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Os retratos de pessoas
também são um
marco importante na
história da Arte. Eles
procuravam ser o mais
fiel possível à realida-
de. A este estilo de
pintura, damos o
nome de Naturalismo.
Pintura de 1807 do artista francês Jacques-Louis David
retratando a coroação de Napoleão Bonaparte.
Entretanto, houve um momento em que rupturas aconteceram e, para além das repre-
sentações fidedignas do tempo em que viviam, deu-se espaço também à imaginação de
quem desenhava e pintava. Neste momento histórico, a Arte também passou a ser uma
ferramenta para mostrar novas ideias e expor novos pensamentos. Protestar. Manifestar.
A Arte passou por inúmeras modificações ao longo do tempo, assim como a sociedade.
Não é, portanto, algo que está intacto. Pelo contrário, se transforma o tempo todo! Nossas
vidas mudam, os pensamentos, as ideias, as prioridades… E a Arte acompanha isso tudo.
Afinal, faz do cotidiano de vários povos desde a Pré-história!
ARTE NO ENEM
(CARACTERÍSTICAS E DICAS)
Uma premissa importante para quem vai prestar a prova do Enem é estar por dentro
de atualidades, sejam elas culturais, políticas ou culturais. No âmbito da Arte, saber
quais exposições de grande porte foram realizadas realizadas recentemente pode te
ajudar a acertar mais questões. Exposições como de Frida Kahlo, Banksy e Bienal de
São Paulo são bons exemplos. Dentro do assunto da Bienal, a Arte Contemporânea
também é um viés a ser compreendido.
Nesse contexto, procure entender a trajetória dos artistas, as motivações para suas pro-
duções, técnicas utilizadas, a conjuntura em que determinado artista estava inserido.
Barroco Mineiro: Falando em temas recorrentes, muitos deles recaem sobre a arte
brasileira. Por exemplo, o Barroco Mineiro. Apesar de ter sido originado na Europa,
chegou até aqui e passou por diversas mudanças, que mantiveram a essência do Bar-
roco, mas com características bem brasileiras.
Outro tema a ser olhado com cuidado e atenção é o de Patrimônio Cultural. É impor-
tante compreender a diferença entre Patrimônios materiais e imateriais, bem como
entender o que caracteriza um Patrimônio histórico/cultural.
Patrimônio cultural:
O patrimônio cultural é composto por bens culturais, como monumentos, tradições,
arte e arquitetura, que possuem significado histórico, artístico ou cultural, sendo pre-
servados para as gerações futuras.
Patrimônio material:
O patrimônio material refere-se a bens tangíveis, como edifícios, obras de arte, objetos
históricos e monumentos, que têm valor cultural, histórico ou artístico e são protegidos
e preservados para as futuras gerações.
A arte indígena e africana são muito relevantes também pois, levando em consideração a
colonização do Brasil, estas duas culturas estão completamente ligadas à nossa. Aqui,
faz-se necessário olhar para a arte africana produzida de fato da África, e não somente
suas influências no nosso país.
Por fim, mas não menos importante, entenda como fazer leitura e análise de imagens.
Prestar atenção nas legendas pode te ajudar bastante a compreendê-la melhor. Fique
ligado nesses pontos, nas atualidades e tenha em mente que saber interpretar imagens é
muito importante!
VANGUARDAS EUROPEIAS
Inúmeros movimentos e manifestos artísticos ocorreram por toda a Europa no início do
século XX, promovendo grandes mudanças nas artes plásticas, teatro, música e literatura.
Embora tenha iniciado na Europa, essa movimentação surtiu efeito no mundo inteiro,
mudando a forma como o planeta observa e vive a arte.
O surgimento das Vanguardas Europeias foi o principal marco inicial da busca pela liber-
dade de expressão. Portanto, o laço com a Arte produzida até então, que era voltada para
o naturalismo, rompeu-se, dando espaço à novas criações, que não estavam preocupadas
em reproduzir a realidade.
A ideia era mostrar o novo mundo tal como vinha se apresentando, especialmente após a
revolução industrial, em 1840. Algumas correntes surgiram com a eclosão da primeira
guerra mundial, em 1914. Nesse caso, os artistas buscavam retratar temas como violência,
repressão e conflitos.
Vamos relembrar um pouco cada um destes movimentos de vanguarda? São eles:
Mas o mais importante que é preciso ter em mente é que, a partir de então, os artistas
passam a defender que a ideia e o conceito de uma obra são tão importantes quanto
seu resultado final. Este fato lança um novo olhar sobre tudo o que se produz: atual-
mente, é importante que o espectador não “apenas” observe o que está diante dele,
mas que também entenda todo o contexto e tire, a partir daí, suas próprias conclusões.
ARTE BRASILEIRA
A manifestação artística no Brasil data desde a pré-história, período em que foram pro-
duzidas as artes rupestres. A principal localidade onde estes desenhos se concentram
em nosso país é no Pará, em especial, na Serra da Capivara. Os desenhos eram feitos
com pigmentos naturais vegetais ou sangue e estima-se que foram feitas em 13000 a.C.
Outra produção artística fortemente presente no Brasil é a arte produzida pelos indíge-
nas, população presente em todas as partes do país, nas mais diversas tribos. Cada tribo
apresenta sua cultura, mas a arte produzida tem algo em comum: a criação de artefatos
e objetos utilitários, tais como cerâmica, teares e cocares. A pintura corporal também
está presente na cultura dos povos originários. Ela é utilizada em rituais, festas e outros
eventos dentro da tribo.
Defendiam, ainda, a liberdade de expressar-se de uma forma que fugia às normas aca-
dêmicas vigentes. O senso de humor também foi bastante difundido. Trata-se de um
período marcado pela Semana de Arte Moderna, em 1922, em que artistas de diversas
linguagens se reuniam e mostravam suas novas criações.
O estilo Barroco vem da Europa, mas chegou até o Brasil.
No estado de Minas Gerais, onde é mais presente, passou
por diversas modificações, criando-se quase um estilo
próprio. No Barroco original, as características mais
notáveis e recorrentes são uma forte presença da duali-
dade (bom e mal, claro e escuro), assim como a riqueza de
detalhes e o exagero.
Democracia
A democracia é um regime político que teve origem em Atenas e
significa “governo do povo”. Naquele contexto, poderiam participar
de decisões políticas todos os “cidadãos”, ou seja, apenas homens
livres e com mais de 21 anos. Confira uma síntese da trajetória de
Atenas e o desenvolvimento da democracia:
Século X a. C.: Atenas é fundada pelos Jônios sob o regime político
da monarquia. Além do rei, existia um conselho formado por aristo-
cratas ou eupátridas, que eram considerados os bem-nascidos.
Século VII a. C.: aristocratas derrubaram a monarquia e assumem as
funções do rei. Grupos sociais ascendentes, camponeses, artesãos e
pequenos proprietários de terras começam a demandar maiores
direitos e participação políticos.
Início do século VI a. C.: o legislador Sólon realiza uma série de mu-
danças nas leis, como o fim da escravidão por dívidas, a criação da
Eclésia (assembleia popular onde decisões políticas eram tomadas) e
o estabelecimento de critérios de renda para a participação política.
Fim do século VI a. C.: o legislador Clístenes promove mais transfor-
mações, como o fim dos critérios de renda para a participação na
Eclésia e a divisão da população em regiões chamadas de demos
que, por sua vez, eram agrupados em distritos eleitorais.
Século V a. C.: no governo de Péricles foi criado um Tribunal Popular
e foi instituída a remuneração para ocupantes de cargos públicos.
IDADE MEDIEVAL
Apesar de o que chamamos de Idade Medieval ter durado mil anos, o Enem tem
uma certa consistência nos temas cobrados. Dentro desse período, são dois os
assuntos que mais caem: o renascimento comercial e urbano, e a Igreja Católica. V
Igreja
Foi nesse contexto que ocorreram as Cruzadas, incursões militares de cristãos
contra muçulmanos para obter o controle de Jerusalém. Isso porque, com o
avanço do Islamismo desde seu surgimento no século VI, a Igreja Católica se
REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS
1ª Revolução Industrial
A Primeira Revolução Industrial ocorreu na Inglaterra entre meados do século XVIII e
meados do século XIX. Entre suas principais características podemos destacar:
- O surgimento do trabalho assalariado, da maquinofatura, da burguesia industrial e
da classe operária;
Esse processo teve início com os chamados cercamentos. Entre os séculos XVI e XVIII,
o governo inglês concedeu aos grandes proprietários de terra o direito de expulsar os
camponeses das terras comunais. Portanto, os territórios que antes eram de utilização
comum para subsistência passaram a ser arrendados ou cercados para produção
agropecuária – com destaque para a criação de ovelhas cuja lã seria utilizada na indús-
tria têxtil. Esse processo ocasionou a migração de camponeses para as cidades, onde
se tornaram fonte de mão de obra da nascente indústria.
Ao mesmo tempo, a burguesia que havia prosperado com o comércio investia
cada vez mais na produção. As antigas corporações de ofício já haviam dado lugar
às manufaturas, onde o burguês fornecia matéria-prima e instrumentos para que
funcionários exercessem suas funções. O processo se acelerou notavelmente com
a invenção da máquina a vapor no século XVIII. Seu aperfeiçoamento nas décadas
seguintes promoveu profundos avanços na indústria, o que ocasionou a prolifera-
ção de fábricas.
2ª Revolução Industrial
A Segunda Revolução Industrial foi marcada por uma nova leva de avanços técni-
cos e científicos que transformaram a indústria a partir da segunda metade do
século XIX. Entre suas características podemos destacar:
GUERRA FRIA
A Guerra Fria foi um conflito ideológico e geopolítico que se desenrolou após a
Segunda Guerra Mundial, opondo os Estados Unidos e a União Soviética (URSS).
Nesse contexto, destacam-se os seguintes elementos:
Conflito político e ideológico: a Guerra Fria foi marcada por um conflito ideológico
entre o capitalismo, representado pelos EUA, e o socialismo/comunismo, represen-
tado pela URSS. Ambas as superpotências buscavam expandir sua influência políti-
ca global com ideologias opostas.
OTAN e Pacto de Varsóvia: para consolidar suas posições, os dois blocos formaram
alianças militares. Assim, se um dos países-membros fosse invadido, os demais
deveriam auxiliá-lo. Os Estados Unidos lideraram a Organização do Tratado do
Atlântico Norte (OTAN), enquanto a União Soviética liderou o Pacto de Varsóvia.
Crise dos Mísseis: um dos momentos mais tensos da Guerra Fria foi a crise dos
mísseis em 1962, quando os EUA descobriram a presença de mísseis soviéticos em
Cuba, desencadeando o temor de uma guerra nuclear. O acordo resultante levou à
retirada dos mísseis de Cuba em troca da retirada de mísseis dos EUA na Turquia,
evitando um conflito direto.
Disputas Globais: embora não tenha havido confronto direto entre os EUA e a
URSS, vários conflitos indiretos ocorreram em todo o mundo como resultado da
rivalidade entre as superpotências. Destacam-se a Guerra do Vietnã (1965-1975) e a
Guerra das Coreias (1950-1953).
Em outras palavras, patrimônio histórico e cultural é tudo aquilo que faz parte da
identidade e memória de um povo. São traços culturais compartilhados por deter-
minado grupo e que estabelecem laços de pertencimento aos indivíduos que
fazem parte dele.
Podemos dividir o patrimônio em bens materiais e imateriais:
Bens materiais: são aqueles que podemos tocar, pesar ou dimensionar. Podem ser
obras, objetos, documentos, edificações, conjuntos urbanos e sítios arqueológicos.
Bens imateriais: são aqueles que não podemos tocar, pesar ou dimensionar.
Podem ser as formas de expressão ou modos de criar, fazer e viver.
Para que um bem seja considerado patrimônio municipal, estadual ou nacional, ele
deve ser tombado. Isso significa que deve passar por um processo de legitimação
executado por especialistas de órgãos competentes. A nível nacional, o órgão
responsável é o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
BRASIL COLÔNIA
O período de que chamamos de Brasil colônia vai de 1500, quando os portugueses
chegaram aqui, até a independência do território, em 1822. Podemos dividir essa
etapa da nossa história em três fazes: período pré-colonial, economia açucareira e
ciclo do ouro.
Revoltas coloniais
• Relembre as principais revoltas que ocorreram no período do Brasil colônia:
• Revolta de Beckman, no Maranhão em 1684.
• Guerra dos Emboabas entre 1707 e 1709 em Minas Gerais.
• Guerra dos Mascates, no Recife, em 1710-1711;
• Revolta de Vila Rica, em Minas Gerais em 1720;
• Inconfidência Mineira, em 1789.
• Conjuração Baiana (Revolta dos Alfaiates), em 1798.
ESCRAVIDÃO NO BRASIL
Tráfico negreiro
O tráfico negreiro para o Brasil iniciou no século XVI e foi até 1850, quando foi criada
a Lei Eusébio de Queirós, que proibiu a atividade. Durante esse tempo, cerca de 6
milhões de africanos foram trazidos para cá. A maior parte deles era de Angola, do
Congo e regiões de povos bantos e sudaneses. De 1850 até 1888, o tráfico de
escravizados ocorreu somente no interior do Brasil, de região para região.
Cultura
Negros e negras escravizados tiveram que desenvolver formas de resistência cul-
tural. Encontramos essa construção na religião, por exemplo, com a associação de
santos católicos a divindades africanas, a criação das irmandades de pretos e de
mestiços, e de adaptações de festas e rituais incorporando elementos católicos.
Mito da democracia racial
Abolição
O Brasil foi o último país da América a O mito da democracia racial surgiu a partir da
abolir a escravidão com a assinatura ideia de que a miscigenação teria diminuído a
da Lei Áurea em 1888. Mas a abolição distância social entre brancos e negros. Mas
só foi possível graças à luta de muitos essa teoria não leva em consideração que a
homens e mulheres. Alguns dos prin- miscigenação foi um processo marcado por
cipais nomes que lutaram contra a todo tipo de violência. Além disso, ignora que
escravidão são os seguintes: não houve nenhuma medida de inserção dos
ex-escravizados na sociedade após a abolição.
• Francisco José do Nascimento; Assim, a distância social racial continuou se
• José do Patrocínio; perpetuando e impedindo o surgimento de
• Joaquim Nabuco; uma democracia racial real.
• André Rebouças;
• Luís Gama;
• Maria Firmina dos Reis.
PRIMEIRA REPÚBLICA
A Primeira República é o período da história do Brasil que vai de 1889 a 1930. Pode-
mos classificá-la em dois momentos:
- República da Espada (1889 a 1894): inicia com a Proclamação da República e vai
até o fim do mandato presidencial do Marechal Floriano Peixoto.
- República Oligárquica (1894 a 1930): inicia com a eleição do primeiro civil como
presidente do Brasil (Prudente de Morais) e vai até a Revolução de 1930. As ques-
tões do Enem costumam cobrar este período.
A República Oligárquica
O período da República Oligárquica foi caracterizado pelo domínio das oligarquias
agrárias estaduais. Os grandes proprietários de terras, principalmente cafeicultores
de São Paulo e Minas Gerais, concentravam tanto poder político em suas mãos que
conseguiam determinar o resultado das eleições. O predomínio desses dois esta-
dos na política nacional deu origem à expressão “República do Café com Leite”,
pois paulistas e mineiros se alternavam nos cargos de presidente da república.
Movimentos populares
Durante a Primeira República também se destacaram movimentos populares no
campo e na cidade. Dentre os que mais caem no Enem, podemos frisar a Guerra
de Canudos e a Revolta da Vacina.
A ERA VARGAS
Getúlio Vargas foi o presidente brasileiro que permaneceu por mais
tempo no poder. A Era Vargas, que vai de 1930 a 1945, pode ser dividida
em três fases: governo provisório, governo constitucional e Estado Novo.
• criação do salário-mínimo;
• estabelecimento da jornada de trabalho de oito horas;
• repouso remunerado;
• férias;
• indenização trabalhista.
Por outro lado, criou mecanismos de controle dos sindicatos, limitando sua liberda-
de de atuação.
Foi nesse contexto que teve início a Segunda Guerra Mundial. Inicialmente, Vargas
manteve uma posição ambígua. Porém, em 1942, após ataques a navios mercantes
brasileiros, o Brasil declarou guerra aos países do Eixo. Com a aproximação dos
Aliados, o país beneficiou-se da política de boa vizinhança dos EUA, recebendo
empréstimos e vantagens comerciais.
Golpe militar
O golpe ocorreu após o presidente Goulart anunciar as reformas de base, medidas que
pretendiam promover a reforma agrária, o direito de voto aos analfabetos e aos militares
de baixa patente, a nacionalização das empresas concessionárias de serviços públicos e
o imposto progressivo (quanto maior a renda, mais alta a alíquota do imposto). Os milita-
res justificaram suas ações como algo que iria proteger o país de um golpe comunista,
embora essa alegação seja totalmente falsa. As forças armadas contaram com o apoio
de setores da sociedade civil, Igreja, empresários, meios de comunicação e dos EUA.
Atos institucionais
Os atos institucionais (AI) eram decretos que legalizavam medidas autoritárias durante
a ditadura. O AI-1, por exemplo, concedeu ao presidente o direito de decretar estado de
sítio, suspendeu a estabilidade de funcionários públicos e autorizou a cassação de man-
datos de parlamentares. Contudo, o mais severo de todos foi o AI-5, decretado em 1968.
Entre outras medidas, fechava o Congresso Nacional, proibia manifestações políticas,
suspendia o habeas corpus e impunha a censura prévia.
Repressão
A repressão dos militares foi uma constante durante todo o período da ditadura. No
entanto, foi particularmente dura a partir de 1967. O Serviço Nacional de Informações
(SNI) e o Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) perseguiram estudantes,
jornalistas, professores e artistas. Milhares de pessoas foram presas e torturadas, e
outras tantas foram exiladas. Além disso, de acordo com o relatório da Comissão Nacio-
nal da Verdade, 434 pessoas morreram ou desapareceram durante a ditadura.
Lei de Anistia
Graças à pressão popular, em 1979 foi aprovada a Lei da Anistia, que previa a absolvição
de presos políticos, cassados e perseguidos pela ditadura. Foi essa a medida que permi-
tiu o retorno dos exilados ao Brasil. Em contrapartida, a lei também implicou o perdão
aos crimes de agentes da ditadura. Portanto, até hoje os militares envolvidos no regime
permanecem livres e sem julgamento.
Abertura política
Na década de 1970, o crescimento de protestos populares levou o então presidente
Ernesto Geisel a propor uma "reabertura lenta, gradual e segura" para um governo civil.
Assim, os militares ainda teriam o controle de como seria feita a redemocratização.
Diretas já
Em 1983 foi apresentada uma emenda constitucional que propunha a volta das elei-
ções diretas. A partir de então, se espalharam pelo país protestos a favor da medida.
Essas manifestações ficaram conhecidas como "Diretas Já" e tiveram papel fundamen-
tal para o fim da ditadura.
Uma coisa que pode ter de incomodado quando mostramos os últimos temas do
ENEM é o fato de algumas palavras e expressões, como estigma ou povos e comu-
nidades tradicionais, não serem tão cotidianas e, por isso, você pode ter ficado
receoso de não saber como abordar essas questões no dia da prova. A boa notícia
é: a proposta de redação vai te apresentar textos motivadores que te tirarão qual-
quer dúvida sobre o tema. Nos exemplos que citamos agora, veja como eles foram
contemplados:
No caso do ENEM 2022, logo o primeiro texto já nos explicava o que eram os povos
e comunidades tracionais, e, no segundo texto, ele ainda reforçava essa informação,
como vemos abaixo:
Assim como no ENEM 2022, esse fenômeno acontece ano após ano. Isso quer dizer
que provavelmente você chegará na prova e ficará em dúvida ao ler algum elemento
do comando, mas você não precisa se preocupar, pois ele estará explicado na própria
prova. Atente-se, então, aos textos motivadores.
COMO ESCREVER O TEXTO
DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO
Se você já leu alguns textos nota máxima do ENEM, já deve ter percebido que eles
seguem um mesmo padrão. Isso acontece porque, de fato, o texto dissertativo possui
uma estrutura rígida, a qual te mostraremos agora para que você possa segui-la e,
assim, conseguir elaborar um texto completo.
Como sabemos, o texto dissertativo deve ser dividido em uma introdução, dois
desenvolvimentos e uma conclusão. Abaixo, resumimos o que cada um desses pará-
grafos deve ter e, depois disso, te explicaremos e mostraremos exemplos para que
você possa se inspirar e criar seu texto:
Finalmente, a introdução deve estabelecer sua tese ou ponto de vista, de forma clara e
sucinta, para que o leitor saiba exatamente qual argumento você irá desenvolver ao
longo do texto. Para isso, apresente os dois objetivos, ou seja, suas teses que serão
desenvolvidas nos parágrafos seguintes.
Veja no exemplo abaixo esses elementos na prática:
Depois disso, você deverá explicar, exemplificar e refletir sobre o problema, mostrando a
sua crítica e seu posicionamento para, por fim, fechar a discussão. Como nos parágrafos
a seguir, que seguem a mesma estrutura, mas cada um abordando uma das teses
apresentadas na introdução:
Além disso, a conclusão pode apresentar uma proposta de solução para o problema
discutido. Antes de analisarmos o exemplo de parágrafo, então, vamos ver como fazer
uma proposta de intervenção, já que ela irá garantir – quando completa – 20% da sua
nota.
Para fazer a sua proposta, basicamente, você precisa apresentar cinco elementos (ação,
agente, modo, efeito e detalhamento) e cada um desses elementos te dará 40 pontos
na avaliação. Para preenchê-los, responda às seguintes perguntas:
AVALIAÇÃO DO TEXTO
DISSERTATIVO NO ENEM
Além de revisar a estrutura do texto dissertativo, como fizemos acima, é importante que
você lembre como seu texto será corrigido, como abordaremos agora:
A redação do ENEM é avaliada por dois corretores e cada um deles avaliará de maneira
independente cinco competências e dará notas entre 0 e 200 para cada uma delas,
somando os 1000 pontos possíveis. A sua nota será a média entre as notas dadas por
esses dois corretores e seguirá a avaliação dessas cinco competências pré-definidas,
que lembraremos agora:
Competência 01: Norma padrão da língua portuguesa
Além disso, a avaliação exige que o tema seja abordado de maneira abrangente, men-
cionando todos os núcleos que compõem a frase temática. A dica para marcar bem
essa adequação ao tema é: utilize os mesmos termos da frase temática na introdução e
depois, nos outros parágrafos, faça referência a esses termos por meio de sinônimos ou
outras palavras que sejam do mesmo campo semântico.
O repertório, por sua vez, é classificado em três tipos: repertório de textos motivadores,
repertórios não-legitimados e repertórios legitimados, cada um com sua pontuação
máxima. No entanto, o avaliador considerará o nível mais alto presente.
Para ter essa nota mais alta, então, é importante que você apresente um repertório
legitimado por uma área do conhecimento, como história, geografia, sociologia, filoso-
fia, artes, músicas, filmes, meios de comunicação...
Para ir bem nessa competência, porém, é importante lembrar que mais importante do
que o que você escolhe para usar como exemplo, é como você utiliza esse exemplo
para defender o seu ponto de vista. Então, foque no que você tem a dizer e nas rela-
ções que você consegue estabelecer entre a informação escolhida e a tese que você
pretende desenvolver no parágrafo.
Então, lembre-se de que a redação é uma oportunidade para expressar suas ideias e
conhecimentos de forma clara e eficaz e também que desejamos a você muito suces-
so na prova do ENEM. Mantenha a calma, aplique suas habilidades e confie no que
você aprendeu. Você está preparado para enfrentar esse desafio com confiança e
determinação.
BOA PROVA!
s F
TEXTO LITERÁRIO,
INTERTEXTUALIDADE
E METALINGUAGEM
Vamos pensar um pouco sobre a interpretação de textos literários
g
no ENEM?
L
é, figurada, com a qual é possível perceber elementos de subjetivi-
dade e ou ficção. Além disso, é importante lembrar que a arte não
tem compromisso com a realidade e que na arte literária usa-se
muitas figuras de linguagem.
Metalinguagem
Destaca-se no fazer literário a metalinguagem que consiste em
um texto falar sobre si mesmo. Como, por exemplo, um poema que
fala sobre o que é fazer poesia, ou um quadro no qual aparece um
pintor pintando outro quadro.
A metalinguagem pode aparecer tanto na poesia, quanto na prosa.
w T Intertextualidade
g
Hino Nacional - Osório Duque estrada - 1909
X
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores,
“Nossos bosques têm mais vida”,
“Nossa vida” no teu seio “mais amores”.”
INTERPRETAÇÃO DE QUESTÃO
Agora que você já sabe como identificar um texto literário na sua prova, vamos pensar
em como interpretá-los e resolver as questões.
ROMANTISMO
O período Romântico no Brasil aconteceu no século XIX e teve como estopim a chegada
da Família Real Portuguesa, em 1808. Este marco se dá porque junto à corte, chegaram
grandes bibliotecas, imprensa, mais universidades, óperas e teatro, os quais são determi-
nantes para o desenvolvimento da estética e divulgação do Romantismo brasileiro.
Romantismo no Brasil
Romances:
Urbano: tinha como foco a corte e seus costumes, mostrando os valores
burgueses
Ex.: “Senhora” e “Lucíola” de José de Alencar
Indianista: a união do indígena colonizado com o branco europeu, os
quais formariam “a nova identidade do verdadeiro brasileiro”;
Ex.: “Iracema” e “O Guarani” de José de Alencar
Regionalista: uma tentativa, caricatural, de mostrar o Brasil do interior.
Ex.: “A escrava Isaura” de Bernardo Guimarães
Poemas:
1ª geração: chamada geração nacionalista e indianista, valoriza os elementos da
natureza brasileira, é ufanista, tem idealização do amor e da mulher.
Principal poeta: Gonçalves Dias
3ª geração: chamada geração condoreira. Havia crítica social, poemas sobre a liberta-
ção das pessoas escravizadas, uma linguagem grandiloquente e um amor mais real.
Principal: Castro Alves
REALISMO
O Realismo Brasileiro começa no final do século XIX, mais precisamente no ano de 1881
com o lançamento do livro de Machado de Assis “Memórias Póstumas de Brás Cubas”.
Este movimento é diretamente influenciado pelo desenvolvimento do pensamento cien-
tífico - o darwinismo, o positivismo, a psicanálise e os estudos das ciências sociais.
Dessa forma, o escritor realista buscava a objetividade, a análise e a crítica social, a pos-
tura do narrador observador como um cientista profundo da sociedade. Para que estas
escritivismo e verossimilhança.
ideias se concretizassem nos textos, usou-se muito descritivismo
PRÉ-MODERNISMO
É importante lembrar que o Pré-Modernismo não é uma escola literária, com caracterís-
ticas próprias, é basicamente uma nomenclatura para descrever escritores que tiveram
suas principais obras publicadas no período anterior à Semana de Arte Moderna.
O que mais os une é que eles se propõem a falar sobre o Brasil mais profundo, analisan-
do sob vieses mais sociais. Entretanto, cada um lança um olhar diferente sobre distintos
lugares, por isso vale à pena analisar as principais características de cada um:
Euclides da Cunha: seu livro “Os sertões” tem como temática a história da
Guerra de Canudos. Euclides era jornalista e teve a possibilidade de cobrir a
guerra como correspondente, o que o auxiliou a ver de perto os problemas
do sertão, como viviam os moradores do Arraial de Canudos e também a
compreensão do fenômeno que era Antônio Conselheiro. O livro é dividido
em três partes: A terra (que tem linguagem geográfica e botânica) - O
homem (análise sociológica e também determinista) - A luta
(narrativas das batalhas travadas na guerra) .
Lima Barreto: escritor carioca que buscava criar uma linguagem mais
fluida, sem abandonar a gramática tradicional, e que falava sobre
questões importantes do seu tempo e de sua gente, pautando temas
como o racismo, a discriminação, as injustiças sociais e a temática da
loucura e do vício. Ademais, mostrava a cidade do Rio de Janeiro para
além do centro, contando sobre suas periferias. Costumava usar bom
humor e ironia em suas críticas, assim como é possível perceber em
“Triste Fim de Policarpo Quaresma”.
Augusto dos Anjos: único poeta do “Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Pré-Modernismo. Sua obra tem uma Monstro de escuridão e rutilância,
linguagem bastante original, pois usa Sofro, desde a epigênese da infância,
vocabulários que não são comuns à A influência má dos signos do zodíaco.”
poesia, observe:
PRÉ-MODERNISMO
A Semana de Arte Moderna, ou Semana de
22, acontece no ano do centenário da inde-
pendência, em 1922, a fim de “comemorar”
buscando uma nova independência cultu-
ral para o país.
A arte criada pelos modernistas era influenciada pela Vanguardas Europeias e propu-
nha rupturas com as estéticas do passado - com foco na crítica ao Parnasianismo, que
se destacou com a leitura de “Os sapos” de Manuel Bandeira.
Além disso, buscava uma estética mais brasileira, a partir de um nacionalismo crítico. A
crítica social, inclusive, era bastante comum nas obras desse período. Os escritores que
participaram e/ou construíram a Semana fazem parte da Primeira Fase do Modernismo.
Escritores 1ª Geração:
Oswald de Andrade,
Mario de Andrade,
Menotti Del Picchia
Manuel Bandeira.
CANÇÃO POPULAR
Alguns compositores como Vinícius de Moraes e Chico Buarque que aparecem com
um olhar para as relações interpessoais, o amor e também para gêneros textuais, são
frequentes nas questões do Enem. Então, vale colocar músicas desses compositores
em sua playlist!
Além disso, é comum que haja análise de variedade linguística: regionalismos, uso de
linguagem coloquial ou gírias.
Se liga nos artistas que já tiveram questões no Enem e que podem aparecer
novamente:
Tropicália - Contracultura e Mescla cultural - Caetano Veloso, Gilberto Gil e Rita Lee
MPB - Canção de protesto e Ditadura Militar - Chico Buarque, Gonzaguinha e Geraldo
Vandré
Bossa Nova - A beleza da cidade e do amor - Vinicius de Moraes e Tom Jobim
Contemporaneidade: Marcas de análise social e crítica à desigualdade - Hip hop e Rap
Samba: retrato da cidade, marcas da periferia e cultura popular - Noel Rosa, Cartola e
Dorival Caymmi
E não esqueça: músicas contemporâneas têm falado bastante das questões de identi-
dades: os indígenas, as questões do racismo, do machismo e da comunidade LGBTI+.
Playlist: 10 músicas
que já caíram no
ENEM
LITERATURA CONTEMPORÂNEA
Concretismo: poemas com foco na forma, usando uma linguagem mista que sofre
influência da cultura pop;
Poesia Marginal: crítica social, estão à margem das publicações dos grandes centros e
editoras e produzem uma literatura intimista;