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ARTE E DO
DESIGN
Introdução
A arte contemporânea se caracteriza por uma pluralidade de estilos que
vêm sendo produzidos desde o final da Segunda Guerra Mundial até
os dias de hoje. Rompendo com os conceitos preestabelecidos de arte,
ela reinventa e inova as formas de expressão. Assim, dá liberdade total
aos artistas, que exploram as potencialidades de discussão e reflexão da
realidade por meio da arte.
Neste capítulo, você vai estudar os conceitos de arte contemporânea.
Também vai conhecer os diversos estilos e as características desse período
da história da arte. Além disso, vai ver algumas obras importantes que
ilustram essa vertente.
Em meio às discussões sobre o papel da arte, a pop art surge como um dos
primeiros movimentos que rompem com os conceitos estabelecidos. Artistas
como Andy Warhol utilizam objetos e linguagens típicos das propagandas de
Arte contemporânea 5
Como você pôde ver, a arte contemporânea explora as mais variadas formas
de expressão. Ela expandiu o campo da arte para além da pintura e da escul-
tura. Assim, surgiram, por exemplo: instalações, videoarte, videoinstalação,
assemblage (colagens com objetos em três dimensões), performance, body
art (arte no corpo), arte digital, entre outros.
Minimalismo
O minimalismo surgiu na década de 1960, em Nova Iorque, em contraposição
ao expressionismo abstrato de Pollock. Ele se caracteriza pelo uso da instalação
como forma de expressão. Ou seja, o espaço e o entorno passam a fazer parte
do conceito da obra. Além disso, o minimalismo organiza formas geométricas
simples e puras em sequências que compõem e transformam o espaço. Entre
os principais artistas minimalistas, você pode considerar: Donald Judd, Carl
Andre, Sol LeWitt, Robert Morris e Dan Flavin.
Op art
A denominação op art deriva do termo em inglês optical art, que significa
arte óptica. Esse estilo ganhou força na metade dos anos 1950. Ele se
caracteriza por explorar as características e falhas da visão humana por
meio da ilusão de óptica. Geralmente, se expressa por meio de figuras geo-
métricas abstratas na pintura. A principal intenção da op art é representar
o movimento. Entre os principais artistas, estão: Ad Reinhardt, Kenneth
Noland e Bridget Riley.
Arte cinética
A arte cinética surgiu em Paris, na década de 1950. Ela se caracteriza por
explorar o movimento, principalmente nas esculturas. Está ligada à op art por
explorar também a ilusão de óptica na busca pelo movimento. Pode utilizar
Arte contemporânea 7
Arte conceitual
A arte conceitual surgiu em meados de 1960, na Europa e nos Estados Unidos.
Ela se caracteriza por valorizar mais o conceito e as ideias do que o objeto
em si. A arte deixa de ser visual e passa a ser uma ideia, uma expressão, um
questionamento. Os artistas utilizam as mais variadas formas de expressão
e os mais variados materiais, como fotografia, filmes, fotocópias, etc. Entre
os artistas que se destacam na arte conceitual, estão: Barbara Kruger, Jasper
Johns, Joseph Beuys, Joseph Kosuth e Daniel Buren.
Arte povera
A arte povera (arte pobre) surgiu na Itália, na década de 1960. Ela se caracteriza
pelo empobrecimento da arte por meio do uso de materiais simples e naturais,
como madeiras, folhas, areia e até sucata. A arte povera faz uma crítica à
sociedade de consumo e destaca a efemeridade da arte contemporânea, bem
como a sua desvinculação com o mercado das artes. Os principais artistas da
arte povera incluem: Giovanni Anselmo, Jannis Kounellis, Richard Long e
Giuseppe Penone.
Body art
A body art (arte do corpo) surge no final dos anos 1960 em contraposição ao
minimalismo e à arte conceitual. Ela se caracteriza pela utilização do corpo
como forma de expressão ou como suporte para a expressão da arte. Utiliza
frequentemente a performance como forma de expressão. Ou seja, a execução
da obra se torna parte dela, e esse processo pode ser desenvolvido para um
público que assiste ou que interage com a criação do artista. Uma série de
obras provocativas da body art foi criada para questionar guerras. Tais obras
incluíam automutilação e autoflagelação dos artistas. Entre os principais
nomes da body art, você pode considerar: Yves Klein, Bruce Nauman, Piero
Manzoni e Vito Acconci.
8 Arte contemporânea
Land art
A land art (arte da terra) também surge no final dos anos 1960. Ela se caracteriza
pela utilização dos meios da natureza como suporte, ou seja, como espaço
e como material para a expressão artística. Geralmente, as obras assumem
grandes dimensões e só podem ser compreendidas a partir de fotografias ou
vídeos. A land art extrapola os limites das galerias de arte e museus. Entre
os principais artistas dessa vertente, estão: Robert Smithson, Richard Serra
e Walter de Maria.
Obras em destaque
O pluralismo de estilos da arte contemporânea se expressa em um grande
número de obras. Muitas delas se destacaram e foram importantes para as
definições dos novos rumos que a arte assumiu na segunda metade do século
XX. A seguir, você vai conhecer algumas obras representativas dos estilos
listados na seção anterior.
Na Figura 5, você pode ver a obra minimalista do artista Carl Andre.
Nela, blocos de madeira são organizados e dispostos em composições
que se repetem. A obra explora a composição e a relação com o espaço,
se afastando de qualquer elemento que seja decorativo ou irrelevante
(FARTHING, 2009).
Na Figura 10, você pode ver um exemplo de body art na obra de Yves Klein.
A obra foi executada por mulheres cobertas de tinta que imprimiram marcas
na tela com seus corpos. A performance da execução foi feita em frente a um
público espectador, que se tornou parte da própria obra.
Figura 10. Celebração de uma nova era antropométrica (1960), Yves Klein.
Fonte: Archer (2011, p. 28).
Na Figura 11, você pode ver a obra de land art do artista Robert Smithson,
que construiu um molhe na forma de espiral de 457 m de extensão e 4,6 m de
largura com basalto, sal e barro, em um lago de Utah, nos Estados Unidos.
A obra permite a interação com os espectadores, que podem andar sobre ela.
Contudo, só pode ser compreendida em seu todo à distância. Como você pode
notar, Smithson retira a arte dos ambientes restritos das galerias e museus,
levando-a para grandes espaços abertos (FARTHING, 2009).
A Figura 12 mostra a obra do artista brasileiro Hélio Oiticica. Ela consiste
em uma instalação de placas de madeira colorida suspensas que formam um
núcleo que pode ser penetrado pelo observador. A intenção é explorar as
sensações e as formas visuais de diferentes ângulos.
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Na Figura 13, você pode ver uma obra do artista conceitual brasileiro Cildo
Meireles. Essa obra fez parte de uma série intitulada Inserções em Circuitos
Ideológicos, desenvolvida na década de 1970, durante o período da ditadura
militar. Nesse trabalho, o artista imprimiu mensagens políticas em garrafas de
refrigerante, que na época eram retornáveis. Assim, as embalagens passaram
a circular com as mensagens de Meireles.
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