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HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA I

A BELLE ÉPOQUE

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Olá!
Ao final desta aula, você será capaz de:

1- Caracterizar a Belle Époque.

2- Analisar os principais movimentos artísticos desta época;

3- Avaliar a importância das inovações tecnológicas para o século XX.

Introdução

Nesta aula, veremos a transição entre a sociedade moderna e o mundo contemporâneo. Estudaremos o papel das

revoluções burguesas na crise do antigo regime e na consolidação de um novo modelo produtivo, que

promoveria o processo de industrialização iniciado na Inglaterra do século XVIII.

Nesta aula, estudaremos sobre o período que vai de finais do século XIX até a eclosão da Primeira Guerra

Mundial, que ficou conhecido como Belle Époque, termo que evoca a paz e a prosperidade europeias nos anos

que antecedem aquele que seria o primeiro grande conflito do século XX.

1 Premissa
Entre o final do século XIX e o início do século XX, até a eclosão da Primeira Guerra Mundial, o mundo vive um

período de prosperidade, proporcionado pela Segunda Revolução Industrial.

Esse momento, pleno de avanços tecnológicos e inovações artísticas, ficou conhecido como Belle Époque.

Fique ligado
Embora a paz aparente seja uma das características desta época, sabemos que era, na verdade,
uma paz velada, pois continha as sementes que germinariam naquele que seria um dos
maiores conflitos do século XX, a Primeira Grande Guerra.

A expansão imperialista europeia, em direção aos continentes africano e asiático, que vimos nas aulas anteriores,

permitiu às metrópoles um enorme acúmulo de capital, além de um desenvolvimento maciço da indústria.

As colônias forneciam matérias-primas e mercado consumidor, mas, é claro, pouco usufruía desta prosperidade.

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2 O que vem a ser a modernidade?
Para melhor compreendermos a Belle Époque e a sociedade deste momento, veremos um termo que usamos

frequentemente, mas sobre o qual pouco refletimos: modernidade.

Segundo Carl Schorske:

“Na maioria dos campos da atividade intelectual, a Europa do século XX, orgulhosamente afirmou a

sua independência do passado. Já no século XVIII, a palavra "moderno" adquiriu a forma de um grito

de guerra, mas apenas como uma antítese do "antigo" o que implica em um contraste com a

antiguidade clássica.”

SCHORSKE, Carl E. Vienna fin-de-siècle – politics and culture. Washington: Randon House, 1998. p.

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Para ele, a modernidade se afirma como um embate aos valores clássicos de outrora, construindo uma nova

concepção de mundo que transparece em diversos aspectos, nos hábitos, no divertimento, nos costumes, nos

modos de vestir, enfim, na vida cotidiana como um todo.

Mas diversos autores abordam que o conceito de modernidade, como Marx, Habermas, Giddens e diversos

pensadores não só da história, mas também da Sociologia, Antropologia e da Geografia. Isso ocorre porque este é

um debate amplo e que diz respeito às mais diversas áreas cientificas.

Podemos entender, de um modo geral, que a modernidade está ligada a alguns fatores:

Ascensão da burguesia
Fortalecimento do capitalismo
Desenvolvimento industrial

Tais fatores provocariam uma mudança nas mentalidades e alterariam definitivamente a história que vivemos

hoje.

Mudanças sociais

Quando falamos sobre história, temos em mente sempre as grandes questões econômicas e políticas que

alteraram ou configuraram a trajetória da humanidade em alguma era especifica.

A contribuição dos Annales, a partir da década de 1920, ampliou o leque da historiografia e tornou possível o

estudo de outros objetos, como a cultura e o próprio pensamento. O estudo da Belle Époque está inserido neste

quadro: das mudanças sociais.

Saiba Mais

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Não é só a economia e a política que se modificam em finais do século XIX, mas o próprio homem e sua maneira

de ver e entender o mundo que o cerca.

Falar em belle époque é falar de Paris

Não é por acaso que o estilo da belle époque seja, marcadamente, urbano. As cidades cresciam, se

transformavam, e abrigavam os mais variados números de indivíduos, de diversas classes sociais. Neste aspecto,

Paris se tornou o símbolo máximo desta época, lar dos famosos cabarés e berço do cinema.

Os cabarés faziam apresentações de danças como o cancã, com coristas em trajes ousadíssimos para a época.

Mas tinham também uma programação diversificada, exibindo, inclusive, sessões de ópera. Eram ecléticos e por

isso frequentados tanto por artistas e homens de negócios como por operários.

Criado em 1889, o mais famoso dos cabarés foi, sem dúvida, o Moulin Rouge, fonte de inúmeros filmes, pinturas,

artigos e livros, se tornou rapidamente um símbolo da Paris boêmia. É, ainda hoje, um importante ponto turístico

francês.

Foi esse ambiente que inspirou o pintor Toulouse Lautrec, que o retratou em diversas obras como

Duas mulheres valsando, de 1892.

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Esta obra de Lautrec demonstra a tolerância sexual dos cabarés já que, em qualquer outro lugar, duas mulheres

que dançavam juntas seriam alvo de preconceito e comentários maliciosos.

A arte na belle époque

A arte de Lautrec é apenas um exemplo da efervescência artística da Belle Époque. Nela podemos destacar

alguns movimentos particularmente importantes como o impressionismo, o fauvismo, o cubismo, e a art

nouveau.

A arte clássica era, até então, baseada no realismo.

Cabia ao pintor retratar, tão fielmente quando possível, o mundo que ele via. Nesse sentido, as pinturas

funcionam mais como documentos do mundo do que, propriamente, como expressões da livre interpretação do

artista.

Atenção

Claro que não podemos pensar a arte de modo estanque e toda obra possui, inevitavelmente, características

impressas por seu autor, o que as faz únicas. Mas, com a invenção da fotografia, também no século XIX, esse

“compromisso artístico” pôde ser ampliado e permitiu novas abordagens e intervenções que constituíram estes

movimentos artísticos europeus.

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A fotografia, também uma das mais importantes invenções daquele século, rapidamente se espalhou pelo

mundo.

As coleções fotográficas são consideradas fontes importantíssimas para o estudo da História e produziram

imagens que vão desde a presença europeia na África, no período imperialista, até os usos e os costumes

cotidianos, e os retratos da família.

3 Impressionismo, fauvismo e cubismo


Se a fotografia mostrava o “mundo real”, a arte por sua vez, era livre. E não tardou que pintores como Claude

Monet iniciassem uma nova maneira de ver e fazer arte.

Saiba Mais

Monet é considerado o fundador do impressionismo, cujo nome deriva de uma de suas obras:

Impression, soleil levant (Impressão, nascer do sol) de 1872 (foto).

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O impressionismo rompe com a estética tradicional e valoriza as cores e a criação de ilusões de ótica nas suas

obras. Além de Monet, foram também importantes para o movimento pintores como Edgar Degas, Edouard

Manet e Auguste Renoir.

Ao impressionismo, seguiram-se outros movimentos como o fauvismo e o cubismo, já no início do século XX.

Nestas vertentes, há a utilização das formas geométricas e das pinceladas espontâneas.

Pablo Picasso, considerado um dos principais nomes do cubismo, fez de sua obra, Guernica, uma das maiores

expressões artísticas a favor da paz após a violenta Guerra Civil Espanhola, que ocorreu em entre 1936 e 1937.

4 O fim
Como dissemos anteriormente, a Belle Époque teria seu final com a eclosão da Primeira Guerra Mundial.

Se, em um primeiro momento, estas novidades e a tecnologia tornavam o mundo mais fácil para o indivíduo

comum, provocando momentos de intenso otimismo, após a Primeira Guerra Mundial e, novamente, após a

Segunda Guerra, este otimismo deu lugar a um ceticismo a respeito dos benefícios trazidos pela inovação

cientifica.

A Ciência deixou de ser a solução certa para os problemas da humanidade e converteu-se também em um foco de

discussões militares e éticas que pode ser percebido até os dias atuais.

A utilização de aviões para o combate foi apenas o primeiro de muitos recursos usados para fins militares. A ele

logo se somaram as armas químicas e biológicas, que aterrorizaram o século XX.

Atenção

Mesmo questões atuais, como a clonagem e o uso de células tronco passam hoje por rigorosa análise sob os

diversos pontos de vista, especialmente no que concerne à ética. A Ciência pode ser a solução dos problemas do

homem? Essa questão, proposta desde o racionalismo da Idade Moderna, continua sem resposta.

CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Relacionou argumentos para compreender a Belle Époque no contexto da modernidade.
• Comparou os diversos movimentos artísticos e as diferentes estéticas do período.
• Reconheceu a contribuição da ciência para a construção da ideia de progresso e civilização.
• Vimos o período da Belle Époque, entendendo este momento como a consolidação de um modelo de
sociedade capitalista, burguês e urbano e analisando, neste contexto, as mudanças operadas no campo da
ciência e da cultura.

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