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AULA 2 - ARTE PÓS-MODERNA

Tendência artística que surgiu na segunda metade do século XX, mais precisamente após a Segunda Guerra Mundial (1945), por isso é denominada de
arte do pós-guerra. Ela se prolonga até os dias atuais, propondo expressões artísticas originais a partir de técnicas inovadoras. Seu novo panorama é
caracterizado pelo avanço da globalização e consolidação do capitalismo contemporâneo e consequente derrocada do sistema socialista, que se
estabeleceu após a queda do Muro de Berlim (1989).
A Arte Pós-Moderna rompeu com alguns aspectos da arte moderna, ligada ao consumo, para dar lugar a uma arte mais relacionada com a
comunicação. Em outras palavras: mudança da era industrial (moderna) para a era tecnológica da Informação (pós-moderna). Isso proporcionou
revoluções significativas no campo da cultura e das artes, através das escolas vanguardistas.
Na arte pós-moderna vê-se a influência da contracultura, do pensamento marxista com sua visão crítico-social, da tecnologia, da internet, da cultura
regional, da cultura urbana, da cultura de massas e o desenvolvimento dos novos dispositivos e mídias, as quais se mesclam com a arte oferecendo
assim, novas experiências artístico-culturais que passam a valorizar mais a ideia e a atitude, do que o objeto artístico final. A reunião desses elementos,
ligados à crise ideológica que se abateu sobre o mundo no século XX, gera um modo de pensar cada vez mais crítico e um posicionamento politico e
ideológico muito mais acentuado, inserido na sociedade e como um reflexo dela.
Uma das primeiras vezes que o termo “pós-moderno” foi usado, foi por um brasileiro, Mário Pedrosa, em 1964, ao classificar a obra de Hélio Oiticica.
O pós-moderno de tornou uma arte interativa, focada na vivência das pessoas e no cotidiano social. Muito diferente da arte tradicional, que se
especializou em retratar e reproduzir coisas, a arte pós-moderna representa uma realidade pensada e repensada, que é preparada para provocar os
seus sentidos e te fazer pensar sobre a vida. Assim, muitas exposições de arte se tornaram instalações onde o público interage e aprende a partir da
arte, ao invés de ser um simples expectador.
CINCO PRINCIPAIS VANGUARDAS PÓS-MODERNISTAS
EXPRESSIONISMO ABSTRATO – Surge nos EUA na década de 40, reunindo aspectos da vanguarda
expressionista e abstracionista, para romper com o sistema de pintura formal e focar nas emoções e expressões.
O americano Jackson Pollock, seu maior representante, criou a técnica do “Action Painting”, que consistia em
colocar imensas telas no chão e, sem objetivo e com movimentos bruscos do pincel, lançar a tinta na tela de
forma espontânea. As principais características do expressionismo abstrato são: Influência do existencialismo e
da psicanálise; liberdade artística, subjetivismo, improvisação e espontaneidade; uso de formas geométricas,
linhas e cores.
NUMERO CINCO
(1962 - Jackson Pollock)
POP ART- Surgiu na Inglaterra, e se difundiu durante os anos de 1960 nos EUA. Não deve ser considerado um
fenômeno de cultura popular, mas sim uma interpretação da cultura de massa. Andy Warhol, o representante mais
conhecido da Pop Art. no Mundo, ficou famoso por retratar ídolos da música popular e do cinema, evidenciando o quanto
estas figuras são impessoais e vazias. Principais características: crítica ao capitalismo e à sociedade de consumo,
utilizando desenhos simplificados, com uso de signos e símbolos da cultura de massa, como elementos da publicidade e
ícones populares sendo ironizados;
OITO ELVIS
(1963 - Andy Warhol)

MINIMALISMO - Faz referência aos movimentos estéticos, científicos e culturais que surgiram em Nova York, entre o fim
dos anos de 1950 e início da década de 1960, os quais, por sua vez, primavam pelo mínimo de recursos e elementos
utilitários, reduzindo todos seus aspectos ao nível essencial. Enquanto aspecto filosófico, o minimalismo veio para adequar
às necessidades da vida aquilo que é realmente essencial, descartando as futilidades no caminho da realização pessoal.
Normalmente está representado de forma abstrata e “crua”, revelando a origem industrial e a natureza dos materiais que
compõem a obra. Neste campo, os principais destaques são Sol LeWitt (1928-2007), Frank Stella (1936), Donald Judd
(1928-1994) e Robert Smithson (1928-1994).
CUBO ABERTO
(1974 - Sol Lewitt) ARTE CONCEITUAL - Surgiu nos anos 60 e 70 na Europa e nos EUA. Trata-se de uma expressão artística mais
pautada nos conceitos, reflexões e ideias, e menos na aparência. As principais caraterísticas da arte conceitual são:
Crítica ao formalismo e ao mercado da arte; Crítica ao materialismo e ao consumo; Oposição à arte minimalista;
Popularização da arte como veículo de comunicação; Ruptura com a arte clássica e formal; Uso de fotografias,
textos, vídeos, instalações, performances. A obra “Uma e três cadeiras” de Joseph Kosuth, foi muito importante para
explicar este conceito, que está baseado na seguinte premissa: Toda arte tem em si três elementos chaves, que são
ilustrados pelas três cadeiras vistas na obra: 1º o elemento ESTÉTICO (representado pela foto da cadeira, que só
serve pra ser observada); o 2º é o elemento FUNCIONAL (representado pela cadeira real colocada no museu, que
serve para descanso e apoio) e o 3º elemento CONCEITUAL (representado pelo texto contendo o significado, o
UMA E TRÊS CADEIRAS conceito da palavra “cadeira”, que serve pra nos fazer pensar e aprender).
(1970 - Joseph Kosuth)

ARTE POVERA - surgido na Itália na década de 60 e que significa literalmente “arte pobre”, o
movimento propôs uma nova reflexão estética sobre o produto artístico ao “empobrecer a arte” e trazer
à tona sua efemeridade através da utilização de materiais simples e naturais. Principais características:
Crítica à sociedade de consumo, capitalismo e processos industriais; Crítica a comercialização do
objeto artístico; Oposição ao modernismo, pop arte, racionalismo científico e minimalismo; Arte
antiformalista que se aproxima do surrealismo e dadaísmo; Utilização de materiais simples e naturais
(sucatas, papel, vegetal, terra, metal, comida, sementes, areia, pedra, tecido, etc.); Criatividade e
espontaneidade; Efemeridade e materialidade da arte; Valores pobres e marginais; Contraste do “novo”
e do “velho”; Temáticas da natureza e do cotidiano
VÊNUS DOS TRAPOS
(1967 - Michelangelo Pistoletto)
HIPERREALISMO - Gênero de pintura e escultura que tem um efeito semelhante ao da fotografia de alta
resolução. O hiper-realismo é uma evolução do fotorrealismo, e o termo foi usado para designar um
movimento artístico que nasceu nos Estados Unidos e na Europa em torno de 1968 . Expandindo-se no
início dos anos 70. Os princípios essenciais do hiperrealismo, também chamado superrealismo, são: uso da
fotografia como modelo para a obra; maior minúcia dos detalhes e na alta definição geral da imagem, que
torna os objetos representados aparentemente mais palpáveis e concretos, com uma ilusão de realidade
maior do que a própria fotografia; maior emotividade às obras; recursos mecânicos ou ópticos para transferir
a imagem fotográfica para a técnica, como moldes, projetores de slides e retículas para ampliação. Seus
principais pintores são: Paul Cadden, Chuck Close;Escultores: Ron Mueck; Jorge Melício e Sam Jinks.

HOMEM NO BARCO – 2002 ( Ron Mueck)

INSTALAÇÃO - Uma instalação (krafts) é uma manifestação artística contemporânea composta por elementos
organizados em um ambiente. Ela pode ter um caráter de uma arte efêmera (temporária, passageira; não feita para
ser preservada, mas só para "existir" na hora da exposição, ) ou pode ser desmontada e recriada em outro local.
Diferentemente do que ocorre tradicionalmente com as esculturas ou pinturas, a mão do artista não está presente
na obra como um item notável. Uma instalação pode ser multimídia e provocar sensações: táteis, térmicas,
odoríficas, auditivas, visuais entre outras. O termo instalação foi incorporado ao vocabulário das artes visuais na
década de 1960. No início do século XXI a instalação mantém-se como um gênero importante e muito difundido.
Em virtude da sua flexibilidade e variedade, a sua conceituação tornou-se mais geral do que específica.
QUALQUER COISA PODE QUEBRAR
(2012 - Pinaree Sanpitak)

LAND ART - Surgiu na década de 60 nos EUA e na Europa. O termo “land art” (arte da terra) tendo como
principal característica a utilização de recursos provenientes da própria natureza para o desenvolvimento do
produto artístico. Em outras palavras, a land art surge a partir da fusão e integração da natureza. Principais
características são: Fusão da arte com a natureza e o espaço exterior, que são o meio do suporte artístico;
efemeridade da arte (que se desgasta com o tempo); Critica a indústria cultural e a comercialização da arte;
Crítica à industrialização e racionalidade formal; Oposição à arte apresentada nos museus; Utilização de recursos
naturais.
SPIRAL JETTY - 1970 (Robert Smithson’s)

ARTE DIGITAL - Arte digital é aquela que se produz no ambiente gráfico computacional. Tem por objetivo criar
obras de arte multimídia por intermédio de software e hardware, em um espaço virtual. Existem diversas
categorias de arte digital, tais como: pintura digital, digigravura, modelagem digital, fotografia digital, animação
digital, vídeo digital entre outras. Os resultados também podem ser apreciados depois de "impressos" em um
suporte 2D ou em um objeto 3D, mas são melhor exibidos no próprio ambiente em que foram produzidos.
Proliferam-se comunidades virtuais voltadas à divulgação desse tipo de expressão artística. A arte digital só
pode ser entendida no âmbito da arte contemporânea
THE RHINE II (1999 - Andreas Gursky)

ARTE URBANA - Arte encontrada nos meios urbanos seja por meio de intervenções, performances artísticas,
grafite, dentre outras. É encontrada onde o cidadão comum poderá se deparar com a diversidade cultural que
abriga os centros urbanos, sem necessariamente ter se dirigido a um centro cultural. Surgiu nos Estados
Unidos, na década de 70, e possui um caráter dinâmico e efêmero, os quais podem ser imortalizadas pela
fotografia. Exemplos de Arte Urbana: Grafite; Estêncil (utiliza o papel recortado como molde e o spray);Poemas
(em bancos, paredes, postes); Autocolantes e Colagem (arte em adesivo); Cartazes; Estátuas Vivas;
apresentações de rua (podem ser de caráter teatral, musical, circense...);Instalações (sejam com objetos e
materiais distintos com o intuito de provocar uma mudança no cenário já existente).
O CRACK É UMA DROGA (1986 - Keith Hering)

PERFORMANCE/ HAPPENING - (do inglês, "acontecimento") é uma forma de expressão das artes
visuais que, de certa maneira, apresenta características das artes cênicas. Neste tipo de obra, quase
sempre planejada, incorpora-se algum elemento de espontaneidade ou improvisação, que nunca se
repete da mesma maneira a cada nova apresentação. Apesar de ser definida por alguns historiadores
como um sinônimo de performance, o happening é diferente porque, além do aspecto de
imprevisibilidade, geralmente envolve a participação direta ou indireta do público espectador. Para o
compositor John Cage, os happenings eram "eventos teatrais espontâneos e sem trama". Talvez uma
das performances mais famosas - e talvez a de maior risco - tenha sido a da artista Sérvia, Marina
Abramovic. Em “Ritmo 0” a artista colocou 72 itens sobre uma mesa - entre eles, um machado, uma
RHYTHM II pistola e uma bala de revólver - e ficou por seis horas na Galleria Studio Morra, de Nápoles, à
(1974 - Marina Abramovic)
disposição do público para que fizesse o que quisesse com ela, sem resistência.
AS INSTRUÇÕES ESCRITAS ERAM AS SEGUINTES: “Existem 72 itens na mesa e podem usá-los como quiserem em mim. Premissa: Eu sou
um objeto. Durante este período, eu assumo toda a responsabilidade pelo que acontecer. Duração: 6 horas (20:00-02h00)”. Durante o período
citado, ela foi cortada com uma lâmina, tocada intimamente, arranhada com espinhos... Um espectador chegou a colocar a arma na mão da
artista e apontá-la para seu pescoço. Depois de seis horas após o experimento, Abramovic passeou pela sala, mas os participantes evitaram
olhar para o seu rosto. As pessoas se comportaram com certa normalidade, como se esquecessem a sua agressão contra ela: “Esse trabalho
revela algo terrível sobre a humanidade. Isso mostra o quão rápido uma pessoa pode ferir em circunstâncias favoráveis. Mostra como é fácil
desumanizar uma pessoa que não luta, que não se defende. Ele mostra que, se forneceres o cenário, a maioria das pessoas aparentemente
“normais” pode se tornar verdadeiramente violentas”. Certamente um trabalho controverso, mas interessante e esclarecedor. Isso faz-nos pensar
sobre o quão violento o humano pode ser, quando não são julgados.

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