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Exercícios – Vanguardas Europeias e Modernismo Português

1) Sobre as vanguardas europeias, é correto afirmar, exceto:


a) Entre suas principais manifestações estão o Cubismo, o Futurismo, o Expressionismo, o Dadaísmo e
o Surrealismo, todos surgidos na Europa no início do século XX.
b) As tendências literárias que compuseram as vanguardas europeias estavam unidas por um único
projetor artístico, cuja proposta era a de retomar os ideais clássicos nas artes e na literatura.
c) As vanguardas europeias influenciaram as artes no mundo ocidental de maneira contundente. No
Brasil, as inovações nas artes e na literatura ficaram conhecidas como Modernismo.
d) A palavra “vanguarda” tem origem no francês avant-garde, que significa “o que marcha na frente”,
ou seja, as correntes de vanguarda antecipavam o futuro com suas práticas artísticas inovadoras e
nada convencionais.
e) Não havia um projeto artístico em comum que agregasse os artistas de vanguarda em torno de uma
única proposta, contudo, estavam unidos por uma mesma causa: a de inovar as artes e romper com os
padrões clássicos vigentes.
2) Sobre o Futurismo, estão corretas as seguintes alternativas:
I. No Brasil, todas as tendências de vanguarda
foram chamadas de Modernismo, que equivale ao
a) Todas estão corretas.
Futurismo, para os italianos, e ao Expressionismo,
para os alemães. b) Apenas I está correta.
II. Na literatura brasileira, seus principais c) I e III estão corretas.
representantes foram Manuel Bandeira e Augusto
Frederico Schmidt, que se apropriaram de ideais d) II e IV estão corretas.
futuristas para a realização de uma escrita e) II e IV estão corretas.
automática e telegráfica.
III. O Futurismo difundiu-se por meio de
manifestos e conferências, encontrando na
literatura seu meio ideal de realização artística.
IV. Entre suas principais características estão a
decomposição das figuras em formas geométricas,
a não retratação da realidade de forma real
(realidade fragmentada), a não utilização da
perspectiva e tridimensionalidade e o uso do
humor.

3) (Enem 2010)
O modernismo brasileiro teve forte influência das
vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte
Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte
brasileira definitivamente. Tomando como referência o
quadro O mamoeiro, identifica-se que, nas artes plásticas,
a
a) imagem passa a valer mais que as formas vanguardistas.
b) forma estética ganha linhas retas e valoriza o cotidiano.
c) natureza passa a ser admirada como um espaço utópico.
d) imagem privilegia uma ação moderna e industrializada.
e) forma apresenta contornos e detalhes humanos.

AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB//USP
4) (UCP – PR) Movimento literário brasileiro que recebeu influências de vanguardas europeias, tais
como o Futurismo e o Surrealismo:
a) Modernismo
b) Parnasianismo
c) Romantismo
d) Realismo
e) Simbolismo
5) (Unifesp/2018)

O Surrealismo buscou a comunicação com o irracional e o ilógico, deliberadamente desorientando e


reorientando a consciência por meio do inconsciente.
Fiona Bradley. Surrealismo, 2001

Verifica-se a influência do Surrealismo nos seguintes versos:


a) Um gatinho faz pipi. b) A igreja era grande e pobre. Os altares, humildes.
Com gestos de garçom de restaurant-Palace Havia poucas flores. Eram flores de horta.
Encobre cuidadosamente a mijadinha. Sob a luz fraca, na sombra esculpida
Sai vibrando com elegância a patinha direita: (quais as imagens e quais os fiéis?)
– É a única criatura fina na pensãozinha burguesa. ficávamos.
(Manuel Bandeira, “Pensão familiar”.) (Carlos Drummond de Andrade, “Evocação
Mariana”.)
c) Nunca me esquecerei desse acontecimento d) E nas bicicletas que eram poemas
na vida de minhas retinas tão fatigadas. chegavam meus amigos alucinados.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho Sentados em desordem aparente,
tinha uma pedra ei-los a engolir regularmente seus relógios
tinha uma pedra no meio do caminho enquanto o hierofante armado cavaleiro
no meio do caminho tinha uma pedra. movia inutilmente seu único braço.
(Carlos Drummond de Andrade, “No meio do (João Cabral de Melo Neto, “Dentro da perda da
caminho”.) memória”.)
e) – Desde que estou retirando
só a morte vejo ativa,
só a morte deparei
e às vezes até festiva;
só morte tem encontrado
quem pensava encontrar vida,
e o pouco que não foi morte
foi de vida severina.
(João Cabral de Melo Neto, “Morte e vida severina”.)
5) Leia o poema escrito pelo romeno Tristan Tzara (1896-1963), líder do Dadaísmo, movimento artístico que
surgiu em 1916, em Zurique, na Suíça.
Para fazer um poema dadaísta
Pegue um jornal.
Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema.
Recorte o artigo. Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo
[e meta-as num saco.
Agite suavemente.
Tire em seguida cada pedaço um após o outro.
Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco.
O poema se parecerá com você.
E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa,
[ainda que incompreendido do público.
TZARA, Tristan. Para fazer um poema dadaísta. In: TELES, Gilberto Mendonça. Vanguarda europeia e modernismo
brasileiro. Petrópolis: Vozes, 1983.

a) Mesmo que você não conheça o Dadaísmo, é possível, por meio da receita de Tristan Tzara, inferir algumas
de suas características. Quais seriam elas?
b) Que elementos são responsáveis pelo efeito de humor no texto de Tzara?
c) Por que o poema de Tzara é uma afronta à poesia tradicional, acadêmica, especialmente a parnasiana?
Conheça alguns versos do longo poema “Ode triunfal”, de Álvaro de Campos.
Ode triunfal
À dolorosa luz das grandes lâmpadas elétricas da fábrica
Tenho febre e escrevo.
Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,
Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.
Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r eterno!
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!
Em fúria fora e dentro de mim,
Por todos os meus nervos dissecados fora,
Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto!
Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos,
De vos ouvir demasiadamente de perto,
E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso
De expressão de todas as minhas sensações,
Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!
[...]
Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime!
Ser completo como uma máquina!
Poder ir na vida triunfante como um automóvel último-modelo!
Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto,
Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passento
A todos os perfumes de óleos e calores e carvões
Desta flora estupenda, negra, artificial e insaciável!
CAMPOS, Álvaro de. Ode triunfal. In: GALHOZ, Maria Aliete (org.). Fernando Pessoa: obra poética. Rio de
Janeiro: Nova Aguilar, 1999. (Fragmento).
6) Ode é uma composição poética de tom solene por meio da qual se exaltam atributos de figuras ilustres.
Quem ou o que está sendo exaltado nos versos de “Ode triunfal”?
7) A que vanguarda europeia os versos de Álvaro de Campos podem ser associados? Justifique sua resposta.
8) No primeiro verso da segunda estrofe, ocorre uma onomatopeia. Explique o efeito de sentido produzido por
ela.
9) No poema, há quase uma fusão entre o eu lírico e o que ele denomina “flora estupenda, negra, artificial e
insaciável”, ou seja, o ambiente da fábrica. Explique essa afirmação
10) Veja, agora, este metapoema de Fernando Pessoa. Nele, “fingir” tem o sentido de criar literariamente,
imaginar.
Autopsicografia
O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
a) Diferentemente do que fazia o Romantismo, o eu lírico de “Autopsicografia” afirma que a literatura não é
uma confissão, uma exteriorização imediata dos sentimentos. Explique essa ideia, apresentando, com suas
palavras, os três tipos de dores nascidas do fingimento, conforme apresenta a segunda estrofe.
b) Na primeira estrofe, o poeta apresenta um pensamento aparentemente paradoxal. Explique-o.
c) Na última quadra, apresenta-se o par emoção (“coração”) e razão. Qual é o efeito da primeira sobre a
segunda?
d) Segundo o texto, ao ler um poema temos acesso a sentimentos deslocados para o plano estético, não real.
Qual seria, então, o papel da literatura?

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