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CONVERSA INICIAL
Nesta aula, vamos aprender sobre alguns dos movimentos artísticos do início do século XX até a
sua primeira metade, ou seja, temos também aqui um recorte temporal com destaque em alguns
movimentos e seus respectivos artistas mais atuantes ou reconhecidos na história da arte. Isso mostra
o quanto a arte é realmente ampla e sua história precisa ser estudada para que venha a ser
compreendida.
Vale destacar que no início do século XX havia outros movimentos como o expressionismo, o
fauvismo, o cubismo, os quais foram abordados em outra ocasião, portanto, poderão eventualmente
serem mencionados, mas não serão tratados aqui. Assim, recomendamos que, para além da presente
aula, o leitor ainda se aprofunde mais nos assuntos que aqui são abordados ou mesmo sugeridos. Da
mesma forma, indicamos que a leitura e pesquisa permaneçam sempre em dia com o intuito de
conhecer também outros tópicos que não se apresentarem nesse recorte proposto. Dessa forma,
Futurismo;
Abstracionismo;
Dadaísmo e Surrealismo;
Pop Art; e
Op Art.
CONTEXTUALIZANDO
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Mundiais, juntamente com as suas dolorosas consequências que influenciaram a arte do século XX.
propor novas tendências estéticas a partir de questionamentos que buscavam colocar a arte,
produzida até então, em xeque. Da mesma forma, a sociedade era questionada e criticada por esses
artistas que trabalhavam muitas vezes com ideias anticonvencionais e conceitos novos. Tudo isso
trouxe seus desdobramentos e contribuições para a arte na contemporaneidade tal como a
conhecemos.
Vale destacar que, além dos movimentos que aqui serão tratados, a história da arte ainda foi
Pintura metafísica, Art decó, Arte concreta, Realismo social, Realismo socialista, Arte bruta, Arte
cinética, Minimalismo, Arte conceitual, Body art, Arte povera etc. Assim, fica a proposta de que a
pesquisa sobre a arte do século XX, tanto no início do século como em seu decorrer, seja uma
constante para maior aprofundamento e compreensão das diferentes propostas e novas linguagens
TEMA 1 – O FUTURISMO
O Futurismo, também conhecido como a estética da guerra, é considerado uma das primeiras
tendências estéticas da arte moderna e teve origem na Itália, no início do século XX, sendo um
movimento fundado por Filippo Tommaso Marinetti. No discurso dos artistas futuristas podemos
Perloff (1993, p. 80) que “o momento futurista foi uma breve fase utópica do modernismo inicial,
quando os artistas sentiram-se às vésperas de uma nova era; mais excitante, promissora e mais
inspiradora do que qualquer outra precedente”.
O Futurismo apresenta o seu Manifesto, escrito por Filippo Tommaso Marinetti e publicado no
homem com uma máquina para o seu desenvolvimento futuro. Assim, o mencionado manifesto
apresenta 11 tópicos, os quais podemos ler a seguir.
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7. Já não há beleza senão na luta. Nenhuma obra que não tenha um carácter agressivo pode
ser uma obra-prima. A poesia deve ser concebida como um violento assalto contra as forças
8. Estamos no promontório extremo dos séculos!... Por que haveremos de olhar para trás, se
queremos arrombar as misteriosas portas do Impossível? O Tempo e o Espaço morreram
gesto destruidor dos anarquistas, as belas ideias pelas quais se morre e o desprezo da
mulher.
cantaremos a maré multicor e polifônica das revoluções nas capitais modernas; cantaremos o
vibrante fervor nocturno dos arsenais e dos estaleiros incendiados por violentas luas
suspensas das nuvens pelos contorcidos fios de suas fumaças; as pontes semelhantes a
ginastas gigantes que transpõem as fumaças, cintilantes ao sol com um fulgor de facas; os
navios a vapor aventurosos que farejam o horizonte, as locomotivas de amplo peito que se
empertigam sobre os trilhos como enormes cavalos de aço refreados por tubos e o voo
deslizante dos aviões, cujas hélices se agitam ao vento como bandeiras e parecem aplaudir
O futurismo, bem como outros movimentos artísticos, esteve presente em diferentes campos
como na literatura, no cinema, na arquitetura, e é necessário pontuar que havia interesse político na
propagação de suas ideias que serviam muito bem ao fascismo da época. Os artistas futuristas
apresentavam uma ligação com o fascismo, mas se mostravam teoricamente mais revolucionários do
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que na arte na qual tentavam insistentemente representar o movimento e velocidade das coisas
No entanto, tais ideias não foram muito adiante, pois puderam observar na prática os horrores de
uma guerra reconhecendo erros em seu discurso, pois “a Primeira Guerra Mundial marca
evidentemente o debandar do grupo futurista original” (Martin, 2005, p. 21). Em relação a isso, de
Sant’Elia e Boccioni em 1916. Os restantes artistas futuristas transferiram-se para estilos e atitudes
mais tradicionais. Marinetti satisfez seus ideais políticos ajudando o Fascismo a conquistar o poder
na Itália. Alguns adeptos mais jovens do movimento, como Prampolini, lograram levar alguns
aspectos do futurismo até à década de 1930, mas várias tentativas de reavivar o futurismo depois de
a idolatria pela velocidade, o caos emocional, a sensação imediata, a mudança contínua, são, todavia
obrigadas a lidar com um presente angustiante, com um passado que volta, daí surge como solução
tecnologia e velocidade como futuro da humanidade, a exaltação de máquinas como carros, aviões
partir da mencionada obra de Umberto Boccioni, o historiador e crítico Argan (2006, p. 441) pondera:
Boccioni quer estudar os efeitos físicos da velocidade sobre a forma do corpo humano, mas quer
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mudando-se para Milão em 1907 com o intuito de melhor acompanhar os avanços desse movimento.
Além de Boccioni, há muitos outros artistas futuristas dos quais citamos Luigi Russolo (1885-1947),
Carlo Carrá (1881-1966), Giacomo Balla (1871-1958), Ardengo Soffici (1879-1964), Gino Severini
(1883-1966), Anton Giulio Bragaglia (1890-1960), Fortunato Depero (1892-1960).
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TEMA 2 – O ABSTRACIONISMO
A arte abstrata não possui relação imediata com a realidade, ou seja, não apresenta uma relação
arbitrárias e o mesmo na disposição das cores sobre o plano. No entanto, conforme aponta Gombrich
(1999, p. 570), “tem sido frequentemente observado que a palavra “abstrata” não foi uma escolha
muito feliz, sugerindo-se a sua substituição por ‘não-objetiva’ ou ‘não-figurativa’. Mas a maioria dos
rótulos em curso na história da arte é fortuita. O que importa é a obra de arte, e não a sua etiqueta”.
A arte abstrata apresenta determinada influência da arte cubista, embora o cubismo claramente
não tenha intencionado abstrair as formas representadas a ponto de lhes tirar a identificação. Isso
porque o intuito era sintetizar as formas buscando estudá-las em diferentes aspectos e ângulos.
Dentre os principais artistas abstracionistas citamos Wassily Kandinsky (1866-1944), Piet Mondrian
(1872-1944), Kazimir Malevich (1878-1935), Paul Klee (1879-1940), Georgia O'Keeffe (1887-1986),
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Figura 3 – Jardins do sol, pintura de aquarela sobre papel de Paul Klee, 1913
Destacamos então que o pintor russo Kandisnky foi o criador da arte abstrata sendo o primeiro a
deixar de referenciar a realidade em suas obras a partir de particular experiência, no ano de 1910, em
seu atelier:
parei para olhar. O quadro não tinha tema algum, não representava qualquer objeto identificável e
era totalmente composto de manchas coloridas. Por fim, aproximei-me e, somente então, reconheci
o que era – meu próprio quadro, virado de lado no cavalete (Kandisnky, 1910 citado por Strickland,
1999, p. 143).
A partir de então, Kandinsky passa a defender a pintura abstrata, ou representação não figurativa,
como uma maneira muito mais ampla para a expressão da síntese da natureza e das coisas. Enquanto
a pintura figurativa se limita à interpretação de apenas uma pequena parcela da natureza, a pintura
abstrata pode reunir diversos aspectos da natureza inteira, como um todo. Essa natureza inteira, a que
Kandinsky referencia, engloba tanto as relações da natureza externa como as relações da natureza
interna do homem (Barros, 2006, p. 161). Sendo assim, reconhecemos no abstracionismo relações
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com a sinestesia, pois as experiências diante de uma tela abstrata podem ser múltiplas e simultâneas.
mundo do qual não se sabe nada, nem sequer se é habitável. É apenas algo diferente de si: uma
extensão ilimitada, ainda não organizada como espaço cheia de coisas que ainda não têm lugar,
forma ou nome.
para se tornar professor da Universidade de Dorpat, pois intencionava se dedicar à pintura. E isso
ocorreu porque havia se deparado com experiências ímpares após visitar uma exposição de artistas
impressionistas em Moscou e uma Ópera de Richard Wagner, o que inclusive lhe instigou a se
mudar para Munique (Barros, 2011).
Em 1922, Kandisnky foi convidado para lecionar na Bauhaus, sendo que “seu conceito de síntese
e suas convicções críticas, a respeito dos elementos fundamentais da criação, vieram ao encontro dos
ideiais de Walter Gropius” (Barros, 2011, p. 155). Na Bauhaus, pôde se desenvolver com intensidade
intelectual, mas precisou se mudar para Paris anos depois, em decorrência da forte pressão nazista
que sofreu pelo fechamento dessa escola e por sua arte moderna abstrata.
A Bauhaus surgiu na Alemanha no início do século XX, a partir da junção da Academia de Belas
Artes de Weimar e uma escola de artes e ofícios. Foi fundada por Walter Gropius, mais precisamente
em 1919, e permaneceu até 1933 quando teve que ser fechada mediante cobrança do governo
nazista que considerava a arte moderna uma expressão doente e degenerada, bem como seus artistas
e simpatizantes. A Bauhaus buscou unir diferentes gêneros artísticos em uma mesma linguagem sem
fronteiras, pois tinha uma ideia bastante democrática sobre a arte, procurando vencer as barreiras que
separam uma arte considerada vulgar de uma arte considerada elevada, e propondo uma parceria
Não obstante, as ideias de Kandinsky também possuem relação com as ideias do movimento
expressionista alemão e muitas de suas obras mostram bem a relação do expressionismo com sua
pintura. Kandisnky desenvolveu sua própria teoria da cor e desenvolveu sua arte a partir de
impressões, improvisações e composições fazendo relação de sua pintura com a música. Seu
abstracionismo é repleto de linhas e formas orgânicas, por isso é considerado um abstracionismo
informal ou lírico, devido ao seu resultado biomórfico e subjetividade. Para Gombrich (1999),
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Kandinsky foi praticamente um “místico” ao destacar seu livro Do Espiritual na Arte (1912), a partir do
qual:
Ele destacou os efeitos psicológicos da cor pura, o modo como um vermelho brilhante pode afertar-
nos como o toque de um clarim. A sua convicção de que era possível e necessário gerar desse
modo uma comunhão de espírito a espírito estimulou-o a expor essas primeiras tentativas de
música cromática, que inauguraram efetivamente o que passou a ser conhecido como “arte
abstrata” (Gombrich, 1999, p. 570).
O próximo artista a quem aqui daremos destaque será mais pelo resultado pictórico abstrato de
suas obras e não necessariamente por seu estilo considerando algumas especificidades de seu
trabalho que se encaixariam, de acordo com Janson e Janson (1996), no expressionismo abstrato e
que se desenvolveram como uma nova abordagem na arte a partir do movimento surrealista. Trata-se
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do pintor norte americano Jackson Pollock, o qual desenvolveu a técnica do gotejamento chamada da
Pollock fora cativado pelo Surrealismo, mas descartou gradualmente as imagens fantásticas que
tinham obcecado suas telas, optando pelos exercícios de arte abstrata. Impacientando-se com os
métodos convencionais, colocou suas telas no chão e pingou, derramou ou arremessou suas tintas,
A action painting implica técnica de dripping, que significa gotejar ou esborrifar a tinta, e isso é
feito sobre uma superfície plana, uma tela, disposta no chão no qual o gestual do artista permitirá
que a pintura se forme (Argan, 1992). Ainda, segundo Argan (1992, p. 532), a action painting pode ser
comparada com o jazz com toda a sua liberdade por ser uma música “sem projeto”, pois “rompe
todos os esquemas espaciais da pintura tradicional” e, “num quadro de Pollock, cada cor desenvolve
seu ritmo”.
Figura 5 – Grupo de crianças visitando a pintura de Pollock no Museu de Arte Moderna de Nova York
Outro artista que abordaremos é o holandês Piet Mondrian, o qual deu a sua contribuição no que
se refere ao abstracionismo geométrico com apenas linhas retas e cores puras. A objetividade é
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elemento presente nessa modalidade de abstração que conta com formas geométricas em sua
O postulado moral de Mondrian é “eliminar o trágico da vida”; e é trágico tudo o que provém do
também a eterna alegria de viver de Matisse, as explosivas deformações de Picasso, o riso entre
lágrimas de Chagall.
encontrada em outras propostas de abstracionismo. Ainda de acordo com Argan (2006, p. 412), sobre
os valores de cor, Mondrian considerava que “não devem existir relações de força, e sim relações
métricas proporcionais”.
Figura 6 – Pintura abstrata geométrica do artista Piet Mondrian, propondo uma composição apenas
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primeiramente em Zurique e depois nos Estados Unidos, a partir de 1913. Os artistas dadaístas fazem
da arte um meio para mostrar as suas contestações, também usando objetos de uso comum,
escolhidos ao acaso, para se tornarem obras de arte ao serem inseridos em um contexto propício
promovendo questionamentos e reflexões.
Inclusive o nome dadá também foi escolhido ao acaso quando, ao procurarem um título para o
movimento em questão, os artistas procuraram aleatoriamente em um dicionário. Assim, a palavra
francesa dadá significa cavalinho de pau, daqueles que as crianças usam para brincar como se
Além de tamanha ironia, outro sentimento que paira sobre os artistas dadaístas é o pessimismo
em relação ao mundo e seus desdobramentos. De acordo com Janson e Janson (1996, p. 381):
O Dadaísmo não era totalmente negativo. Em sua irracionalidade calculada havia também a
liberação, uma viagem às regiões desconhecidas da mente criativa. A única lei respeitada pelos
dadaístas era a do acaso; e a única realidade, a de sua própria imaginação. Essa era a mensagem dos
ready-mades de Duchamp, que o artista criou simplesmente deslocando seu contexto utilitário para
o estético.
Para a arte dadá, tudo pode ser usado como meio de criação, incluindo jornais, poesias, sons etc.,
além de objetos tirados do uso cotidiano para se tornarem o que chamam de ready-made (já pronto).
Isso permite aos artistas ressignificar objetos, tornando-os obras de arte, porém muito mais pelo seu
conceito e possibilidades para se fazer pensar. Assim, percebemos não apenas uma forte relação
dessa arte com o acaso, mas também com a irreverência ao propor críticas severas ao sistema
A reação psicológica e moral à guerra leva a polêmica contra a sociedade da época aos seus
responsabilidade das classes dirigentes que desejaram a guerra teriam de assumir uma posição, e
havia apenas duas posições possíveis. Primeiro: considerar a guerra como um passo em falso, um
desvio da razão através de uma ação mais ou menos enérgica (reforma ou revolução) [...]. Segundo:
considerar falsa a direção tomada pela civilização, e encarar a guerra como consequência lógica do
progresso científico e tecnológico [...].
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Ou seja, a Primeira Guerra Mundial, realizada entre os anos de 1914 e 1918, foi um evento de
grande impacto para o cerne pessimista e irracional da lógica nonsense do dadaísmo. Sendo assim,
modo de vida da burguesia. Os dadaístas “acreditavam que a única esperança para a sociedade era
destruir aqueles sistemas baseados na razão e na lógica, substituindo-os por valores ancorados na
anarquia, no primitivo e no irracional” (Dempsey, 2003, p. 115).
Dentre os artistas do movimento Dadá citamos Hugo Ball, (1886-1927), Marcel Duchamp (1887-
1968), Hans Arp (1886-1966), Raoul Hausmann (1886-1971), Francis Picabia (1879-1953), Man Ray
(1890-1976).
francês Marcel Duchamp que negava as técnicas artísticas como operações programadas, atingindo
seu ponto máximo na arte com a criação dos ready mades (Argan, 1992). Duchamp é realmente um
artista provocativo que, como enxadrista que era, jogava com a arte e suas possibilidades de maneira
irônica e jocosa. Uma de suas obras implicou colocar bigodes em uma reprodução da obra Mona Lisa
de Leonardo da Vinci com a intenção de contestar a veneração do público pela arte do passado.
Mas a obra mais conhecida de Marcel Duchamp foi o ready made intitulado A fonte. Essa obra foi
criada em 1917 e se trata de um urinol assinado R. Mutt e “levou o mundo da arte a se posicionar
sobre sua tão propalada largueza de visão, ao mesmo tempo em que fazia um comentário instigante
sobre o peso que uma assinatura tem na avaliação de uma obra de arte” (Dempsey, 2003, p. 115).
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Já a arte surrealista teve início no ano de 1924, com o poeta francês André Breton (1896-1966) ao
lançar seu primeiro manifesto surrealista, inspirado nas teorias da psicanálise e filosofias ocultistas. Em
oposição ao dadaísmo, o surrealismo apresentava ideias mais otimistas a partir de seus conceitos e
base filosófica. Dessa forma, podemos compreender que:
Os surrealistas pretendiam nada mais, nada menos do que a total transformação do modo de
pensar das pessoas. Ao derrubar as barreiras entre seus mundos interiores e exteriores, ao modificar
o modo como elas percebiam a realidade, o surrealismo libertaria o inconsciente, reconciliando-o
com o consciente, e também livraria a humanidade dos grilhões da lógica e da razão, que até então
haviam conduzido unicamente à guerra e à dominação (Dempsey, 2003, p. 153).
Com a forte influência da psicanálise nas cenas e temas propostos como característica central do
surrealismo, observamos todo o tipo de representação que vai além da realidade passando a juntá-la
com o mundo dos sonhos ou inconsciente. Mas observamos nas cenas para além do real que as
pinturas rompem com a realidade, no entanto, mantêm os traços figurativos pela presença do
automatismo subconsciente para a criação. Outro aspecto presente na arte surrealista é a presença de
símbolos e imagens oníricas, além da ausência de uma lógica ou linearidade de ideias nos temas
apresentados. Conforme aponta Argan (2006, p. 360) sobre o surrealismo:
O inconsciente não é apenas uma dimensão psíquica explorada com maior facilidade pela arte,
indistinto: onde o ser humano não objetiva a realidade, mas a constitui uma unidade com ela. A
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arte, pois, não é representação, e sim comunicação vital, biopsíquica, do indivíduo por meio de
símbolos.
Dos principais artistas surrealistas destacamos Salvador Dalí (1904-1989), Francis Picabia (1879-
1953), Max Ernst (1881-1976), René Magritte (1898-1969), André Masson (1896-1987), Paul Delvaux
(1897-1994), Joan Miró (1893-1983), Paul Klee (1879-1940) e Frida Kahlo (1907-1954).
O artista espanhol Salvador Dalí se tornou um dos nomes mais conhecidos do surrealismo
trabalhando com uma técnica pictórica bastante precisa e associações inusitadas. Sobre Miró,
podemos evidenciar que o seu estilo, embora possa parecer um tanto quanto abstracionista e
inclusive fora chamado de abstração biomórfica devido às formas que se organizavam no espaço
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A Pop Art surgiu nos anos de 1950, na Inglaterra, mas desde o início tem influência da mídia
norte-americana. Nas discussões propostas pela pop art, vinham à tona questões relacionadas à
“crescente cultura de massa que se manifestava no cinema, na propaganda, na ficção científica, no
consumismo, na mídia e nas comunicações, no design de produtos e nas novas tecnologias que se
originaram nos Estados Unidos mas que então se espalhavam por todo o Ocidente” (Dempsey, 2003,
p. 217). Vale destacar a constante inspiração que Roy Lichtenstein (1923-1997) encontrava nas
histórias em quadrinhos e sua reprodutibilidade em tamanhos superiores para exposição:
O que fascina Lichtenstein nas histórias em quadrinhos – e o que ele nos faz ver pela primeira vez –
são as rígidas convenções de seu estilo, tão firmemente estabelecidas e tão distantes da vida quanto
as regras da arte bizantina. Como um ícone, sua pintura espelha dessa forma os ideais e esperanças
de nossa cultura, e o faz de uma forma que todos saber “ler” (Janson; Janson, 1996, p. 396).
Dentre as características mais marcantes da Pop art destacamos o trabalho com imagens e
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deliberadamente com a reprodutibilidade das obras, faz uso de cores vibrantes. E, “ao contrário do
Dadaísmo, a Pop Art não é motivada pelo desespero ou animosidade contra a civilização atual;
considera a cultura comercial sua matéria-prima, uma fonte inesgotável de material pictórico, mais do
Também podemos citar outros artistas pop como Andy Warhol (1928-1987), Jasper Johns (1930),
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A Optical Art, também conhecida como Op Art, é uma tendência estética que propõe uma arte
óptica cujo movimento culminou na década de 1960, nos Estados Unidos. A proposta da Op Art é
trabalhar com recursos e elementos visuais que promovam a ilusão de ótica em detrimento da
expressão de algum sentimento ou reprodução naturalista de alguma cena ou objeto. No ano de
1965, foi realizada, no Museu de Arte Moderna de Nova York, a primeira exposição do movimento Op
Art, intitulada O olho que responde.
Apesar de ter ganhado força na metade da década de 1950, a Op Art passou por um
desenvolvimento relativamente lento. A op Art não tem o ímpeto atual e o apelo emocional da Pop
Art; em comparação, parece excessivamente cerebral e sistemática, mais próxima das ciências do
que das humanidades. Por outro lado, suas possibilidades parecem ser tão ilimitadas quanto as da
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O artista precursor do mencionado movimento foi Victor Vasarely (1908-1997), ainda na década
de 1930 como resultado de seus estudos abstracionistas. Dentre outros artistas temos Alexander
Calder (1898-1976), Luiz Sacilotto (1924-2003), Adolph Frederick Reinhardt (1913-1967), Jesús-
Como principais características da Op Art, podemos evidenciar o uso deliberado de efeitos de cor
e perspectiva para a obtenção de resultados visuais ópticos diversos, aplicação de cores diversas e
formas geométricas e efeitos de ilusão de ótica. Tais efeitos de ilusão de ótica podem inclusive mudar
conforme o ângulo de observação, por isso é necessário o estudo de física sobre a parte de óptica
para a obtenção de resultados diretamente na retina do observador.
Outro artista de destaque da Op art foi Josef Albers que primeiramente frequentou a Bauhaus
como aluno, entre os anos de 1920 e 1923, para, posteriormente, tornar-se professor dessa mesma
instituição. Albers desenvolveu a sua própria técnica de estudo e metodologia didática voltada à
experimentação e ensino das cores.
A preocupação de Albers é, portanto, enxergar o que acontece entre as cores, ou seja, entender a
interação cromática. Seu objetivo é conscientizar os alunos, antes de tudo, de que as cores se
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apresentam num fluxo contínuo, instável, em constante interação com as cores vizinhas e suscetíveis
Tais ideias “motivam o aluno a ‘descobrir’ os efeitos e as leis dos contrastes simultâneo e
sucessivo, ao mesmo tempo que condicionam neles a necessidade cromática figura-fundo, ou seja,
estabelecendo sempre uma inter-relação entre as cores” (Barros, 2011, p. 217).
NA PRÁTICA
vamos escolher um artista de cada um dos tópicos de nossa aula e realizar uma breve pesquisa
agora, vamos pensar em um objeto de nosso meio que possa ser usado como inspiração para a
por fim, escreva um texto crítico filosófico que o contextualize no momento de sua criação
considerando também a sua região e fatores culturais – lembre-se de informar sobre todo o seu
processo criativo.
FINALIZANDO
Nesta aula, aprendemos sobre o Futurismo na arte com suas principais características como o
Art que foi o movimento estético com início na década de 1950 com estudos da física no campo da
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óptica trazendo dois artistas surpreendentemente significativos para esse movimento: Victor Vasarely
e Josef Albers.
REFERÊNCIAS
JANSON, H. W.; JANSON, A. F. Iniciação à história da arte. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
LYNTON, Norbert. Futurismo. In. STANGOS, N. (Org.). Conceitos de arte moderna. Tradução de
WATAGHIN, L. (Org.). Brasil & Itália: Vanguardas. São Paulo: Ateliê Editorial. 2003.
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