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COLÉGIO MARISTA SÃO LUIS

Prof. Geysa Barlavento


Estudos Avançados em Linguagens – Arte
Afinal de contas:
O que é ARTE CONTEMPORÂNEA?
A Arte Moderna e a Arte Contemporânea não possuem uma separação clara na linha do
tempo. Alguns historiadores apontam o fim da I Guerra Mundial como o início da Arte
Contemporânea. Outros indicam a segunda metade do século XX, quando os artistas passaram
a produzir uma arte mais performática e conceitual. O fato é que, já no início do século XX os
artistas começaram a produzir obras de arte mais subversivas e esta produção vai influenciar a
produção artística até os dias de hoje. Logo, para entender a Arte Contemporânea é preciso
estudar as suas referências. Os artistas rompem com o modelo artístico moderno, buscando
uma arte que se aproxime mais da sociedade. Uma arte que traga à tona as feridas sociais da
época. Que alie política e subjetividade. Que suscite discussões de temas pertinentes ao povo
(racismo, homossexualidade, igualdade de gênero...). É neste cenário que nasce a Pop Art.

Foi um movimento artístico que colocou histórias em quadrinhos,


capas de revista e embalagens de sopa em museus e galerias de
arte. O termo “pop art” foi usado pela primeira vez pelo crítico
inglês Lawrence Alloway, em 1954, para se referir a trabalhos que
usavam imagens populares como tema e matéria-prima. Os
artistas desse movimento faziam oposição ao expressionismo
abstrato, que só fazia sentido para “entendidos” – pessoas que
conheciam a história da arte. A pop art fez muito sucesso com
suas representações de produtos e ícones famosos. Mas também
agradou à crítica, por usar a iconografia da cultura popular como
uma crítica à sociedade de consumo. Por exemplo, uma de suas
marcas foi a fabricação de várias cópias idênticas de uma mesma
obra, questionando a ideia de que uma obra precisa ser original e
Campbell’s Soup Cans (detalhe). Andy Warhol, 1962. única para ser chamada de arte.
Tinta de Polímero sintético sobre tela. 50.8 × 40.6 cm.
Museu de Arte Moderna, MOMA, NY. Fonte: https://mundoestranho.abril.com.br/cultura/o-que-foi-a-pop-art/

A comunicação direta com o público por meio de signos e símbolos retirados da cultura
de massa e do cotidiano - histórias em quadrinhos, publicidade, imagens televisivas e
cinematográficas – é a principal característica deste movimento, que
recusa a separação entre arte e vida. Mas isso não é novidade na
arte. Por incrível que pareça os Dadaístas já faziam isso, ao adotar
objetos do cotidiano como objetos artísticos, no Ready Made.

A proposta do Ready Made era utilizar objetos produzidos em


massa, retirando-os do cotidiano para dar-lhes novos significados
e sentidos. Por meio dos Ready-Mades, Duchamp iniciou o
fenômeno conceitual dentro do campo artístico, em que a arte
não está no objeto, mas na ideia.

A Fonte, Marcel Duchamp. 1917.


A Pop Art, por sua vez, vai se aproveitar dos veículos de comunicação em massa e pelas
novas tecnologias e trazer para a produção artística imagens comuns e descartáveis, bem como
de figuras emblemáticas do mundo contemporâneo, a Marilyn Monroe de Andy Warhol, por
exemplo. Foi o começo de uma sociedade questionadora. Questionava-se tudo dentro da
sociedade pós-guerra através da arte. Encontraram um meio de protestar dentro da cultura e
com a cultura. Discutia-se os valores e moral impostos pela indústria de televisão e Cinema, pela
moda e literatura.

A arte contemporânea é um mix de vários movimentos e estilos. Este estilo foi


construído com a consciência individual dentro da comunidade. Ela se caracteriza
principalmente pela liberdade de atuação do artista, que não tem mais compromissos com as
escolas e as técnicas usadas dentro da arte. As escolas clássicas já não tinham influência neste
estilo.

É um período de inovação. Os artistas tinham, agora, a liberdade de criação, a liberdade


individual com milhares de recursos materiais em mãos. Neste período a arte foi absolutamente
explorada em todos os sentidos. Mas há algo que define, sobretudo, a arte contemporânea. Ela
não é somente sobre o visual, sobre o concreto, ela é principalmente sobre o conceito, a ideia,
a consciência e a atitude.

Essas novas orientações vão deixar de herança para a Arte Contemporânea essa
necessidade de trazer a arte às coisas do mundo, à natureza, à realidade urbana e ao mundo da
tecnologia. As obras
articulam diferentes
linguagens - dança, música,
pintura, teatro, escultura,
literatura etc. -, criando novas
formas de fazer arte
(performance, happening,
instalações, videoarte),
colocando em questão o
caráter das representações
artísticas e a própria definição
de arte. Criticam duramente
Pixação na Rua Alberto Paiva, Graças – PE.
também o mercado e o Autor desconhecido
sistema de validação da arte.

Performance / Happening:

A performance é uma expressão


artística em que o corpo é utilizado como um
instrumento de comunicação que se apropria
de objetos, situações e lugares - quase sempre
naturalizados e socialmente aceitos - para dar-
lhes outros usos e significações. Como arte que
se ocupa do corpo, atravessou suas distintas
concepções, buscando questionar limites e
fronteiras da cultura e do cotidiano a ele
associados em nossa sociedade. Hoje, usando
mediações tecnológicas, promove outros
Performance “Escuto histórias de Amor”.
Ana Teixeira, 2012.
modos de apresentação do corpo, ao mesmo tempo que se propõe a repensá-lo, convidando-
nos a refletir sobre os novos desafios da arte e do corpo na atualidade.
Já o happening (do inglês, acontecimento) é uma forma de expressão das artes visuais
que, de certa maneira, apresenta características das artes cênicas. Neste tipo de obra, quase
sempre planejada, incorpora-se algum elemento de espontaneidade ou improvisação, que
nunca se repete da mesma maneira a cada nova apresentação. Apesar de ser definida por alguns
historiadores como um sinônimo de performance, o happening é diferente porque, além do
aspecto de imprevisibilidade, geralmente envolve a participação direta ou indireta do público
espectador.

Instalação Artística:

Uma Instalação (krafts) é uma


manifestação artística onde a obra é
composta de elementos organizados em
um ambiente. É uma obra de arte que só
"existe" na hora da exposição, é montada
na hora, e após isto é desmontada,
ficando apenas como registro as fotos e a
memória do espectador. Uma das
possibilidades da instalação é provocar
sensações: frio, calor, odores, som ou
Intervenção urbana “Às Margens do Rio Pinheiros.
coisas que simplesmente chamem a
Eduardo Srur
atenção do público ao redor. Quando uma
Instalação é produzida em algum outro espaço onde as pessoas não esperam encontrar um
trabalho artístico ele se torna uma Intervenção Artística. A arte sai do seu espaço próprio e vai
de encontro ao público

Como “identificar” uma obra de Arte Contemporânea:

As produções artísticas atuais apresentam ao público mais perguntas do


Postura questionadora
que respostas definitivas.
Não existem respostas únicas, ou seja, cada espectador pode ter a sua
Possibilidade de
impressão ou interpretação em razão de seu próprio repertório cultural
interpretações
e de suas experiências.
Os artistas contemporâneos exploram diferentes materiais, recursos,
Caráter Experimentalista
linguagens e poéticas.
Intencionalidade Em muitos casos, os artistas tem a intenção de surpreender ou provocar
provocadora o público.
Há produções artísticas que apresentam questões debatidas pela
Estilo problematizador sociedade que, em muitos casos, carregam discursos políticos e defesa
de causas sociais.
Há obras em que a participação do público é importante para que eles
Atitude propositora
possam se manifestar.
A Arte Contemporânea propõe percursos poéticos, estéticos e artísticos
Conceito e poética
que exploram uma ideia por meio de diferentes linguagens.
Muitas vezes polêmica, a Arte Contemporânea busca trabalhar com
Atualidade
questões atuais, ou seja, de nosso tempo.

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