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Escola de Referência em Ensino Médio - José Caldas Cavalcanti- Cabrobó- PE.

Estudante: ____________________ _______ Turma: 3º____ Profª: Orminda.


Apostila: "Vanguardas Europeias" Temática: "Impressionismo"- Disciplina: Arte

As vanguardas europeias foram movimentos artísticos (artes plásticas e literatura), ocorridos na Europa durante o século XX, que
apresentavam como principais características a oposição ao academicismo (tradicionalismo) e a adoção de projetos inovadores e
experimentais.

Em 1874 ocorre, na França, o movimento impressionista que revolucionou e influenciou as artes mundiais, especialmente na pintura,
determinando todo o percurso das tendências artísticas do século XX. Durante o século XIX, a civilização ocidental viveu profundas
transformações, em razão dos avanços tecnológicos provocados pela Revolução Industrial ocorrida na Europa, e uma consequente
reorganização social e urbana. A velocidade que o avanço científico apresentava, juntamente com as adversidades do capitalismo,
colaborou com o cenário em que novas e importantes propostas estéticas surgiam. Os pintores impressionistas foram visionários e
radicais para seu tempo; rejeitaram completamente a maneira de representar a pintura, que seguia a tradição acadêmica. Trabalhavam
na maior parte do tempo ao ar livre para poder observar melhor as qualidades voláteis da luz que incidia sobre o objeto a ser retratado
e optaram por retratar temas do cotidiano. Essa nova maneira de olhar e de retratar as cenas foi revolucionária e não facilmente
aceita. Mas a novidade maior estava na inovação com a mudança de construir seu processo pictórico. Havia algumas considerações
gerais, muito mais práticas do que teóricas, que os artistas seguiam em seus procedimentos técnicos para obter os resultados que
caracterizaram a pintura impressionista.

Principais características da pintura:

▪ A pintura deve registrar as tonalidades que os objetos adquirem ao refletir a luz solar num determinado momento, pois as cores
da natureza se modificam constantemente, dependendo da incidência da luz do sol.
▪ As figuras não devem ter contornos nítidos, pois a linha é uma abstração do ser humano para representar imagens.
▪ As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a impressão visual que nos causam, e não escuras ou pretas, como os
pintores costumavam representá-las no passado.
▪ Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das cores complementares. Assim, um amarelo próximo a
um violeta produz uma impressão de luz e de sombra muito mais real do que o claro-escuro tão valorizado pelos pintores
barrocos.
▪ As cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura das tintas na paleta do pintor. Pelo contrário, devem ser puras e
dissociadas nos quadros em pequenas pinceladas. É o observador que, ao admirar a pintura, combina as várias cores, obtendo o
resultado final. A mistura deixa, portanto, de ser técnica para se óptica.

O termo “impressionismo” surgiu após o crítico Louis Leroy visitar a exposição de um grupo de artistas e ao ver o quadro de
Monet, Impressão: sol nascente. Ele escreveu um artigo intitulado “A exposição dos impressionistas”, no qual se lê: “Impressão…
qualquer papel de parede é mais bem-acabado do que esta marinha!” Houve também crítica favorável, como a do escritor Jules
Castagnary, que escreveu: “São impressionistas no sentido de que não pintam uma paisagem, mas a impressão causada por uma
paisagem, apesar da individualidade dos artistas, e das ideias e atitudes serem ímpares, apresentavam uma unidade na forma de
pintar, pois traziam luminosidade nas cores e um naturalismo na arte. Em comum, tinham a disposição, que cada um possuía, de
propor novas perspectivas estéticas para romper com as amarras acadêmicas.

Características do Impressionismo

• Combinação óptica da cor e não mais a mistura técnica feita na paleta do pintor.
• Pesquisa ampla sobre a luz, a cor e o movimento.
• Figuras sem contornos perceptíveis. Seu uso foi suprimido por entender-se que a linha é uma abstração própria do ser
humano para simbolizar figuras e que, na realidade, ela não existia.
• Agilidade e rapidez para captar a espontaneidade do momento.
• Diferentes efeitos de luz, cor e movimento.
• Novas teorias científicas a respeito da cor.

Ao longo dos tempos, diferentes pesquisadores, historiadores e críticos de arte explicaram e definiram de várias formas o estilo
impressionista. Encontramos modificações sobre novas leituras acerca do valor atribuído a cada artista, por serem distintas as faces
individuais de cada integrante. O vigor do movimento foi tão veloz e transformador quanto os efeitos da luz que tentaram captar.
Mesmo assim, o Impressionismo obteve sucessos duradouros e essenciais na vanguarda da arte. A fotografia e as gravuras japonesas
tiveram fundamental importância no Impressionismo: da fotografia, os impressionistas desenvolveram o gosto pelas cenas casuais
e ângulos incertos; das gravuras japonesas, perceberam que a pintura poderia representar a beleza do momento em sua totalidade.

Os pintores impressionistas buscaram reproduzir as sombras de modo luminoso e colorido. O ponto de partida era a composição de
efeitos visuais para a fixação do instante, tal qual a impressão visual que nos causam. Portanto, o preto jamais é usado em obras
impressionista plena. De modo semelhante, a presença dos contrastes e de transparências luminosas auxiliam no desvanecimento
da forma, percebida agora em contornos, eles aboliram as temáticas históricas e mitológicas, bem como as religiosas,
buscando momentos cotidianos fugazes.
Ademais, procuravam uma expressão artística que estivesse focada nas impressões da realidade em detrimento da razão e da
emoção. Como perceberam a fonte das cores nos raios solares, buscaram captar a mudança no ângulo dos mesmos e na implicação
disso na alteração de cores.
Isso porque a luz para os impressionistas construía a forma, captava a mesma paisagem nos diversos momentos do dia e nas várias
estações do ano.

Principais artistas - Os principais pintores impressionistas foram Pierre-Auguste Renoir, Claude Monet, Edgar Degas, Frédéric
Bazille, Alfred Sisley, Camille Pissarro, Berthe Morisot, Armand Guillaumin, a norte-americana Mary Cassat, o russo Constantin
Korovin, entre outros. Édouard Manet nunca expôs ao lado deles, porém tem uma aproximação mais pela independência do que
pelo estilo.

Claude Monet -(1840-1926) francês e o mais célebre dos impressionistas. Foi incessante pesquisador da luz e seus efeitos, pintou
vários motivos em diversas horas do dia e em várias épocas do ano, a fim de estudar as mutações coloridas do ambiente com sua
luminosidade. Monet - foi sempre fiel ao lema de que luz é cor. Aplicava sobre a tela pequenas porções de pigmentos que
expressavam suas observações imediatas, aplicava o efeito mistura óptica, que consistia em colocar pontos vibrantes de diferentes
cores uma ao lado da outra, que se misturavam a distância. Pintou até sua morte, aos 86 anos, suas visões coloridas. Cézanne disse
a frase a respeito do colega: “Monet não é nada mais que um olho. Mas… que olho!” Nos anos de 1890, dedicou-se a pintar
prioritariamente as séries. Pintava o mesmo tema sob várias condições de luz e estações do ano diferentes, para demonstrar a
modificação das cores conforme a mudança solar e a variação climática. Suas várias séries de papoulas, montes de feno, a Catedral
de Rouen e as ninfeias (lírios aquáticos) demonstram como a luz, em condições diversas do tempo, consegue definir cor e forma. O
quadro Mulheres no Jardim, de Monet, foi pintado totalmente ao ar livre e sempre com a luz do sol e foi realizado no jardim da casa
do artista, em Giverny. de Nadar, na Rue de Capucines, Paris. O movimento impressionista foi idealizado nas reuniões com seus
principais pintores e elas aconteciam no estúdio fotográfico. Obras: Estuário do Sena, Impressão, Nascer do Sol, Ponte sobre Hève
na Vazante, Camille, O vestido verde, A floresta em Fontainebleu, Mulheres no Jardim, Navio deixando o cais de Le Havre, O
molhe de Le Havre.

Pierre-Auguste Renoir (1841-1919) foi o pintor francês impressionista que ganhou maior popularidade e chegou mesmo a ter o
reconhecimento da crítica, ainda em vida. Seus quadros manifestam otimismo, alegria e a intensa movimentação da vida parisiense
do fim do século XIX. Pintou o corpo feminino com formas puras e isentas de erotismo e sensualidade, preferia os nus ao ar livre,
as composições com personagens do cotidiano, os retratos e as naturezas mortas. Obras: Mulher com sombrinha, O Camarote, Le
Moulin de la Galette , Madame Georges Charpentier e suas filhas, Remadores em Chatou, Elizabeth e Alice de Anvers, A dança
em Bougival, Mulher amamentando, As grandes banhistas, Menina com espigas, Menina jogando criquet, Ao piano, Odalisca,
Retrato de Claude Renoir, Banhista enxugando a perna direita.

Edgar Degas (1834-1917) parisiense, sua formação acadêmica e sua admiração por Ingres fizeram com que valorizasse o desenho
e não apenas a cor, que era a grande paixão do Impressionismo. Além disso, foi pintor de poucas paisagens e cenas ao ar livre. Os
ambientes de seus quadros são interiores e a luz é artificial. Sua grande preocupação era flagrar um instante da vida das pessoas,
aprender um momento do movimento de um corpo ou da expressão de um rosto. Adorava o teatro de bailados. Obras: Retrato da
família Bellelli, Cavalos de Corrida numa Paisagem, Cavalos de Corrida, Retrato de duas meninas, Paisagem, A banheira, A
primeira bailarina.

Jacob Abraham Camille Pissarro (1830-1903) francês, co-fundador do Impressionismo, sua pintura se caracterizou por uma
paleta de cores cálidas e pela firmeza com que consegue captar a atmosfera, por meio de um trabalho preciso da luz. A estrutura dos
quadros de Pissarro encontra total correspondência na obra de Cézanne, já que foi mútua a influência entre ambos. Como professor
teve como alunos Paul Gauguin e seu filho Lucien Pissarro. Ao jovem Gauguin aconselhou a utilização das cores – esses conselhos
surtiram efeito e Gauguin começa a utilizar a cor no seu estado puro.Obras: A vastidão congelada; Retrato de Cézanne; Os Cais de
Rouen e A ponte nova.

Alfred Sisley (1839-1899) nasceu em Paris, filho de pais ingleses, seus primeiros quadros revelaram uma certa influência da obra
de Jean-Baptiste Camille Corot, mas pouco a pouco começou a se diferenciar dele, dando mais importância à cor do que à forma.
Dono de uma capacidade surpreendente de observação, Sisley era capaz de captar os matizes mais sutis da luz, habilidade que
demonstra em seus quadros das estações do ano. Também é muito singular o modo como consegue homogeneizar água, terra e céu,
inundando suas paisagens de uma paz transcendental.Obras: Neve em Louveciennes, As margens do Oise e Neve em Véneux.

Berthe Morisot (1841-1895) pintora francesa, iniciou a sua formação em pintura com os mestres Chocarne-Moreau, Guichard e
Corot, e em escultura com Millet. Quando conheceu Manet, posou para ele como modelo e apaixonou-se por Eugênio, irmão do
pintor, com quem se casou. A obra dessa artista representa uma reflexão afirmativa da obra de Manet, embora com pinceladas mais
longas e suaves, com tendência para a verticalização, numa tentativa de organizar a composição.Obras: Summer Day , Reading,
Image in a Park ( 1874), Berthe Morisot; Le Berceau ( O Berço - 1872).

Édouard Manet (1832-1883) foi pintor e artista gráfico francês. Os gostos de Manet não vão para os tons fortes utilizados na nova
estética impressionista. Prefere os jogos de luz e de sombra, restituindo ao nu a sua crueza e a sua verdade, muito diferente dos nus
adocicados da época. O trabalhado das texturas é apenas sugerido, as formas, simplificadas. Os temas deixaram de ser impessoais
ou alegóricos, passando a traduzir a vida da época. Manet era criticado não apenas pelos temas, mas também por sua técnica, que
escapava às convenções acadêmicas. Frequentemente inspirado pelos mestres clássicos e em particular pelos espanhóis do Século
de Ouro. Manet influenciou, entretanto, certos precursores do impressionismo, em virtude da pureza de sua abordagem. Obras: Os
romanos, A decadência, O bebedor de absinto, Retrato do Sr. e Sra. Auguste Manet, O homem morto, A música na Tulheiras,
Rapaz em costume espanhol, Almoço na relva, Olympia, A ninfa surpresa, A leitura, O tocador de pífano, A execução de
Maximiliano, Retrato de Émile Zola, Berthe Morisot de Chapéu Preto.

A Música Impressionista é caracterizada por sugestão e atmosferas melódicas sensuais e etéreas, que buscam retratar imagens,
especialmente paisagens naturais.
Na música, podemos citar Claude Debussy (1862-1918), Maurice Ravel (1875-1937), entre outros.

A Literatura Impressionista focou na descrição de impressões e aspectos psicológicos das personagens. Assim, se acrescenta
detalhes para constituir as impressões sensoriais de um incidente ou cena. Destacaram-se os escritores Marcel Proust (1871-
1922), Graça Aranha (1868-1931), Raul Pompeia (1863-1985).

ESCULTURA
Assim como a pintura, a escultura trouxe uma grande inovação na sua linguagem. Os três conceitos básicos dessa
inovação foram:
A fusão da luz e das sombras;
A ambição de obter estátuas visíveis a partir do maior número possível de ângulos;
Obra inacabada, como exemplo ideal do processo criativo do artista.
Os temas da escultura impressionista, como na pintura, surgiram do ambiente cotidiano e da literatura clássica em
voga na época.
Impressionismo no Brasil

No início do século XX, Eliseu Visconti foi sem dúvida o artista que melhor representou os postulados impressionistas no Brasil.
Sobre o impressionismo de Visconti, diz Flávio de Aquino: "Visconti é, para nós, o precursor da arte dos nossos dias, o nosso mais
legítimo representante de uma das mais importantes etapas da pintura contemporânea: o impressionismo. Trouxe-o da França
ainda quente das discussões, vivo; transformou-o, ante o motivo brasileiro, perante a cor e a atmosfera luminosa do nosso País".,
O Impressionismo surgiria apenas tardia e precariamente nas obras de alguns artistas. No Brasil, ecos desse movimento podem ser
encontrados nas obras de Arthur Timótheo da Costa, (1882- 1922), Obras: Diante de Modelo e Repreensão ( sem êxito), A
Forja(1911), O Cais Pharoux, Sol e Mercado Velho do Rio de Janeiro(1918),- Belmiro de Almeida (1858 - 1935 ), Obras:Arrufos(
1887), A Tagarela, Camponesa Napolitana e Idílio Campestre, - Almeida Júnior (1850 - 1899) Obras: O Violeiro, Moça com livro,
Arredores do Louvre, Fuga para o Egito, O descanso do modelo, Leitura e A Partida da Monção, - Castagneto(1851 - 1900
)Obras:, OTrecho da Praia de São Roque em Paquetá ( 1898), Paisagem ( 1900), Porto do Rio de Janeiro (1884), Vapor em Alto
Mar (1899), A Marinha do Barco (1895), - Eliseu Visconti ( 1866 - 1944 ) Obras: Mamoeiro, Dia de Sol, Na Alameda
Teresópolis e A visita, - Antonio Parreiras ( 1860 - 1937 ), Obras: Ponta Negra(1885), Grogoatá ( 1886), À Tarde (1887), Ventania
(1888), Baía Cabrália( 1900), Dia de Mormaço ( 1900), A Conquista do Amazonas (1907), ,Dolorida ( 1909), Nu (1913), Prisão de
Tiradentes ( 1914), Neve - Suíça ( 1915), Paisagem (1917), - Henrique Campos Carvalho(1892 - 1975 ) Obras: A parisiense,
Jardim de Luxemburgo e Nu. - Vicente do Rego Monteiro(1899 - 1970 ) Obras: Vaso de Flores, Wilma, Dida, Mulher
Sentada e Mulher com bola vermelha.
O clareamento da paleta, a atenção aos efeitos produzidos pelas diferentes atmosferas luminosas, a incorporação de temas simples
e afastados da eloquência acadêmica, o uso de pinceladas fragmentadas e descontínuas são incorporadas aos poucos, pelos artistas
brasileiros.
No entanto, o acanhamento do ambiente artístico, a resistência do público e das instituições às novas tendências estéticas e as
limitações impostas pela Academia Imperial de Belas Artes - Aiba- no ensino por ela ministrado e nas orientações que imprime ao
estudo de brasileiros no exterior - dificultam um diálogo mais fecundo entre as investigações introduzidas pelos impressionistas e a
arte realizada pelos pintores nacionais, que muitas vezes não vão além de uma incorporação superficial das técnicas impressionistas,
adaptando-as a um olhar ainda comprometido com os padrões acadêmicos.
Após se consagrar no exterior, o Impressionismo chega ao Brasil. Nesse momento, o nacionalismo está a constituir uma “Escola
Brasileira de Artes", daí não ter surtido muito impacto a princípio.

No Brasil, o representante mais expressivo foi Washington Maguetas, destacando-se também o pintor Eliseu Visconti (1866-1944).
Também notamos tendências impressionistas nos trabalhos de Almeida Júnior (1850-1899), Anita Malfatti (1889-1964), Georgina
de Albuquerque (1885-1962) e João Timóteo da Costa (1879-1932).
No Brasil, destaca-se o pintor Eliseu Visconti, ele já não se preocupa mais em imitar modelos clássicos, procura, decididamente,
registrar os efeitos da luz solar nos objetos e seres humanos que retrata em suas telas. Ganhou uma viagem à Europa, onde teve
contato com a obra dos impressionistas. A influência que recebeu desses artistas foi tão grande que ele é considerado o maior
representante dessa tendência na pintura brasileira.
BOM ESTUDO!!!.

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