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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

COMUNICAÇÃO VISUAL E DESIGN


DISCENTE: ELIZABETH MOTTA JACOB
DOCENTE: JOSÉ ALEXANDRE GOMES DE BRITO
DESIGN E GÊNESE 1
11/05/2023

MEGGS, Philip B.; PURVIS, Alston W. História do design gráfico. São Paulo:
Cosac Naify, 2009. Capítulo 11. (pp. 243 - 283).

● Pode-se afirmar que a troca cultural resultante do estreitamento de laços


entre Europa e países asiáticos acarretou uma renovação no que se diz
respeito ao design gráfico da época e, assim, suscitou o surgimento de
inovações no meio.

“A arte asiática possibilitou aos artistas e designers europeus e


norte-americanos novas formas de abordar espaço, cor, convenções
de desenho e temas radicalmente diferentes das tradições
ocidentais. Isso revitalizou o design gráfico durante a última década
do século xix.”(MEGGS; PURVIS, 2009, p. 243).

● Demonstra-se como o Ukiyo-e possui um forte apelo popular por ser uma
arte majoritariamente urbana e como tornou-se um grande objeto de
inspiração e um ícone da cultura nipônica no mundo.

“O ukiyo-e combinava as narrativas realistas dos emaki (quadros


tradicionais em rolos de pergaminho) com influências das artes
decorativas. Os mais antigos trabalhos em ukiyo-e eram pinturas de
biombos retratando os bairros de entretenimento – chamados de
“mundo flutuante” – de Edo (atual Tóquio) e outras cidades. Cenas e
atores do teatro Kabuki, renomadas cortesãs e prostitutas e
erotismo foram os primeiros temas. […] As gravuras superaram em
importância as pinturas de biombos à medida que os artistas
passaram a explorar o crescente interesse por imagens que
retratassem a vida urbana.”(MEGGS; PURVIS, 2009, p. 244).

● É evidenciado como o Art Nouveau foi de extrema importância para o


desenvolvimento de diversas áreas artísticas ao trazer consigo um proceder
contrário àquele que dominou o século XIX.
“O art nouveau foi um estilo decorativo internacional que prosperou
por cerca de duas décadas (c. 1890-1910). […] logo se estendeu a
todas as áreas das artes: arquitetura, pintura, arte comercial,
cerâmica, mobiliário, ornamentação e design de livros. […] é o estilo
transitório que evoluiu do historicismo que dominou o design
durante a maior parte do século xix. Ao substituir esse uso quase
servil das formas e estilos anteriores, o art nouveau se tornou a fase
inicial do movimento moderno, preparando o caminho para o século
xx mediante a rejeição das abordagens anacrônicas do século
xix.”(MEGGS; PURVIS, 2009, p. 248 - 249).

● É mostrado como Jules Chéret foi responsável por instituir uma nova
referência artística em design de cartazes e posteres por meio da utilização
do processo de litografia.

“Hoje aclamado pai do cartaz moderno, […] Chéret estava


convencido de que os cartazes litográficos ilustrados substituiriam
os tipográficos de texto que enchiam o ambiente urbano[...] Chéret
foi indicado para a Legião de Honra pelo governo francês em 1890
por criar um novo ramo de arte que fez avançar a impressão e
atendia às necessidades do comércio e da indústria. Ele projetou
mais de mil cartazes até a virada do século, quando sua produção
cartazista praticamente cessou[...]”(MEGGS; PURVIS, 2009, p. 250 -
253).

● Assim como Chéret, é mostrado como a obra de Eugène Grasset foi


essencial no processo de transição das artes gráficas na França naquele
período.

“Uma realização pioneira, tanto no design gráfico como na


tecnologia de impressão, foi a publicação em 1883 de Histoire des
quatre fils Aymon (História dos quatro filhos de Aymon)[…] O
projeto é importante por sua integração total de ilustrações, formato
e tipografia. As ideias de design de Grasset foram rapidamente
assimiladas depois da publicação, inclusive as molduras
decorativas enquadrando o conteúdo, a integração entre ilustração e
texto numa unidade, e o projeto das ilustrações para que a parte
tipográfica fosse impressa sobre céus e outras áreas.”(MEGGS;
PURVIS, 2009, p. 253 - 254).

● É abordado a maneira a qual o Art Nouveau se configurou na Inglaterra e


as contribuições de Aubrey Beardsley e Charles Ricketts para o movimento.

“Aubrey Beardsley foi o enfant terrible do art nouveau, com seu


notável trabalho em preto e branco vibrante a traço de caneta e
chocantes imagens exóticas. […] O principal concorrente de
Beardsley entre os designers gráficos ingleses que trabalhavam na
esteira do movimento arts and crafts e na crista do art nouveau foi
Charles Ricketts[…] Enquanto Beardsley tendia a abordar seus
trabalhos como ilustrações para serem inseridas entre as páginas de
texto tipográfico, Ricketts abordava o livro como uma entidade total,
concentrando-se numa harmonia entre as partes: encadernação,
folhas de guarda, folha de rosto, tipografia, ornamentos e
ilustrações[...]”(MEGGS; PURVIS, 2009, p. 254 - 256).

● É abordado o desenvolvimento do Art Nouveau francês e as contribuições


de Toulouse-Lautrec, ao retratar as personalidades e facetas da vida
noturna de Paris e, principalmente, de Alfons Mucha cujo trabalho inaugura
uma nova fase do movimento.

“[...]Toulouse-Lautrec havia se voltado obsessivamente ao desenho


e à pintura[…] ele rondava os cabarés e bordéis de Paris,
observando, desenhando e desenvolvendo um estilo jornalístico e
ilustrativo que captava a vida noturna da belle époque, termo usado
para descrever a reluzente Paris do final do século xix.”(MEGGS;
PURVIS, 2009, p. 258 - 259).

“O jovem artista tcheco Alfons Mucha (1860-1939) havia mostrado


notável habilidade para o desenho enquanto crescia na pequena
aldeia morávia de Ivancice. […] De 1895 a 1900, o art nouveau
encontrou sua afirmação mais completa no trabalho de Mucha. Seu
tema dominante era uma figura central feminina cercada por formas
estilizadas derivadas de plantas e flores, arte popular morávia,
mosaicos bizantinos e até da magia e do ocultismo.”(MEGGS;
PURVIS, 2009, p. 260 - 263).

● Fala-se sobre a chegada do Art Nouveau nos Estados Unidos e as


contribuições de designers e ilustradores como Louis Rhead, William
Bradley, Ethel Reed e Edward Penfield no que se diz respeito à produção
de cartazes e capas para editoriais de livros e revistas.

● Cita-se o vanguardismo belga e as contribuições do designer Henri van de


Velde.

“Arquiteto, pintor, designer e educador, Van de Velde sintetizou


influências como a gravura japonesa, o art nouveau francês, o
movimento arts and crafts inglês e, mais tarde, a Escola de Glasgow
em um estilo unificado. […] Van de Velde reorganizou o Instituto de
Artes e Ofícios e a Academia de Belas-Artes de Weimar, passo
preliminar em direção à formação da Bauhaus de Walter Gropius em
1919.”(MEGGS; PURVIS, 2009, p. 272).

● É citado os desdobramentos do Art Nouveau na Holanda e da incorporação


de métodos provenientes de suas colônias do Oriente.

“De importância particular para a nieuwe kunst foram as influências


das Índias Orientais holandesas (atual Indonésia). Os holandeses
tinham com suas colônias ultramarinas um laço bem diferente do
mantido por outras potências coloniais. […] A introdução do batique
como artifício do design da época foi uma das importantes
contribuições da Holanda para o movimento art nouveau
internacional. A confecção de batiques por muito tempo havia sido
um ofício tradicional das mulheres nas Índias Orientais holandesas.
Os desenhos exuberantes e orgânicos do batique javanês serviram
de grande inspiração para artistas[…]”(MEGGS; PURVIS, 2009, p.
275 - 276).

● É mencionado o término do período da Nieuwe Kunst à medida que


movimento derivava-se para se tornar um suporte exclusivamente
comercial.(MEGGS; PURVIS, 2009, p. 278).

● Aponta-se a contribuição alemã posterior ao seu movimento Jugendstil.

“A principal contribuição alemã, porém, não foi oJugendstil, mas as


inovações desenvolvidas em reação a ele após a virada do século,
quando arquitetos e designers, entre eles Peter Behrens, passaram a
ser influenciados pelos ideais do movimento arts and crafts,
depurados de suas afetações de inspiração medieval. Designers na
Alemanha, Escócia e Áustria rapidamente saíram da fase floral do art
nouveau rumo a uma abordagem mais geométrica e objetiva. Isso
acompanhava uma guinada da linha e forma orgânica ondulante
para uma ordenação geométrica do espaço.”(MEGGS; PURVIS, 2009,
p. 280).
● É dito que na virada do século, os cartazes italianos se caracterizavam por
uma exuberância e elegância sensual comparável à da belle époque na
França.(MEGGS; PURVIS, 2009, p. 280).

● Aborda-se a decadência do Art Nouveau ao ser introduzido gradativamente


em uma lógica meramente superficial e de produção em massa.

“[...]à medida que o design de cartazes e periódicos trouxe o art


nouveau para um círculo cada vez mais amplo, volumes muito
maiores eram produzidos. Alguns fabricantes se concentravam no
lucro financeiro, produzindo vastas quantidades de mercadoria e
composições gráficas com padrões inferiores de design. […] O art
nouveau declinou lentamente até desaparecer nas cinzas da
Primeira Guerra Mundial[...]”(MEGGS; PURVIS, 2009, p. 282).

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