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“O MISTÉRIO DA

ESTRADA DE
SINTRA”
Eça de Queiroz &
•Ana Luiza Rodrigues Ramalho Ortigão
•Carla Paiva
•César Steve Nascimento
•Luna Cavalcante
•Marcelo J. Oliveira
(1870)
•Victor Rocha
Contexto histórico de 1870
o PERÍODO DE TRANSIÇÃO DO ROMANTISMO AO
REALISMO
o A QUESTÃO COIMBRA

Ramalho
Eça de Ortigão
Queiroz
Início da amizade

Eça e
Ramalho
Prosas
bárbaras
o REUNIÃO DOS
PRIMEIROS TEXTOS
FOLHETINESCOS
PUBLICADOS POR EÇA
DE QUEIROZ;
o PUBLICADOS
POSTUMAMENTE.
Edição de
1917
As farpas
- CRÔNICAS MENSAIS ESCRITAS EM
COLABORAÇÃO POR EÇA DE QUEIROZ E
RAMALHO ORTIGÃO;
- PUBLICADAS ENTRE 1871 E 1883;
- CRÍTICA À TODAS AS MANIFESTAÇÕES DA
SOCIEDADE PORTUGUESA DA ÉPOCA;
- SEGUNDO MARIA FILOMENA MÓNICA,
SOCIÓLOGA E INVESTIGADORA DA OBRA DO
AUTOR, AS FARPAS SÃO FRUTO "DA RAIVA
SENTIDA POR UMA NOVA GERAÇÃO DIANTE DA
BURGUESIA QUE SE INSTALARA NO PODER”
O MISTÉRIO DA
ESTRADA DE SINTRA
•Retorno de eça à Portugal
•Primeira obra literária de eça de queiroz
•ORIGINALMENTE PUBLICADO EM 56 FOLHETINS NO JORNAL
“DIÁRIO DE NOTÍCIAS”
•EDUARDO COELHO, FUNDADOR E DIRETOR DO JORNAL, ERA
AMIGO DE RAMALHO ORTIGÃO
•AS PUBLICAÇÕES ERAM FEITAS DIA A DIA, CARTA A CARTA
•CARTAS QUE, ENTRE JULHO E SETEMBRO DE 1870,
CONSTRUIRAM “O MISTÉRIO DA ESTRADA DE SINTRA”
•AS IDENTIDADES DOS ESCRITORES FORAM REVELADAS
SOMENTE NO ÚLTIMO FOLHETIM
Prefácio da 2ª edição
TRECHO DO PRÉFACIO DA 2ª
EDIÇÃO (página VI):
Recepção da obra
•TRÊS EDIÇÕES PUBLICADAS PELA
LIVRARIA A. M. PEREIRA, MOTIVADAS
PELO SUCESSO POPULAR DOS
FOLHETINS;
•AGITOU E INTRIGOU A SOCIEDADE
PORTUGUESA DA ÉPOCA;
•O JORNAL LUCROU BASTANTE COM
A VENDA DOS FOLHETINS, SEGUNDO A
Recepção da obra

Terceira
edição
Edições recentes...
Adaptação cinematográfica
Enredo: a exposição do doutor***
• Somos apresentados a V e ao seu amigo, F, que estão andando pela estrada de Sintra;
• Eles se encontram com um grupo de mascarados que estava à beira da estrada verificando a carruagem;
• Os mascarados sequestram o Doutor V e o F e os levam até uma casa desconhecida;
• Ao chegarem na casa, os mascarados tiram-lhes a venda e acendem cinco velas. O Doutor V e o F se
deparam, então, com um cadáver deitado no sofá;
• O Doutor V constata que o falecido não cometeu suicídio e sim foi assassinado ao tomar um copo com
ópio;
• Um desconhecido chega na casa, segurando martelos e pregos. Era um estudante de medicina e natural
de Viseu. Chamava-se A.M.C.;
• Uma mecha de fio loiro é encontrada na casa do falecido;
• Os mascarados soltam o Doutor V, mas F continua em cárcere privado.
A intervenção de Z
• A primeira carta de Z foi escrita para o jornal, indagando tudo aquilo que o Doutor
V escreveu e, principalmente, defendendo o seu amigo A.M.C.;
• F escreve uma carta ao Doutor V, contando que ainda estava em cárcere privado;
• F conhece um alemão chamado Frederico Friedlann, que envia a carta ao Doutor V;
• A segunda carta de Z;
• Doutor V manda uma carta ao Frederico Friedlann, mas não obteve resposta e
consequentemente pensou que ele estava morto;
• Doutor V se despede e vai se alistar na Guerra da França.
“Nesta casa, debaixo destes mesmos tectos, está morto um homem, moço, elegante e belo,
que entrara aqui, cheio talvez de esperanças, de alegrias, de projectos no futuro, e que de repente
caiu para todo o sempre envenenado por mão misteriosa, ignorado, desconhecido, só, longe de
uma mulher amada que o espera talvez a esta hora, longe da família que o acarinhou em
pequeno, longe dos lugares saudosos que o viram nascer, da mãe lacrimosa que lhe cerrasse os
olhos, do pai angustiado que em nome da humanidade lhe lançasse a derradeira benção.
[...]
Eu não choro a tua memória, porque não te conheço, porque nunca nos encontrámos, porque
não sei quem és. Mas não quero insultar a dor que adeja sobre a tua morte, deixando-me dormir
na mesma casa em que jazes insepulto, enquanto alguém te espera vivo no mundo”. (QUEIRÓS;
ORTIGÃO, 2013, P. 61-62)
Narrativa do mascarado
• A carta que o mascarado alto envia para o jornal trata-se de um flashback;
• O mascarado alto é primo e melhor amigo da Condessa W., que é esposa do
Conde;
• O mascarado também é amigo do oficial Inglês Capitão Rytmel, um dos
principais personagens da trama;
• O leitor é apresentado ao D. Nicazio e à esposa Carmem;
• Condessa W. acaba se apaixonando por Rytmel – uma paixão avassaladora.
Carmem também é apaixonada por ele, com quem mantém uma relação
extraconjugal;
Narrativa do mascarado
• Inicia-se, então, um conflito amoroso entre elas pelo amor do Capitão
Rytmel;
• O Capitão escolhe a Condessa W. e tenta fugir com ela, mas seu
primo o faz mudar de ideia;
• Carmen tenta matar Rytmel, mas não consegue. Ele sobrevive e ela,
então, começa a enlouquecer;
• Carmen entra em depressão profunda, o que acaba culminando em
sua morte. Seu corpo é jogado ao mar.
As revelações do a.m.c
• A.M.C. envia uma carta ao redator do jornal. Desta vez, contando o seu ponto
de vista e sobre o que realmente aconteceu;
• A.M.C. apaixona-se à primeira vista e perdidamente pela Condessa W.;
• Condessa W. faz uma chocante confissão ao A.M.C.;
• A.M.C. tenta ajuda-la;
• Um dos mascarados era realmente amigo íntimo de F;
• Um pequeno tribunal se forma com os mascarados, F, A.M.C. e a Condessa W.;
• Condessa W. entra na casa.
A confissão dela
• Condessa W. pensa que o Capitão Rytmel estava tendo um caso com a Miss Shorn;
• Condessa W. estava em conflito sobre os sentimentos que o Capitão tinha por ela.
Convida-o, então, para fugir com ela;
• Antes da data da fulga, Rytmel manda uma carta dizendo que estava indo para Portugal;
• Condessa W. entra em desespero e vai até a cabana encontrar-se com o Capitão;
• Desconfiada de Rytmel, tenta ler as cartas que estão em seus bolsos, mas, com medo de
ser descoberta, entrega-o um copo com ópio para dormir;
• Condessa W. assassina o Capitão Rytmel – em vez de colocar somente duas gotas de
ópio, ela derrama todo o líquido dentro do copo de água.
Concluem as revelações do a.m.c.
• Condessa W., ao chegar na casa onde o crime havia sido cometido, é capturada
pelas pessoas que ali estavam;
• Os mascarados, F e o A.M.C. reúnem-se para julgar o crime cometido pela
Condessa W., que logo é absolvida;
• Os mascarados enterram o corpo do Capitão Rytmel;
• Doutor V e o Lorde Grenley leem a carta enviada pela Condessa W, a qual dizia
que ela estava largando sua posição na sociedade, riqueza, casamento e
prestígio. E que ele nunca deveria procurá-la.
• Condessa W. entra num convento.
Personagens
intrigas
“detetive por acidente: o lugar da lógica e da
imaginação em
o mistério da estrada de sintra”
resumo
“O romance O mistério da estrada de Sintra (1870), escrito a partir de
uma parceria entre Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão, é considerado
como um dos textos que inseriu Portugal na tradição da literatura
policial nos moldes estabelecidos por Edgar allan poe em “Os
assassinatos na rua morgue” (1841). Neste contexto, os enredos
detetivescos primavam pela supremacia da lógica e da razão sobre a
imaginação e a emoção para a resolução dos mistérios. O objetivo
deste artigo é mostrar como queiroz e ortigão lidaram com este
preceito ao criarem uma narrativa híbrida, mesclando traços de
“detetive por acidente: o lugar da lógica e da imaginação em
o mistério da estrada de sintra”

A imaginação e a convivência é A
a lógica a solução realidade
“detetive por acidente: o lugar da lógica e da
imaginação em
o mistério da estrada de sintra”
“para esse fim, sem plano, sem método, sem escola, sem
documentos, sem estilo, recolhidos a simples torre de cristal da
imaginação, desfechamos a improvisar este livro, um em leiria,
outro em lisboa, cada um de nós com uma resma de papel, a sua
alegria e a sua audácia.” (ortigão; queiroz, 2008, p. 5).
“na arte, a indisciplina dos novos, a sua rebelde força de resistência
às correntes da tradição, é indispensável para a revivescência da
invenção do poder criativo, e para a originalidade artística. Ai das
Um possível Diálogo com produções
contemporâneas
“O mistério dos MMM”
(1964)

• Diálogo entre as
produções;
• Autoria colaborativa;
• Publicado em folhetins – Rachel de
O cruzeiro; Queiroz
• Descoberta de um
cadáver; cartas
Um possível Diálogo com produções
contemporâneas
“No body, no crime”
(2020)

• Diálogo entre as tramas;


• Homicídio incitado pela
suposição de um
adultério;
• As acusações não se Taylor Swift
podiam provar;
• Se distingue no fato de https://www.youtube.com/watch?v=xS
Um possível Diálogo com produções
contemporâneas
“A mulher da casa
abandonada” (2022)

• Diálogo entre as recepções;


• Os ouvintes trataram um caso
de crime real como uma ficção
investigativa.
referências
• FREITAS, S. L. F. de. Detetive por acidente: o lugar da lógica e da imaginação
em O mistério da estrada de sintra. In: Revista Desassossego, ed. 16. dez./2016, p.
118-132.
• ORTIGÃO, Ramalho. QUEIROZ, Eça de. O mistério da estrada de Sintra.
Curitiba: Arte & Letras, 2008.

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