Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ARCHER, Michael. Arte Contemporânea: uma história concisa. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
GOMPERTZ, Will. Isso é Arte? 150 anos de Arte Moderna do Impressionismo até hoje. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.
“Hoje aceitamos sem discussão que, em arte, nada pode ser entendido sem
discutir e, muito menos, sem pensar.”
ARTE MODERNA ARTE CONTEMPORÂNEA
Radicalização:
- a apropriação de objetos do cotidiano questiona o conceito de originalidade.
- a terceirização de etapas de construção da obra questiona o conceito de autoria.
- a repetição/reprodução da imagem, questiona ambos.
- a crença de que imagens de revista eram tão válidas quanto pinturas ou esculturas para
criticar a sociedade – a intenção era borrar o limite entre ambas FORMAS DE ARTE.
Uma colagem feita para funcionar como cartaz desta exposição, torna-se obra –
obra definidora da pop art no final dos anos 50.
Obra: O que exatamente torna os lares de hoje tão diferentes, tão atraentes (1956)
O que exatamente torna os lares de hoje tão diferentes, tão atraentes (1956)
Segundo o artista, tal obra foi baseada em Adão e Eva no Jardim do Éden.
O novo lugar seria, no entanto, muito melhor que o paraíso, onde nada podia ser
tocado. Os artistas pop captam um mundo em que tudo há de ser provado,
evidenciando a modificação de uma vida que passaria do esforço árduo para a ideia
de um leve entretenimento – filmes, música pop, carros velozes, moralidade frágil,
aparelhos eletroeletrônicos, jovialidade, comida enlatada e aparelhos de TV...
Há em Johns um talento natural para recriar o olhar – ele propõe um novo sentido
para o objeto a medida em que ignora qualquer sentido anterior.
-dizia ter pena de pessoas que acham feias “saboneteiras” ou “garrafas de coca-cola”, por
exemplo, uma vez que passariam suas vidas rodeadas por esses objetos.
-obra Monograma (1955-59) - faz parte de uma série produzida entre 1953 e 64.
Trata-se de uma espécie de mistura entre pintura, escultura e colagem, ao que intitula
como COMBINAÇÃO, as famosas Combine Paintings.
A figura central dessa obra é uma cabra empalhada.
Rauschenberg foi convidado pelos Beatles para criar a capa para seu Álbum Branco,
de 1968 – branca, lisa, como o nome da banda estampado em relevo, levemente
visível.
Obra:
32 pinturas de Latas de sopa Campbell, em 1962.
Essas pinturas foram apresentadas em 32 telas distintas, cada uma representando um
sabor de sopa diferente, oferecido pela Campbell. Ao ser exposta em uma galeria em LA,
as telas forma apoiadas sobre um prateleira branca, como se estivessem em um
armazém.
Essa obra não só consagra Warhol como artista, como também confirma a obsessão
primordial do movimento POR ART pela produção em massa e pela cultura de consumo.
Latas de Sopa Campbell, Andy Warhol
Warhol consegue eliminar da pintura todo e qualquer toque pessoal, estilístico.
O poder da obra reside na ideia da ausência da mão do artista.
A natureza repetitiva da obra das latas de sopa (unificadas) parodia os métodos da
publicidade moderna que pretende persuadir o público bombardeando-o com uma
mesma imagem, ao mesmo tempo contesta a convenção da originalidade de uma obra.
“Era um censura duchampiana ao mundo das artes por elevar artistas ao papel de
gênios onividentes, além de ser um comentário sobre o status diminuído dos
trabalhadores individuais no mundo homogeneizado da produção em massa
(preocupação que já havia sido suscitada por John Ruskin e William Morris no século XIX)
Por outro lado, Warhol afirma que, se observadas de perto, nenhuma lata é idêntica
à outra. Se, por trás de uma aparente repetição está a mão do artista, por trás das
latas de sopa estão os esforços de indivíduos desconhecidos que as executaram.
Com o Díptico de Marilyn, de 1962, ano de morte da atriz e ano em que a carreira de
Warhol deslancha, o artista encontra um efeito de “linha de montagem” via a
impressão por serigrafia que permitia, inclusive, o uso de cores berrantes usadas
na esfera comercial.
O Díptico de Marilyn nasceu com uma fotografia publicitária tirada da atriz durante a
filmagem de Torrentes e paixão (1953). A obra é composta por dois paineis, cada um com
uma versão em serigrafia da imagem original que Warhol repetiu 25 vezes e arranjou em
fileiras de cinco de um lado a outro, como uma folha de selos postais.
O painel da esquerda traz uma Marylin colorida, a imagem da beleza e felicidade
fundidas, sob um ideal de perfeição e brilho. O da direita, a contrasta, com uma
impressão em preto e branco. As Marilyns da direita também são ligeiramente
borradas, apagadas... Este painel faz franca alusão à sua morte, que havia ocorrido
semanas antes, e é também uma provocação à ideia de fama.
Andy Warhol, Marilyn Diptych, 1962,
(Marylin Monroe, Liza Minnelli, Jacqueline Kennedy Onassis, Liz Taylor, etc.).
Ídolos como fruto da indústria cultural, assim como os bens de consumo –
objetos
utilitários produzidos em grande escala.
A palavra díptico associa a obra ao altar de igrejas, como se a atriz assumisse
um lugar de adoração.
Por outro lado, a peça assume a conotação do oportunismo do artista, que chega a
declarar: “ Um bom negócio é a melhor arte.”
De acordo com a ideologia americana “self-made man” (aquele que se faz sozinho),
ele se autodenominava um “business artist” (artista de negócios).
Para Osterwold “a ideia de Warhol não era apenas fazer do banal e do vulgar a substância
da arte, mas de tornar a própria arte banal e vulgar. Não se contenta em transpor
para a arte dados midiáticos ou industriais, a arte em si torna-se
um produto midiático e industrial. Warhol inverte as noções de elevação e ‘baixeza’”.
(promove a banda de rock experimental Velvet
Underground e o cantor Lou Reed)
Andy Warhol, Caixas de Brillo, 1964.
Antes de decidir usar imagens tornadas onipresentes pela mídia, em seus
trabalhos,
Warhol passou por uma fase em que se dedicava a pinturas de personagens de
quadrinhos, como o super-man. Mas quem tornou-se famoso por isso foi
Roy Lichtenstein.
Roy Lichtenstein (1923-97)
- Sua abordagem era procurar uma cena dramática em uma História em Quadrinhos,
recortá-la, fazer um desenho colorido exato da mesma, ampliá-la, projetá-la numa tela,
desenhá-la em tamanho muito maior fazendo alguns ajustes composicionais e, colori-la.
Além do estilo gráfico, das letras e falas do balões, Lichtenstein copiava também o processo
de impressão pelo qual as HQ eram feitas. Na época, se usava uma técnica de impressão
chamada Ben-Day Dots, baseada nos mesmos princípios do pontilhismo.
Tal procedimento trouxe a definição de seu estilo – uma maneira própria de comentar
seu mundo ao exagerar o ideal moderno de perfeição. Suas pinturas eram como:
- uma ironia do modo de vida irrefletido e blasé;
- um retrato do drama e dos atos heróicos, mas não de suas consequências
- cópias de um objeto sem valor, produzido em massa, que atingem alto preço;
Em 1962, faz uma escultura chamada Dois cheeseburgers com tudo (Hamburguer dual).
Como comida, é uma ilusão (feita de estuque e esmalte) - satisfação é garantida, mas
inalcansável...
"Floor Cake," a 1962 soft sculpture by Claes Oldenburg.
Soft Viola, 2002 Claes Oldenburg and Coosje van Bruggen
Soft bathtub, 1966
Tom Wesselman
Ed Kienholz (1927-94)
Obras: Nós dois garotos juntos e O Garoto mais bonito do mundo, ambos de 1961.
- Produzem obras com partes que se movem por meio de motores ou outros recursos.
Referências:
- expressão definida, pelo próprio artista, como uma arte do espaço e da luz.
Lucio Fontana, Spatial Concept 'Waiting' 1960
Fontana Concetto spaziale, Attesa (1965
Tais acontecimentos influenciam Michelangelo Pistoletto e Mario Merz que seriam, mais
tarde, conhecidos na Arte Povera.
- Arman (1928); Daniel Spoerri (1930); Yves Klein, Jean Tinguely e outros, tiveram
seus trabalhos chamados em 1960 de Novo Realismo pelo crítico Pierre Restany,
em lugar do rótulo inglês Pop.
• referir-se às coisas como Nouveua Réalisme, uma categoria abrangente que incluía
o Pop, pode ser visto como uma maneira de assegurar ao mundo que pouco havia
mudado em relação à balança do poder cultural (disputa entre Paris e Nova York).
O termo Nouveau Réalisme foi inventado em 1960 por ocasião de uma exposição
em Milão que incluía o trabalho de Tinguely, Arman e Yves Klein, assim como o
de Raymond Hain (1926) e de Jacques de La Villeglé (1926), dois artistas que
trabalhavam com colagens feitas de fragmentos de cartazes rasgados.
John Chamberlain, Srta. Lucy Pink, 1963.
Comparações:
Niki de Santi Phelle – usava uma pistola para disparar tinta em suas telas.
- Enlatou suas próprias fezes, colocou-as à venda, com o preço estipulado pelo
valor de peso delas em ouro.
Este rótulo foi usado em associação com a exposição organizada por René Block
em sua galeria de Berlim em meados dos anos 60.
Também foi usado e 1963 por Gerhard Richter e Konrad Lueg, conhecido como
o influente negociante Konrad Fischer por organizarem Uma Demonstração de
Realismo Capitalista, ocupando um espaço de uma loja de móveis – utilização
de imagens mediáticas como material-fonte para suas pinturas (paralelo ao
Pop dos EUA).
Konrad Lueg e Gerhard Richter: Uma demonstração de realismo capitalista, 1963.
Gerhard Richter
Olympia, 1967
- Outras obras do artista...
Lucian Freud
Martha Rosler
Ballons, 1967-72
Fotomontagem da série “Bringing the War Home: House Beautiful”
Josephine Meckseper
Sem título, 2005.
A preocupação de Warhol com o glamour e com a cobertura dos tablóides da morte e
dos desastres é espelhada nas obras de Richter, tais como Olympia (1967), e sua pintura
das estudantes de enfermagem vítimas de um assassino em série Oito estudantes de
Enfermagem (1966).
Wolf Vostell (1932)
- Composição abstrata pintada com uma margem branca e seu título escrito na
borda inferior aparece como se ela não fosse uma pintura abstrata, mas a reprodução fiel
da página de um livro.