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Tema 2 do 2º bimestre
O mundo é nosso espaço de existência, o lugar no qual nos situamos como se, onde
percebemos, (re) conhecemos e construímos sentidos para nossa trajetória. O artista se insere no
espetáculo do mundo com os olhos atentos e sensíveis para os objetos, as paisagens e a
humanidade. A arte é um campo em que podemos imaginar e criar novas realidades, assim como
tornar visíveis os sentimentos humanos.
Expressionismo e o feio
Entretanto, esse não foi o primeiro movimento artístico a retratar o feio. Ao estudarmos os
diversos períodos, movimentos e manifestações artísticas, encontramos obras que relatam
deformações, desproporções e expressões que elegeram a feiura como campo expressivo.
Alguns exemplos são s imagens monstruosas criadas por Francisco de Goya(1746-1828), as
carrancas da região do rio São Francisco, no Brasil, e as representações de figuras maléficas na
Idade Média. No caso do movimento expressionista, a ação de deformar, de modificar as cores e
formas tornou-se um meio de deixar visíveis as dores e angústias pelas quais passava a
humanidade.
Na obra Cena de rua, de Ernst Ludwig Kirchner (1880-1938), aqui reproduzida, é possível
perceber a deformação com o intuito de tornar mais evidente a expressão das figuras retratadas.
A cor não tem correspondência com o real, mas se relaciona com a expressividade e a percepção
do artista sobre a cena criada. Os traços, vigorosos e pouco minuciosos, revelam o gestual, a
intensidade do processo criativo por meio de técnicas de xilogravura, muito utilizada pelos artistas
do movimento. A composição apresenta um cenário urbano, e suscita a sensação de angústia e
de opressão por meio das deformações, das cores e da concentração das figuras no canto
esquerdo. Os expressionistas retomaram a ligação entre o artista e a realidade em que vive,
expondo com dramaticidade a decadência da sociedade e as mazelas humanas.
A arte contemporânea teve início nos anos 1950, tendo como um de seus propulsores
históricos o fim da Segunda Guerra Mundial, cujo cenário de devastação, de perda e de morte
dominou a Europa, juntamente com o bombardeio nuclear e a destruição das cidades de
Hiroshima e Nagasaki, no ano de 1945, no Japão. A crença no progresso, na modernização e no
futuro, tão exacerbada durante o Modernismo, entra em choque com a realidade cruel do mundo
pós- guerra, instaurando o que ficou conhecido como pós- modernidade.
A expressão artística como meio de denúncia política e social também está presente na
cultura popular brasileira. A literatura de cordel apresenta histórias em versos que ironizam e
revelam questões sociais e políticas do povo nordestino. A desigualdade social, a estrutura
coronelista que ainda impera no interior, a fome e a migração para outras regiões do pais são
alguns dos temas presentes no cordel.