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CONVERSA INICIAL
O presente texto apresenta um recorte local e temporal da história da arte, tendo início com a
Arte Românica, passando pela Arte Gótica e chegando à arte do Renascimento na Europa. Após isso, é
dada especial atenção a alguns dos artistas que marcaram o último período citado, evidenciando
primeiramente alguns artistas do Renascimento italiano para, em seguida, citar alguns dos do
Renascimento alemão e dos Países Baixos. Assim, os conteúdos estão organizados da seguinte forma:
1. A arte românica;
2. A arte gótica;
3. O Renascimento;
O período da Idade Média, também conhecido como Idade das Trevas, durou cerca de 1000
anos, tendo seu início no século V e seu término no início da Idade Moderna, no século XV. Durante
esse tempo, a arte passou por algumas modificações, no entanto, preservou-se em seu caráter e
especificidades. Esse período veio após a era cristã primitiva, a qual sucedeu a queda do Império
Romano (Gombrich, 1999).
A Idade Média abarcou diferentes declinações estéticas com suas especificidades, a depender da
localização; no entanto, fatores religiosos, bem como questões estilísticas cristãs, estiveram presentes
em todo momento. Há três estilos componentes da Idade Média mais marcantes: o Bizantino, o
Romano e o Gótico.
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Sendo assim, podemos citar primeiramente a arte Carolíngia que se refere ao período do reinado
de Carlos Magno, durante os anos de 768 a 814, como Imperador do Ocidente. Carlos Magno
trabalhou na divulgação do cristianismo e também foi um grande patrono das artes de seu tempo.
Embora seu Império não tenha perdurado, destacamos que, “em contraste, as realizações culturais de
seu reinado revelaram-se muito mais duradouras” (Janson; Janson, 1996, p. 107).
Sob seu reinado, Carlos Magno demonstrou interesse em preservar a arte e a cultura romanas,
com a intenção de restaurar a antiga civilização. E conforme ainda apontam Janson e Janson (1996, p.
107), Carlos Magno “teve um papel ativo nessa restauração, através da qual ele esperava inculcar a
tradições de um passado glorioso nas mentes do povo semibárbaro de seu reino”. Para tanto, essa
primeira fase medieval foi responsável pela fusão entre a cultura celto-germânica e a cultura
mediterrânea.
básicas podem ter sido definidas em um concílio eclesiástico (Janson; Janson, 1996). Isso demonstra
que o estilo arquitetônico utilizado era rigorosamente pensado em todos os detalhes da construção,
Na arquitetura, essa orientação para o espiritual tomou a forma de construções mais arejadas, mais
leves. A massa e o volume da arquitetura romana deram lugar a edificações que refletiam o ideal
cristão: discretos no exterior, mas refulgentes com mosaicos, afrescos e vitrais espiritualmente
Outras linguagens da arte que se despontaram nesse período foram os manuscritos e as capas
de livros, além de trabalhos rigorosamente delicados de ourivesaria. Os manuscritos eram sempre
produzidos dentro dos mosteiros e apesentam iluminuras, as quais são desenhos e ornamentos
diversos. Enquanto as igrejas carolíngias apresentavam mosaicos, murais, relevos, esculturas e outros.
Isso nos mostra o quanto a temática religiosa estava em alta durante esse período e o quanto ela
significava para o Império, não obstante, parece ter sido um tema bastante profícuo durante toda a
Idade Média.
Mas Gombrich ressalta sobre a temática mais usada para a produção artística medieval:
Não devemos imaginar, porém, que toda a arte nesse período existiu exclusivamente para servir a
ideias religiosas. Na Idade Média não foram construídas apenas igrejas, mas também castelos, e os
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Assim, observamos que a arte produzida durante a Idade Média abarcou de fato vários temas,
linguagens e com distintos objetivos, embora a temática religiosa tenha realmente vigorado. Isso não
apenas no período que abarcou a arte carolíngia, mas também em outros períodos da Idade Média,
como o Românico e o Gótico, que receberão especial atenção nas próximas páginas. E, por fim,
trataremos sobre o Renascimento com destaque em alguns artistas.
A arte românica teve início na Europa no século XI, sendo um período de destaque no que se
refere à construção de grandes igrejas católicas. O termo românico tem origem na influência que a
arquitetura do mencionado período teve da arquitetura romana, sobretudo seus arcos e abóbadas de
berço. Não obstante, no bojo da arte românica, ainda encontramos esculturas, pinturas, manuscritos,
A arte românica era uma arte monástica, mas, ao mesmo tempo, uma arte da aristocracia. A
combinação dessas qualidades mostra muito bem como era grande a solidariedade entre o clero e a
nobreza secular. As mais importantes funções na Igreja medieval estavam reservadas, à semelhança
do cargo de sumo-sacerdote na antiga Roma, para membros: da aristocracia; os abades e bispos,
entretanto, estavam vinculados ao sistema feudal não só por serem nobres, mas também por seus
interesses econômicos e políticos. (Hauser, 2003, p. 178)
As peças e artefatos que ambientavam as igrejas românicas também nos mostram muito desse
Como a maioria dos fiéis era analfabeta, as esculturas ensinavam a doutrina religiosa, contando
histórias gravadas na pedra. A escultura ficava concentrada no tímpano, que é o espaço semicircular
entre o arco e o dintel da porta central. (Strickland, 1999, p. 26)
que se elevam até arcos redondos em 180°, gerando a sensação de “robustez compacta” (Gombrich,
1999, p. 173). Nessas construções, encontramos austeridade e traços de uma arquitetura robusta.
Destaca-se que havia interesse em construir igrejas com tetos abobadados no lugar de tetos de
madeira porque estes últimos facilmente poderiam se incendiar. Para tanto, os pilares eram maciços e
as paredes bastante espessas. Não obstante, o conhecimento acerca das técnicas e cálculos para a
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efetivação dessas construções parecia ter se perdido e, por isso, havia grande dificuldade em fazer as
Essa opção contribuiu para a ruína de grandiosas igrejas românicas, mesmo algumas com pouco
tempo de construção (Gombrich, 1999), e, como exemplo, podemos citar as ruínas da Igreja de Saint-
Etienne-le-Vieux in Caen, departamento de Calvados, na França.
Figura 1 – Catedral de Pisa com a torre inclinada, na Piazza dei Miracle, na Toscana, Itália, inaugurada
no século XI
Da pintura românica que chegou até nós, a maior parte foi produzida dentro de mosteiros no
caso das iluminuras e, portanto, é natural que apresentem temas religiosos. Mas para além das
figuras.
No caso do colorismo, evidenciamos a aplicação direta das cores puras realizada pelos artistas da
época. Com isso, eram obtidas tonalidades diversas, a depender da gama de pigmentos que tinham
acesso. Não obstante, a passagem de cores, ou seja, o degradê, não era utilizado porque as pinturas
pareciam muito mais com desenhos coloridos. Ao observarmos essas características, podemos
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analisar alguns casos, considerando que a técnica mais utilizada era a têmpera a ovo. Conforme Ralph
Mayer:
No uso moderno do termo, a pintura a têmpera é aquela que emprega um médium que pode ser
livremente diluído com água, mas que após secar torna-se suficientemente insolúvel para permitir
sobrepinturas com mais têmpera ou com médiuns de óleo e verniz. (Mayer, 1996, p. 287)
A partir do exposto, podemos imaginar que a técnica da têmpera aceita camadas de pintura,
chamadas de veladuras. A têmpera a ovo é uma tinta produzida com a gema ou a clara como
aglutinante ou médium, misturado aos pigmentos coloridos, que dão cor à mistura, permitindo que
esta seja utilizada como tinta. Mas devido ao uso de ovos como aglutinante, a têmpera tem uma
secagem muito rápida, inibindo o trabalho de passagem em degradê entre as cores, o que exige do
artista que a pintura seja produzida mais rapidamente. Além disso:
Como regra geral, as técnicas de têmpera não são muito adequadas para estilos casuais ou
os efeitos obtidos a partir dela. Mesmo assim, vale ressaltar que o colorismo como característica das
pinturas românicas ainda é preservado nos afrescos, mosaicos e outras obras desse período.
Outra característica peculiar da arte românica é a deformação das figuras. Tal deformação está
relacionada à noção de proporcionalidade que permitia ao artista representar uma figura em maior
ou menor escala que as demais, a depender de sua santidade. Além disso, em muitos casos, a
proporcionalidade dos membros das figuras também é deformada, sugerindo um estilo próprio com
possibilidades de leitura.
Figura 2 – Antigo ícone românico de Jesus nos braços de Nossa Senhora. Barcelona, Espanha,
Museu da Catalunha
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Crédito: XRISTOFOROV/Shutterstock.
Ainda dentro da Idade Média, encontramos a arte gótica a partir do século XII até o início do
Renascimento, tendo origem na França. O termo gótico tem relação com aquilo que vinha dos
“godos” – um povo de origem germânica considerado bárbaro por não aderir às características da
características góticas podem ser melhor identificadas. Dessa forma, a arte gótica era vista como arte
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Para Gombrich (1999), o surgimento do estilo gótico tornou as construções românicas pesadas,
obsoletas e pouco graciosas. E, ainda, que o estilo gótico sugeria muito mais do que uma técnica, pois
contribuiu metodologicamente com a construção de abóbadas mais seguras que contavam com arcos
paroquianos. Consequentemente, as igrejas são mais que uma simples reunião de espaços. São Textos
sagrados, com volumes de ornamentos pregando o caminho da salvação. As principais formas de
decoração nas catedrais góticas são a escultura, os vitrais e as tapeçarias. (Strickland, 1999, p. 29)
A arte gótica possui características peculiares em diferentes linguagens artísticas, outrossim, foi
na arquitetura que novamente se evidenciou deixando marcas indeléveis. “Desde que os cálculos
fossem corretos, era possível construir uma igreja de um tipo inteiramente novo: uma edificação de
pedra e vidro como o mundo jamais vira” (Gombrich, 1999, p. 185).
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sequência de arcos formando arcadas, as abóbadas de cruzaria, vitrais coloridos, rosácea usada sobre
as portas de entrada, esculturas externas diversas, incluindo as famosas gárgulas. “No interior de uma
catedral gótica somos levados a compreender a complexa interação de trações e pressões que
Crédito: TTstudio/Shutterstock.
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Na fase final da arquitetura do período gótico, temos as catedrais que se elevam às alturas como
se fossem chamas em encontro aos céus. Esse estilo é conhecido como gótico flamejante, com linhas
Crédito: Telly/Shutterstock.
esculturas das fachadas das catedrais, destacando o uso dessas obras para a decoração religiosa, tal
como as estátuas de pedra na fachada da Catedral de Salisbury Cathedral facade (Cathedral Church of
the Blessed Virgin Mary), em Wiltshire, Inglaterra, na imagem a seguir:
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“gárgulas”, que tinham a função de desaguadouros por onde a água da chuva acumulada nos
telhadas podia escoar. Essas esculturas apresentam formas demoníacas, algumas humanas, outras
O intuito era passar o sentimento aos fiéis de que, fora da casa de Deus, todos estavam sujeitos
ao mal e, ainda, de que o demônio estaria à espreita de todos aqueles que pecassem. Dessa forma,
esse símbolo era utilizado como maneira de amedrontar aqueles que não frequentavam as igrejas ou
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A pintura gótica buscava transmitir uma mensagem religiosa sobretudo aos analfabetos e leigos
para que, assim, pudessem ter contato com os conteúdos das sagradas escrituras. Vale destacar que o
sentimento religioso estava muito presente e evidente nas produções artísticas da época.
como o naturalismo e o realismo, sendo facilmente reconhecível, além de temas religiosos, simbólicos
e imaginários, distorções nas figuras e simplicidade na representação espacial. Assim, a espacialidade
era representada, muitas vezes, por meio de planos, considerando que, na Idade Média, os artistas
na Idade Média, o artista aprendeu também a expressar em seu quadro o que sentia. Não se
pode fazer justiça a qualquer obra de arte medieval sem ter em mente esse propósito. Pois esses
artistas não se propunham criar uma semelhança convincente com a natureza ou fazer belas coisas:
eles queriam transmitir a seus irmãos de fé o conteúdo e a mensagem da história sagrada. (Gombrich,
1999, p. 165)
Conforme visto, a arte gótica possui bem claras as suas especificidades, sobretudo na arquitetura,
todavia, há elementos estilísticos que permanecem na arte bidimensional e tridimensional, mas que
tomam outras formas no final do período gótico, que também pode ser chamado de “gótico tardio”.
Desse período do final do gótico e, consequentemente, da Idade Média, podemos destacar os artistas
Giotto di Bondone (1267 – 1337), Jan van Eyck (1390 – 1441), Simone Martini (1284 – 1344), Fra
Angelico (1395 – 1455), Duccio (1255 – 1319).
Figura 9 – Pádua, Vêneto, Itália. Lamentação de Cristo, pelo artista Giotto di Bondone, na Capella
Scrovegni, concluída em 1305. Famoso início do Renascimento com representação viva da emoção
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Crédito: Mirages.nl/Shutterstock.
Figura 10 – Madonna com Menino, Siena, Itália. Pintura de Duccio Maestà produzida durante o
século XIV
Figura 11 – Jan van Eyck (1390 – 1441), A Lucca Madonna. Pintada em aproximadamente 1437
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TEMA 3 – O RENASCIMENTO
O Renascimento foi o período que marcou a passagem na história da Idade Média para a Idade
Moderna. Isso ocorreu a partir do século XV, e o nome renascimento foi utilizado por ter sido
De fato, foi um período de grandes descobertas quando os artistas tiveram seus horizontes
ampliados, deixando de ser um “artífice entre artífices” e se voltando “para as matemáticas a fim de
estudarem as leis da perspectiva e para a anatomia a fim de estudarem a construção do corpo
Não obstante, encontramos um retorno dos ideais classicistas não apenas na arte, mas na
sociedade da época. Tais ideais tinham forte relação com a forma como o homem passava a conduzir
a sua fé e pensamento metafísico em relação aos aspectos religiosos e espirituais. “As ideias sobre
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salvação, o outro mundo, redenção e pecado original, que encheram totalmente a vida espiritual do
homem medievo, tornaram-se, é certo, meras ‘ideias secundárias’” (Hauser, 2003, p. 276).
Mesmo assim, vale destacar que no renascimento os temas religiosos e metafísicos não foram
abandonados, muito pelo contrário, aliás, passaram a receber uma outra conotação com
representações mais naturalistas em composições matematicamente harmônicas e equilibradas.
que o artista compreendesse a relação do homem com o sagrado de uma forma mais humanista,
valorizando a inteligência e racionalidade humana. Tal pensamento pode ser facilmente identificado
Figura 12 – Desenho do “Homem Vitruviano” de Leonardo da Vinci, 1490, lápis sobre papel.
Nesse desenho, encerram-se ideais de harmonia, proporção e equilíbrio, sendo considerado um dos
símbolos do antropocentrismo
Crédito: Reeed/Shutterstock.
composições diversas, sejam elas pinturas bidimensionais, esculturas e até mesmo na arquitetura. E
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isso porque se buscava, por meio da matemática, resultados harmônicos de uma geometria
considerada sagrada por estar presente em, basicamente, todas as formas da natureza.
Para os artistas do renascimento, essas leis de equilíbrio estariam dentro de nós e, portanto,
seriam buscadas, de alguma forma, pelo nosso olhar em resultado de nosso equilíbrio com a
natureza.
razão matemática entre o lado maior e o menor do retângulo de ouro é 1,618, sendo chamado de
Figura 13 – Desenho do retângulo áureo com sua proporcionalidade ao lado de exemplo dessa
retorno dos arcos romanos. Entre os arquitetos, devemos citar Filippo Brunelleschi (1377 – 1446) que,
segundo Gombrich:
Brunelleschi não foi apenas o iniciador da arquitetura da Renascença. Segundo parece, a ele se
deve outra momentosa descoberta no campo da arte, a qual também dominou a arte de séculos
subsequentes: a da perspectiva. Vimos que mesmo os gregos, que entendiam o escorço, e os pintores
helenísticos que eram engenhosos na criação da ilusão da profundidade ignoravam as Íeis
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matemáticas pelas quais os objetos parecem diminuir de tamanho quando se afastam de nós.
Ou seja, o uso da perspectiva linear cônica para criar a ilusão de profundidade no lugar da
resolução a partir do uso da técnica do escorço permitia ao artista trabalhar bem e explorar
positivamente a tridimensionalidade no plano bidimensional. Os resultados podem ser vistos nas
dado percebido pelos olhos, mas o modo de ver segundo o intelecto, primeiro com a mente, depois
com os olhos”.
Como exemplo de obra, está o afresco da Santíssima Trindade, feito pelo artista renascentista
Masaccio (1401 – 1428), encontrando-se na Igreja de Santa Maria Novella, em Florença, na Itália.
Criado em 1427, essa obra é considerada uma pintura pioneira no uso da perspectiva, tornando-se
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representação das figuras, em que o sagrado não é representado em dimensões maiores que as
figuras comuns. Assim, “o novo espaço pictórico racional independe das figuras.” (Janson; Janson,
1996, p. 196). Além disso, podemos observar as cores claras, harmonia e proporcionalidade.
Figura 15 – Igreja de Santa Maria del Fiori, a Catedral de Florença. Teve início em 1296 com
projeto de Arnolfo di Cambio e contou com projeto de Filippo Brunelleschi (1377 – 1446) para a
Crédito: ChiccoDodiFC/Shutterstock.
medievais mal tomavam conhecimento da luz. Suas figuras planas não projetavam sombras”
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(Gombrich, 1999, p. 260). Outra característica é o uso de cores neutras e linearidade que
modos, da função da arte tão radical quanto a que se completara, um século antes, com Giotto. Os
primeiros protagonistas do movimento são um arquiteto, Filippo Brunelleschi, um escultor, Donatello,
um pintor, Masaccio: suas obras estão relacionadas, mas as três personalidades são diversamente
caracterizadas. (Argan, 2003, p. 129)
Vale destacar que cada artista que se despontou no renascimento italiano deixou sua
contribuição significativa para a arte, apresentando obras que, embora seguissem os ideais
Essas mesmas características adivinham de profundo estudo e dedicação aos temas de interesse
de cada artista. Entre os artistas do renascimento italiano, podemos destacar Donatello (1386 – 1466),
Andrea del Verrocchio (1435 – 1488), Sandro Botticelli (1445 – 1510), Leonardo da Vinci (1452 – 1519),
Figura 16 – A obra O Nascimento de Vênus, pintada com têmpera, sobre tela, sendo fotografada
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cadernetas
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Crédito: lolloj/Shutterstock.
Crédito: PhotoFires/Shutterstock.
Crédito: S-F/Shutterstock.
os pensadores desse país. A arte e a ciência alemã aderiram aos ideais renascentistas e também em
destaque na Alemanha foi Albrecht Dürer (1471 – 1528), que, além de pintor, também se destacou
como exímio gravador dominando diferentes técnicas como xilogravura, litogravura e outras. Dürer
ainda contribuiu com o seu tratado sobre geometria, com base em um estudo aprofundado sobre
perspectiva.
Figura 22 – A penitência de São Jerônimo (c. 1494), óleo sobre madeira, Museu de Viena
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Outros artistas renascentistas de destaque foram Lucas Cranach, o Velho, (1472 – 1553), Albrecht
pensamento renascentista italiano com ênfase nas temáticas religiosas, ao contrário do renascimento
alemão, deu maior destaque a temas narrativos ou com a representação de retratos humanos e da
natureza, além de imagens simbólicas e históricas.
Os países baixos eram formados pela região localizada na Europa Ocidental, que atualmente
inclui a Holanda, Bélgica e Luxemburgo. Dessa região, saíram muitos artistas dos quais ainda
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Figura 23 – A tentação de Santo Antônio, por Hieronymus Bosch, ca. 1530-1600, pintura, óleo
NA PRÁTICA
A partir do que aprendemos nesta aula, vamos desenvolver nosso “espírito renascentista”
o Desenvolver um estudo da construção imaginária de uma catedral para a sua cidade onde
você criará o projeto arquitetônico, as esculturas e pinturas externas e internas, além de todos os
demais itens que você queira incluir. Faça todas as anotações em seu sketchbook e com variações de
cada detalhe.
FINALIZANDO
Nesta aula aprendemos sobre a arte na Idade Média, passando pela arte românica com destaque
na construção das grandiosas e austeras igrejas construídas nesse estilo. Também vimos sobre a
pintura românica e destacamos que muitas das esculturas desse período se encontram nas igrejas.
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Ainda, tratamos sobre a arte do período gótico com ênfase nas catedrais góticas e suas características
Além disso, nesta aula, tratamos sobre o Renascimento e suas características e seus conceitos,
como o antropocentrismo. A partir disso, abordamos alguns dos artistas do Renascimento italiano
para, por fim, destacarmos alguns dos artistas do Renascimento alemão e dos Países Baixos.
REFERÊNCIAS
ARGAN, G. C. História da arte italiana: de Giotto a Leonardo. São Paulo: Cosac e Naify, 2003. v.
2.
HAUSER, A. História social da arte e literatura. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
JANSON, H. W; JANSON, A. F. Iniciação à história da arte. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
WÖLFFLIN, H. Conceitos fundamentais da história da arte. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
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