Você está na página 1de 15

ALUCINAÇÕES PARCIAIS

Exposição-escola com obras-primas modernas do Brasil e do Centre Pompidou


ARTISTAS BRASILEIROS
Anita Malfatti

Lasar Segall

Tarsila do Amaral
ARTISTAS INTERNACIONAIS Flávio de Carvalho
Salvador Dalí
Candido Portinari
Henri Matisse
Vicente do Rego Monteiro
Georges Braque
Cícero Dias
Wassily Kandinsky
Ismael Nery
Pablo Picasso
Alberto da Veiga Guignard
Joan Miró
Maria Martins
Robert Delaunay

Man Ray

Paulo Klee

Fernand Léger
A EXPOSIÇÃO
O modernismo criou e estabeleceu seus próprios projetos, objetivos,
manifestos e utopias. Alucinações. Contudo, essas produções nem
sempre puderam completar sua vontade primeira, encontraram
resistência da própria história – da arte, por exemplo – e até mesmo do
cotidiano.

O Centre Pompidou, em Paris, constitui-se hoje como um dos maiores


museus e centros culturais do mundo. Concentrando um acervo de
mais de 100mil obras entre pinturas, esculturas, fotografia e vídeo, por
exemplo, envolve diferentes períodos, do século XIX até os dias atuais.
Aberto em 1977 e renovado no final dos anos 1990, se configura como
um espaço multidisciplinar que agrega música, cinema, literatura e artes
visuais, levando mais de 3 milhões de pessoas para participar de sua
programação anualmente.

Suas exposições têm caráter grandioso por contarem com obras


de inestimado valor que ajudam a melhor compreender a história da
arte como um todo, principalmente a do contexto europeu. Em sua
coleção – formada a partir dos acervos de instituições como Musée du
Luxembourg e Jeu de Paume – destacam-se artistas do modernismo
e das vanguardas do início do século XX, como Pablo Picasso, Henri
Matisse, Georges Braque e Robert Delaunay, nomes que serão exibidos
agora no Instituto Tomie Ohtake.

A nova mostra pauta-se em um formato inovador: 10 obras-primas


de importantes artistas vindas da coleção do Centre Pompidou serão
reunidas a fim de explicitar o que foi a arte moderna, seus movimentos
e seu pioneirismo. Junto a elas, estarão outros 12 trabalhos de grandes
nomes brasileiros da arte moderna para contar a nossa versão da história
da arte, com todas as particularidades e diferenças.
EXPOSIÇÃO-ESCOLA
Juntos, esse conteúdo será explorado por professores, pesquisadores, historiadores,
curadores e também artistas em aulas expositivas, conversas e outras atividades que
acontecerão no próprio espaço expositivo. Ou seja, a mostra funcionará como uma
exposição-escola permanente voltada ao ensino de história da arte, ao desenvolvimento
crítico e outros assuntos pertinentes e possíveis de serem abordados a partir dessas obras.

Todos os dias, o espaço expositivo abrigará pelo menos uma ação de cunho pedagógico,
acadêmico ou que estimule o debate sobre arte e ensino. Um versátil mobiliário será
disposto na sala, em convivência com esses ilustres trabalhos, acreditando que essas
propostas educativas, lúdicas, dinâmica, estimulem o movimento no espaço e ampliem a
investigação em torno tanto das obras quanto do modo de estar frente e com elas.

Partindo dessa proposta, teremos:

r7JTJUBTFEVDBUJWBT

r"UFMJËTEFEFTFOIP

r$VSTPQBSBQSPGFTTPSFT

r$VSTPEFJOUSPEVÉÈPÆIJTUÓSJBEBBSUF

r0GFSFDJNFOUPEFÔOJCVTQBSBFTDPMBTQÙCMJDBT

r#JCMJPUFDBQFSNBOFOUFOPFTQBÉPFYQPTJUJWPQBSBDPOTVMUB

r3FDVSTPTEFBDFTTJCJMJEBEFQBSBQFTTPBTDPNEFàDJËODJB

r1BMFTUSBTFEFCBUFTDPNDVSBEPSFTFBSUJTUBT

r4FTT×FTEFàMNFTPCSFPTBSUJTUBT PCSBTFNPWJNFOUPT

r1SPHSBNBÉÈPNVTJDBMMJHBEBÆFYQPTJÉÈP

r3FHJTUSPBVEJPWJTVBMEFUPEBTBTBUJWJEBEFT
OBRAS INTERNACIONAIS

SALVADOR DALÍ
Alucinação parcial. Seis imagens de Lenine ao piano, 1931

Realizada por um dos maiores expoentes do movimento surrealista, a obra


empresta seu nome a exposição. Salvador Dalí, ainda que filiado ao Surrealismo,
DSJPVPTFVQSÓQSJPNPEPEFUSB[FSÆUPOBFBSSBOKBSàHVSBTGBOUBTJPTBT DFOÃSJPT
que parecem ter saído de sonhos e imagens que se relacionam ao inconsciente.

Para essa exposição, o título da obra está associado com uma série de
mudanças e ideias que pretendiam ser alcançadas por meio das propostas das
vanguardas artísticas que se organizaram ao longo do início do século XX.
HENRI MATISSE
Ponte Saint-Michel, 1900

GEORGES BRAQUE
Natureza morta com violino, 1911

Obra do início da carreira do artista que mais adiante se tornaria um dos precursores do chamado Junto a Picasso, Braque é considerado o idealizador do Cubismo.
movimento fauvista. Seu trabalho com a cor, a saturação dos tons e um jogo com a perspectiva e Tal obra pode ser classificada no termo conhecido como “cubismo
composição do espaço pictórico, conferiram a Matisse um reconhecimento ímpar, sendo hoje um analítico”. Partindo de uma figura, o artista vai progressivamente
dos artistas de maior importância do modernismo. decompondo-a, fragmentando até reestruturá-la como geometria.
WASSILY KANDINSKY
Quadro com mancha vermelha, 1914

"GBNBEF,BOEJOTLZEFWFTFNVJUPÆTTVBTQFTRVJTBTQJDUÓSJDBTFJOUFSFTTFT
diversos: música, misticismo, espiritualidade, etc. É considerado o primeiro
artista ocidental a produzir obras abstratas, como a que estará na exposição,
feita justamente no início de sua tentativa de afastar-se da figuração.

PABLO PICASSO
Arlequim, 1923

Ainda que sempre relacionemos a obra de Picasso com o cubismo


e a geometrização da forma, uma de suas fases mais relevantes
àDPVDPOIFDJEBDPNPiSFUPSOPÆPSEFNu FNRVFPBSUJTUBSFUPNBPT
modelos e temáticas clássicas – ainda que nunca tivesse se afastado
completamente dessas últimas. A figura do arlequim foi sempre
reiterada ao longo de seus mais de 60 anos de produção, seja como
NFOÉÈPÆDVMUVSBFTQBOIPMB TFKBQBSBSFQSFTFOUBSBTJNFTNP
ROBERT DELAUNAY A Torre Eiffel, 1926

"JNBHFNEB5PSSF&JGGFMÊJDÔOJDBOBQSPEVÉÈPEF%FMBVOBZ&NEJWFSTPT
momentos de sua produção ela é representada, quase como uma fixação.
O artista navegou por algumas tendências como o fauvismo e o cubismo.

JOAN MIRÓ
A sesta, 1925

Amplamente conhecida, as obras de Joan Miró chamam atenção por seus fundos ou
paisagens de cores – muitas vezes primárias – incisivas em que traços, gestos, linhas
pretas emergem. Tais elementos, ainda que num primeiro momento possam ser julgados
abstratos, nunca se desvincularam da figuração e o artista se apoia nos títulos das obras
para conferir essa lembrança do desenho e de imagens mais bem definidas.
MAN RAY
Uma noite em Saint-Jean-de-Luz, 1929
PAULO KLEE
No ritmo, 1930

De origem norte-americana, Man Ray muda-se para Paris no início da Klee foi um artista ímpar. Seu estilo próprio demonstra seu grande conhecimento
década de 1920 onde tem grande permeabilidade entre os surrealistas. sobre a cor e sobre desenho. Optou sempre por trabalhos em pequenas dimensões
É bastante conhecido por sua produção em fotografia e no campo e conhecia muito bem as técnicas artísticas tradicionais para que pudesse atualizá-
cinematográfico, contudo, o artista borrou os limites entre essas áreas las. A escolha por formas geométricas é evidente em sua produção, contudo não
e a pintura, contaminando uma a outra e fazendo relações entre elas. apenas com rigor matemático, há gestualidade, movimento e delicadeza.
FERNAND LÉGER
Adeus Nova York, 1946

Léger ficou bastante conhecido no Brasil por ter sido um dos mestres de Tarsila do
Amaral, estimulando-a na produção das paisagens urbanas e representações da vida
moderna, com máquinas e símbolos de progresso industrial. Essas características
QPEFNTFSWFSJàDBEBTJHVBMNFOUFFNTVBTPCSBTTFNQSFDPNNFOÉ×FTÆDJEBEFF
também a um caos, movimentação típica do espaço urbano.
OBRAS NACIONAIS
LASAR SEGALL
Imigrante lituano, Segall fixa residência no Brasil a partir
de 1923, depois de já ter passado um período no país e ter
suas obras em coleções brasileiras. Convive com os artistas
Menino com lagartixa, 1924 modernistas locais e é considerado um representante das
vanguardas artísticas europeias. Se interessa pela luz, pelas
cores tropicais e passa a representar paisagens, cenas e
pessoas locais.

ANITA MALFATTI
A estudante, 1915-16

Anita Malfatti é uma das artistas mulheres mais conhecidas não só


do modernismo brasileiro, mas de toda a história da arte nacional. Na
década de 1910, residiu e estudou na Alemanha, onde desenvolveu
sua pintura e entrou em contato com as vanguardas artísticas da
época, aprendendo sobre as novas tendências e as aplicando em suas
próprias obras. No seu retorno ao Brasil sofreu críticas pelo novo estilo,
mas, ao mesmo tempo, ligou-se aos artistas da Semana de 22, que
compartilhavam de pensamentos e posturas tão novas quanto as suas.
Um dos nomes de maior reconhecimento das artes visuais brasileiras, Tarsila do Amaral
teve contato com muitos artistas internacionais, além de ter sido aluna de alguns deles.
Isso possibilitou uma maior compreensão da pintura que a artista trouxe consigo quando
voltou ao Brasil. A partir da metade dos anos 1920, Tarsila inicia uma de suas fases mais
conhecidas, chamada pau-brasil, em que volta-se a temáticas de cunho nacional.

TARSILA DO AMARAL
São Paulo, 1924

FLÁVIO DE CARVALHO
Ascenção definitiva de Cristo, 1932

Flávio de Carvalho é um dos artistas de pensamentos e ações mais


vanguardistas desse primeiro modernismo brasileiro. Sua obra,
contudo, ganhou maior destaque a partir do final dos anos 1950,
quando se dedica a ações mais performáticas, por exemplo. Seu
trabalho pictórico ou até mesmo em desenho tem arranjos ousados,
expressivos, que ultrapassa a composição formal.
VICENTE DO REGO MONTEIRO
Atirador de arco, 1925

Rego Monteiro realizou seus estudos em arte em Paris, onde conviveu com muitos dos artistas
internacionais que estarão nessa exposição, como Joan Miró e Fernand Léger. Quando retorna
ao Brasil no final da década de 1910, interessa-se pela arte marajoara de cerâmicas e passa a
realizar pinturas cuja estética relaciona-se com esse estilo: tons amarronzados, traços finos e
arredondados, por exemplo, além da presença da figura indígena.

CANDIDO PORTINARI
O lavr
lavrado
ador de
e café
café, 193
1934

De grande projeção internacional, Portinari continua a atrair muitos públicos


pelos retratos e cenas que produziu sobre a sociedade brasileira, expondo
questões e problemas sociais e também fazendo um registro daquela parte
da população que trabalhava nas fazendas de café, na zona rural e também
aqueles que migraram para o sudeste, principalmente.
ISMAEL NERY Essencialismo, 1931

Ismael Nery não foi apenas pintor, mas arquiteto, poeta e


também filósofo, criando até sua linha teórica e de pensamento,
denominada “Essencialismo”. Ele é sempre associado com uma
certa melancolia, suas obras constantemente representam cenas
e figuras sombrias e até mesmo ambíguas.

CÍCERO DIAS
Fábula, déc. 1920

Nascido em Pernambuco, muda-se para o Rio de Janeiro


para estudar arquitetura e pintura. Nesse momento,
década de 1920, esteve muito próximo de movimentos
regionalistas e produz, principalmente, aquarelas em
que temáticas fantásticas, com atmosfera de sonhos se
destacam. Seu jogo com a perspectiva e sobreposição
de cenas e elementos caracteriza sua produção.
MARIA MARTINS
Tamba Taja, 1945

Maria Martins, além de grande escultora, tem seu nome


muitas vezes relacionado com o papel social e político que
EFTFNQFOIPV7JBKPVFWJWFVFNNVJUPTQBÎTFT SFMBDJPOPV
se com artistas internacionais, principalmente aqueles
ligados com o surrealismo e dadaísmo, tendências que
podem ser associadas de alguma maneira em suas obras.

ALBERTO DA VEIGA GUIGNARD


Lea e Maura, 1940

Guignard é amplamente reconhecido pela sua atuação como professor, desde seu trabalho
nas décadas de 1930 e 1940 no Rio de Janeiro e posteriormente em Belo Horizonte, como
diretor dos cursos de desenho e pintura da Escola de Belas Artes em que foi professor
EFOPNFTDPNP"NJMDBSEF$BTUSPF-ZHJB$MBSL&NTVBQSPEVÉÈPBSUÎTUJDB EFEJDBTFÆ
observação: da cidade, da paisagem, da luz e das pessoas, produzindo muitos retratos.

Você também pode gostar