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Unidade II
5 SÉCULO XX: A TRANSFORMAÇÃO DO HOMEM MODERNO EXPRESSA NA ARTE
Assim, a arte sofreu as consequências desses conflitos. Com o avanço das forças alemãs pela Europa,
muitas obras foram confiscadas, queimadas e destruídas pelos nazistas. Hitlert tentou ridicularizar alguns
dos maiores nomes da pintura, como Picasso, Matisse e Kandinsky, entre outros famosos, promovendo
uma exposição intitulada de “Arte Degenerada”.
Dentro desse complexo contexto social, a arte vem refletir as angústias e a perplexidade dos
indivíduos nesse tempo histórico. Então, o homem moderno debruçou-se na profundidade das relações
humanas que estavam ameaçadas pelos perigos da guerra.
As obras artísticas produzidas a partir daí irão fugir dos padrões impostos pelo Realismo, Naturalismo
e Classicismo, rompendo relações com a escola clássica da Grécia, com as linguagens do período
romano antigo, do renascimento italiano da Idade Média e dos “ismos’, como o Romantismo, Realismo,
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Essa obra, com enfoque direto na emoção humana como nunca havia sido expressada, foi a alavanca
temática que fomentou os artistas expressionistas.
Nessa obra, a figura humana não apresenta suas linhas reais, mas se contorce
sob o efeito de suas emoções. As linhas sinuosas do céu e da água, e a
linha diagonal da ponte, conduzem o olhar do observador para a boca da
figura, que se abre num grito perturbador. Essa atitude, inédita até então
para as personagens da pintura, e a ênfase para as linhas fortes evidenciam
a emoção que o artista procura expressar (PROENÇA, 2009, p. 251).
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Dentre os artistas precursores do expressionismo, temos o grupo intitulado Die Burcke, traduzido
para o português como A Ponte. Ele foi composto por Erickh Heckel (1883-1970), Ernst Ludwig Kirchner
(1880-1938) e Karl Schimidt-Rottluff (1884-1976). Com as linhas alongadas, os artistas representavam
seus personagens distorcidos para ilustrar uma realidade paralela por meio dos sentimentos humanos.
Os expressionistas tinham um conceito pessimista sobre o mundo moderno: uma característica da
complexidade do pensamento humano dentro de um contexto histórico marcado por conflitos.
Seus membros acreditavam que poderiam ser “a ponte” para o futuro, e mal sabiam eles que estavam
realmente corretos, pois a arte nunca mais foi a mesma depois dessa e de outras tendências que veremos
mais adiante. Esses artistas lutavam contra as ideias ultrapassadas que cerceavam a liberdade estética
de produzir arte.
O artista Piet Mondrian (1872-1944), juntamente com um grupo de artistas na Holanda, tentou
livrar a arte da emoção. A ideia era de uma arte mais precisa, geométrica e delimitada. O neoplasticismo
consistia em criar algo que a natureza fosse incapaz de construir, com precisão absoluta.
Outra contribuição importante dos artistas expressionistas foi na xilogravura, em que o gênero
ganhou novos tons e seus representantes produziram figuras impactantes, explorando os inúmeros
subtons do preto ao branco.
Houve um grupo de jovens muito importante que encabeçou o movimento impressionista, pois
foi o precursor da tendência de romper com a forma tradicional de pintar. Esse grupo se firmou com o
começo do Realismo, mas foi totalmente negado no Modernismo. Retratar o movimento e a luz foram
os principais elementos na busca dos pintores impressionistas, além de valorizarem a utilização das
cores reproduzidas pela luz. Os principais nomes do Impressionismo são Claude Monet (1840-1926),
Edgar Degas (1834-1917) e Pierre-Auguste Renoir (1841-1919).
Saiba mais
Leia:
A fuga do tradicional é uma das grandes características que marcaram o expressionismo como
primeiro movimento da arte moderna. Esse movimento será revisitado por artistas em geral ao longo
dos séculos.
A expressão fauves, do francês, que significa feras, foi utilizada pelo crítico Louis Vauxcelles para
denominar a obra de alguns pintores na cidade de Paris, no ano de 1905, pela utilização das cores em
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ARTES VISUAIS BRASILEIRAS E MODERNAS
seu estado puro. Cores fortes e marcantes e traços bem-definidos são as principais características das
obras, que não possuem preocupação alguma com as cores reais dos objetos retratados.
Os principais nomes do fauvismo são: Maurice de Vlaminck (1876-1958), André Derain (1880-1954),
Othon Friesz (1879-1949) e Henri Matisse (1869-1954), expoente desse movimento artístico.
Figura 71 – A Dança. 1909-1910. 2,60 m x 3,91 m. Óleo sobre tela de Henri Matisse
Maurice de Vlaminck teve sua obra considerada pela crítica como uma “bomba”, pois era conhecido
por levá-la aos extremos, e isso se refletia até em sua vida pessoal. Alguns consideravam que ele era
mesmo uma das “feras” mais fortes do fauvismo, pois essa atitude extrema e confiante, associada a uma
personalidade forte, tornava-o uma pessoa muito peculiar. Era amigo pessoal de Derain, e a principal
característica de suas obras eram os borrões de tinta e a atitude de espremê-las diretamente do tubo,
trabalhando com cores e contrastes.
Derain caracterizou sua obra pelo emprego de pontos e uso constante das cores primárias,
provocando a sensação de movimento. Considerado o criador do movimento fauvista e um dos
pioneiros do movimento cubista, esse artista teve sua obra modificada ao longo dos anos para um
conservadorismo acadêmico.
Por esse descompromisso com o realismo, os artistas desse movimento inicialmente não foram muito
bem-aceitos, mas essa técnica vem sendo utilizada até hoje, guardando as características desse período.
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O Cubismo derivou-se em várias técnicas para a construção da arte: o Cubismo sintético, com suas
partes reconhecíveis, e o Cubismo analítico, com a fragmentação total e irreconhecível das partes. A
colagem apareceu como estrutura artística, e os artistas trabalhavam com poucas cores, pois o mais
importante era definir um tema e poder mostrar todos os lados simultaneamente.
O Abstracionismo chega para eliminar a relação entre formas e cores e mostrar um outro lado da
realidade, o não real. Entre suas características mais precisas, aparecem o Abstracionismo informal e o
Abstracionismo geométrico.
Por fim, com o Futurismo, vemos a exaltação do futuro e a velocidade do crescimento moderno. O
movimento foi a representação das rápidas mudanças tecnológicas, marcadas pela mecanização das
indústrias e pelas variações da sociedade diante das transformações.
Imagine o mundo sem perspectiva, com todos os objetos no mesmo plano. Foi nesse clima que se
criaram as obras cubistas, feitas pelos artistas no início do século XX. A decomposição dos objetos foi
além dos padrões e propunha uma desconstrução total da realidade. Houve duas tendências distintas:
• Cubismo analítico: o artista mais conceituado foi Pablo Picasso (1881-1973). Ele leva a técnica
ao extremo, apresentando simultaneamente todos os lados de um objeto e utilizando poucas
cores, como na obra O Poeta, em que é praticamente impossível definir a figura retratada.
Figura 72 – O Poeta. 1911. 1,30 m x 89 cm. Óleo sobre tela de Pablo Picasso
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Essa tendência se fortaleceu de tal maneira que houve um movimento que buscou tornar novamente
as figuras reconhecíveis:
• Cubismo sintético: como obra mais expressiva podemos citar Mulher com Violão, de Georges
Braque. Há um retorno à representação do objeto por meio da simultaneidade, demonstrando a
falta das três dimensões dos seres, mas ainda sendo possível identificá-los.
Os artistas cubistas mais expressivos passearam pelas duas tendências, levando ao nível máximo a
representação de sua arte, tanto na pintura quanto na escultura.
Figura 73 – Mulher com Violão. 1913. 1,30 m x 73 cm. Óleo sobre tela de Georges Braque
O Cubismo teve também outra tendência denominada colagem, marcada pela inserção de materiais,
pedaços de madeira, vidro e metal, bem como letras, palavras e números.
Os principais nomes foram Juan Gris, Vieux Marc e Pablo Picasso, citado anteriormente. A colagem
procurava explorar as experiências táteis do observador com a obra.
Pablo Picasso, entre todos os artistas cubistas, com certeza merece grande destaque, não só por
sua reconhecida genialidade, mas também por sua versatilidade, que o fez criar obras em todas as
tendências do Cubismo e ser o pioneiro no desenvolvimento desse movimento.
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A primeira grande obra do artista que demonstrou os padrões estéticos do Cubismo foi Les Demoiselles
d’Avignon, em 1907. Entretanto, antes disso, Picasso recebeu forte influência da arte africana, pois
foi assim que descobriu a liberdade de criar sem obedecer ao rigor realista até então muito presente.
Podemos observar que essa obra se ″fundamenta na destruição da harmonia clássica e na fragmentação
da realidade″ (PROENÇA, 2009, p. 256).
Figura 74 – Les Demoiselles d’Avignon. 1906-1907. 2,43 m x 2,33 m. Óleo sobre tela de Pablo Picasso
Diferentemente da arte do Ocidente, a arte africana não se organiza por movimentos estéticos. Foi
somente com a dominação europeia, após o século XIX, que as obras foram classificadas em naturalistas,
expressionistas e abstratas. Tais denominações não foram incorporadas pelo povo africano, apenas pelos
colonizadores. O reconhecimento da arte africana é algo ainda a ser conquistado, uma vez que o foco
da mídia na atualidade é nos conflitos e problemas sociais do continente, o que acaba prejudicando a
divulgação de sua produção artística para o resto do mundo.
Outra obra expressiva de Picasso é Guernica, nome da cidade bombardeada durante a Guerra Civil
espanhola. Tons escuros entre preto e cinza são predominantes. Nela, Picasso demonstra o que parece ser
um cenário com um amontoado de corpos. A expressão de angústia nitidamente vista nas figuras, que
estão representadas em ambiente caótico, revela a fragmentação da realidade num clima de desespero.
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Além de pintor, Picasso era gravador e escultor e tinha domínio dessas técnicas, expressando as
características cubistas também nessas modalidades artísticas.
No campo da escultura, Picasso também foi um grande revolucionário. Em obra feita em mármore,
rompeu todas as barreiras do conservadorismo e das formas tradicionais de se conceber trabalhos
esculturais. Uma de suas características marcantes como escultor era utilizar materiais incomuns e
aleatórios em suas peças, o que o fez pioneiro dessa forma de criar.
Durante o período em que Pablo Picasso rompeu totalmente com as formas tradicionais de produzir
arte com o quadro Les Demoiselles d’Avignon, nos Estados Unidos, um grupo de pintores, denominado
“Os Oito”, lideraram um movimento intitulado Precisionismo. Esse movimento dava maior importância
à forma de representar do que ao tema em si e utilizava muitas formas geométricas para simbolizar
figuras e objetos retratados.
Em contraposição ao pensamento pessimista dos artistas modernos do início do século XX, entre os
cubistas, podemos citar a obra de Fernand Léger (1881-1955), que coloca na industrialização a possibilidade
de se construir um mundo novo. Esse ponto de vista, considerado otimista, aponta a industrialização e a
utilização das máquinas como uma revolução que irá construir um novo homem, muito mais avançado
e repleto de recursos, privilegiando esse processo como a representação de um novo tempo histórico na
humanidade. Supera-se a distinção entre obra de arte e objeto utilitário, valorizando o desenho industrial, de
sorte que o objeto produzido pela máquina se torne uma das autênticas expressões da beleza contemporânea.
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Sua obra utiliza muitos desenhos geométricos e pode ser considerada muito sintetizada. Passou por
uma fase em que se inspirou na arte mural, como forma de envolver o observador no ambiente urbano.
Como exemplo, podemos citar Elementos Mecânicos, em que vemos o caráter valoroso que o pintor
expressa pelas máquinas e pelos objetos da modernidade.
Figura 76 – Elementos Mecânicos. 1918-1923. 2,11 m x 1,67 m. Óleo sobre tela de Fernand Léger
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Figura 77 – Batalha (Cossacos). 1910. 95 cm x 1,30 m. Óleo sobre tela de Wassily Kandinsky
Na antiga União Soviética, mais precisamente na Rússia, por volta de 1914, Tatlin inaugurou a arte
geométrica russa. Foi chamada de arte abstrata porque queria refletir a tecnologia moderna. Paralelo
a essa nova linguagem, nascia também o Construtivismo, pois os artistas queriam que a arte fosse
construída, e não mais criada. Esse novo estilo usava materiais industrializados, como o vidro, o metal e
o plástico, em obras tridimensionais.
A partir daí, a vanguarda russa floresceu com artistas chamados de construtivistas e abstratos. Na
verdade, dentro do abstracionismo houve um movimento que recebeu a nomenclatura de Construtivismo,
pois suas obras incluíam materiais diversos como parte relevante de sua expressão. Os principais artistas
desse movimento são Antoine Pevsner (1886-1962) e Naum Gabo (1890-1977). Na década de 1920,
porém, o governo revolucionário russo interferiu nas produções artísticas da época, o que fez ambos os
artistas deixarem o país. Em 1931, retomaram suas atividades e fundaram um movimento internacional
de artistas abstratos, chamado de Criação Abstrata.
• Abstracionismo informal: suas obras têm um traço livre, totalmente despreocupado em parecer
ou representar especificamente a realidade; essa liberdade também se expressa no uso das cores.
• Abstracionismo geométrico: “[as formas] devem ser organizadas de maneira que a composição
resultante seja apenas a expressão de uma concepção geométrica” (PROENÇA, 2009, p. 262). Esse
movimento, entre as décadas de 1920 e 1930, vai ao extremo apenas utilizando linhas verticais
e horizontais e as cores em seu estado puro, sem mistura ou dégradé. Apesar de haver harmonia
entre as estruturas, não significa que fossem simétricas, uma vez que a assimetria fazia parte do
que eles chamavam de composição.
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Outro artista que não podemos deixar de citar é Paul Klee (1879-1940), que produziu muitas reflexões
sobre o abstracionismo e o cubismo e foi professor na escola de arte Bauhaus. Seu descompromisso com
as formas reais e a história a ser contada se refletiram em sua obra.
Klee presenciou duas grandes guerras e, apesar de ter convivido com grandes artistas de sua época,
desenvolveu um estilo próprio de pintar, reunindo um conteúdo único que tornou sua obra tão expressiva.
Acreditava que a essência da pintura fosse a imagem, e isso a condicionaria a uma liberdade estética.
Tanto na pintura quanto na escultura, podemos visualizar a expressão de movimento, com a ideia
de velocidade implícita na utilização das cores. Outro recurso é a utilização das linhas curvas e das retas,
explorando o potencial para ideia de velocidade, além de uma representação que foge de qualquer
padrão realista ou tradicional.
Os artistas futuristas foram muito bem-aceitos pelo público, mas, na intenção de provocar e
romper com a passividade do papel de observador, os artistas usaram alto-falantes para gritar
frases como: “Matem o luar! Queimem os museus!”. A multidão começou a atirar alimentos nos
manifestantes, e isso, para os artistas, foi considerado um trunfo, pois o objetivo de provocar o
público havia sido concretizado.
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Nos primeiros vinte anos do século XX, os estudos de Freud e a psicanálise associados às
mudanças políticas criaram um clima favorável para o aparecimento de uma arte mais complexa
que criticava a cultura europeia. Surgem os movimentos estéticos, que representavam a realidade
de maneira irracional e fantasiosa. Ao questionar a civilização contemporânea, os artistas criaram
uma arte inquietante.
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O nome Dadá origina-se da palavra infantil francesa que significa cavalo. Com os estudos freudianos,
o movimento dadaísta propôs romper com todas as barreiras do pensamento racionalista e, com isso,
libertar a arte e torná-la sem limites estéticos. Foi o poeta húngaro Tristan Tzara (1896-1963) quem deu
essa denominação ao movimento que originou o surrealismo.
Kurt Schwitters (1887-1948), utilizando materiais aleatórios encontrados nas ruas ou espaços
por onde transitava, respondeu à pergunta “O que é arte?”, que permeava os novos movimentos
artísticos com outra pergunta: “O que não é?”. Com isso, rompeu diversos paradigmas e criou obras
que usavam esses elementos diversos em combinações que ele intitulou de “merz”. Tinha como
objetivo dar à experiência artística a possibilidade de mergulhar nos parâmetros da imprevisibilidade.
André Breton (1896-1966), poeta e escritor, foi o principal líder do movimento que procurava
mostrar que a arte não precisa ser fruto da lógica. Por isso, as obras desse período tinham características
que mostravam um universo de sonho ou de alucinação.
Na pintura, as obras de Salvador Dalí (1904-1989) são as que melhor exploram esse universo; seus
traços têm muita precisão e riqueza de detalhes. Na peça Casal com as Cabeças Cheias de Nuvem,
podemos observar o alto realismo nos traços da paisagem na parte interna. Porém, o contexto geral
em que ela se apresenta não está pautado por essa lógica, especialmente o formato da moldura que
representa um casal. Encontramos essas características também na obra Descoberta da América por
Colombo. Outro exemplo emblemático é o quadro A Persistência da Memória, peça que com certeza é a
mais reconhecida pelo público.
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ARTES VISUAIS BRASILEIRAS E MODERNAS
Figura 79 – Casal com as Cabeças Cheias de Nuvem. 1934. 91 cm x 61 cm. Óleosobre madeira de Salvador Dalí
Figura 80 – Descoberta da América por Colombo. 1959. 4,10 m x 3,10 m. Óleo sobre tela de Salvador Dalí
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Figura 81 – A Persistência da Memória. 1931. 24 cm x 33 cm. Óleo sobre tela de Salvador Dalí
Dalí foi um pintor espanhol que teve reconhecida fama por ser considerado de personalidade
excêntrica. As fotos de seus experimentos e seu estilo de vida são tão queridas por seus admiradores
quanto sua obra.
Observação
Salvador Dalí não foi o único pintor que criou obras de grande expressão nesse movimento: temos
também Marc Chagall (1887-1985) e Joan Miró (1893-1983), cada um deles representando facetas
específicas do Surrealismo. O primeiro, a tendência figurativa com a obra Passeio, e o segundo, a abstrata,
com A Estrela da Manhã.
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ARTES VISUAIS BRASILEIRAS E MODERNAS
Figura 82 – Passeio. 1917-1918. 1,70 m x 1,63 m. Óleo sobre tela de Marc Chagall
Figura 83 – Estrela da manhã. 1940. 38 cm x 46 cm. Guache e pintura a essência de terebintina sobre papel de Joan Miró
Na cidade de Barcelona, encontramos a Fundação Joan Miró, inaugurada pelo próprio artista em
10 de junho de 1975. Miró tinha o desejo de que a fundação se tornasse um espaço onde artistas
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contemporâneos pudessem divulgar suas obras. Em funcionamento até hoje, o espaço contém o acervo
do artista e suas esculturas disponíveis para visitação.
Outro artista importante que possui uma obra considerada inquietante é Giorgio de Chirico
(1888‑1978), pintor e escultor que conseguiu reproduzir uma de suas pinturas em uma escultura,
alcançando o mesmo resultado artístico e ampliando, assim, a percepção dos observadores. Ao reproduzir
as obras em bronze, o artista conseguiu dar vida às personagens da pintura. A crítica considera que sua
obra desperta o observador, quase como se fosse impossível não ser tocado pelo clima de mistério que
envolve as peças. Veja a seguir a obra As Musas Inquietantes.
Observação
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Marx Ernst (1891-1976), pintor dadaísta e surrealista, explorou em sua obra a ambiguidade muito
comum nos títulos das obras do gênero. Ernst se denominava “a mãe macho da loucura metódica” e
descobriu desde cedo como produzir as suas obras: em um incidente com sarampo na infância, teve sua
primeira alucinação. Ele acreditava que era necessário apenas manter os olhos fixos até que sua mente
forjasse o universo da mesma forma como o viu quando ficou doente.
Dessas experiências surgiu o frottage, que consistia em usar superfícies ásperas de diferentes
materiais, como madeira, criando a lápis padrões que permitissem o surgimento das imagens.
Outro artista em destaque é René Magritte (1898-1967). Sua carreira se iniciou na área comercial,
pois atuava mais no campo da moda, desenhando anúncios e papéis de parede.
Suas obras possuem um universo onírico, e as figuras representadas são justapostas de maneira
a provocar os nervos do observador, num clima que remete a um pesadelo, com uma enxurrada de
imagens desconexas.
Figura 86 – Rua de Erradias. 1956. 1,15 m x 1,43 m. Óleo sobre tela de Lasar Segall
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A partir da segunda metade do século XIX, com o aprimoramento do alumínio, cimento, vidro e
ferro, os prédios ganharam novas estruturas. A criação de materiais pré-fabricados também acelerou
o processo de construção e aumentou o tamanho dos prédios. Como exemplo podemos citar o Edifício
Cristal Palace, por Joseph Paxton (1801-1865), no ano de 1851. Em seguida, temos a Torre Eiffel,
construída em estrutura metálica por Alexandre Gustave Eiffel (1832-1923), em 1889, com 300 metros
de altura.
Na Cidade do Porto, em Portugal, Gustav Eiffel deixou também uma de suas obras, que por sua
magnitude tornou-se o cartão postal do local. A Ponte Dom Luís I foi construída entre 1881 e 1888,
ligando a Cidade do Porto à cidade de Vila Nova de Gaia, que fica do outro lado das margens do Rio
Douro. Foi inaugurada em 1886, sendo inicialmente apenas o tabuleiro superior e, em seguida, o inferior.
Os visitantes do mundo todo que passam diariamente por esse local podem apreciar o pôr do sol com
uma vista soberbamente privilegiada.
Nos EUA, a Art Noveau conseguiu transformar completamente todas as formas de construção. Ela
foi substituída por uma tendência que recebeu a denominação de racionalista somente entre 1929 e
1932, época de arranha-céus como o Empire State Building, com 102 andares e que foi, durante anos,
o maior do país.
De volta à Europa, mais precisamente na cidade de Weimar, na Alemanha, surge a Escola de Arte
Bauhaus, que acreditava no caráter social da arte e visava conciliar a arte com a indústria. Seu método
de ensino era pautado pela prática.
Walter Gropious (1883-1969), arquiteto alemão que criou essa escola, revolucionou a forma como
os itens utilitários do cotidiano e a arte em geral iriam se relacionar. A escola Bauhaus recebeu a
colaboração de muitos artistas plásticos.
A natureza também foi explorada de maneira a realçar a arquitetura. Podemos observar essa
tendência nas construções de Frank Lloyd Wright (1867-1959), que fundou o “organicismo”. Essa
tendência permitia ao arquiteto grande liberdade de criação, mas por ser mais eficaz em prédios
de pequeno porte, suas obras mais reconhecidas são residências como Fallingwater House (Casa da
Cascata), construída na Pensilvânia, em 1936.
Saiba mais
Para conhecer melhor o museu Guggenheim e a obra do arquiteto Frank
Lloyd Wright, acesse o site do museu:
Disponível em: http://www.guggenheim.org/new-york. Acesso em:
16 ago. 2016.
O precursor dessa tendência foi o arquiteto Le Corbusier (1887-1965), uma grande influência para
Lúcio Costa e Oscar Niemeyer no projeto de Brasília, mudando completamente a concepção plástica da
construção moderna brasileira.
Oscar Niemeyer merece destaque, pois suas obras célebres representam alguns cartões-postais do
País. Dentre suas obras mais famosas, podemos citar: Conjunto Arquitetônico da Pampulha (1940), com
a Igreja de São Francisco, que recebeu a contribuição de Portinari na decoração externa e na interna;
Pavilhão Brasileiro da Feira Mundial de Nova Iorque (1939-1940); Conjunto do Ibirapuera, que contém
vários prédios, em São Paulo; em Brasília, Palácio dos Arcos, Teatro Nacional, Palácio da Alvorada, Palácio
do Planalto, Palácio da Justiça e Congresso Nacional.
Na cidade de São Paulo, existem diversos edifícios que simbolizam a arquitetura moderna. Um
deles é o Edifício Martinelli, considerado um arranha-céu, pois recebeu a influência das construções
norte‑americanas. Foi o primeiro do gênero na América Latina, com 130 metros de altura e 30 andares.
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Até hoje é aberto para visitação gratuita, e, do alto, é possível ter uma visão ampla da cidade. Foi
projetado por Giuseppe Martinelli entre 1922 e 1929. Inicialmente, possuía um cinema, lojas e
residências, além de ter abrigado um hotel, o que era muito comum na época.
No Rio de Janeiro temos o exemplo do Conjunto Residencial de Pedregulho, que recebeu fortes
influências de Le Corbusier, contribuições de Cândido Portinari na criação de painéis e de Burle Marx nos
jardins. Esse edifício, projetado por Afonso Eduardo Reyd (1909-1964), foi construído com a intenção de
ser moradia de funcionários públicos de baixa renda.
Contudo, mesmo com o realismo em baixa pela Europa naquele período, na Rússia, com o contexto
de afirmação do socialismo como contraponto ao capitalismo, utilizou-se a arte como forma de divulgar o
estilo de vida soviético. Para isso, o realismo foi o ponto central para criar a identificação das pessoas
com a mensagem da obra. Esse recurso foi crucial para que o observador tivesse uma compreensão
imediata e, em geral, sentisse através dela o conceito do povo soviético representado pelos heróis.
Quando as primeiras obras de artistas do modernismo chegaram ao Brasil, houve muitas divergências
entre os críticos da época, uns de linha conservadora e outros favoráveis ao movimento modernista.
As duas principais exposições que conectaram os brasileiros com o movimento modernista foram
de Lasar Segall, no ano de 1913, e de Anita Malfatti, em 1917. A segunda gerou maior reação e duras
críticas por parte dos artistas conservadores, que acreditavam na obra de arte como imutável e como
representação fiel da realidade.
A capa do catálogo da exposição foi concebida por Di Cavalcanti, e as informações contidas nele
propunham quão conservador era o espaço do teatro em contraposição às obras expostas. O Teatro
Municipal tinha cerca de dez anos de existência nessa época e tinha a função de ilustrar o avanço do
progresso do Brasil.
Anita Malfatti (1889-1964), artista brasileira, nascida em São Paulo, cursou a Academia de
Belas Artes de Berlim, na Alemanha. Apesar de ter voltado ao país e feito sua primeira exposição
em 1914, foi a semana de Arte Moderna que a tornou reconhecida e gerou tanta reação nos artistas
favoráveis ao academicismo.
Malfatti recebeu apoio de muitos outros artistas que apreciavam a liberdade estética da arte. Com o
movimento, ela se tornou uma pintora que representava tudo o que havia de inovador e revolucionário
na forma de fazer arte no Brasil. As principais obras que geraram a reação conservadora foram Mulher
de Cabelos Verdes e O Amarelo. O uso das cores foi fortemente criticado por Monteiro Lobato, pois, como
os títulos sugerem, eram formas de representação totalmente fora dos padrões da realidade da época.
Figura 88 – Mulher de Cabelos Verdes. 1915. 61 cm x 51 cm. Óleo sobre tela de Anita Malfatti
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Unidade II
Saiba mais
Outro artista que apresentou suas obras na Semana de Arte Moderna foi Vicente do
Rego Monteiro (1899-1970). Em seus quadros predominavam formas geométricas. O pintor
conseguia, através do uso de linhas retas, transformar os corpos humanos, e, com isso, suas
figuras adquiriam volume.
Vicente é da cidade de Recife, em Pernambuco, e estudou na Europa com apenas 12 anos de idade.
Em Paris, mantinha atividades no Salão dos Independentes, ficando, por um tempo, com a vida dividida
entre os dois países, Brasil e França. Os temas de sua obra exploraram questões religiosas, o que deu uma
característica muito própria ao seu trabalho.
Com tanta riqueza cultural, a arte moderna foi se configurando no Brasil, como a antropofagia
na literatura de Mário de Andrade, inspirado na obra de Tarsila do Amaral, Abaporu, palavra
indígena para antropofágico. A artista, que não teve nenhuma de suas obras expostas na Semana
de Arte Moderna, conseguiu se unir a um grupo de artistas modernos, propondo que bebessem
da fonte europeia, mas que configurassem e incorporassem às suas obras as características e os
elementos da cultura brasileira.
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ARTES VISUAIS BRASILEIRAS E MODERNAS
Tarsila do Amaral se uniu a artistas como Picasso, De Chirico, Brancusi, entre outros, enquanto esteve
na Europa, além de ter contato também com o movimento impressionista. No Brasil, formou com Mário
de Andrade, Oswald Andrade e outros artistas um grupo chamado Klaxon, que envolvia vários tipos de
intelectuais da época.
Tarsila teve várias fases na pintura. Para uma delas deu o nome de “Pau-brasil”; utilizava cores como
rosa e azul, e os elementos que apareciam em suas obras eram relacionados a plantas tropicais e figuras
da cultura brasileira, como o caboclo e cidadezinhas bucólicas. Em seguida veio a fase antropofágica,
que já citamos. Depois de uma viagem aos países socialistas, suas obras ganharam forte caráter social,
como podemos observar na obra Os Operários, de 1933.
No campo da escultura moderna brasileira, Victor Brecheret (1894-1955) trouxe grandes mudanças
no formato de suas peças, pois trabalhava muito com objetos geometrizados e um pouco menos de
detalhes, o que dava certo volume às obras.
Estudou no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo e depois na Europa. Na Itália, ganhou o primeiro
lugar da Exposição Nacional de Belas Artes. Entretanto, apesar do grande talento e prestígio do meio
artístico europeu, sua carreira de escultor demorou alguns anos para se fortalecer. Na cidade de São
Paulo, encontra-se uma de suas obras mais famosas: o Monumento às Bandeiras, que se tornou um dos
cartões-postais da cidade.
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Unidade II
Nesse mesmo período, na América Latina, podemos citar a obra de Frida Kahlo, que, além de uma
pintora muito talentosa, foi uma grande figura feminina à frente de seu tempo e lutou contra o
conservadorismo de sua época. Suas obras tinham forte apelo pessoal. Casou-se com outro pintor, Diego
Rivera, mas sempre manteve sua autonomia.
Após a Semana de Arte Moderna, muitos artistas vieram marcar presença no cenário artístico e
tinham como prioridade dominar as técnicas para criarem suas obras com muita liberdade, retratando
a cultura brasileira de um modo diversificado.
Dentre eles, podemos citar Cândido Portinari (1903-1962), que estudou na Escola de Belas Artes e
viveu dois anos na Europa, tendo tido contato com obras de renascentistas italianos. Até então, suas
técnicas estavam relacionadas mais ao caráter conservador. Somente após retornar ao Brasil é que o
artista começou a criar sua identidade como pintor, com um estilo próprio, inclusive na arte mural. Seus
murais foram feitos tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, e os temas de suas obras eram bem
diversificados, desde aspectos da infância até retirantes da seca no nordeste brasileiro, como no painel
Retirantes, que se tornou uma de suas peças mais conhecidas.
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ARTES VISUAIS BRASILEIRAS E MODERNAS
Aspectos da vida cotidiana, elementos de forte cunho histórico e social, bem como o modo de
trabalho rural, muito típicos da sua terra natal Brodósqui, estão presentes na sua obra.
Outro membro do grupo desses novos artistas é Bruno Giorgi (1905-1993), nascido no interior do
estado de São Paulo. Quando retornou da Europa, onde viveu durante muitos anos, tornou-se amigo de
Mário de Andrade, que estava engajado no movimento modernista. Suas esculturas foram inicialmente
feitas em granito e depois bronze. As formas tinham visível influência dos traços modernos.
Cícero Dias (1907-2003) era pernambucano e, apesar de ter cursado a escola de Belas Artes do
Rio de Janeiro, abandonou a academia para buscar seu estilo próprio de pintar. Também teve a
experiência de viver no exterior, onde teve contato com artistas do surrealismo, diversificando a forma
de representar suas obras. Na sua juventude costumava retratar o cotidiano da vida no Nordeste com
uma simplicidade que chegava a ser sua marca registrada, com o uso de tons azuis e vermelhos
predominando em suas obras.
No Rio de Janeiro, em 1931, surgiram mais grupos que desejavam contestar a arte conservadora
tradicionalista, denominados “Núcleo Bernardelli”. Esse nome homenageava os irmãos Rodolfo e
Henrique Bernardelli, que atuaram no século XIX pela mudança do cenário da arte no Brasil.
Desse grupo, os principais artistas que o compunham eram José Pancetti (1902-1958), Milton
Dacosta (1915-1988) e Ado Malagoli (1906-1994).
Em São Paulo, surgiu o grupo denominado Sociedade Pró-Arte Moderna – Spam, composto por Lasar
Segall (1891-1957), Tarsila do Amaral (1886-1973), Anita Malfatti (1889-1964), entre outros. Esse grupo
abriu caminho não só para artistas brasileiros como para a chegada das obras de artistas estrangeiros
como Pablo Picasso e De Chirico, entre outros, e ainda se tornou espaço para exposição das obras de
seus membros.
Nos anos posteriores ao da Semana de Arte Moderna de São Paulo, os artistas Di Cavalcanti
(1897‑1976), Carlos Prado (1908-1992) e Flávio de Carvalho (1899-1973) também criaram um
grupo, chamado Clube dos Artistas Modernos (CAM), que ampliou as atividades dos artistas para
conferências, concertos musicais e apresentações de peças teatrais.
Ainda em São Paulo, no Edifício Santa Helena, em 1930, dois trabalhadores tinham seus
escritórios comerciais em salas próximas e acabaram se conhecendo: Rebolo Gonzales, que era
pintor de paredes, e Mário Zanini (1907-1971), artesão. O local era frequentado por trabalhadores
que apreciavam arte, e alguns tiveram suas obras reconhecidas, como Alfredo Volpi (1896‑1988), que
também era pintor de paredes.
Volpi era italiano e veio criança para o Brasil. O artista tinha muitas profissões, como carpinteiro,
pintor de paredes e encanador, mas desde pequeno já fazia informalmente suas pinturas com cavalete,
ganhando reconhecimento somente após ingressar no Grupo Santa Helena.
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Unidade II
A denominada arte mural remonta aos tempos do Egito antigo e tinha a função de propagar as
questões políticas e religiosas, por exemplo. Já na Grécia antiga, chegaram a utilizar essa forma de arte
para satirizar a política e a religião.
A arte muralista teve grandes representações em todo o mundo. No México, por exemplo, alguns
nomes são muito conhecidos, como David Alfaro Siqueiros (1896-1974), Diego Rivera (1886-1957) e José
Clemente Orozco (1883-1949). Siqueiros era conhecido por sua arte de cunho altamente revolucionário
e sempre relacionada a temas sociais e políticos.
Ademir Martins (1922-2006), desde muito jovem, desejava renovar a forma de fazer arte em sua
terra natal, o Ceará. Em um grupo com vários outros artistas na cidade de São Paulo, em 1947, faziam
exposições coletivas. Embora trabalhassem juntos, cada artista tinha um estilo próprio.
O regionalismo estava muito presente em sua obra, e as personagens desse universo, como os animais
da região, sempre eram retratadas, tornando-se sua marca registrada. Muitos de seus desenhos foram
gravados em itens utilitários do dia a dia como copos, jarras, pratos etc.
Após o movimento modernista no Brasil, surgiu um grupo que valorizava todos os elementos
originários da cultura nacional, denominado Artistas Primitivos. Esse grupo de jovens artistas autodidatas
criava um universo poético em suas produções.
Entre os nomes dos artistas desse grupo, estão Heitor dos Prazeres (1898-1966), Djanira da Motta e
Silva (1914-1979) e Mestre Vitalino (1909-1963).
O mais expressivo é o trabalho com cerâmica de Mestre Vitalino: além de ser uma referência para o
movimento dos artistas primitivos, é influência no artesanato nordestino. Vitalino inicialmente pintava
suas peças, mas posteriormente passou a deixá-las em seu estado natural com cor do barro, e os temas
de sua obra estão fortemente ligados ao Estado de Pernambuco e denotam o estilo de vida local com
personagens típicos, como vaqueiros, cangaceiros e retirantes da seca.
No mesmo período, em Cuba, alguns artistas tinham traços muito semelhantes aos das obras
brasileiras produzidas. Artistas como Jorge Arché, Victor Manuel García e René Portocarrero são alguns
que mostram essas características em comum em algumas de suas obras.
Saiba mais
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ARTES VISUAIS BRASILEIRAS E MODERNAS
Resumo
Nesta unidade, vimos que o século XX foi marcado por grandes conflitos
mundiais e significativas conquistas no âmbito científico que mudaram o
modo de vida, os padrões de saúde e de conforto, bem como o processo de
comunicação, acelerando a transmissão de ideias e de imagens de forma
vertiginosa ao longo desse século. O mundo das artes não poderia passar
incólume a essa realidade.
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Unidade II
Exercícios
Questão 1. Na época em que Clarice Lispector morou na Itália, o pintor Chirico quis pintar seu
retrato. No dia em que a obra estava sendo terminada, 9 de maio de 1945, o pintor e a escritora ouviram
os gritos de fim da guerra.
Com base nessas informações e nos seus conhecimentos, analise as afirmativas a seguir:
III – O retrato da escritora transmite tranquilidade, sensação presente em toda a obra de Chirico.
A) I.
B) II.
C) III.
D) I e II.
E) II e III.
I – Afirmativa incorreta.
Justificativa: o pintor não apresenta características realistas. É conhecido como pintor metafísico
e surrealista.
II – Afirmativa correta.
Questão 2. (Enem 2010) Após estudar na Europa, Anita Malfatti retornou ao Brasil com uma
mostra que abalou a cultura nacional do início do século XX. Elogiada por seus mestres na Europa,
Anita se considerava pronta para mostrar seu trabalho no Brasil, mas enfrentou as duras críticas de
Monteiro Lobato. Com a intenção de criar uma arte que valorizasse a cultura brasileira, Anita Malfatti
e outros modernistas:
A) Buscaram libertar a arte brasileira das normas acadêmicas europeias, valorizando as cores, a
originalidade e os temas nacionais.
B) Defenderam a liberdade limitada de uso da cor, até então utilizada de forma irrestrita, afetando
a criação artística nacional.
C) Representavam a ideia de que a arte deveria copiar fielmente a natureza, tendo como finalidade
a prática educativa.
D) Mantiveram de forma fiel a realidade nas figuras retratadas, defendendo uma liberdade artística
ligada à tradição acadêmica.
Análise da questão
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