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Dia Mundial da Poesia, 21 de março de 2023

“Há olhos que quase só deslizam no


telemóvel; e olhos que tropeçam em
nuvens, em bolas, em pessoas, em Esvaziado,
patas de aranha, eu sei lá em quê. Às encheu-se de murmúrios
vezes, esses olhos tropeçantes o velho búzio. (Alexandre)
querem que as mãos escrevam textos
à maneira de haicais… Primeiro sonho do ano -
No início, o poema em japonês Sem contar a ninguém
possuía quase sempre dezassete sons Sorrio em silêncio (Lara Souza)
elementares contáveis (em português,
mais ou menos cinco sílabas métricas Por vezes as nuvens
no primeiro verso, sete no segundo e dão um pouco de repouso
cinco no terceiro). (…) Hoje em dia, tais a quem olha a lua (Luís)
regras são muitas vezes deixadas de
lado. Mas há uma que se mantém: o O silêncio vive numa casa
poeta estar atento às pequenas coisas Onde a música
da natureza e não só. E, em Entra quase sem pedir licença
pouquíssimas palavras, fixar no haicai (Hugo)
um momento especial da vida, que
pode ser alegre, cómico até, ou triste, A brisa suave
um momento cheio de beleza ou Silenciosa passeia
mesmo feio. Captar esse instante Na água do lago (Ana)
como numa fotografia (de que os
japoneses tanto gostam) é uma das
finalidades do haicai.”
Textos retirados das obras Tempo de haikus, de J. N.
Santaeulàlia e Olhos tropeçando em nuvens e outras
coisas e À noite as estrelas descem do céu, de João
João Pedro Mésseder, Olhos
Pedro Mésseder
tropeçando em nuvens e outras coisas

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