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Araras-SP
2023
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Araras-SP
2023
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RESUMO
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .............................................................................................. 05
CAPÍTULO I- ENSINO DAS ARTES VISUAIS NO BRASIL ........................... 07
CAPÍTULO II- BNCC – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR .............. 11
CAPÍTULO III- ARTE- COMPETÊNCIAS E HABILIDADES ........................... 19
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 27
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................ 29
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INTRODUÇÃO
Este capítulo trata de uma discussão sobre o Ensino das Artes Visuais
no Brasil sob uma perspectiva histórica e se mostra importante, pois nos
possibilita refletir como os processos ou as concepções de ensino no campo
das Artes Visuais foram sendo construídas em nosso país, demonstrando que
houve efetivamente uma preocupação com o educando, com a formação de
profissionais, com elementos da cultura local e\ou com o desafio de ensinar as
artes de forma interdisciplinar.
Segundo Pereira e Santana (2021), a Arte no Brasil chegou com os
Jesuítas em 1549, juntamente com uma função educacional, já que fundaram
várias escolas, contribuindo para a formação educacional brasileira. No
entanto, após serem expulsos, houve uma construção escolar e pedagógica
aplicada pelos religiosos, que se dedicaram em construir as primeiras escolas
de ensino elementar no país, com uma pedagogia própria, até meados de
1759. Em especial a Arte Brasileira foi desenvolvida baseada no Barroco.
Vale ressaltar que havia uma diferença econômico-social que influenciou
também o ensino e o desenvolvimento artísticos, onde as produções manuais
faziam parte do cotidiano dos mais pobres enquanto as atividades intelectuais
eram dirigidas aos mais ricos ( PEREIRA; SANTANA, 2021).
Como afirma Barbosa (2012), demonstrava-se acentuado preconceito
contra as atividades manuais, como as Artes Plásticas, uma vez que as
atividades artesanais e manufatureiras eram consideradas inferiores quando
comparadas com as atividades de cunho intelectual, sendo sua execução
destinada às classes menos abastadas.
Conforme Guimarães e Pereira (2010), ao final do século XVIII, as
políticas educacionais para o Brasil eram praticamente inexistentes, não
havendo ainda nenhum sistema devidamente estruturado para a substituição
da rede educacional jesuítica, ausência que perdurou por mais uns 50 anos.
De acordo com Pereira e Santana (2021), partindo para o início do
século XIX, as mudanças na educação continuaram a favor dos interesses
dominantes, os da Família Real. Outra mudança diz respeito ao regime
escravocrata para o assalariamento de trabalhadores. Era necessário formar a
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Fonte: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/
Tal aspecto é alarmante no que concerne à Arte, visto que, tendo sua
obrigatoriedade destituída na modalidade do Ensino Médio, fica dependente do
interesse dos próprios alunos em optar por frequentá-la ou não.
Conforme já retratado por Bertoluci (2020), não houve o envolvimento
dos Arte-Educadores na elaboração do documento, inibindo suas vivências e
necessidades presenciadas em sala de aula, tornando a aplicação do que a
declaração expõe algo vago, encontrando dificuldades em como transplantar
isso na prática, ou seja, como ensinar Arte. Fica a cargo do docente, inclusive,
procurar estratégias com o propósito de atrair o aluno para cursar as aulas do
componente curricular em pauta.
Lima (2020), concorda que não é um currículo homogeneizante que irá
melhorar a qualidade da educação e que a participação de professoras,
professores e estudantes é fundamental para a democracia e autonomia
escolar. O projeto neoliberal, criou uma realidade de precarização da educação
pública e desvalorização da profissão docente. Se olharmos para a instância
macro, nesse sistema torna-se mais fácil implantar currículos estaduais ou
nacionais, já que o profissional do Ensino Básico, em geral, acumula diversas
escolas, muitas vezes sem vínculo, o que o distancia da construção e
participação efetiva dos projetos escolares estruturantes.
Para Apple (2011) apud Lima (2020), o autor determina que um currículo
– que reconheça diferenças e desigualdades – deve ser subjetivo e
fundamentar-se nesse reconhecimento, bem como dos diferentes
posicionamentos - nas relações de poder, para não homogeneizar a cultura, as
histórias, os interesses sociais e os dos alunos. Assim, ao mesmo tempo em
que o currículo servirá para parcialmente reconhecer as diferenças, também
servirá para resgatá-las. Diante desse discurso, o autor deixa claro que um
currículo nacional, instituído nesse cenário, é um mecanismo para o controle
político do conhecimento. E diz que é necessário sempre fazer a reflexão sobre
de quem são essas reformas e quem ganhará com elas.
Ao abordar os propósitos da Educação diz que na conjuntura política
neoliberal, as condições tidas como necessárias nesse âmbito têm, como pano
de fundo, a competitividade internacional, o lucro, a disciplina e o resgate às
ideias romantizadas de lar, família e escolas “ideais” (APPLE, 2011 APUD
LIMA, 2020).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBOSA, Ana Mae Tavares Bastos. Era uma vez … a obrigatoriedade das
artes no currículo do ensino médio. São Paulo: Escola de Comunicações e
Artes, Universidade de São Paulo. Disponível em:
https://www.eca.usp.br/acervo/producao-academica/002794305.pdf. Acesso
em: 21 mar 2023. 2016.
https://publica.ciar.ufg.br/ebooks/licenciatura-em-artesvisuais/
index.html#percurso2.html. Acesso em: 28 fev. 2023.