INTRODUÇÃO À ARTE CONTEMPORÂNEA

3º ano do Ensino Médio - Profª. Alana Muinhos

Habilidades

Conhecer e compreender o conceito de arte contemporânea, suas características e seus

movimentos a partir da segunda metade do século XX.
Compreender a Arte Contemporânea como uma zona híbrida entre os diversos campos
artísticos e áreas do conhecimento.

Vanitas : vestido de carne para um anoréxico albino. Jana Sterbak, 1987

 O que é Arte Contemporânea

Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o novo panorama é caracterizado pelo avanço
da globalização, cultura de massa e desenvolvimento das novas tecnologias.
Nesse panorama a arte oferece novas experiencias pautadas principalmente, nos processos
artísticos em detrimento do objeto, ou seja, na ideia em detrimento da imagem.

Pop Art, Op-Art, Arte Povera e Arte Cinética

- A partir de 1950, o centro da Arte Ocidental é transferido de Paris para Nova York.

- Nos anos de 1940 e 1950, a herança da vanguarda desdobra-se em três aspectos:

- O desejo de fazer da arte uma criação absoluta e abstrata;

- A ideia, derivada do Cubismo, de que o quadro é um objeto plano e impenetrável;
- A importância do automatismo no processo criador.

Nos anos 60 há duas reações contra a abstração do pós-guerra: uma delas, a Pop art, de caráter
figurativo, recorreu às imagens dos meios de massa.

A outra, Op-Art, de caráter abstrato, atrelada à fascinação pela geometria.

Pop Art : Apropriação de cultura de massa

Op- Art: Ilusão ótica, movimento

 Pop Art
Entre os expoentes da Pop Art norte-americana está o artista gráfico Andy Warhol (1928-
1987). Atem-se à documentação objetiva dos fetiches e símbolos da civilização de consumo.

Utiliza imagens que estão em todos dos lugares, divulgadas pelos meios de comunicação de
massa: em outdoors, no jornal, no ônibus.
Reage ao papel da arte da sociedade saturada de imagens e conteúdos reafirmando o
consumismo por meio da arte.

Com o objetivo da crítica iônica do bombardeamento da sociedade pelos objetos de

consumo, ela operava com signos estéticos massificados da publicidade, quadrinhos e
ilustrações.
Ao mesmo tempo que reproduzia a crítica, a Pop Art se apoiava, e necessitava dos objetivos
de consumo, nos quais se inspirava e muitas vezes produzia o próprio aumento do
consumo, como aconteceu por exemplo, com as Sopas Campbell, de Andy Warhol. - Aspecto
negativo da Pop Art americana ao invés de só criticar ela incentivava o consumo, onde a
grande massa não conseguiu captar a mensagem.
Técnica em serigrafia - impressão da imagem em várias cores - exploração da cor – imagem do
artista que era consumida.

Andy Warhol – 1962 - Reprodução em série - Consumo

Op-Art
A Op-Art em português significa “Arte Óptica”. Alcançou seu apogeu em 1960, propondo
produzir efeitos visuais de relevo, profundidade ou movimento a partir de linhas e cores
planas e estáticas.

Victor Vassarely ( 1908-1997), um nome significativo desse movimento, combina cores e

dois tipos de perspectiva para criar imagens ambíguas e contraditórias.
Bridget Riley (1931-) pinta figuras geométricas e estrias em branco e preto, conseguindo
uma estranha vibração da superfície.

Victor Vassarely – 1939

Bridget Riley
 Arte Povera

A Arte Povera (em inglês, “poor art”) foi um movimento artístico de vanguarda surgido na
Itália na década de 60 e que significa literalmente, “arte pobre”.
A ideia do movimento povera, que se destacou na pintura, escultura, instalação e
performance, era de fato propor uma nova reflexão estética sobre o produto artístico ao
“empobrecer a arte” e trazer à tona sua efemeridade por meio da utilização de materiais
simples e naturais.

“Iglu” obra do artista italiano Mario Merz, Turim, Itália.

 Arte Cinética
A Arte Cinética utilizou o movimento real, por intervenção do observador, por causas naturais ou um
motor. O cinetismo se converteu em recurso com resultados muitos diversos.

Os artistas que o empregam são muito heterogêneos. Um dos mais famosos é Jean Tinguely (1925-
1991) que produziu máquinas sem função.

Um dos maiores exemplos da arte cinética está o pintor e escultor estadunidense Alexander Calder
(1898-1976), muito conhecido por seus “Móbiles” (desenho em quatro dimensões).

Metamecânica, Jean Tinguely, 1955.

“Bichos, a obra viva de Lygia Clark”
 Concretismo e Minimalismo
O movimento concretista encontra precedentes imediatos nos holandeses Mondrian e Theo
Van Doesburg, que rejeitam a subjetividade e criam um idioma plástico universal.

No movimento Russo, o construtivismo, que além de uma arte visual e abstrata, propõe
uma arte integrada à ciência e a técnica.
Na Bauhaus (Alemanha, 1919 –1933), Escola Superior de Criação Industrial que leva a arte
para o design.
- A arte concreta surge na Europa, por volta de 1917, na tentativa de se criar uma
manifestação abstrata da arte.
- A busca dos artistas era incorporar a arte (música, poesia, artes plásticas) às
estruturas matemáticas geométricas.
- A intenção deste movimento concreto era desvincular o mundo artístico do natural e
distinguir forma de conteúdo.

No Brasil...
Por volta de 1950, a concepção plástica da arte chega ao Brasil por intermédio do suíço Max
Bill: artista, arquiteto, designer gráfico e de interiores. Bill é o responsável por popularizar as
concepções da linguagem plástica no Brasil com a Exposição Nacional de Arte Concreta,
1956.

Luiz Sacilotto –1950

As principais características do Concretismo nas Artes Plásticas:

- Busca da precisão das formas;

- Uso de formas abstratas;
- Influência do Cubismo;
- União entre forma e o conteúdo;
- Defesa da racionalidade, lógica e cientificismo.
 Minimalismo

Arte Minimalista foi constituída em meados dos anos de 1960 e caracterizava-se como a
radicalização extrema de algumas ideias vanguardistas.

Sem título, Donal Judd, 1988.

- Baseia-se na redução da forma artística a um volume geométrico sucinto, “mínimo”, que se

limita comunicar sua presença.
- Os objetos minimalistas entram mais no campo da escultura que da pintura. Constituem
unidades de superfície, forma e cor absolutamente objetivas e positivas.
- Apresenta outras duas características básicas: o aspecto de produção seriada e ao aspecto
frio, carente de expressividade.
- A exigência de compreensão intelectual que a arte minimalista promove é a herança que
será acolhida pela Arte Conceitual.
Obra de Judy Chicago, 1965
 Arte Conceitual

É um movimento artístico que teve seu auge na Europa e nos Estados Unidos durante a
década de 1970. Foi uma espécie de reação ao formalismo da arte, principalmente
europeia, da década de 1960.

Ênfase no conceito da Obra.

Projeto Coca-Cola (1970) - Cildo Meireles

Joseph Kosuth, Uma e três cadeiras, 1965
 Principais características da Arte Conceitual

- Valorização do conceito e ideia da obra de arte, que se tornam mais importantes do

que o objeto e sua representação física.
- Uso de diversos meios, como performances, instalações artísticas, vídeos, textos e
fotografias.
- Forte desenvolvimento da arte ambiental, arte postal e grafite (principalmente em
áreas públicas).
- Ideal de volta do figurativismo (arte figurativa), valorizando a forma humana,
elementos da natureza e objetos criados pelo homem.
- Rompimento com o formalismo artístico.
 Land Art

A “Land Art” (em inglês “Earth Art” ou “Earthwork”) foi um movimento artístico pautado na
fusão da natureza com a arte, que surgiu na década de 60, nos Estados Unidos e na Europa.

Corresponde à “arte da terra”. Surge a partir da fusão e integração da natureza e da arte

onde a natureza além de suporte, faz parte da criação artística.

Ilhas contornadas (Sourrounded Islands), Christo e Jeanne-Claude, 1983, Baía de Biscayne, Miami.

2 milhões de metros quadrados de tecido flutuante – 11 ilhas cercadas em Miami – 430 integrantes
em uma equipe, entre empreiteiros, engenheiros, advogados, costureiras, biologos marinhos...
Christo (1935) e Jeanne- Claude; ele, artista búlgaro, nascido como Christo Vladimirov Javacheff; e ela
filósofa marroquina, nascida como Jeanne-Claude Denat de Guillebon. Foram um casal de artistas
conhecidos mundialmente por suas instalações, viveram juntos por 51 anos.
 Instalação Artística

O termo instalação foi incorporado ao vocabulário das Artes Visuais na década de 1960,
designado assemblage ou ambiente construído em espaços de galerias e museus.

A instalação é uma forma de arte que utiliza a ampliação de ambientes que são
transformados em cenários do tamanho de uma sala. Pintura, escultura e outros materiais
são usados conjutamente para ativar o espaço arquitetônico.

A instalação de Marcel Duchamp 16 milhas de Fios, Nova York no ano de 1942.

Onde vamos dançar esta noite? Faz referência ao consumismo, à especulação financeira,
aos meios de comunicação e as festas dos anos 1980.
 Arte Digital

A arte digital é criada por meio de ambientes computacionais gráficos.

Formas de Arte Digital:

- Edição de fotos e imagens;

- Desenho, ilustração e pintura digital;
- Modelagem 3D;
- Animação Digital;
- Pixel Art;
- Arte Fractal.
Obras digitais de Chad Knight, artista norte-americano
 Street Art

A Arte Urbana (street art, em inglês) designa uma arte encontrada nos meios urbanos, seja por
performances artísticas, grafite, dentre outras.

Escadaria de Selaron, Rio de Janeiro, Brasil