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ARTE CONTEMPORÂNEA

A arte contemporânea é construída não mais necessariamente com o novo e o original, como ocorria no Modernismo e nos
movimentos vanguardistas. Ela se caracteriza principalmente pela liberdade de atuação do artista, que não tem mais
compromissos institucionais que o limitem, portanto pode exercer seu trabalho sem se preocupar em imprimir nas suas
obras um determinado cunho religioso ou político.

Uma e Três cadeiras, 1965, Joseph Kosuth.


Esta era da história da arte nasceu em meados do século XX e se estende até a atualidade, insinuando-se logo depois
da Segunda Guerra Mundial. Este período traz consigo novos hábitos, diferentes concepções, a industrialização em massa,
que imediatamente exerce profunda influência na pintura, nos movimentos literários, no universo “fashion”, na esfera
cinematográfica, e nas demais vertentes artísticas. Esta tendência cultural com certeza emerge das vertiginosas
transformações sociais ocorridas neste momento.

OP ART
Op Art, também conhecida como Arte Óptica, é um estilo artístico visual que utiliza ilusões óticas. Este movimento artístico
teve início na década de 1930 com as obras do designer gráfico e artista húngaro Victor Vasarely.
Dentre as suas principais características podemos citar o uso de recursos visuais (cores, formas, etc.) para provocar ilusões
óticas, ou seja, as imagens parecem ter movimento. Tal situação é gerada pelas combinações de formas geométricas simples
como, por exemplo, quadrados, retângulos, círculos e triângulos. Em muitas obras, o observador deve se movimentar para
visualizar os efeitos da pintura ou escultura. Desta forma, o observador participa ativamente.

POP ART
Com surgimento decisivo na década de 1960, a Pop Art é uma escola que utiliza em suas representações pictóricas imagens e
símbolos de natureza popular. Originado particularmente nos Estados Unidos e na Inglaterra, os artistas recorrem
à ironia para elaborar uma crítica ao excesso de consumismo que permeia o comportamento social, estetizando os produtos
massificados, tais como os provenientes da esfera publicitária, do cinema, dos quadrinhos, e de outras áreas afins. Eles se
valem de ferramentas como a tinta acrílica, poliéster, látex, colorações fortes e calorosas, imitando artefatos da rotina
popular. Estes objetos que integram o dia-a-dia da massa são multiplicados em porte bem maior, o que converte sua
concretude real em uma dimensão hiper-real. Enquanto, porém, a Pop Art parece censurar o consumismo, ela igualmente
não prescinde dos itens que integram o circuito do consumo capitalista. Exemplo disso são as famosas Sopas Campbell e as
garrafas de Coca-Cola criadas pelo ‘papa’ deste movimento, o artista Andy Warhol.

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Arte como Ideia
A Arte Conceitual é uma tentativa de revisão da noção de obra de arte e como ela é contemplada pelos espectadores. A arte
deixa de ser primordialmente visual, feita para ser olhada somente, e passa a ser considerada como ideia e pensamento.
Além da crítica ao formalismo, os artistas conceituais ferozmente atacam as instituições museológicas, o sistema de seleção
de obras de arte e o mercado.
A década de 70 se caracteriza pela expansão da Arte Conceitual, isto é, da arte como ideia, através de novos meios artísticos,
operando com o corpo em performances, com os novos meios tecnológicos, multimeios e outra modalidade espacial e
fragmentada de trabalho - a instalação. Trata-se de uma disposição de elementos em um espaço com a intenção de criar uma
relação com o espectador. Há também uma aplicação de novas tecnologias que se associam à operação conceitual do artista,
como arte e computador. Ocorre nessa época uma revitalização do pensamento de Marcel Duchamp, condenando a pintura,
que, para ele, se situava muito aquém das possibilidades criativas do ser humano.

LINGUAGENS CONTEMPORÂNEAS

INSTALAÇÃO

A Instalação é uma manifestação artística contemporânea composta por elementos organizados em um ambiente. Ela pode
ter um caráter efêmero (só "existir" na hora da exposição) ou pode ser desmontada e recriada em outro local.
Diferentemente do que ocorre tradicionalmente com as esculturas ou pinturas, a mão do artista não está presente na obra
como um item notável.
Uma instalação pode ser multimídia e provocar sensações: táteis, térmicas, odoríficas, auditivas, visuais entre outras.

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Rachel Whiteread, Embankment no Tate Modern, Londres.

INTERVENÇÃO

É uma manifestação artística, geralmente realizada em áreas centrais de grandes cidades. Consiste em uma interação com
um objeto artístico previamente existente (um monumento, por exemplo) ou com um espaço público, visando colocar em
questão as percepções acerca do objeto artístico. São notadamente voltados para uma experiência estética que procura
produzir novas maneiras de perceber o cenário urbano e criar relações afetivas com a cidade que não a da objetividade
funcional que aplaca o dia-a-dia.

“A Arte Salva”, de Eduardo Srur, feita em 2011 no Congresso Nacional, em Brasília.

PERFORMANCE

A performance arte – também conhecida como performance artística – surgiu por volta da década de 1960 e consiste numa
forma de expressão artística que pode incluir várias disciplinas diferentes como a música, poesia, vídeo ou teatro. Este tipo
de evento poderia ser improvisado pelos artistas, e podia ter ou não um público.

Atriz Tilda Swinton dorme em caixa de vidro em performance artística, Nova York.

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Marina Abramovic and Ulay. 'The Artist is Present', MoMA, N.Y. 2010

Considerada como a avó da performance, iniciando sua carreira no início dos anos 70, sem parar desde então, suas obras
costumam tratar sobre o tempo, as relações, a identidade, os limites do corpo e as possibilidades da mente. Em sua
performance mais extensa, realizada no MoMA intitulada de The artist is present (2010), a artista passou por horas, sentada
imóvel frente a uma mesa e cadeira, na qual um espectador era convidado por turno a sentar-se em sua frente e ficar o
tempo que achasse necessário, sem comunicação verbal. Desta forma, se podia ter uma experiência pessoal com a artista,
através da sua serenidade e de seu comportamento impassível.

VÍDEO ARTE

O barateamento e a difusão do vídeo no fim da década de 1960 incentivam o uso não comercial desse meio por artistas do
mundo todo, principalmente por aqueles que já experimentavam as imagens fotográficas e fílmicas. O vídeo e a televisão
entram com muita força no trabalho artístico, frequentemente associados a outras mídias e linguagens. A introdução do
vídeo nesse universo traz novos elementos para o debate sobre o fazer artístico. As imagens projetadas ampliam as
possibilidades de pensar a representação, além de transformar as relações da obra de arte com o espaço físico, na esteira
das contribuições minimalistas. A produção em vídeo arte parte da ideia de espaço como campo perceptivo, defendida pelo
minimalismo quando enfatiza o ponto de vista do observador como fundamental para a apreensão e produção da obra. O
uso do vídeo almeja transformar de modo radical as coordenadas desse campo perceptivo, dando novo sentido ao espaço
da galeria e às relações do observador com a obra. Colocado numa posição intermediária entre o espectador do cinema e o
da galeria, o observador/espectador da obra é convocado ao movimento e à participação.

Reconvexo Itinerante: Vídeo-projeções Mapeadas e Interativas


CONCLUSÃO

A cena contemporânea - que se esboça num mercado internacionalizado das novas mídias e tecnologias e de variados atores
sociais que aliam política e subjetividade (negros, mulheres, homossexuais etc.) - explode os enquadramentos sociais e
artísticos do modernismo, abrindo-se a experiências culturais díspares. As novas orientações artísticas, apesar de distintas,
partilham um espírito comum: são, cada qual a seu modo, tentativas de dirigir a arte às coisas do mundo, à natureza, à
realidade urbana e ao mundo da tecnologia. As obras articulam diferentes linguagens como a dança, a música, a pintura, o
teatro, a escultura, a literatura, entre outros, desafiando as classificações habituais, colocando em questão o caráter das
representações artísticas e a própria definição de arte.

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