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PROJETO VITÓRIA

Ensino Médio

Princípios Filosóficos

Aluno:______________________________________
Turma:_____
SUMÁRIO
Professor:______________________
ÍNDICE

Introdução - O que é Filosofia?................................................................................01


O que não é Filosofia? Utilidade da Filosofia ..........................................................02
Exercícios 1 .............................................................................................................05
A palavra Filosofia/ Mito e Filosofia .........................................................................06
Política, Amor e Ódio ...............................................................................................07
Política é politicagem? ............................................................................................08
O Analfabeto Político/Exercícios 2 ...........................................................................09
Liberdade .................................................................................................................10
Neoliberalismo, Globalização e Democracia ...........................................................11
Democracia/Exercícios 3 .........................................................................................13
Referências Bibliográficas .......................................................................................15
Introdução:

Cada pessoa, em algum momento de sua vida, ou em todos, pergunta a si próprio: Como
será o mundo no futuro? Em prazos curtos ou longos, todos imaginam. A injustiça social existirá
eternamente? A natureza será esmagada pelo homem? E será que o homem tem uma natureza
esmagadora? Saídos do colo de nossos pais, para o colo da cultura, abraçamos um mundo de
dúvidas, espantos e admirações. Temos muito o que perguntar sobre: a alegria, a tristeza, a
saudade, a beleza, a feiura, a vaidade, a mídia, a Internet, a aids, o sexo, o namoro, a
prostituição, o casamento, o amor, a amizade, as drogas, o real, a profissão, a política, a
violência, a música, a moda... Filosofar é, de certa forma, aproximar-se desta postura, de seguir
perguntando. É investigar deixando de lado o medo, a arrogância e o preconceito. É estar pronto
para enfrentar um debate rico e respeitoso sobre nossas vidas, sobre coisas muito importantes.
Coisas que, por engano, achamos não ter importância alguma, que podem estar tão próximas e
às vezes parecem tão distantes.
Estas e outras questões, vamos conversar, ler e escrever no decorrer do ano, procurando
conhecer um pouco o filosofar. Evidentemente não pretendemos estudar os 26 séculos de história
da Filosofia, mas apenas espiar alguns momentos importantes para nossas reflexões no
presente.
A disciplina que durante anos esteve impedida, agora pede licença para ocupar seu
espaço de aula, convidando a todos para uma viagem intelectual, cujo passaporte é a
curiosidade. Na bagagem, apenas o necessário: análise, reflexão e crítica. Vamos filosofar?

O que é Filosofia?

Afinal de contas, o que é


Filosofia? O que é ter uma visão
filosófica? Quantas filosofias existem?
Somos todos filósofos, ou somente os
“estranhos” são? Precisamos realmente
de filosofias? Qual a utilidade de seu
estudo?
Existem várias definições para a
filosofia, tão variadas quanto o número de
filósofos. Grandes pensadores marcaram
épocas, trabalhando conhecimentos
naturais e históricos, fundando e
destruindo conceitos, pela fala e pela
escrita. Uma definição clássica, bastante
aceita no decorrer dos séculos, é do filósofo grego Platão. Em sua obra Eutidemo, encontramos
Filosofia como o uso do saber, o mais válido e mais amplo possível, em proveito do homem.
Hoje, o filósofo, vivo ou morto, encontra-se em livros, também publicados em CDs. Para ver um,
teremos que lê-lo. Para ser um, teremos que escrevê-lo. De modo geral a filosofia está em toda a
parte. Desde que o pensamento reflexivo se faz presente, o ser humano filosofa. No entanto,
saber o que é filosofia lendo o que foi escrito e escrevendo o que ainda não foi, é o caminho mais
especial, seguro e verdadeiro para a questão.
Um filósofo italiano do século XX, Antônio Gramsci, escreveu-nos sobre a impossibilidade
da existência de um homem que não filosofa, lembrando que não existe homem sem
pensamento. Porém, acerca do homem “filósofo profissional”, conclui:

“...não só ‘pensa’ com maior rigor lógico, com maior coerência, com maior espírito de sistema do
que os outros homens, mas conhece toda a história do pensamento, sabe explicar o

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desenvolvimento que o pensamento teve até ele e é capaz de retomar os problemas a partir do
ponto em que se encontram, depois de terem sofrido as mais variadas tentativas de solução.”

Podemos afirmar que filosofar é ler e escrever...


• Exercendo a liberdade da reflexão.
• Utilizando de análise e crítica.
• Decidindo não aceitar o óbvio
imediatamente.
• Olhando o mundo de longe.
• Encarando no cotidiano as ideias e as
coisas.
• Pensando conceitos e fatos.
• Afirmando e negando.
• Investigando e compreendendo.

O que não é Filosofia?

Filosofia não é religião, política e ciência. Porém, todas tiveram seu momento filosófico
inaugural, e sustentam-se em ideias e regras específicas, fundamentadas em filosofias. Hoje, a
Filosofia “visita” estas áreas, analisando, refletindo e criticando. A mais visitada é a ciência, que
somente no século XVII separou-se da Filosofia, e desde então caminha em seus campos
particulares, como a Sociologia, a Química, a Biologia, a Psicologia etc. Todas as áreas sustentam
e desenvolvem seus conhecimentos específicos, e a Filosofia “fica de olho”.
Assim, por exemplo, o médico e o biólogo, tratando de seus assuntos, fazem juízos de
realidade. O filósofo faz juízo de valor. Uma célula cancerígena ou um buraco na camada de ozônio,
exigem estudos que identificam reais consequências no organismo vivo. A Filosofia, tratando da
Medicina e da Biologia, pode pensar acerca da eutanásia (morte concedida àqueles que se
encontram acometidos por doenças incuráveis), da felicidade, e da ética na tecnologia.
O objetivo da Filosofia é formar um todo, coerente e lógico, daquilo que aparece fragmentado
em nossa experiência cotidiana. Ela amplia e relaciona os “pedaços” do conhecimento dominado
por especialistas (padres, cientistas e políticos), procurando respostas para além da fé, das teorias
e dos preconceitos.

Utilidade da Filosofia:
Sua utilidade é muito questionada. Qual o resultado do olhar filosófico? Para que serve o
ensino de Filosofia hoje, se a ciência caminha sozinha? Responder estas questões, é filosofar
acerca do útil. É pensar a utilidade e suas relações. Refletir as diversas ocasiões em que a
utilidade faltou ou sobrou.
Deixemos que a filósofa brasileira, Marilena Chauí, nos ajuda a discutir o útil e a filosofia, com
este texto simples e inteligente.

Inútil? Útil?
O primeiro ensinamento filosófico é perguntar: O que é o útil? Para que e para quem algo
é útil? O que é o inútil? Para que e para quem algo é inútil?
O senso comum de nossa sociedade considera útil o que dá prestígio, poder, fama e riqueza.
Julga o útil pelos resultados visíveis das coisas e das ações, identificando utilidade e a famosa
expressão “levar vantagem em tudo”. Desse ponto de vista, a Filosofia é inteiramente inútil e
defende o direito de ser inútil.
Não poderíamos, porém, definir o útil de outra maneira?
Platão definia a Filosofia como um saber verdadeiro que deve ser usado em benefício dos seres
humanos.
Descartes dizia que a Filosofia é o estudo da sabedoria, conhecimento perfeito de todas as coisas

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que os humanos podem alcançar para uso da vida, a conservação da saúde e a invenção das
técnicas e das artes.
Kant afirmou que a Filosofia é o conhecimento que a razão adquire de si mesma para saber o que
pode conhecer e o que pode fazer, tendo como finalidade a felicidade humana.
Marx declarou que a Filosofia havia passado muito tempo apenas contemplando o mundo e que
se tratava, agora, de conhecê-lo para transformá-lo, transformação que traria justiça, abundância
e felicidade para todos.
Merleau-Ponty escreveu que a Filosofia é um despertar para ver e mudar o nosso mundo.
Espinosa afirmou que a Filosofia é um caminho árduo e difícil, mas que pode ser percorrido por
todos, se desejarem a liberdade e a felicidade.
Qual seria, então, a utilidade da Filosofia? Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos do
senso comum for útil; se não se deixar guiar pela submissão às ideias dominantes e aos poderes
estabelecidos for útil; se buscar compreender a significação do mundo, da cultura, da história for
útil; se conhecer o sentido das criações humanas nas artes, nas ciências e na política for útil; se
der a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para serem conscientes de si e de suas
ações numa prática que deseja a liberdade a felicidade para todos for útil, então podemos dizer
que a Filosofia é o mais útil de todos os saberes de que os seres humanos são capazes.
(CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. 5. ed. São Paulo: Ática, 1995. p.18.)

EXERCÍCIOS 1:

1 –De acordo com os estudos realizados, escreva o que é Filosofia.


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2 – Descreva como a Filosofia se relaciona com o conhecimento científico.


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3 - Onde está a utilidade da Filosofia para Marilena Chauí? Relate sobre o útil e o inútil na
sociedade.
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4 - Registre alguma situação que faz parte do seu cotidiano, e depois tente adotar uma atitude
filosófica diante dela.
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Realismo
Concepção filosófica em que a existência do mundo exterior é evidente por si
mesma. Esta existência é distinta do sujeito que conhece o objeto em sua
essência.
Idealismo
Concepção filosófica que entende o intelecto como conhecimento de nossas
próprias ideias. A realidade em si é a representação da ideia.

A palavra Filosofia
PHILO = amizade
SOPHIA = sabedoria
“... a sabedoria pertence aos deuses , mas os homens podem desejá-la, tornando-se filósofos’” (
Pitágoras - Sc Va.C. )
... O filósofo é movido pelo desejo de observar, contemplar, julgar e avaliar pelo desejo de saber

A filosofia é grega
busca de um conhecimento racional, lógico e sistemático da realidade natural e humana;
busca da origem e causas do mundo e suas transformações;
busca da origem e causas das ações humanas;
busca da origem do próprio pensamento

Mito e Filosofia

O que é um Mito?
Narrativa sobre a origem de alguma coisa.
Origem da palavra MITO: do grego MYTHOS =mytheyo(narrar) +mytheo
(designar)VERDADE= - poeta - enviado dos deuses- revelação divina

Como o mito narra a origem do mundo e de tudo o que nele existe?


1º) decorrência de relações sexuais entre forças divinas pessoais
2º) Por rivalidade ou uma aliança entre os deuses que faz surgir alguma coisa no mundo
3º) Por recompensas ou castigos que os deuses dão a quem os desobedece ou a quem os
obedece. GENEALOGIAS: Cosmogonias:Gonia (nascimento)+Cosmos (mundo organizado)
eteogonias: Gonia + Theos (seres divinos)“A FILOSOFIA, percebendo as contradições e limitações
dos mitos, foi reformulando e racionalizando as narrativas míticas, transformando-as numa outra
coisa, numa explicação nova e diferente”. (M. Chauí)

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Fonte: https://www.slideshare.net/CarlaBrigida/mito-e-filosofia-63035189

Mitos de Hoje
Assim como a Filosofia, o mito tem o objetivo de explicação da vida, dos fenômenos naturais
e humanos. A diferença é que no mito as contradições e irracionalidades fundamentam a
argumentação, e na Filosofia as contradições e os mistérios são afastados pelo uso da razão. O
mito justifica-se nas crenças, e a Filosofia fundamenta-se na razão. O exemplo do “boitatá” é
apenas um caso, não muito atual, de como o pensamento mítico se manifesta na sabedoria popular,
representando o lendário e irreal, a ficção e a mentira. Explicações míticas são utilizadas em
ambientes lúdicos e educativos, para crianças no despertar da imaginação, para o entretenimento
dos adultos e, como veremos adiante estudando ideologia, na manutenção do preconceito e da
opressão.

Política, Amor e Ódio


Estudando ética e moral, entendemos que o amor é um vivo desejo, uma inclinação oposta
ao egoísmo, direcionada a pessoas e objetos considerados bons. Lembremos que Platão, em O
Banquete, conceituou o poderoso amor como uma “aspiração em geral na direção das coisas boas
e na direção da felicidade...” Na Ética, de Spinoza, encontramos o amor descrito como a “Alegria
acompanhada pela ideia de uma causa exterior, [...] quem ama se esforça necessariamente por ter
presente e conservar a coisa que ama.” Sobre o ódio, o mesmo filósofo define: “Tristeza que
acompanha a Ideia de uma causa exterior [...] aquele que odeia se esforça por afastar e destruir a
coisa da qual ele tem ódio.” E a política? Devemos amá-la ou odiá-la? Uma frase muito
interessante, cujo autor desconhecemos, nos responde com sabedoria: “a infelicidade dos que
odeiam a política é serem governados pelos que a amam”.
Geralmente quem divulga seu ódio pela política – e não são poucos – demonstram, além
de uma grande insatisfação, uma completa incompreensão acerca dos fenômenos políticos que
atuam em nosso cotidiano. Desconhecem seus próprios potenciais transformadores, e por
omissão colaboram com a manutenção daquilo que tanto reprovam: injustiça, corrupção,
desigualdade etc. Este pensamento, equivocado e tendente ao conformismo, resume a política
nos espaços onde transitam senadores, deputados, vereadores, prefeitos, governadores e
presidentes. Por isso, é comum odiarem a política quando se odeiam as atitudes de
parlamentares e chefes do executivo, dividindo erroneamente a sociedade em políticos e não
políticos. O grande poeta Alemão, Bertold Brecht (xxxx-14/08/1956), escreveu “o analfabeto
político” e criticou os não participantes dos “acontecimentos políticos”, só que não resumiu esta
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participação no voto. Apenas, o poeta quis destacar um ódio ignorante, favorecedor das causas
do próprio ódio.
Não devemos odiar a política, afastando-nos – até porque qualquer afastamento é ilusório
sob o risco de tornarmo-nos espectadores de acontecimentos quase sempre cruéis e injustos,
onde o destino de toda humanidade é traçado. Devemos, ao contrário, transformarmos este ódio
em força crítica e participativa, nos colocando como atores políticos, amantes e contribuintes da
justiça. Muitos são os motivos para se amar a política, como sinônimo de amor à vida. Basta
analisar e refletir sobre a situação social de hoje, no mundo e no Brasil.
No Brasil, o contraste entre riqueza e pobreza é uma reprodução do que ocorre nos países
mais pobres do mundo. Campeão da concentração da renda em poucas mãos, o Estado
brasileiro “distribui” a mais da metade de sua população: doenças, ausência de moradia,
educação insuficiente (somos uma nação de analfabetos), insegurança e muito desemprego.
Segundo estudos da economista Sonia Rocha, do IPEA, órgão do governo federal, os 50% mais
pobres do país detêm cerca de 13% da renda nacional, parcela equivalente ao que os 1% mais
ricos detêm. Em 1997, antes mesmo do país mergulhar na crise financeira, contavam-se 51,84
milhões de pessoas vivendo na pobreza absoluta.
Nossa lei maior, a Constituição Federal promulgada em 1988, destaca a igualdade social
como objetivo da República. Vejamos um de seus artigos:

“Art. 3º. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:


I - Construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - Garantir o desenvolvimento nacional;
III - Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - Promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.”

Esses objetivos fundamentais da República não podem se eternizar em formal promessa,


pois constituem obrigações de resultado. Afinal, poder público e sociedade, conseguem – ou
conseguirão – alcançar estes objetivos e torná-los verdades de fato, e não apenas de direito? A
resposta para esta questão está na política. Neste país, em que vivem milhões de analfabetos e
miseráveis, onde a política é incompreendida e a democracia ilusoriamente conquistada e
mantida, avistamos milhões de motivos para o amor e a conquista. Devemos amar a política,
assim como amamos a esperança em dias melhores, para todos. E será possível “para todos”?
Se não for possível, não será novidade. Se for, em que condições se dará?

Política é politicagem?
Fazendo esta pergunta a diversas pessoas, teremos inúmeras respostas, uma bem
diferente da outra. Perguntamos para uma professora da Universidade Nacional de Brasília,
localizada na cidade mais comentada nos assuntos políticos brasileiros, e ela lucidamente nos
respondeu:

Política não é politicagem


"Os jovens vêm se distanciando da política porque a confundem com os políticos ou com
aquilo que alguns chamam de "politicagem". Se os eleitores escolhem mal ou preferem se omitir,
então os políticos certamente não terão as qualidades e o comportamento que idealmente se
esperaria deles. Já a ‘politicagem’ é uma forma de expressão da pequenez do jogo de interesses
humanos e pode ocorrer em qualquer situação, inclusive fora das instituições políticas.
Na realidade, a política é o conjunto de procedimentos e de instituições por meio dos quais é
possível solucionar pacificamente conflitos que envolvem interesses coletivos. Todos que
defendem o benefício coletivo frente aos interesses particulares devem refletir cuidadosamente
sobre o significado da política. E participar, pois só assim poderão utilizá-la como instrumento na
construção de um mundo melhor." Maria das Graças Rua – professora da UNB

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O Analfabeto Político

“O pior a analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, não participa dos
acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha,
do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão
burro que se orgulha e estufa o peito, dizendo que odeia política. Não sabe o imbecil que da sua
ignorância política nascem a prostituta, o menor abandonado, o assaltante e o pior de todos os
bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto. E lacaio das empresas nacionais e
multinacionais.” Bertolt Brecht.

EXERCÍCIOS 2:
1- Cite três características do analfabeto político.

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2- “Política é a atividade desempenhada pelo cidadão quando exerce seus direitos em assuntos
públicos através da sua opinião e do seu voto.” Escreva um comentário com no mínimo
cinco linhas com o tema “Política, Amor e Ódio”
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3- “A política busca um consenso para a convivência pacífica em comunidade. Por isso, ela é
necessária porque vivemos em sociedade e porque nem todos os seus membros pensam
igual” Registre qual a mensagem do texto “O Analfabeto Político”
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Liberdade

A democracia deve assegurar liberdade a seus


cidadãos. Liberdade política, de organização e de
trabalho são aspectos frequentemente lembrados da
vida democrática. Platão adverte que o Estado (ele usa
a palavra cidade) democrático, corre o risco de,
embriagado pela ânsia de liberdade, erigir governantes
sempre mais frouxos, que não tenham coragem ou
princípios para conter o relaxamento crescente. Afirma
que na democracia o mesmo espírito anárquico
penetra os domicílios privados: "o pai se acostuma a igualar-se com os filhos e a temê-los, e os
filhos a igualar-se com os pais e não lhes ter respeito nem temor algum... Jovens e velhos, todos
se equiparam; os rapazes rivalizam com seus maiores em palavras e ações; e estes condescendem
com eles, mostrando-se cheios de bom humor e jocosidade, para imitá-los e não parecerem
casmurros e autoritários".
Fala ainda da igualdade dos sexos, da confusão entre cidadãos e estrangeiros, e termina com
uma frase antológica: "as cadelas valem tanto quanto as suas donas, e os cavalos e os asnos
andam às soltas, como importantes personagens, empurrando pelos caminhos a quem não lhes
cede o passo; e por toda a parte se vê a mesma pletora de liberdade".
Embora Platão tenha escrito em sentido simbólico, não se pode deixar de pensar nos inúmeros
institutos de beleza canina espalhados pelas cidades contemporâneas, ao lado de milhões de
pessoas que não têm o que comer. É nas profundezas de cada coração e no recôndito das
consciências que nasce a verdadeira restauração da ordem política.
"Quando numa cidade são honrados a riqueza e os ricos, a virtude e os virtuosos tornam-se alvo
de desdém".
Considerando a cadeia inquebrantável dos acontecimentos naturais, é possível dizer que a
liberdade é nada menos que uma ilusão” (Immanuel Kant, Crítica da Razão Pura)
Diz Aristóteles que é livre aquele que tem em si mesmo o princípio para agir ou não agir, isto
é, aquele que causa interna de sua ação ou da decisão de agir ou não agir. A liberdade é concebida
como o poder pleno e incondicional da vontade para determinar a si mesma ou para ser
autodeterminada. É pensada, também como a ausência de constrangimentos externos e internos,
isto é, como uma capacidade que não encontra obstáculos para se realizar, nem é forçada por
coisa alguma para agir. Trata-se da espontaneidade plena do agente, que dá a si mesmo os motivos
e os fins de sua ação, sem ser constrangido ou forçado por nada e por ninguém. Assim, na
concepção aristotélica, a liberdade é o princípio para escolher entre alternativas possíveis,
realizando-se como decisão e ato voluntário. Contrariamente ao necessário ou à necessidade, sob
a qual o a gente sofre a ação de uma causa externa que o obriga a agir sempre de uma determinada
maneira, no ato voluntário livre o agente é causa de si, isto é, causa integral de sua ação. Sem
dúvida, poder-se-ia dizer que a vontade livre é determinada pela razão ou pela inteligência e, nesse
caso, seria preciso admitir que não é causa de si ou incondicionada, mas que é causada pelo
raciocínio ou pelo pensamento.
No âmbito das experiências cotidianas, o conceito de liberdade tem sido entendido como:
possibilidade de autodeterminação; possibilidade de escolha; ato voluntário; espontaneidade;
ausência de interferência; .... outras. Desde cedo, o homem se habitua a conceber todas as coisas
sob a forma de oposição expressa no sim e no não: movimentos à direita e à esquerda; desejo e
aversão; afirmação e negação; semelhança e diferença. A noção de diversidade sob a forma de
alternativa dos contrários, é o primeiro elemento constitutivo da ideia de liberdade. Porque o ser
humano é capaz de raciocinar, compreender, julgar e discernir, o homem é também capaz de
perceber a diversidade, a pluralidade, a alternativa de contrários e se posicionar fazendo escolhas
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e opções livres. Porque o ser humano não apenas faz o que quer, mas, acima de tudo, pode efetivar
a realização de metas e fins estabelecidos, caracteriza-se como um ser livre. Livre porque possui,
em determinado grau e medida, possibilidades objetivas de concretizar escolhas motivadas. Porque
o ser humano, como ser racional, tem poder de escolha, capacidade de autodeterminação ou auto
causalidade, orienta e organiza suas ações de forma autônoma e independente: jamais realiza
qualquer atividade sem prévio acordo interior, o que expressa sua independência e sua condição
de homem livre.
Porque o ser humano pode agir independentemente de coações exteriores, bem como de
determinação interior, ele se caracteriza como um ser livre. Essas afirmações conduzem a um tema
correlato ao da liberdade: o livre-arbítrio. O homem tem capacidade de discernimento, o que lhe
possibilita fazer escolhas voluntárias, autônomas e independentes de qualquer pressão interna ou
externa. A noção de livre-arbítrio foi objeto de debates calorosos durante parte da Idade Média e
nos séculos XVI e XVII, especialmente ao suscitar a questão da declarada incompatibilidade entre
a onipotência divina e a liberdade humana

Neoliberalismo, Globalização e Democracia


O liberalismo fundamentou a expansão da economia capitalista, que trouxe um
desenvolvimento ímpar em toda a história. Matematicamente pensando, antes da Revolução
Industrial, a ciência desenvolveu-se aritmeticamente (1,2,3,4,5,6...). A partir da Revolução, o ritmo
foi geométrico (2,4,8,16,32,64...). Em praticamente 200 anos, superamos toda a técnica
desenvolvida em mais de 3.000 anos. Verdadeiras maravilhas foram criadas, marcando
decisivamente como tecnológica nossa civilização.
Conhecemos o telefone, o rádio, a fotografia, o cinema, a
televisão, o computador, a Internet, o fax, o forno de
microondas, a cura de muitas doenças, satélites, ônibus
espaciais etc. Muitas coisas, hoje consideradas normais
e simples em nosso cotidiano, eram temas de ficção
científica. Assim como hoje, também muitas coisas
consideradas ficção científica poderão, em um futuro não
muito distante, ser pura realidade. No passado, era ficção
a imagem de um robô. Hoje, temos um número variado
deles, desempenhando funções humanas,
principalmente na linha de montagem industrial. E no
presente, é ficção falar em igualdade social?
Diante dos inúmeros problemas ocasionados pela
lógica capitalista, o maior deles é a desigualdade social.
Desde que o capitalismo se tornou o modo produção
dominante em todo o mundo, a concentração de renda em poucas mãos e a proliferação da miséria
tem aumentado vertiginosamente. Em apenas uma dúzia de países bem-sucedidos o capitalismo
obteve sucesso, levando em conta o bom nível de vida de seus operários. Os demais países, entre
eles o Brasil, sofrem um processo crescente de injustiças sociais, agravado por um novo impulso
do capitalismo: o neoliberalismo.

Neoliberalismo
Antes do neoliberalismo, o Estado, no início do século XX, começou a adquirir um caráter
intervencionista, chamado de Estado de Bem-estar Social. Este intervencionismo configurou-se em
ações controladoras no campo econômico e social, e deflagrou um processo de prosperidade

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econômica a partir da Segunda Guerra Mundial. Sobretudo nos EUA e na Inglaterra, fruto deste
caráter intervencionista do Estado, surgem programas de empréstimos a empresas, e políticas
assistenciais responsáveis por melhores condições de vida e trabalho dos operários. Portanto, o
Estado capitalista, contrariando as aspirações liberais, entre elas, a nítida separação entre Estado
e sociedade civil, provoca uma reação liberal, um novo liberalismo.
O chamado neoliberalismo resultou do encontro de duas correntes do pensamento
econômico: a Escola Austríaca e a Escola de Chicago. O principal representante da primeira foi
Leopold von Wiese, que na década de 40 prosseguiu com Friedrich von Heyek, autor de "O
Caminho da Servidão" (1944), considerado a “Bíblia” do neoliberalismo. A Segunda, Escola de
Chicago, foi fundada pelo prof. Milton Friedman, e combateu especialmente a política do Presidente
Roosevelt (New Deal), dos EUA. Os neoliberais consideram o mercado autossuficiente e
autorregulado, e qualquer tipo intervenção estatal contraria suas leis próprias, levando a crise do
capitalismo. Para eles o poder do mercado é ilimitado e o poder do Estado deve ser, ao contrário,
limitado.
As políticas do Estado de Bem-estar Social, orientadas principalmente por sociais-
democratas, orientavam-se na distribuição de renda, baseada nas Leis do Serviço Nacional de
Saúde, da Educação e do Seguro Nacional. O Partido Trabalhista inglês, adotando estas políticas,
venceu as eleições de 1945. Os neoliberais, criticaram radicalmente estas políticas, chegando a
compará-las aos princípios do nazismo. Contra qualquer interferência do Estado no mercado, os
neoliberais atribuíram às conquistas sindicais a culpa pela adulteração da dinâmica natural dos
preços dos produtos e do valor dos salários. Porém, as teses neoliberais só ultrapassaram os limites
da academia a partir da década de setenta, quando a grande crise do petróleo provocou uma
grande onda inflacionária. O neoliberalismo focalizou as causas da crise mundial nas políticas do
Estado de Bem-estar Social. Com isto, inicia-se um processo de desmonte do Estado, com a
diminuição dos impostos, a privatização das estatais, e as demissões de seus funcionários. A
Inglaterra, com a Sra. Margaret Tatcher, foi o primeiro país do ocidente a empregar os princípios
neoliberais. Ela aprovou leis que limitaram as atividades sindicais e que diminuíram os impostos
sobre as grandes fortunas, além disto privatizou diversas empresas estatais, diminuindo a função
pública do Estado. Nos EUA, o presidente Ronald Reagan foi o precursor, e no Brasil o
neoliberalismo começou com Fernando Collor de Melo. Hoje, a ordem econômica que impera na
esmagadora maioria dos países é o neoliberalismo.

Globalização
Chamamos de global uma visão total, integral. Decorrente desta palavra, globalização é
uma denominação nova, que procura identificar o atual estágio do capitalismo: a mundialização da
economia e da cultura. Porém, esta nova palavra, diz respeito a um processo nem tão novo assim.
Na verdade, diz respeito a um novo e mais forte estágio de globalização. Na história, ocorreram
diversas globalizações, como a constituição do Império Romano, que através de um forte poderio
militar e político, se mantiveram no poder durante seiscentos anos (de 300 a.C. a 300 d.C.).
Podemos ainda destacar os séculos XIV e XV, período das grandes navegações e descobertas de
novos continentes. Também no séc. XIX, após as Guerras napoleônicas, quando ocorreram a
colonização europeia da África e da Ásia, uma nova globalização se fez presente. No séc XX, após
a II Guerra Mundial, quando o mundo é dividido (EUA X URSS) e passa a vigorar a guerra fria. E
mais recentemente, a partir da década de 80, quando os EUA passam a ocupar sozinho a posição
de potência mundial, cujo marco simbólico foi a derrubada do Muro de Berlim. O período atual de
globalização, muito mais “globalizado” que os anteriores, está caracterizado pela acumulação
capitalista financeira, que tem na liderança o império americano. A vida social, regida por um capital

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sem fronteiras, comporta um cotidiano padronizado internacionalmente, expresso na música, na
roupa, nos meios de comunicações, nas relações de trabalho, na política etc.

Por se caracterizar como um fenômeno de caráter mundial, muitos


autores preferem utilizar o termo mundialização.

Democracia
É prudente que, ao falarmos em democracia, façamos algumas considerações acerca de
dois polos diferentes: o formal e o substancial. Esta diferenciação tomamos emprestado do italiano
Norberto Bobbio (ver texto complementar), filósofo
contemporâneo, que identifica um antagonismo entre
liberalismo e democracia substancial.
De acordo com os princípios neoliberais, são
demagogos os regimes políticos que defendem a
igualdade social, pois a desigualdade é da natureza
humana, e qualquer tentativa de superação desta é pura
demagogia. Também, de acordo com o neoliberalismo,
são injustos estes regimes, porque favorecem o capaz e o incapaz. Um pensamento assim, é
incompatível com a democracia, sobretudo àquela em que as igualdades social, política e
econômica, são os objetivos substanciais.

A fragilidade da democracia
A construção da democracia é uma tarefa difícil, devido à incompletude essencial da
democracia. Não havendo modelos a seguir, a democracia se autoproduz no seu percurso, e a
árdua tarefa em que todos se empenham está sujeita aos riscos dos enganos e dos desvios. Por
isso, a democracia é frágil e não há como evitar o que faz parte da sua própria natureza. O principal
risco é a emergência do totalitarismo, representado nos grupos que sucumbem à sedução do
absoluto desejam restabelecer a “ordem” e a hierarquia. A condição do fortalecimento da
democracia encontra-se na politização das pessoas, que devem deixar o hábito (ou vício? ) da
cidadania passiva, do individualismo, para se tornarem mais participantes e conscientes da coisa
pública.
EXERCÍCIOS 3
1- De acordo com as nossas discussões em aula, elabore uma síntese
sobre a fragilidade da democracia no contexto atual.
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2- Cite três características do Neoliberalismo, da Globalização e da Democracia.


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3- Sabemos que a globalização provocou profundas mudanças nos sistemas globais. Diante
disso, escreva três mudanças trazidas pelo processo de Globalização.
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“Viver sem filosofar é o que se chama ter os


olhos fechados sem nunca os haver tentado
abrir.” René Descartes

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REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS

RANHA, Maria Lúcia de Arruda. Temas de filosofia. São Paulo: Moderna, 1998.

BOBBIO, Norberto. Dicionário de Política. Brasília: Editora Universidade de Brasília,


1995.
________. O futuro da democracia: uma defesa das regras do jogo. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1986.
_______. Liberalismo e Democracia. São Paulo: Brasiliense, 1988.
CEPAT INFORMA. Ano 5. Nº55. Curitiba: Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores, 1999.
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CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 1995.

CONSTITUIÇÃO da República Federativa do Brasil. Org. Juarez de Oliveira. São Paulo: Saraiva,
1988.

GRUPPI, Luciano. Tudo começou com Maquiavel: as concepções de Estado em Marx, Engels,
Lênin e Gramsci. Porto Alegre: L&PM, 2000.

SARTORI, Giovanni. A política: lógica e método nas ciências Sociais. Brasília: Editora
Universidade de Brasília

REALE, Giovanni. História da filosofia: Antigüidade e Idade Média. São Paulo: Paulus, 1990.

RUSS, Jacqueline. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Scipione, 1994.

SILVA, Murilo. A indústria cultural: peripécias da ideologia pensadas por um frankfurtiano. In:
Phrónesis. Revista de Ética. V.1. Nº3. São Paulo: Editora Alínea. 1998. pp. 33-53.

WEFFORT, Francisco C. (org). Os Clássicos da Política. São Paulo: Ática, 1989. vol. 1.

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