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Pré-modernismo

Contexto histórico
O Pré-modernismo não se trata de uma escola literária, mas de um período de transição
entre os anos de 1902 e 1922. Na Europa, o período que antecedeu ao modernismo foi
marcado pela tensão política entre os países imperialistas e pelo surgimento dos movimentos
de vanguarda. Já no Brasil, a Proclamação da República, o surgimento das favelas e a Guerra
de Canudos são alguns fatos históricos que levaram os autores desse período a realizarem
críticas sociais, econômicas e políticas em suas obras.
Características principais
Por ser um período de transição, o pré-modernismo apresenta traços de estilos do século XIX,
como: realismo, naturalismo, parnasianismo e simbolismo. Além disso, é marcado por um
nacionalismo crítico, ou seja, sem idealizações românticas.
Algumas características mais proeminentes são:
● investigação e denúncia dos problemas sociais (miséria, abismos sociais, conflitos);
● aproximação da obra literária ao contexto sócio-político-econômico;
● marginalização dos personagens principais (caipira, mulato, sertanejo);
● sincretismo estético de escolas literárias como o realismo e o simbolismo;
● naturalismo (descrição minuciosa dos personagens e dos cenários);
● regionalismo (valorização da cultura popular brasileira);
Principais autores e obras: “Os Sertões”, de Euclides da Cunha; Monteiro Lobato; “Triste
Fim de Policarpo Quaresma”, de Lima Barreto.

Vanguardas Europeias
Resumo
O termo “Vanguarda” vem do francês “avant-garde” e significa “à frente da guarda”, o que
pressupõe duas ideias básicas: Se está “à frente”, relaciona-se a fazer algo novo, algo ainda
não visto; e a ideia de “guarda”, utilizado em contextos militares, está ligada à luta, à ruptura.
Ou seja, uma vanguarda está à frente de seu tempo, inovando e rompendo com o
antigo, o passado, o “velho”.
Nesse sentido, as Vanguardas Europeias foram um conjunto de movimentos artísticos e
culturais que ocorreram em diversos locais da Europa, ao longo do século XX, com o intuito
de romper com o passado e inovar nas formas de fazer arte, sempre buscando algo que “ainda
não tinha sido visto como arte”, inclusive.
Contexto histórico
Eventos históricos relevantes para a arte que será produzida ao longo do século XX:
● Primeira Guerra Mundial: necessidade de reconstrução dos países que haviam
vindo abaixo após os conflitos, com mudanças também no estilo de vida.
● II Revolução Industrial: aparece como uma medida significativa e relevante, uma
vez que, com as novas máquinas, seria possível um suprimento mais rápido e fácil das
demandas da grande população, recompondo as enormes perdas e destruição.
● Invenção da fotografia: incita novos debates nas artes, já que a pintura realista, que
procura refletir na tela a realidade como ela é, se torna obsoleta ante ao realismo de
uma fotografia

1. Expressionismo
Contexto histórico
Fundado na Alemanha por dois grupos diferentes: A Ponte (1905), liderado por Kirchner e O
Cavaleiro Azul (1911), liderado por Kandinsky.
Características principais
● Arte subjetiva;
● Expressão dos sentimentos internos do artista na obra;
● Distorções das formas; formas dramáticas;
● Cores fortes;
● Pinceladas intensas.
Temáticas
● Pessimismo;
● Sofrimento individual;
● Dor;
● Tragédia
Principais artistas e obras: Van Gogh; Edvard Munch

2. Cubismo
Contexto histórico
Os cubistas foram influenciados pela obra de Cézanne e os múltiplos pontos de vista de uma
paisagem ou objeto. O movimento foi fundado por Pablo Picasso e Georges Braque e gerou
duas vertentes: o cubismo analítico e o cubismo sintético.
Características principais
● Cubismo analítico: geometrização e simplificação das formas, ausência de
perspectiva, analise obsessiva de um tema;
● Cubismo sintético: incorporação de papéis de parede, trazer para a arte elementos da
vida real;
Principais artistas e obras: "Les Demoiselles d'Avignon" (As damas d'Avignon) e
“Guernica”, de Pablo Picasso; Georges Braque; Juan Gris; Fernand Léger.

3. Futurismo
Contexto histórico
Fundado pelo italiano Filippo Marinetti em um manifesto publicado no jornal francês Le
Figaro em 1909. É um movimento abertamente político e colabora com o fascismo.
Características principais
As obras futuristas sempre parecem estar em movimento, demonstrando sua velocidade, a
velocidade do progresso.
Temáticas principais
● Exaltação das novas tecnologias, das máquinas, da velocidade e do “progresso”
● “Morte ao velho; viva o novo.”
Principais artistas e obras: Giacomo Balla; Umberto Boccioni; Carlo Carrà; Luigi Russolo;
Gino Severini.

4. Dadaísmo
Contexto histórico
Logo depois da Primeira Guerra, os artistas estão decepcionados e cínicos em relação à
racionalidade. No Cabaret Voltaire, em Zurique, eles se reúnem em performances sem sentido
que misturam música, poesia, dança etc.
Características principais
● Ironia;
● Irracionalidade;
● Caos e desordem;
● Caráter ilógico, anti-racionalista e de protesto.
Temáticas principais
● Movimento "anti-artístico": movimento muito intelectualizado que questiona o papel
do artista e da arte;
● Aversão aos ideais burgueses e à guerra;
● Crítica a arte tradicionalista;
Principais artistas e obras: “Fonte”, o urinol de Marcel Duchamp; Tristan Tzara; Hugo
Ball; Hans Arp

5. Surrealismo
Contexto histórico
Movimento criado por André Breton, em 1924. O artista acreditava no automatismo psíquico,
isto é, o inconsciente e os sonhos como reveladores das emoções e dos desejos humanos. O
pensamento de Freud também é fundamental para os surrealistas.
Características principais
● Criação de cenas irreais e realidades paralelas;
● Livre associação de ideias e imagens;
● Valorização do inconsciente;
Temáticas principais
● Sonhos;
● Inconsciente;
● Intervenções de estranhamento: representação de objetos aparentemente sem relação
entre si e em lugares aos quais não pertencem;
Principais artistas e obras: Salvador Dali; René Magritte; Giorgio de Chirico; Leonora
Carrington; Méret Oppenheim

Modernismo Brasileiro
Resumo
O Modernismo no Brasil foi inspirado nas Vanguardas Europeias, com o intuito de
"modernizar" as artes brasileiras, e pode ser dividido em três fases, tendo durado um
longo período, de 1922 à 1960.
Contexto histórico
● República do Café com Leite
● Insatisfação da sociedade com a estagnação da economia e da cultura

Semana de 22
A Semana de Arte Moderna foi uma manifestação artístico-cultural que ocorreu no Theatro
Municipal de São Paulo entre os dias 11 a 18 de fevereiro de 1922. O evento reuniu diversas
apresentações de dança, música, recital de poesias, exposição de obras, pinturas, esculturas e
palestras.

1ª Fase: Fase Heróica (ou da Destruição)


Contexto histórico
Compreendeu os anos 1922-1930 e foi inaugurada pela Semana de 22. É a fase mais radical
do modernismo.
Características principais
● Aproximação da linguagem oral e coloquial;
● Ausência de formalismo;
● Ruptura com academicismo e tradicionalismo;
● Crítica ao modelo parnasiano;
● Experimentações estéticas;
● Liberdade de expressão e criação;
● Fusão de influências externas (vanguardas europeias) aos elementos brasileiros;
● Cores fortes (principalmente ocre, amarelo, azul e verde)

Temáticas principais
● Valorização da cultura do povo brasileiro e do folclore
● Crítica ao idealismo romântico
● Nacionalismo crítico
● Cotidiano do povo brasileiro
● Crítica ao passado histórico do Brasil
Principais artistas e obras: Anita Malfatti, Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Menotti
Del Picchia e Tarsila do Amaral, conhecidos como Grupo dos Cinco; “Macunaíma”, de
Mário de Andrade.

Movimento Pau-Brasil
Teve início com a publicação do livro “Pau-Brasil”, de Oswald de Andrade e ilustração da
artista plástica Tarsila do Amaral.
O Movimento do Pau-Brasil é um movimento nativista, que defendia a poesia brasileira
de exportação, que outros países exportassem nossas correntes artísticas, e não o contrário,
assim como foi com a exportação da árvore de pau-brasil, exibindo também uma crítica ao
passado histórico.
Oswald de Andrade buscou em suas obras expor seu modo crítico e sarcástico, satirizando
suas raízes sociais burguesas e acadêmicas, e seguindo também como influência a
efervescência da produção artística europeia.

Movimento Verde-Amarelo
Em 1927, Menotti del Picchia, Plínio Salgado, Guilherme de Almeida e Cassiano Ricardo
criam, sob tendência nazifascista e caráter ufanista, o Movimento Verde-Amarelo,
defendendo os ideais nacionalistas em excesso, sem a presença de uma influência estrangeira.
Os artistas desse movimento escolheram a anta como seu símbolo, por ter sido um totem tupi,
e portanto, foram chamados de "Escola da Anta".

Movimento Antropófago
Em 1928, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e Raul Bopp lançam o Movimento
Antropofágico, em contraposição à Escola da Anta.
O Manifesto Antropófago se valeu da mesma ideologia do Movimento Pau-Brasil, contudo,
um pouco mais aprofundada, com a ideia de que a cultura estrangeira não deve ser
negada, nem imitada. O que se espera então é uma reelaboração ou uma “deglutição” – o
que explica o termo metafórico antropofágico – da cultura estrangeira, o que iria se converter
em produto para exportação.
O primitivismo desse movimento tem um caráter crítico em relação ao ato de “deglutir o
outro”. São estabelecidas também críticas à história do Brasil e às consequências do seu
passado colonial.

Para saber mais:


1. Resumão de Vanguardas Modernas | Canal Vivieuvi:
https://www.youtube.com/watch?v=10lTZaWt84g&ab_channel=vivieuvi
2. 2º Semana de Arte Moderna | Canal Cesum EJA
https://www.youtube.com/watch?v=6Vd83QKyd1M&ab_channel=cesumeja
3. Pré-Modernismo | Canal Vá Ler Um Livro
https://youtu.be/iJjIINOSzhc

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