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FUNDAMENTOS DA LINGUAGEM
VISUAL
AULA 1
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CONVERSA INICIAL
Linguagem visual é todo tipo de comunicação que se dá por meio de imagens e símbolos. Os
elementos visuais constituem a substância básica daquilo que vemos, são a matéria-prima de toda
informação visual. Entretanto, esses elementos isolados não representam nada, não têm significados
preestabelecidos, nada definem antes de entrarem num contexto formal.
De acordo com o estudo de vários autores que veremos a seguir, é possível identificar como
principais elementos visuais: o ponto, a linha, a forma, o plano, a textura e a cor, além de toda a
complexidade possível nas articulações dos elementos para com a composição visual em questão.
A arte figurativa é, também, comumente conhecida como figurativismo, no qual sua principal
característica é a representação por meio da arte dos elementos do “mundo natural” como a forma
humana, a natureza ou, então, até mesmo objetos criados pelo homem. Conforme De Carvalho
(2020), “Figurar os seres do mundo, representá-los e reapresentá-los àqueles que já os viram antes,
eis o que a produção artística, particularmente a pintura, tem por projeto desde seu surgimento”.
Dessa forma, considera que as produções artísticas desde a pré-história atestam essa intenção do
homem de representar os seres e tudo à sua volta, o que também permanece até as produções mais
atuais. O figurativismo foi bastante utilizado antes da fotografia e tinha como finalidade representar
as pessoas e demonstrar a individualidade de cada personagem ilustrado.
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Por milênios, a pintura dedicou-se à tarefa de retratar o existente. É nesse sentido que se pode falar
a identificação do motivo da pintura por aquele que fruía da produção artística. Tal identificação, no
entanto, só era possível porque o motivo retratado era previamente conhecido ao observador da
Além da pintura, a arte figurativa pode ser feita por meio de desenhos, esculturas, gravuras e
outros, desde que seu objetivo seja o de retratar a forma natural dos objetos, seres humanos,
paisagens ou animais.
O Renascimento, o Barroco e o Realismo podem ser citados como alguns exemplos de períodos
artísticos em que o “real” se torna uma possibilidade figurativa e a capacidade de mimese, ou seja, a
capacidade de retratar o mundo natural do pintor contava muito. No século XIX, podem ser citados o
O figurativismo pode ser divido em realista ou estilizado. O realista tem como característica a
verossimilhança com a percepção do mundo natural, enquanto as estilizadas são produzidas com
mais autonomia e não se prende aos mínimos detalhes do que se pretende expressar. Busca-se, em
vez disso, a essência de cada forma percebida por meio de seus elementos formais.
O figurativismo também pode ser classificado de acordo com o gênero, como mitológica, de
gênero, histórica, religiosa, natureza-morta, retrato, marinha e paisagem, como veremos a seguir.
1.1 MITOLÓGICA
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1.2 DE GÊNERO
É um tipo de pintura que tem o intuito de representar cenas do cotidiano e que esteve muito
presente durante o movimento da arte barroca no século XVI. Na figura seguinte, já em momento
posterior ao período Barroco, tem uma pintura do artista realista Jacob Maris, na qual estão sendo
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1.3 HISTÓRICA
Esse tipo de pintura tem como foco a representação de acontecimentos ou temas históricos. Na
Figura 3, temos um exemplo desse tipo de pintura, em que o artista Giovan Cristoforo representa o
Figura 3 – Pintura do Massacre dos Inocentes da igreja de San Eustorgio, de Giovan Cristoforo
1.4 RELIGIOSA
A pintura religiosa pode ser datada dos primórdios da humanidade. Desde o Egito Antigo,
passando pela Mesopotâmia até algumas manifestações artísticas atuais, esse tipo de gênero artístico
está presente na história da arte ocidental. Na sequência, temos a famosa pintura de Michelangelo –
A criação de Adão – que é um exemplo de pintura de cunho religioso e com características de arte
figurativa.
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Crédito: FRAMEANGEL/SHUTTERSTOCK
1.5 NATUREZA-MORTA
A pintura de natureza-morta surgiu no século XVI e está presente até então. Tem como base a
representação de objetos inanimados, como vasos de flores, cestas de frutas, entre outros exemplos.
Esse tipo de gênero pictórico que foi muito representado no Período Barroco, porém, até hoje,
produções contemporâneas podem utilizar esse tipo de representação. Muitas vezes, o aspecto
1.6 RETRATO
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O retrato é um dos gêneros mais conhecidos do figurativismo, faz parte da história da arte desde
1.7 MARINHA
A pintura marinha é um dos gêneros da arte figurativa e se relaciona ao mar e aos assuntos
marinhos no geral, desde paisagens marítimas, barcos, pescadores, entre outros. Esse tipo de pintura
está presente em diversos períodos e movimentos e aqui chamamos a atenção para uma pintura
impressionista. Na figura a seguir, temos o quadro pintado por Claude Monet, uma pintura
impressionista francesa de óleo sobre tela e que cria a ilusão de reflexos cintilantes da luz solar na
água.
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1.8 PAISAGEM
O gênero do figurativismo de paisagem, como o próprio nome já sugere, tem como objetivo
representar um local, seja ela a paisagem de um campo ou na cidade. Assim como o retrato, esse
gênero é considerado um dos mais populares da arte figurativa.
Como explicado até o momento, é possível diferenciar que a arte figurativa, diferentemente da
arte abstrata, é baseada na representação das formas, seja de objetos, animais, seres humanos,
paisagens, eventos, entre outros. Para se entender melhor sobre essa diferença entre a arte figurativa
e a abstrata, será feita a conceituação a segui.
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TEMA 2 – O ABSTRATO
No início do século XX, surgiu a arte abstrata ou abstracionismo. Para o artista desse movimento,
o que interessa são os elementos formais, ou seja, o ponto, a linha, o plano, a forma, a cor e a textura.
partes a representação do mundo, embora ainda usasse esse mundo como fonte de inspiração, o
artista abstracionista faz o uso dos elementos que subsidiam a linguagem da pintura ou do desenho
Se a arte, nela mesma, é uma interface da comunicação, a arte abstrata é uma interface especial da
comunicação, porque obriga criadores e fruidores a realfabetizarem-se visualmente e a
familiarizarem-se com uma inusitada articulação ótica. Educa, também peculiarmente, para o
aguçamento dos sentidos, para um mental mais elaborado, para uma maneira de ver a própria arte,
para uma forma de, mais amplamente, visualizar e pensar o mundo, de uma vez que na arte abstrata
Conforme o que explica Fortuna (2006), Kandinsky é tido como um dos precursores do
abstracionismo com obras como Primeira aquarela abstrata (1910) e outras obras, como a da figura
seguinte.
Crédito: ANTON.F/SHUTTERSTOCK
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Neste caso, é a cor falando pela cor, a linha falando pela linha, o formato falando pelo formato e
não mais um conjunto de elementos formais agrupados para simular algo que está no mundo natural.
A produção artística no abstracionismo não tenta simular algo que está no mundo natural, pelo
contrário, ela produz uma arte que é concreta, ou seja, a cor simplesmente está na tela, não simula
Embora seja chamada de arte abstrata, ela é muito mais concreta do que a arte e é produzida em
movimentos, como o Realismo, o Neoclassicismo e o Romantismo, que precisam de um grau de
abstração mental para serem consideradas como verdadeiras. A arte do período impressionista, por
exemplo, requer um observador ativo que queira entender que manchas coloridas de diferentes
tonalidades de verde representam uma árvore.
O artista abstracionista não tem interesse de representar a árvore, ele tem interesse em
representar a própria mancha em tonalidades de verde. Não é mais a árvore que é o interesse do
artista abstracionista, assim como também não é aquilo que está fora que interessa ao artista
abstracionista, o que interessa a ele é o uso dos elementos formais em suas obras artísticas. São
exemplos de movimentos que buscaram o rompimento com os antigos valores estéticos: cubismo e
surrealismo.
2.1 CUBISMO
O movimento cubista surgiu no início do século XX e tinha como princípio um novo arranjo de
produção gráfica. Até aquele momento, a pintura era representada como se fosse uma janela que dá
visibilidade a um espaço. No entanto, com o cubismo e com o abstracionismo, a obra de arte passa a
A pintura, neste movimento, não tentava reproduzir nada que esteja fora do quadro, o cubismo
mostra essas limitações do suporte, interessa aos artistas do cubismo uma representação diferenciada
Figura 10 – Temas de vinho no estilo do cubismo: garrafas, copos e uvas sobre a mesa
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figura do mundo das coisas, e para se chegar nesse objetivo, ele simplifica a cor, suprime a cor, pois
então com tons de cinza, é como se ele já estivesse mais longe da representação do mundo real. Ele
cria uma nova realidade. O artista sobrepõe planos, ele agrega materiais na superfície do quadro e
isso faz com que haja uma nova percepção de representação gráfica.
2.2 SURREALISMO
Em meados do começo do século XX, por volta de 1920, surgiu o movimento do Surrealismo, que
começou a entender que nem o mundo, nem o sentimento estão no centro de interesse na
representação gráfica, mas, sim, aquilo que está no subconsciente do indivíduo. O artista recorre a
informações obtidas em seu subconsciente. O que fundamentou esse movimento foram as pesquisas
O mundo dos sonhos passa a ser uma possibilidade de representação. Salvador Dalí é um dos
pelo contrário, as combinações só serão possíveis de serem interpretadas a partir da aceitação de que
o subconsciente é capaz de gerar uma realidade própria, uma realidade típica do sujeito, do seu
TEMA 3 – SIMBÓLICO
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Nas artes visuais, também está presente o aspecto do simbólico, sendo comumente conhecido
como simbolismo, que se baseia na concepção de que tudo poder ter um significado simbólico, seja
ele objetos naturais, formas abstratas, ou então elementos fabricados pelo homem. Além de estar
fortemente presente na literatura e na religião, teve uma grande influência nas artes visuais.
Com sua propensão para criar símbolos, o homem transforma inconscientemente objetos ou formas
tempos pré-históricos, é o registro deixado por nossos antepassados dos símbolos que tiveram
especial significação para eles e que, de alguma forma, os emocionaram. Mesmo hoje em dia, como
mostram a pintura e a escultura modernas, continua a existir viva interação entre religião e arte.
Conforme o que foi exposto, é visto que existe uma grande capacidade de o homem criar
símbolos até mesmo inconscientemente, dando uma importância psicológica, em especial nas artes
visuais. A respeito do conceito de símbolo na arte, Busnardo Filho (2007) considera que não se trata
de uma realidade concreta, mas uma verdade psíquica que transcende a consciência. É tido como o
realidade; portanto, pode-se dizer que a função simbólica é uma função mediadora e
transformadora”.
construir a história da humanidade. Atualmente, o simbolismo das artes visuais, por exemplo, pinturas
e esculturas, se relacionam com a religião e a história, dando significados e estimulando emoções e
sentimentos para quem observa. De acordo com Furlanetto (2007):
a arte constrói a realidade de maneira específica, com suas próprias perspectivas e valores,
experiência estética. Na interação com os símbolos, o indivíduo lança mão de processos não apenas
racionais, mas também emocionais. São as instâncias do pensar, sentir e agir que conjuntamente, ao
se depararem com a multiplicidade simbólica existente no mundo, interpretam e significam esses
Uma das principais características do simbolismo nas artes visuais é a sua ligação com o mundo
imaterial, com o espiritual, assim como também o com o misticismo. Furlanetto (2007) afirma que
Uma das inspirações para os pintores simbolistas eram as temáticas com um teor moralizante,
Como exemplo de artistas plásticos simbolistas, temos: Paul Gauguin e Odilon Redon. A seguir,
vemos algumas obras desses artistas.
Jaffé (1964) acreditava que um dos objetivos do artista, por meio do simbolismo, seria para
“expressão à sua visão interior do homem, ao segundo plano espiritual da vida e do mundo”. Dessa
forma, o simbolismo apresenta uma maior atitude de expressão espiritual do que o aspecto estético.
Para alcançar esses objetivos, era necessário que os artistas tivessem domínio e conhecimento a
respeito dos elementos básicos da linguagem visual. Nos próximos temas, serão apresentados alguns
deles, como o ponto, a linha e a textura.
Ao decidir trabalhar com artes gráficas, o artista deve estar ciente de que terá que trabalhar com
Os elementos formais compositivos podem gerar inúmeras configurações e arranjos, por isso, é
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O elemento mais básico da linguagem visual é um ponto. Segundo Kandinsky (2005, p. 21), “o
ponto é resultante do primeiro encontro do utensílio com a superfície material, com o plano original”.
Todavia, Ostrower (2013) ignora a existência do ponto como elemento formal. Para a autora, a linha é
Segundo Wong (2001), o ponto é um elemento adimensional, ou seja, não possui dimensão e,
portanto, só existe no campo das ideias. Desta maneira, no mundo natural, não existe o elemento
formal ponto. Para entendermos o conceito de ponto, antes, há a necessidade de um ente, uma coisa,
algo que possua características do ponto. Portanto, embora não sejam pontos de fato, locais, espaços,
Desta maneira, vemos que o ponto pode ter qualquer formato e, ao contrário do que o senso
comum idealiza, o ponto não é redondo. A principal característica que pode ser entendida como a
essência do elemento ponto é que ele é extremamente pequeno, a ponto de afirmar-se que é
adimensional, sendo assim, não possui dimensão, nem altura, largura ou profundidade.
movimento ocular no ato de leitura. É como se determinado local do plano de representação, como o
chamando a atenção de quem olha. Embora o olhar do observador se localize em um local específico,
o ponto é muito energético e cria a potencialidade de movimentação, como explica Gomes Filho
(2008).
Quando um ponto sofre um impulso, passa a exercer movimento, ou seja, o ponto se desloca no
espaço. Ao se deslocar, esse elemento formal se transforma no elemento formal linha, que, por sua
vez, pode ser compreendida, portanto, como a trajetória do ponto. Ou ainda, a história do ponto em
Esse elemento é unidimensional, sendo assim, a linha possui lateralidade desprezível e, além
disso, funcionam como setas que dirigem o olhar do observador, como explica Ostrower (2013). Por
vezes, um conjunto de linhas pode prender a atenção do observador em determinado espaço do
plano de representação.
A linha pode variar em sua configuração, ou seja, a sua aparência pode ser reta, curva ou mista.
Quando se tem uma linha reta, todos os pontos estão alinhados. Uma linha curva possui uma relação
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direta com um centro. Já quando a linha é mista, existem trechos em que a linha é reta, outros em
que a linha é curva ou mesmo angulosa. Sugere, portanto, a ideia de deslocamento quando é curva,
diagonal ou angulosa, de acordo com Wong (2001). E, ao contrário dessas direções mencionadas,
quando a linha é horizontal ou vertical, transmite a ideia de passividade, como explica Kandinsky
(2005).
A visualização desse espaço ocorre de forma mais rápida ou mais lenta, dependendo da forma
como a linha foi constituída, podendo ser fragmentada, angulosa, curvilínea, reta, entre outras
características. Esses aspectos farão com que a visualização desse elemento varie. Para exemplificar
essa característica, pode-se tomar como exemplo a visualização de uma linha contínua e em uma
única direção, que, quando é vista por um observador, assume a função de um elemento
extremamente veloz. O olhar percorre rapidamente também um contorno de uma forma ao observar
uma paisagem.
Uma das características da linha é a sua capacidade de direcionar o olhar observador. É esse
elemento que delimita uma figura, contorna um espaço. A linha, ao contrário do ponto, é dinâmica.
Quanto à linha, é contínua, ela é veloz em sua leitura, já quando uma linha é interrompida, surge uma
pausa. Assim, uma linha reta e contínua é mais veloz do que uma linha reta e pontilhada (Ostrower,
2013). Para exemplificar: o observador localiza com facilidade a linha de um pinheiro ou a linha de um
A linha pode ter tonalidade variada, ou seja, a sua relação entre claro e escuro pode variar,
dependendo da pressão exercida no instrumento utilizado para realizá-la. Geralmente, quando se faz
um desenho com a utilização de um lápis, o início do toque na folha de papel tende a produzir um
traço mais intenso e, na medida em que o traço tende para a finalização, existe uma suavização da
pressão exercida sobre a ferramenta e, com isso, o clareamento acontece e passa a ser visível na linha
produzida. Se for realizada com canetas, a questão da tonalidade da linha se dá em função da largura
do traçado e pressão, ou seja, cada ferramenta trará características próprias e que alteram a maneira
Chegamos às seguintes conclusões: a linha (cada segmento linear) cria, essencialmente, uma
mais diminui a velocidade e, em contrapartida, aumenta o peso visual da linha. Assim há sempre um
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efeito simultâneo que abrange espaço e tempo: maior velocidade = menor peso visual; menor
Dessa forma, fica evidente que a linha pode ter diversas características. Essa variabilidade agrega
TEMA 5 – TEXTURA
Partindo do princípio de que toda a composição visual utiliza dos elementos básicos da
linguagem visual, é fundamental compreender também o que se entende por textura. Esse é um dos
elementos básicos e é tão importante quanto o ponto e a linha, a cor, a escala, o tamanho, entre
outros. De acordo com Dondis (1997), a textura é o elemento visual que tem a capacidade de
Além disso, a textura pode ser classificada como natural, sendo a que é presente na natureza ou
uma textura artificial que seria a que é produzida pelo homem, com o intuito tanto de simular
texturas naturais ou obter novas texturas. Para exemplificar a textura natural, temos as peles dos
animais ou a textura da madeira. Outra maneira de classificar a textura seria em texturas visuais ou
texturas táteis.
A textura é o elemento visual que com frequência serve de substituto para as qualidades de outro
sentido, o tato. Na verdade, porém, podemos apreciar e reconhecer a textura tanto através do tato
Para uma melhor definição e compreensão, a textura visual possui apenas qualidades óticas,
simulando uma textura tátil. Um exemplo seria uma pintura em que o artista tenta reproduzir o efeito
da maciez de uma rosa. Já na textura tátil, é tida tanto as qualidades sensíveis ao tato, como as
qualidades visuais.
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Crédito: DASHADASHA/SHUTTERSTOCK
Dessa forma, é possível observar que a textura tátil está presente em todas as superfícies
possíveis de serem tocadas, enquanto que para se obter a textura visual, nas artes visuais, é
necessário que se utilize de diversas técnicas capazes de criar essa ilusão nas composições. “É possível
que uma textura não apresente qualidades táteis, mas apenas óticas, como no caso das linhas de uma
página impressa, dos padrões de um determinado tecido ou dos traços superpostos de um esboço”
(Dondis, 2002).
A representação da textura pode ser tanto geométrica como orgânica. Nas artes visuais, é
possível representá-la por meio de uma variedade dos outros elementos básicos da linguagem visual,
Crédito: WARANON/SHUTTERSTOCK
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Outro exemplo seria o das técnicas que os artistas abstracionistas utilizavam por meio da
colagem de pedaços de papéis e outros materiais de diferentes texturas naturais, como madeira,
NA PRÁTICA
Primeiramente, pegue uma maçã ou outra fruta qualquer. Faça um desenho figurativo, o mais
próximo do mundo natural possível. Feito isso, pegue uma outra folha e faça uma representação mais
simplificada possível, buscando a síntese da fruta escolhida. Por fim, em uma terceira folha, busque
FINALIZANDO
Para finalizar, vamos relembrar o que vimos nesta aula. Primeiramente, compreendemos um
pouco a noção de “Real” em uma imagem artística e suas variações. Na sequência, foi visto como uma
imagem poder ser considerada abstrata, dando sequência, logo depois, para a noção de imagem
simbólica. Por fim, foram vistos, nos últimos dois temas, alguns dos conceitos fundamentais da
Pudemos ver, por meio desta aula, alguns dos conceitos elementares da linguagem visual, desde
a concepção de imagem, até mesmo, alguns dos elementos formais utilizados com maior frequência
nas imagens.
REFERÊNCIAS
23-30, 2007.
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DONDIS, D. A.; CAMARGO, J. L. Sintaxe da linguagem visual. São Paulo: Martins fontes, 1997.
UnB. 2006.
GOMES FILHO, J. Gestalt do objeto: sistema de leitura visual da forma. São Paulo: Escrituras,
2008.
JAFFÉ, A. O simbolismo nas artes plásticas. O homem e seus símbolos, v. 2, p. 312-367, 1964.
KANDINSKY, W. Ponto e linha sobre plano: contribuição à análise dos elementos da pintura.
WONG, W. Princípios de forma e desenho. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
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