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Unidade 4 - Movimentos

artísticos
Ana Luisa Madeira de Toledo Serrain
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Introdução
Nesta unidade, iremos dar continuidade ao estudo dos movimentos artísticos.
Buscando ampliar o saber; Durante a trajetória serão incluídos alguns gêneros que
ficam entre a Arte e a comunicação.

A proposta é dar suporte ao desenvolvimento da execução de projetos individuais,


tendo em conta a somatória dos conteúdos como condutor do repensar. Desta
forma, transpondo a emoção e a razão das obras já neste período do modernismo
ao contemporâneo até os dias de hoje, marcam o interesse dos artistas pelas cores,
a sombra e a luz, ainda a natureza em toda sua amplitude, com suas montanhas,
mata, rios e flores, além da diversificada espécies de animais. Vê-se nestes registros,
as descobertas feitas no campo da óptica.

Buscando coadunar o plano desta apresentação, alargaremos o horizonte


explanando sobre modernismo no Brasil, com artistas que se destacaram e suas
obras. Dentro deste roteiro na trajetória cronológica, desta investigação,
abordaremos o mundo e a arte contemporânea. Levando em conta as várias
possibilidades existentes frente às transformações tecnológicas, devido à rapidez dos
meios de locomoção e comunicação.

Feitas essas breves considerações, iniciaremos a exposição ao procedimento


analítico deste tema.

Bons estudos!

1. Considerações sobre o
Impressionismo
Por volta de 1850, alguns artistas adotaram uma abordagem moderna direta,
desprovida de sentimentalismo, com temáticas realistas sobre o cotidiano campestre
e seus trabalhadores de aspectos rudes. As instituições artísticas da época não
acolheram a ideia, preferindo quadros com tema histórico, religioso ou mitológico.

Contrapondo as preferências, este movimento ganha força na Arte, expandindo pela


Europa.

Um triunfo superando no mesmo tempo do clássico ao romântico, era o enfrentar da


realidade com suas concepções e problemáticas, expressando-se através da pintura.
O movimento impressionista transpassou os conceitos vividos, dando condições para
amplitude artística, livre de regras que a aprisionavam o evoluir. Aconteceu
publicamente com uma exposição de artistas independentes no estúdio do fotógrafo
Nadar em 1874.

Vê-se o despontar da fotografia, redefine a essência perante a nova maneira de


captar a imagem da realidade aprisionada pela forma mecânica.
Naquela época artistas que se intitulavam impressionistas tinham o hábito de
frequentarem os cafés parisienses, tornando-se os próprios salões temas de suas
pinturas.

No final do séc. XIX, vale ressaltar a chegada de gravuras japonesas na Europa, que
encantaram os artistas impressionistas, principalmente pela falta de perspectiva e
sombreamento, deixando áreas lisas de cor forte.

Prosseguindo a esta análise, notamos cada vez mais os temas variados do cotidiano.
Degas, por exemplo, se inspirou nos cafés e nas aulas de dança.Vemos bailarinas
ensaiando, interiores de café e pessoas trabalhando.

Berthe Morisot: Obra apanhador de cerejas (1891). A artista pintou muitos quadros
com cores vivas sobre mulheres e vida doméstica.

Camille Pisarro: Obra A Fazenda em Osny (1883). Com mais idade que os demais
artistas, estimulou a pintura ao ar livre.

Pierre Auguste Renoir: Obra Baile no Moulin De La Galettue (1876). Tipicamente


impressionista, pintava pessoas espairecendo ao ar livre com a luz do sol por entre
as arvores. Características de suas obras: Seguindo um estilo especifico, pintou mais
de seis mil obras.

O estilo de Mary Cassatt, pintora americana vivendo por um tempo na frança, se


identificando com o impressionismo (1880), pintou captando momentos sutis e os
efeitos da luz. Usando o pastel para as suas pinturas.

1.1. A realidade e a consciência:


fotografia
A partir da exposição fotográfica, a transformação estrutural de manifestações
sociais, política e religiosa ficam nítidas quanto ao início do progresso técnico
decorrente do alcance de um registro com grande precisão de imagens e
diversificados significados. Dando um novo significado ao direcionamento e
finalidade da pintura, inclusive abrangendo várias vertentes ligadas ao
impressionismo. Até então, trabalhos sociais executados pelos pintores passaram a
ser procedimento dos fotógrafos, como retratos, reportagens, ilustrações, imagem
da natureza, entre outras atividades.

No caso em pauta, a fotografia é considerada uma arte? Não temos uma resposta
universal, na verdade, se pensarmos profundamente, teremos que analisar o que
torna algo ser uma arte. Obviamente há várias formas de abordarmos o fato, um dos
aspectos é que a fotografia precisa de criatividade envolvendo a imaginação. É
necessário que o fotógrafo faça um registro mental antes de fotografar. Sua visão do
mundo não é livre da emoção e sentimentos inerentes ao ser humano. Não é uma
interpretação neutra, embora a imagem seja uma reprodução realista, é produto da
somatória da reinterpretação de quem a faz.

1.2. Fotografia romântica


Com o passar do tempo e aprimoramento da técnica, notamos o cunho artístico das
fotos.

A Arte Romântica, voltada para a classe média, satisfaz as exigências ávidas de


imagens variadas. A fotografia como retrato teve aceitação logo de início,
aumentando a quantidade de estúdios fotográficos, expandindo por todos os
lugares.

Portanto, ao longo dos anos, a fotografia se tornou mais acessível a classes menos
abastadas.
Figura 1– Nadar,Sarah Bernhardt. Fonte: Museu Internacional da Fotografia, George Eastman House,
Rochester, Nova York, 1859.

Todavia, o ofício de pintores é atingido, direcionando a pintura a uma atividade de


elite, exigindo uma produção extremamente qualificada. Diante deste novo prisma,
vemos a importante função fotográfica se destacando, pois permite a percepção e a
atenção visual que humanamente não é percebido.

2. Após o Impressionismo
O impressionismo foi importante na Arte Ocidental, permitindo aos artistas
expressarem com liberdade e exatidão a sua individualidade, reagindo ao mundo por
meio da arte.

As inovações e descobertas seguem com vitalidade de novas técnicas industriais,


fortalecem a ideia de que a palavra não é válida sem um contexto gerador
significativo.

O Neo-Impressionismo teve um período curto, mas mesmo assim influência alguns


artistas. Começam a enxergar as pinturas não só de maneiras formais e muito bem
acabadas, inserindo inovações pessoais.

Alguns dos estilos que despontaram na época, foram:


Art Nouveau : Movimento decorativo popular, que não durou muito tempo.
Utilizavam motivos florais estilizados e curvilíneos. Em 1895, o tcheco Alphonse
Mucha ficou conhecido quando criou um pôster de Sarah Bemhardt, famosa
atriz parisiense.
Simbolismo : Surge em contrapartida ao realismo e impressionismo. Era
explorado a fantasia e metáforas, criando um ar de mistério.
Futurismo : Não retorna ao passado, surge na Itália, enaltecendo a tecnologia,
vislumbrando um futuro promissor. Começam a perceber a velocidade. Nas
obras sinuosas e quebradas.
Cubismo : Picasso revolucionou com esta forma de pintar, utilizando vários
ângulos e temas fragmentados.
Expressionismo : Um movimento com intenção de provocar emoção a quem
observa a obra. Esta destituída da realidade, expressa confusão e
movimentação emocional interna dos artistas.
Realismo: Inicia-se na França uma arte com temas cotidianos retratados o mais
perto da realidade possível. O americano Edward Hopper se destaca nesse tipo
de arte, pintando imagens impressionantes da vida comum nos Estados Unidos.
Construtivismo: Desenvolve-se este movimento logo em seguida a alteração da
estrutura política da Rússia. A Arte é vista como um legado de mudança social,
referência para o futuro.

Dando prosseguimento, discorreremos sobre alguns artistas:


Henri Matisse : Um artista encantado com as cores quebrou as “regras”
estipuladas pela época sobre a representação das cores relacionadas ao mundo
real. Dizendo que a utilização do verde não quer dizer que está fazendo
referência à grama, assim como, a utilização do azul, não quer dizer que
representa o céu.

Ele transmitia em suas obras a alegria da vida. O cromatismo uniforme das suas
pinturas, contornando ondulações e dando um ar primitivo. Matisse consegue com
esse novo estilo, o retorno ao equilibro, apresentando uma aparência bidimensional
e tridimensional em suas pinturas.

Neste caso, vale à pena comentar sobre a Arte deste artista utilizando o papel. Com
base em suas obras, nesta modalidade, ele simplesmente desenhava com tesoura,
compondo uma imagem com os pedaços, colando-os em uma superfície plana,
fazendo o que chamamos de colagem.

Cada artista tem seus instrumentos de observação e inspiração, Matisse inspira-se


nas obras de Paul Cézanne, também admirador da arte islâmica, aonde pode
vislumbrar padrões, cores, e usos decorativos desta arte.

Figura 2– Obra de Henri Matisse, Le Lanceur de Couteaux. Fonte: MoMA (2019).


• Pablo Picasso : Falaremos de Picasso como um dos nomes mais importantes da
modernidade. Ousado, original e inventivo. Experimentou inúmeras técnicas,
inclusive em colagem e cerâmica. Além de temas pessoais em suas obras, inseriu
amor, violência, nascimento e morte.

Você sabia?
A fotógrafa Dora Maar, nascida na França, musa e amante de Picasso. Bonita, culta e
politizada. Fez o passo a passo enquanto o Picasso pintava a sua famosa obra
Guernica.

Você sabia que na Espanha, o povoado de Guernica, em 26/04/1937 foi atacado por
28 aviões bombardeiros? O artista se sensibilizou de tal maneira pelo fato ocorrido
que utilizou a imagem do seu trabalho para demonstrar a angústia do povo e dos
animais que a guerra causou.

Figura 3– Obra Pablo Picasso, Guernica Fonte: Museu nacional centro de arte – Reina Sofia (2019).

• Joan Miró : Conforme iremos observar, o artista Joan Miró, com uma imaginação
bastante vigorosa nos seus desenhos fluidos e curvilíneos criava imagens vindas do
seu inconsciente liberto de regras. Embora tenha iniciado com cubismo, não
continua seguindo o formato geométrico.
“Concreção Biomórfica” é o nome mais conveniente para designarmos as suas obras;
à medida que entendemos a força e a vivacidade contidas nelas.

Miró aplicava a técnica de utilizar inúmeras cores vivas sobre um fundo liso. Em 1956,
muda-se para Maiorca, aonde reside até o final de sua vida (1983). No seu ateliê
haviam várias esculturas e muitas pinturas com características fantasiosas.

Vale ressaltar que ainda hoje podem ser vistas manchas de tinta preta no chão do
seu ateliê.

Figura 4– Obra Carnaval de Arlequim, pintada por Joan Miró. Fonte: wahooart (2019).

3. O Surrealismo
O Surrealismo é uma corrente da época organizada, podemos pensar no sentido
“mais que real”, criando o impossível, identificando-se como um sonho. Formata o
inconsciente através da arte. Dando uma nova dimensão de expressão, sendo a
projeção imagética do inconsciente. Permitindo o artista fugir da representação real,
considerando apenas o desvendar da capacidade imaginativa.
Este questionamento da realidade foi uma reação aos horrores da primeira Guerra
Mundial, tendo grande impacto sobre as emoções mais profundas.

3.1. Características do surrealismo: o


inconsciente e o automatismo
Automatismo defende a expressão artística sem a limitação ou controle da razão,
dando autonomia para o artista de qualquer modalidade transcender ao controle
estético ou preocupação moral. Era a tentativa de quebrar regras estabelecidas tanto
na arte, levando também na esfera social. Dando autenticidade as obras que foram
surgindo.

A principal ideia era desenvolver a espontaneidade no desenho ou na escrita, não


era tão difícil. Mas já para pintura havia necessidade de regras mais complexas.

Você sabia?
A técnica Frottage (passando o lápis sobre uma superfície rugosa, criando forma de
suporte para então desenvolver a obra). Outro exemplo é a Decalcomania
(colocavam uma quantidade de tinta no papel ou na tela que depois era dobrado ao
meio, o resultante deste processo era uma nova cor de tinta, utilizadas pelos artistas
ao criar a obra).

4. Urbanismo, arquitetura e
escultura modernista
Sobre o termo modernismo pensamos no impulso artístico decorrente do progresso
econômico-tecnológico da civilização industrial. Na dimensão do percurso histórico,
percebemos as transformações e construções de pensamento de acordo com cada
época, observando à temática e o estilo.

Com as constantes inovações do ser humano, vemos novas formas de aplicação


quanto à funcionalidade decorativa, o esforço de interpretar a espiritualidade, ainda,
assumir o industrialismo acelerando.

Diante deste fato, a estrutura de progresso industrial vem após a consciência em não
só modernizar, mas também de radicalmente revolucionar o mundo social, político e
religioso.

Surge então o urbanismo, uma ciência moderna que é mistura da sociologia,


economia e arquitetura. O rápido crescimento demográfico gera uma situação de
necessidade de estruturação qualitativa, encontrando soluções para uma tendência
reformadora, pensando na adequação frente a uma determinação devida a
revolução industrial.

Temos o interesse de um pensamento voltado para a comunidade contrastando a


uma história aonde a burocracia já faz parte, fazendo a sua reivindicação.

No início, a pesquisa urbanista, meramente continha teor humanitário. Persistindo


em atender as necessidades habitacionais de inúmeras pessoas que abandonaram
os campos atrás de trabalho remunerado nas indústrias urbanas. Nitidamente
vemos a extinção das velhas formas das classes sociais.

O progresso enfatiza o aperfeiçoamento das máquinas e exigindo mão-de-obra


qualificada. Desta forma evolução da arquitetura tradicional para o urbanismo acaba
interferindo no processo da pesquisa artística.

Como o elemento Arte apresenta-se resultante de todas as mudanças vinculadas ao


desenvolvimento humano, consequentemente a forma de expressão construtiva
modifica-se. Modelando nova forma arquitetônica com a mesma liberdade e fantasia,
que um escultor trabalha com a argila e todos os outros estilos de arte se
manifestam nessa nova forma.
Vemos duas vertentes decorrentes do urbanismo: A Comunidade e O Indivíduo.
Sendo importante a haver harmonia e não oposição. Dessa forma, o vértice da escala
de valores modifica-se e a civilização industrial gera uma sociedade consumista.

Podemos vislumbrar a situação cultural através das obras que vem de todas as
partes do mundo, se existem objetos de arte, pressupõe que são necessárias as
técnicas.

A Arte pode ter uma função ou ser também meramente decorativa desprovida da
finalidade monetária. Portanto, poder ser uma simples ação sem função, arte por si
só ou produções que intervêm na forma do viver.

4.1. Modernismo no Brasil


De grande importância o legado deixado pelo modernismo em relação a Arte no
Brasil. Surtiu grandes transformações nas mais variadas expressões artísticas,
incluindo a literatura. A temática então, inseriu uma linguagem que falasse do Brasil
aos brasileiros, já não mais influenciada com temas europeus.

Em 1922, na cidade de São Paulo, realiza-se a semana da Arte Moderna. Esta


representa uma marca registrada para a nossa cultura. Representantes de artistas
brasileiros inovam, trazendo a tona propostas nacionalistas.
Figura 5 – Convite da Semena da Arte Moderna (1922). Fonte: Só literatura (2019).

Os prismas de abordagem deixavam um ar de renovação em vários campos


(literatura, música, arquitetura e escultura), angariando rica cultura na troca de ideias
e técnicas.

A partir do desenvolvimento de fatos sociais e artísticos, estabelece o modernismo


no Brasil.
1912 : Oswald de Andrade divulga o manifesto do futurismo de autoria de
Marinetti assim que retorna da Europa;
1917 : Anita Malfatti, artista em destaque, expõe seus quadros, gerando vários
comentários. Uma vertente a favoreceu com elogios, dizendo que era uma
pintora moderna, ousada e com grande expressão criativa. Também
contrapondo, outros não reconheciam seu trabalho como arte de grande
relevância.
Tarsila do Amaral (1886 – 1973) : Pintora e desenhista brasileira de grande
talento, conseguiu fama tanto no Brasil quanto no exterior. Paulista de família
rica e tradicional. Estudou no colégio Sion, aonde teve a oportunidade de pintar
seu primeiro quadro. Também estudou modelagem em barro do ateliê de
William Zadig, escultor sueco que vivia em São Paulo. Tarsila teve oportunidade
de aprimorar escultura e pintura em Paris, possibilitando sua convivência com
renomados artistas desta época.
Embora tivesse acesso a viagens para Europa, encanta-se com a cultura popular
brasileira.

Seus trabalhos transmitiam força, pureza, simplicidade, críticas, alegria e muita cor.

Principais obras de Tarsila do Amaral:

• Abaporu (1928) . Presenteou o seu marido da época Oswald de Andrade (1890 –


1954), na data de seu aniversário

• Operários;

• O Pescador;

• A Negra.

4.2. A pintura nos Estados Unidos


A Arte americana é um grande fato que marca a história da arte nos meados do
século. Os primeiros a adquirirem a obra são capitães da industria e figurões das
finanças.Por iniciativa de colecionadores nascem fundações e galerias públicas. Uma
contribuição totalmente moderna.

O grande poder econômico americano propicia a construção de universidades,


museus e centros de pesquisas. Os museus, por sua vez, além do propósito de
conservar obras, proporcionam informações, guardando grande fonte de cultura
artística.

Em conseqüência, surgem escolas de arte acessíveis ao público admirador da


pintura. Estas inicialmente se inspiram no Romantismo, Realismo e Impressionismo
Francês. Incentivando os americanos a terem interesse pela configuração figurativa
de seu país.
Com o tempo, os artistas americanos desenvolvem seus próprios modelos artísticos,
distanciando dos estilos europeus.

Winslow Homer foi o primeiro pintor americano independente. Expressando em seu


denso e forte trabalho, tal energia plástica beirando ao trabalho de um arquiteto,
como Richardson. Com impetuosidade realista contrária a musicalidade cromática de
Whistler, ainda somado ao primor do retratista de Sargent.

Figura 6 – Obra de Winslow Homer, The Gulf Stream, 1899. Fonte:Artsy (2019).

4.3. Relacionando a cultura europeia


com a americana
A discussão entre essas suas duas culturas é principalmente influenciada quando
uma Europa desassossegada pela guerra leva intelectuais literatos, artistas e
estudiosos procurarem refúgio na America.

Na identidade de ser um país aonde a democracia gera valores inerentes a liberdade


modifica a concepção conservadora da Europa, eliminando a ideologia e polêmica de
outrora.
Novamente essa transformação gera amplitudes de correntes da mistura de
conceitos e conteúdos. Mesmo os arraigados esquemas e trabalhos geométricos e
do abstracionismo europeu, inserem em novas obras o cromatismo intenso na
pintura.

Novamente essa transformação gera amplitudes de correntes da mistura de


conceitos e conteúdos. Mesmo os arraigados esquemas e trabalhos geométricos e
do abstracionismo europeu, inserem em novas obras o cromatismo intenso na
pintura.

Alguns pintores importantes para o período foram:

• Arshile Gorky: Pintor de origem Armênia, anteriormente surrealista, fez parte ao


decorrer do tempo do movimento expressionista abstrato, viveu muito tempo da sua
vida nos Estados Unidos. Em suas obras nitidamente observamos o sofrimento e
perda vivida por conta do genocídio armênio.

• Willem de Kooning: Pintor de origem holandesa faleceu aos 92 anos (em Nova
York). O pintor se destacou pelas obras aonde o expressionismo abstrato fez
parte.Embora sofresse desde dos 80 anos o mal de Alzheimer, Kooning tem em seu
portfólio a obra contemporânea mais cara do mundo: “ Interchange ”.Vendida pela
Sotheby’s de Nova York, em 1989 por US$ 20,6 milhões.

O pintor era admirador de Pollock, criador do expressionismo abstrato. Popularizou “


action painting ", estilo de pintura aonde notamos ação e não somente
representação. Teoricamente, referindo-se ao ato de criar e não apenas finalizar o
produto.

• Sidney Nolan : Pintor de grande expressividade originário da Austrália, com


capacidade criativa, deu ao seu trabalho um cenário desenrolando dramaticidade
incluindo na história heróis nacionais. Sua inspiração veio da vida de Ned Kelly,
conhecido por ser fora da lei.

Você sabia?
Ned Kelly, herói popular e destemido, enfrentava a polícia e inclusive com sua
gangue, matavam policiais. O artista Nolan se colocava no patamar de fora de lei,
pois largou o exército.

5. O debate artístico na guerra


Como elemento guerra é abordado em diversas posições analíticas, localizamos
várias obras de artes, aonde os artistas pintam a estrutura exata de sofrimento, ação
ou ainda tornando alguns atos heróicos. Este padrão, recheado de dramaticidade
denuncia a consciência de uma agressividade destruidora da vida individual e
urbana.

Obviamente a dificuldade de recompor uma bagagem cultural causa uma amarga


crise, infelizmente muitos valores são perdidos juntamente com fatos e obras
históricas. O aspecto da destruição atinge inclusive geograficamente, levando a
identidade social ao extermínio.

Contradizendo a essência dos sentimentos entendido como linguagem humana.

Figura 7 – Obra de Luca Giordano, "alegoria da guerra". Fonte: wahooart (2019).


Em essência, os artistas pós-guerra fazem uma análise artística para procurar e
novamente revalorizar os conceitos perdidos. O cubismo foi considerado importante,
inserido novamente na arte, unindo esse estilo com outras formas existentes que
são expressivas.

Embora a forma figurativa não fosse tão usada, não foi excluída a essência das
emoções refletidas pelas cores. Uma obra tem um caráter lingüístico, servindo de
legado para a pesquisa.

Surge uma discussão sobre a arte entre Realismo e Formalismo. O Realismo segue
por um caminho aonde as obras são comemorativas ou propagandistas, mas além
destas imagens artísticas, o problema real do partido permanece. Nesse confronto,
os artistas se questionam quanto à liberdade artística de criação, já que a arte se
torna comunicação política, tira a autonomia de expressão, tornando uma escolha
ideológica. Alguns movimentos são favoráveis a arte puramente política, como forma
de intervir na construção social.

O teor artístico retorna então a questionar a funcionalidade da arte. Em uma nova


fase, apazigua essas posições, buscando dimensão estética acima do conteúdo e
formalismo. Se a arte não vista como linguagem, então ela se torna poética.

Enveredando pelo caminho de uma arte poética ou informal, o artista demonstra a


incerteza do próprio ser, questionando o que é estipulado pela sociedade. Tudo
aquilo que é vivido se torna memória, tanto que nas pinturas percebemos
fragmentos dela.

A incerteza da consciência de se estar vivo, participando da sobrevivência


comunitária, idealizando um viver que não concede o existis simplesmente. Esse
medo assomasse quando a ocupação alemã nega ao homem o direito de ser
homem.

Nesse momento não mais satisfaz ao artista somente a pintura, a escultura também
se faz necessária, voltando então ao construtivismo. O espanhol Gonzales, iniciando
a partir da ideia cubista já havia modificado a matéria da escultura, utilizando metal
em vez de bronze.
Vemos então a influência surrealista neste segmento. Alguns artistas utilizam
fragmentos quebrados ou abandonados transformando-os em objeto (o que hoje em
dia estamos debatendo sobre a reciclagem de material).É uma adequação a uma
nova técnica, utilizando restos de blocos ou materiais que seriam utilizados a
fundição.

6. Novos aspectos das


produções artísticas
A extensão dos fatos geradores da Arte não rompe as relações com o passado,
simplesmente prossegue se identificando com a tecnologia industrial com bases
cientificas, com meios de comunicação mais rápidos e uma estética autônoma. A
indagação que surge é em relação ao impossível e possível, inseridos da percepção
psicológica somada ao racional, com interferência dos conhecimentos adquiridos.

6.1. Pop art americana


A ideia é não se prender na hereditariedade dos aprendizados dados como certo. É
uma vontade de libertar, deixando imune o ser humano em um conceito histórico
social que condiciona a valorização da consciência e o interesse na pesquisa visual.

Andy Warhol, artista que mai se destacou neste movimento, usando imagens do
meio de comunicação de massa, como anúncios e televisão. As obras que se
tornaram conhecidas são aquelas com retratos de estrelas de cinema,
demonstrando o glamour da fama e beleza. Ele conseguiu diminuir os limites sobre
as ideias da arte e cultura popular. Chamou seu estúdio de factory porque fez
quadros em massa.

Não eram pôsteres, e sim obras feitas a mão, únicas e impressas por ele seus
assistentes.

6.2. Arte de rua


São as manifestações da arte feita nos espaços públicos de caráter institucional ou
empresarial, também pode ser mero vandalismo. Inicialmente surge esta expressão
artística diferente dos padrões comerciais até então utilizados. Expor uma obra no
espaço público a torna visível a muito mais pessoas do que em uma galeria. Por ser
uma arma independente, provoca controvérsia. Os artistas fazem sua intervenção
em muros e construções de modo ilegal.

No Brasil, temos destaque das obras de Nina Pandolfo. Essa artista teve a honra de
ser uma das pessoas que grafitaram o Castelo Kelburn, em Glasgow, na Escócia, em
2007.

Em várias obras, desde primórdios visualizamos pinturas aonde expressa pessoas


trabalhando ou em movimento. No Brasil temos Tarsila do Amaral.

6.3. A escultura
É a expressão artística que cria figuras e obras tridimensionais; Eles se mantêm
sozinhos ou servem para decorar paredes. Não há restrição quanto ao uso de
materiais, sejam estes industriais ou cotidianos. Além de técnicas tradicionais,
podem ser de pedra ou a fundição do bronze.

Para entendermos o processo de desenvolvimento desta modalidade até o dia hoje,


é importante conhecer um pouco da história como um conteúdo ilustrativo a parte. A
mais de 26 mil anos atrás temos relatos das primeiras esculturas feitas na pedra.
Com tamanho de grande dimensão, com finalidade de impressionar.

Podemos destacar algumas esculturas e artistas através da história, são eles:

• Buda Gigante de Leshan, esta estatua é de um Buda sentado. Foi entalhada em um


penhasco na China. As orelhas do Buda foram feitas de madeiras e presas na cabeça.
• O exército de Terracota (246 a.c). O primeiro imperador da China contratou mais de
700 mil trabalhadores para construir um elaborado cemitério.

• Figura de um Obá, estátua de bronze fundida a partir de um molde de argila. Obá


(700-900 d.C.), governante do reino ife, oriundo da Nigéria;

• Escultura em mármores, entre 480 a.C. e 300 a.C. Escultores gregos apresentaram
estilo realista, hoje denominado clássico. Fidias, considerável escultor grego, projetou
e supervisionou a construção do Partenon.

• August Rodin. Obra A Tempestade. Com seu estilo inacabado e bastante excêntrico.

• Michelangelo Buonarroti. Embora fosse pintor, é considerado também um escultor.


Finalizou a escultura bíblica de Davi em 1504. Ele fez um desenho que serviu como
inspiração.

• Frédéric-Auguste Bartholdi, de origem francesa, pintor e arquiteto que marcou com


seus trabalhos na categoria de escultura. Obras: Entalhado em arenito, O Leão de
Belfort. Ainda projetou a estátua da liberdade que foi construída por Gustave Eiffel,
que mais tarde construiu a torre Eiffel em Paris, na França.

A escultura permanece como arte visual até os dias de hoje, atravessando longa data
da história humana, exercida essa atividade em diversificadas culturas. Uma arte
bastante versátil e durável, merecedora de um segmento direcionado a esta técnica.

Em nossos dias, os escultores introduziram novos materiais como aço, tecido,


objetos reciclados e inclusive manterias inusitados.

Falaremos sobre alguns artistas e suas obras inovadoras:

• Donald Judd: seu trabalho segue a ideia da arte minimalista. O conceito defendido
é que a arte tem a sua existência própria e mais nada. Interferindo o espaço,
podendo ser utilizado processos industriais em sua confecção.

• Anish Kapoor. Obra Portão de Nuvem, com 10 metros de altura, recebe este nome,
pois 80% do seu reflexo é produzido pelo céu.

• Magdalena Abakanowicz. Artista polonesa que usou cordas, aniagem e metais.


Obra: Hurma (multidão).

• Damien Hirst. De origem inglesa. Obra: A impossibilidade física da morte na mente


de alguém vivo.Foi feita com vidro,aço,silicone, solução de formaldeído e tubarão.
Obcecado pela morte,sendo o tema central de suas artes.

6.4. Cinema
Transpondo nesse trabalho a linha do tempo histórico da História da Arte, com
intuito de inserir o despertar do interesse do desenvolvimento inicial até aos dias de
hoje, para possibilitar comparação entre as descobertas, transformando
pensamentos e construções urbanas frente à investigação da participação
construtiva e funcional dos artistas e suas obras.

As várias fases são objetos de grande dimensão no espaço temporal conferido a


condições de vida no planeta.

Não poderíamos deixar de mencionar a arte do cinema. Nos dias de hoje, o cinema é
bastante habitual, não devemos esquecer a importante história do seu
desenvolvimento através do tempo.

Os irmãos Louis e Auguste Lumiére são inventores desta arte, devido a invenção da
fotografia. Um invento importante quanto esse não acontece sem ter havido
inúmeros experimentos, como a projeção. Leonardo da Vinci, no séc. XV Inventou a
câmera escura, que era uma caixa preta com um furo fechado por uma lente, por
onde passava a luz dos objetos que estavam fora. A imagem refletida no interior
dessa caixa era exatamente o inverso do que era visto por fora.
Até então, as academias de arte consideravam 6 tipos de arte: Pintura, escultura,
música, literatura, arquitetura e teatro. Com a nova invenção, o cinema ganha o
sétimo posto, se tornando a sétima arte. Teóricos e críticos franceses foram os
primeiros a designar esta modalidade como algo artístico em si.

Atualmente, a indústria cinematográfica é frequentemente utilizada como forma de


merchandising de grandes marcas, ela consegue divulgar-las em diferentes países, e
em muitas vezes, de uma forma natural. Focada em uma área mais comercial, se
preocupa em estudar os assuntos que estão em alta e transmitir e ditar a moda.

6.4.1. Cinema no Brasil

Apesar das dificuldades e oscilações, o Brasil consegue formatar a sua história.


Tivemos repercussão de maneira internacional com os seguintes filmes: Carandiru,
Central do Brasil, Cidade de Deus, entre outros.

Na pintura, os movimentos são segmentados em estilos, já na arte do cinema por


gêneros de aventura, mistérios, romance, terror, suspense, documentário, curta-
metragem, etc.

Da primeira forma de cinema que foi a lanterna mágica, uma caixa com fontes de luz
e lente, podemos vivenciar inclusive em 3D a 4D esta arte de filmes.

6.4.2. Televisão

Grande forma de comunicação com introdução informativa e educacional em


entretenimento e cultura no mundo todo. Para sua transmissão é necessário
trabalho em equipe, gerando funções e departamento com pessoas especializadas
na área. No Brasil destacamos ainda as telenovelas como arte de entretenimento,
atualizando surgem os realities shows.
6.5. Mundo digital
Expressando mais comumente, sua historia presente na nossa vida decorre da história
da informática, a qual consideramos sofisticada. A exposição se torna bastante acessível
e popular, temos computadores, os scanners e os celulares como exemplo.

Internet: Pesquisas que desenvolvem uma rede de comunicação que possibilita rapidez
no compartilhamento de todas as áreas de conhecimento.

Web designer: Em decorrência da internet surge a necessidade de projetos específicos


de designer. Artistas utilizam esta forma para criar arte, inserindo sentimentos e ideias tal
quais os pintores inseriam em suas obras artísticas. Neste caso temos fotos, animação e
efeitos especiais, trilhas sonoras como alguns exemplos.

Síntese
Perante as construções analíticas desenvolvidas nesta unidade, percebemos a
extensão dos procedimentos da arte inicial e historicamente chegando aos
movimentos modernos.

Na dimensão de tantas indagações, formatos políticos, sociais, religiosos e culturais,


que nos leva a pensar nos ensaios dos primórdios de um sistema produtivo, que
nada mais é uma tentativa de tornar confortável a sobrevivência de todas as espécies
do planeta.

Para não nos perdemos em divagações, é propostos classificações e denominações,


uma estratégia que possibilita a ampliação para novas criações. O levantamento
histórico progressivo defina claramente o desaparecimento de culturas decorrente
da desenfreada ânsia de conquista e abuso de poder, levando a guerras tão
retratadas em algumas obras no teor dramáticas impresso relatado pelos artistas.
No entanto chama a atenção o poder de recomeço e somatória. Observamos então
uma vibração cromática e profundidade demonstrada em novas artes. O domínio ao
meio ambiente e espaço vem da observação da realidade humana apresentada na
natureza e no ambiente.

Surgem nomenclaturas classificando as cores para relacioná-las a sentimentos e


emoções até então consideradas abstratas. O subjetivo se torna objetivo real. O
conhecimento das várias facetas de uma identidade humana possibilita um equilíbrio
paralelo entre razão e emoção, desenvolvendo o empenho ao fazer.

No entanto chama a atenção o poder de recomeço e somatória. Observamos então


uma vibração cromática e profundidade demonstrada em novas artes. O domínio ao
meio ambiente e espaço vem da observação da realidade humana apresentada na
natureza e no ambiente.

Símbolos como a escrita foram facilitador da comunicação oral e visual,


superestrutura o pregresso tecnológico e situam valores ideológicos.

Estas considerações poderão ser suportes como pano de fundo para instigar o
conhecimento. Esta leitura, aonde fatos históricos e sociológicos são apresentados
pode fortalecer a interpretação do produto Arte.

Esta experiência no terreno da invenção e da imaginação, que não vai parar e que
está em constante mudança. É esperado que você sinta a necessidade de continuar
descobrindo a arte e seu relacionamento com a cultura que circunda o nosso atual
cotidiano.

Servindo de parâmetro, obviamente para abarcar novos aspectos serão necessários


a busca de linhas teóricas. Servindo este estudo como referência constituída de
esclarecimento.

Neste capítulo você teve a oportunidade de aprender sobre os seguintes assuntos:


Considerações sobre o Impressionismo;
Após o Impressionismo;
O Surrealismo;
Urbanismo, Arquitetura e Escultura
Modernista;
Modernismo no Brasil;
A pintura nos Estados Unidos;
Relacionando a cultura europeia com a
americana;
O debate artístico na guerra;
Novos aspectos das produções artísticas;
A escultura;
Cinema;
Mundo digital;

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Bibliografia
KINDERSLEY,Dorling. Children's Book of Art: An Introduction to the World's Most
Amazing Paintings and Sculptures . Dorling Kindersley, 2019
JANSON, H.W.; JANSON, Anthony F. Iniciação à História da Arte. 2ª Ed. São Paulo:
Martins Fontes,1996.
ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna: Do Iluminismo aos movimentos
contemporâneos . 6ª Ed.São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
BRIOSCHI GABRIELA. Arte Hoje. São Paulo: Editora FTD S.A., 2003.CANTELE, Angela
Anitta; CANTELE Bruna Renata. Arte e Habilidade. 2ª Ed. São Paulo:IBEP,2013

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