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A ARTE

CONTEMPORÂNEA E
AS NOVAS LINGUAGENS
DA ARTE
A ARTE CONTEMPORÂNEA

• Na segunda metade do século XX, a arte foi assumindo uma posição cada vez
mais libertária diante dos paradigmas que regiam sua essência e seus modos de
expressão, produção e exibição. Partindo das ideias de Marcel Duchamp, muitos
artistas desenvolveram novas e múltiplas maneiras de pensar e fazer arte.
• Nesse contexto surgem novas tendências que romperam com métodos
tradicionais de produção, promoveram o entrecruzamento de técnicas e
linguagens artísticas.
• A partir da década de 1960 e 1970, os artistas encaixavam-se cada vez menos em
estilos, escolas ou movimentos específicos. A liberdade artística confirmou a
ideia de que a arte pode estar em qualquer lugar e inaugurando um novo
momento para a história da arte: a arte contemporânea.
• A arte contemporânea constitui-se em um grande leque de expressões e
manifestações; conserva como eixo temático o indivíduo, os espaços (a
natureza, as cidades), as micropolíticas (discussões sobre o feminismo,
racismo, meio ambiente, desigualdade social) e o tempo (história, memória e
subjetividade).
A ARTE CONTEMPORÂNEA

• TEMA: Perspectiva conceitual – arte próxima da vida e o que ela


compõe.

• FORMA: Ausência de um estilo único e a diversificação de suportes,


materiais, expressões e manifestações que podem incorporar quaisquer
elementos – objetos cotidianos, tela de tecido tradicional, softwares.

• Dentro desse contexto nota-se uma grande presença de trabalhos


efêmeros (transitório, que dura pouco, passageiro), tal qual a vida e os
acontecimentos cotidianos, dividindo espaço com trabalhos
tradicionais.
OBRA DE ARTE X OBJETO INDUSTRIALIZADO

❑ A partir da Revolução Industrial (que possibilitou a produção dos


objetos em série e permitiu a realização de diversas cópias do mesmo
objeto) estabeleceu-se uma distinção nítida entre os objetos produzidos
pela indústria e as obras de arte.

❑ Assim, a obra de arte por ser única ganhou um caráter sagrado e


passou a ser vista de modo especial nos museus. Essa condição mudou
no decorrer do século XX.
OS NOVOS RECURSOS PARA O ARTISTA

❑ À medida que a técnica e depois a tecnologia invadiram os meios de


produção, acabaram provocando também o surgimento de novas formas
artísticas que superaram a ideia de obra de arte e objeto produzido pela
indústria.

❑ Exemplos desse fato: a fotografia e o cinema.


OS NOVOS RECURSOS PARA O ARTISTA

❑ O progresso tecnológico (séc. XX) – as máquinas – modificaram a


maneira como os artistas concebem a arte e se relacionam com ela.

❑ A obra de arte deixa de ser o resultado exclusivo do trabalho das


“mãos do artista” – como o pintor dos séculos anteriores.
A LINGUAGEM FOTOGRÁFICA
CONTEMPORÂNEA

❑ Henri Cartier-Bresson
- Inicia seus trabalhos na primeira metade do séc. XX.
- Seus trabalhos revelam que a fotografia pode ser considerada uma
forma de arte produzida pela máquina.
- Seu trabalho caracteriza-se por capturar o momento decisivo.
- Para ele, o fotógrafo deve registrar em uma foto um instante que é
breve, mas que revela ações humanas, que são curiosas, interessantes ou
que emocionam.
Na China ele fotografou toda a Revolução Popular e os primeiros meses de governo de Mao Tse Tung. Em 1954 se
tornou o primeiro fotógrafo a registrar o cotidiano da União Soviética, sendo autorizado a dar seus cliques após o
falecimento de Stalin.
Bresson trabalhou para as revistas Life, Vogue e Harper’s Bazaar. Fotografou o mundo todo
em suas viagens.Foi um dos fotógrafos mais importantes do século XX e é considerado o pai
do fotojornalismo.
A LINGUAGEM FOTOGRÁFICA
CONTEMPORÂNEA

❑ Barbara Kruger

- Explora a junção de fotos, em geral preto e branco, e palavras, às vezes


frases inquietantes, ou que questionam o consumismo das sociedades
contemporâneas, escritas em vermelho – “Compro, logo existo”.

- Seu estilo de arte segue uma linha bem pessoal: fotos em preto e
branco e uma linguagem tipográfica selecionada especialmente para
imitar o vocabulário da propaganda.

- Bárbara Kruger utiliza-se dos meios de comunicação para abordar os


temas de suas fotomontagens, levando ao público as críticas contra o
consumismo através da própria estratégia de marketing dele.
A artista atingiu as
massas, tendo os seus
trabalhos expostos
globalmente em
museus e galerias,
posters, painéis
publicitários e até
mesmo em camisolas.
A justaposição de
palavras e imagens são
reflexo da sua carreira
de mais de 20 anos,
como designer e
editora.
“Nós não precisamos de outro herói”
“Seu conforto é o meu silêncio”
“Quem ela pensa que é”
Compro, logo existo
O CINEMA: ARTE E INDÚSTRIA
❑ A indústria trouxe grandes modificações a todos os campos da vida
social e deu à obra de arte um novo caráter: ela começa a ser feita dentro
do modo de produção industrial – em série e dirigida ao mercado.
❑ O cinema é a expressão mais característica de uma arte criada com
base nas recentes descobertas tecnológicas, produzida em série e voltada
para o consumo de massa.
❑ As novas tecnologias criam sempre novos recursos para a produção e a
reprodução de obras fotográficas, cinematográficas e, hoje em dia, para
vídeos. Portanto, para refletir sobre as novas possibilidades de criação
artística, é preciso admitir que estamos diante de questões abertas para as
quais a última conclusão pode ser logo substituída por outra mais
atualizada.
❑ O cinema demanda altos investimentos para produzir grande
quantidade de cópias e reduzir o custo final de cada unidade (projeção de
uma cópia), permitindo que essa possa ser vendida um preço acessível ao
grande público.
O CINEMA: ARTE E INDÚSTRIA

Bastidores do filme Avatar (2009)


O CINEMA: ARTE E INDÚSTRIA

❑ Por que o cinema é considerado a sétima arte?


- Esse termo surgiu em 1911, dado por Ricciotto Canudo no
Manifeste des Sept Arts (Manifesto das Sete Artes),
documento que foi publicado apenas em 1923.
- Através do manifesto, o teórico e crítico de cinema
Canudo, pertencente ao futurismo italiano, pretendia
distanciar a ideia de que o cinema era um espetáculo para a
massa, mas aproximá-la e integrá-la a categoria das Belas
artes como a música, pintura, escultura, arquitetura, poesia e
a dança. Para ele, o cinema é uma arte “síntese”, uma arte
total, que conciliava todas as outras artes. Por isso, que
considerava o cinema a sétima arte.
Viagem à Lua – 1902 Georges Méliès
Tempos Modernos - 1936
AS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS
(Arte Sequencial)
▪ A linguagem desse gênero se desenvolveu ao longo do
século XIX, quando alguns ilustradores tentavam contar
histórias com a ajuda de imagens em sequência.
▪ As HQ’s como conhecemos hoje surgiram da disputa entre
dois grandes jornais dos Estados Unidos: o New York World e
o Morning Journal. Em 1894, os editores do New York World
começaram a publicar histórias ilustradas com um
personagem chamado Yellow Kid. Mais tarde o Morning
Journal criou Os Sobrinhos do Capitão.
▪ Entretanto, foi em 1930, que surgiram as Histórias em
Quadrinhos e os personagens que se tornaram famosos e são
conhecidos até os nossos dias.
AS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS
(Arte Sequencial)

▪ Ao longo do século XX diversos personagens


foram criados e muitos se tornaram famosos. Ex.
Super-Homem, Batman, Fantasma, Pato Donald,
Tintin, Gato Félix...
▪ As HQ’s continuaram se desenvolvendo e nos
tempos mais atuais é importante destacar os
trabalhos de Art Spiegelman, Frank Miller e
Katsuhiro Otomo.
AS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS
(Arte Sequencial)

▪ Art Spiegelman
- Importante nome no desenvolvimento da arte
sequencial.
- Entre seus trabalhos destacam-se os dois volumes
de Maus, publicados em 1986 e 1991,
respectivamente, narram a história de seus pais
como sobreviventes de campos de concentração
durante a Segunda Guerra Mundial
- Seu trabalho ganhou uma exposição no Museu de
Arte Moderna, de Nova York, e um prêmio Pulitzer.
AS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS
(Arte Sequencial)

▪ Frank Miller
- Entre seus trabalhos destacam-se 300 de Esparta
(história escrita e desenhada por ele); Batman – o
cavaleiro das trevas e Sin City

▪ Katsuhiro Otomo
- Artista japonês famoso pela criação de mangás e
filmes de animação. Suas histórias retratam um
Japão moderno, pós Segunda Guerra
VIDEOARTE
Forma de expressão que utiliza a
tecnologia do vídeo como suporte e veículo.
Nasceu nos anos 1960 – Happenings;
performances e instalações passam a
direcionar a criação artística. O vídeo nasce,
integrado ao projeto de expansão das artes
plásticas. Incorpora elementos da Pop Art; da
HQ; da publicidade; da TV e do cinema.
LAND ART (ARTE DA TERRA; ARTE
AMBIENTAL)
Movimento de arte contemporânea pautado na
fusão da natureza com a arte. Surge nos EUA, na
década de 1960. Utiliza recursos provenientes da
própria natureza para produção artística. A natureza
é suporte e criação artística. A arte surge nos mais
variados espaços naturais, praias, montanhas e
desertos.
Spiral Jetty [Espiral Molhada], de Robert Smithson, 1970.
Robert Smithson

o É considerado um dos artistas mais representativos da Land Art.


o Muitos de seus trabalhos eram feitos com elementos naturais e exigiam
grandes quantidades de rochas e terra.
o Através da obra Spiral Jetty, o artista propôs uma reflexão sobre a
maneira como o tempo e os fenômenos naturais podem modificar o
trabalho artístico, explorando as noções de memória e esquecimento.
o Desde 2012, as transformações pelas quais a obra passa têm sido
documentadas por meio de fotografias espaciais, feitas duas vezes ao ano.
o A obra encontra-se em Salt Lake City, nos EUA. É uma escultura feita de
pedras de basalto, cristais de sal, terra e água.

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