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Etapa Ensino Médio

Filosofia

A natureza da arte

1a SÉRIE
Aula 5
2o bimestre
Conteúdo Objetivos
● A natureza da arte. ● Analisar situações nas quais se
discute uma possível natureza
da arte.
● Identificar manifestações da
arte em obras de múltiplas
linguagens.
● Compreender a importância da
arte e o papel preponderante
da filosofia nessa discussão.
Para começar
Você diria que o objeto ao lado é arte?
Aliás, o que é este objeto?
3 min
Na prática
Todo mundo escreve

Assista ao trecho do filme O


sorriso de Monalisa. Está
disponível em:
https://cutt.ly/E8Brnoc, caso
queira ver em casa.
Responda no seu caderno: por
que um mictório ou a pintura da
carcaça de um animal podem ser
considerados arte?
Na prática Correção
O quadro Carcaça de carne rompe com a
percepção de que uma obra de arte deve retratar *A peça de
elementos “suaves”, “bonitos”, “limpos” etc. Da Duchamp faz
mesma forma, A fonte é chocante porque o objeto parte do
usado foi criado para atender a uma necessidade movimento ready
fisiológica que desconstrói a superioridade humana made, que retira
na natureza objetos
em relação aos demais animais. industrializados
Embora o quadro tenha sido pintado por Chaim de seu contexto
Soutine, mas a “escultura” não tenha sido cotidiano e
esculpida por Marcel Duchamp*, os dois são obras utilitário,
de arte porque estimulam as pessoas a pensarem transformando-os
criticamente, refletindo conceitos, questionando em obras de arte.
políticas, regras, entre outros processos.
Foco no conteúdo
Diferentemente de outras elaborações
humanas, a arte não tem o intuito da
aplicabilidade prática. Uma forma de
compreensão da arte é tomá-la como um
exercício de catarse, de exteriorizar
sentimentos, muitas vezes reprimidos,
expressando-os por meio de uma ou mais
linguagens artísticas. Da mesma forma que
contribui para compreensão e a
interpretação do mundo, no entorno do
espectador, que muitas vezes é invisível no
cotidiano.
Foco no conteúdo
Entende-se que a pretensão de definir a natureza da arte, por si só,
choca com o que a própria arte é. Suas características são plurais,
porém, ao mesmo tempo guardam uma singularidade.
A arte tem a capacidade de se movimentar em
territórios e espaços, interagindo com seus
elementos, sem deixar de ser ímpar. Provoca
inquietações, mas também apazigua e relaxa.
Portanto, a arte é complexa demais para ser
restrita a “uma natureza”, ainda que essa
complexidade exista em uma simplicidade.
Tomemos como base o pensamento de Morris
Weitz.
Foco no conteúdo
Morris Weitz nos diz que: “o próprio caráter expansivo e aventuroso
da arte, as suas mutações e criações inovadoras, sempre presentes,
tornam logicamente impossível assegurar qualquer conjunto de
propriedades definidoras” (WEITZ, 2007, p. 71).
Se não é possível restringir a arte em propriedades predefinidas, sob
o risco de torná-la estanque, cerceando a criatividade, segundo
Weitz, por meio de “critérios de reconhecimento”, pode-se discutir
em que sentido uma obra por si mesma é arte. Contudo, ele afirma
que: “nenhum dos critérios de reconhecimento é um definidor
necessário ou suficiente, porque é sempre possível afirmar que uma
coisa é uma obra de arte e continuar a negar cada uma destas
condições, incluindo a que tem sido, tradicionalmente, considerada
básica, isto é, a de ser um artefato” (WEITZ, 2007, p. 74).
Na prática
Todos participam e tomam posição
Vamos finalizar com uma discussão acerca da natureza da arte.
Retome as anotações que você fez em seu caderno sobre esta aula;
elas serão úteis para a atividade.
Os tópicos a seguir devem ser discutidos oralmente por você e seus
colegas, por meio da iniciativa do professor, que organizará e
estimulará o desenvolvimento das respostas.
● Analisar a relação do trecho do filme O sorriso de Monalisa e
a obra A fonte, de Marcel Duchamp, que apareceram nos
slides 3 e 4 desta aula.
● Identificar no cotidiano a relação da arte com valores e
práticas da comunidade em que você está inserido. 8 min
Na prática Correção
O trecho do filme se ocupa em classificar, ou não, como arte, obras
que não se enquadram nos padrões renascentistas, como a Carcaça
de carne, de Chaim Soutine, um quadro pintado por uma criança em
idade escolar e uma fotografia. O ponto alto do diálogo se concentra
na fala de uma aluna que sustenta que arte não é arte até alguém
dizer que é. A fonte, de Marcel Duchamp, quando exposta pela
primeira vez, foi questionada como arte tanto pelo público quanto
pela crítica, pois tratava-se de um objeto deslocado de sua função,
em posição diferente daquela para a qual foi concebido. Um ponto
marcante quanto à relação entre o filme e a obra é a resposta da
professora à aluna: é arte!, seguida da tréplica desta, que assevera
que quem tem de dizer isso são as pessoas certas, evidenciando que
a professora não tem autoridade para tanto.
Na prática Correção
A resposta da aluna vai ao encontro do que se observa no dia a dia:
se a obra não seguir padrões clássicos, como o renascentista, não é
considerada efetivamente arte. Por outro lado, ao vermos os
grafites de Banksy sendo altamente
valorizados por pessoas autorizadas a
dizer o que é arte, nota-se a
contradição, sendo que o próprio
artista propõe outra concepção de
arte, ao grafitar muros e paredes pela
cidade, sem nunca se mostrar.
Aplicando
Vire e converse
Ao longo do que aprendeu nesta aula, você
classificaria as danças postadas em vídeos
curtos nas redes sociais da internet como arte?
Vire e converse com seu colega,
problematizando esse fenômeno com os
elementos que desenvolveu ao longo da aula.
Quando possível, leve tais problematizações
aos comentários das postagens e analise e
identifique como as pessoas compreendem a
arte nesse espaço.
O que aprendemos hoje?
• Determinar a natureza da arte não é algo simples, mas
reconhecer a sua importância é necessário.
• A arte transita tanto pelo prazer da fruição de uma obra
quanto pelo questionamento de situações postas.
• Não há uma fórmula mágica que estabelece o que é ou
não arte, mas há “critérios definidores” que podem ajudar
na tarefa, ainda que não sejam absolutos, isto é, cada
caso conta com critérios em particular.
• Uma leitura filosófica do cotidiano é um meio para
identificar desdobramentos artísticos e sua
influência na vida das pessoas.
Referências
GIACOIA JUNIOR, Oswaldo. Pequeno dicionário de filosofia contemporânea.
São Paulo: Publifolha, 2006.
LEMOV, Doug. Aula nota 10: 49 técnicas para ser um professor campeão de
audiência. Tradução: Leda Beck. Consultoria e revisão técnica: Guiomar N. de
Mello e Paula Louzano. 2. ed. São Paulo: Da Prosa/Fundação Lemann, 2011.
SÃO PAULO. Currículo Paulista: etapa ensino médio. Organização: Secretaria da
Educação. Coordenadoria Pedagógica: União dos Dirigentes Municipais de
Educação do Estado de São Paulo – UNDIME. São Paulo: SEDUC, 2020
SÃO PAULO. Currículo em Ação. Primeira Série, volume 2, 2º bimestre
(Filosofia), p. 123-129.
Slide 6 – Trecho adaptado do texto “Afinal, o que é arte?”, de Rebeca Fuks, para
este material. Disponível em: https://cutt.ly/P8ZEvlX. Acesso em: 9 mar. 2023.
Slide 8 – WEITZ, M. O papel da teoria na estética. In: D’OREY, Carmo. O que é a
arte? A perspectiva analítica. Tradução: Vítor Silva. Lisboa: Dinalivro, 2007.
Referências
Lista de imagens e vídeos:
Slide 3 – Photoshop (me), original photo GNU from Gtanguy, Public domain, via
Wikimedia Commons
Marcelo Ortega/2023
Slides 4 e 9 – Irdor/Giphy MMLjnuLEazK
Slide 6 – Mahism Giphy l0HlSEGIaxpOQn0ZO
Slide 7 – Zu/Giphy QLRBgVteoPTlE6kxKU
Slide 11 – Banksy / Divulgação
Slide 12 – Club do Auto/Giphy 5iJjCPhvjVpxC4jbqg
Slide 13 – Marcelo Ortega/2023
Material
Digital

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