sol, a radiação que (Adaptado.)
sustenta
[5] o dia, pode dispersar o terror que reside na mente das pessoas. Segundo o texto, é correto afirmar que
Apenas
a Lucrécio se refere ao terror na mente das pessoas como o medo
a compreensão das várias manifestações naturais e de seus
do conhecimento.
mecanismos
internos tem o poder de derrotar esse medo. b o medo que as pessoas têm, segundo Lucrécio, poderia ser
Já 400 anos antes, a maior influência intelectual de Lucrécio, o derrotado pela radiação solar.
filósofo c a emancipação pela ciência se dá pela compreensão de que o
Demócrito, escrevia que a compreensão da estrutura racional do homem é escravo de seu intelecto.
mundo era d o caminho para ser feliz, para Demócrito, passa pela
[10] o único caminho para a felicidade, para o encontro com a graça. compreensão racional do mundo.
Demócrito e Gleiser concorda que razão e transcendência são inconciliáveis.
era conhecido como o “Filósofo Sorridente”; seu sorriso, aqui,
representando Questão 25 (UFU)
a graça que atribuímos aos santos e aos iluminados. Será que a
Em seu poema, Parmênides argumenta em favor do que parecem ser
razão pode
três ―viasǁ ou ―caminhosǁ de investigação. Deles, considerou
levar à transcendência?
apenas um absolutamente verdadeiro; outro, totalmente falso, e um
Para a maioria das pessoas, a proposta é impossível; razão é o
terceiro, verossímil.
oposto
[15] de graça ou de transcendência, visto que seu uso baseia-se na
Sobre a filosofia de Parmênides, assinale a alternativa INCORRETA.
aderência
a regras rígidas e a um ceticismo inabalável. Como que o a O ser é a única coisa pensável e exprimível. Pensar é ser e o
pensamento não-ser é absolutamente impensável.
analítico pode ter essa maleabilidade, esse impacto emocional e, b O ser de Parmênides possui sentido unívoco, isto é, assume, em
mais ainda, sua formulação, o princípio da não contradição.
espiritual? c O ser é ingênito, incorruptível, não tem passado nem futuro, é
Primeiro, precisamos eliminar a relação entre a espiritualidade e o agora, imutável e imóvel.
[20] espírito enquanto manifestação sobrenatural. O ponto de partida d O ser pode ser e não ser ao mesmo tempo em situações
aqui é que específicas, como no caso de manifestar-se fisicamente, em
existe apenas a matéria. Em toda a sua incrível complexidade, de dimensão humana.
elétrons
a proteínas, de borboletas a estrelas, a matéria mantém um vínculo Questão 26 (UPE)
apenas Considere o texto a seguir:
com as forças físicas que agem sobre os seus constituintes.
Não há dúvida de que compreendemos muito dessas Sobre a Filosofia na História
manifestações, A filosofia é o resultado de uma subida lenta, laboriosa conquista da
[25] e é a isso que se refere Lucrécio quando escreve sobre “a
humanidade, que constitui a história da filosofia. Esta, pois, é a
compreensão exposição objetiva, cronológica, metódica e crítica dos principais
das várias manifestações naturais e de seus mecanismos internos”. sistemas filosóficos, que apareceram ao longo da história da
Este é
humanidade. Entretanto, a história da filosofia se distingue da filosofia
o objetivo central das ciências físicas, a identificação dessas propriamente dita. Com efeito, a primeira abrange todo sistema
manifestações filosófico, falso ou verdadeiro.
naturais e de seus mecanismos internos.
Porém, não há dúvida, também, de que pouco sabemos do mundo,
PANDOVANI, Umberto e CASTAGNOLA, Luís. História da Filosofia. São Paulo:
de
Melhoramentos, 1993, p. 59.
[30] que estamos cercados por questões de uma complexidade que
nem temos
como aferir. É CORRETO afirmar que, na tradição histórica da filosofia,
Mas quando falamos do mundo, desconhecido não significa divino, a o período Pré-Socrático enfatiza a revelação divina.
tampouco sobrenatural. Desconhecido significa que temos um b a exposição existencialista sobre a natureza caracteriza o período
desafio pela Pré-Socrático.
frente, que só pode ser encarado se nos dedicarmos ao seu estudo. c o período Pré-Socrático dá enfoque ao valor metódico de
E como perseguir a unidade do homem.
[35] se dá isso? Através dos métodos racionais da ciência, que
implicam uma d o problema cosmológico é a principal preocupação do período
Pré-Socrático.
devoção intelectual e espiritual, como Einstein havia já percebido.
Espiritualidade é uma ligação com algo maior do que nós, que nos e o período Pré-Socrático menospreza por completo a tradição
seduz de forma incontrolável, que cria um querer penetrar sempre científica.
mais
profundamente nos mistérios que nos cercam, o que se impõe como
[40] urgência.
Essa espiritualidade natural, como eu a chamo, não é uma forma de
misticismo. Misticismo pressupõe que o conhecimento que é
inacessível ao
intelecto possa ser obtido através da contemplação, ou de uma união
com
o divino.
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