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DURÃO, Frei José de Santa Rita. Caramuru. In: Hernâni Cidade – Santa Rita Durão.
Rio de Janeiro: Agir, 1957. p. 88.
2. (Enem 2021) Nessa obra, que retrata uma cena de Caramuru, célebre poema épico
brasileiro, a filiação à estética romântica manifesta-se na
a) exaltação do retrato fiel da beleza feminina.
b) tematização da fragilidade humana diante da morte.
c) ressignificação de obras do cânone literário nacional.
d) representação dramática e idealizada do corpo da índia.
e) oposição entre a condição humana e a natureza primitiva.
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3. (Uem 2023) Sobre o poema a seguir, sobre seu autor e sobre o Romantismo, assinale o que
for correto.
Minha desgraça
4. (Pucgo Medicina 2023) Leia o fragmento do texto retirado da obra O romantismo no Brasil,
de Antonio Candido:
Um elemento importante nos anos de 1820 e 1830 foi o desejo de autonomia literária, tornado
mais vivo depois da Independência. Então, o Romantismo apareceu aos poucos como caminho
favorável à expressão própria da nação recém-fundada, pois fornecia concepções e modelos
que permitiam afirmar o particularismo e, portanto, a identidade, em oposição à Metrópole,
identificada com a tradição clássica. Assim surgiu algo novo: a noção de que no Brasil havia
uma produção literária com características próprias, que agora seria definida e descrita como
justificativa da reivindicação de autonomia espiritual.
(CANDIDO, Antonio. O romantismo no Brasil. São Paulo: Humanitas; FFLCH-SP, 2002. p. 20.
Adaptado.)
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Em relação às proposições analisadas, assinale a única alternativa cujos itens indicam todas
as afirmações corretas em relação ao Romantismo brasileiro:
a) I, II e III apenas.
b) I, III e IV apenas.
c) II e IV apenas.
d) I e IV apenas.
1O homem vive dentro do tempo, o tempo que ele preenche, mede, avalia, ama e teme.
Para marcar a passagem e as medidas do tempo, inventou o relógio. A palavra vem do latim
horologium, e 2se refere a um quadrante do céu que os antigos aprenderam a observar para se
orientarem no tempo e no espaço. 3Os artefatos construídos para medir a passagem do tempo
sofreram ao longo dos séculos uma grande evolução. No início 4o Sol era a referência natural
para a separação entre o dia e a noite, mas depois os relógios solares foram seguidos de
outros que vieram a utilizar o escoamento de líquidos, de areia, ou a queima de fluidos, até
chegar aos dispositivos mecânicos que originaram as pêndulas. 5Com a eletrônica, surgiram os
relógios de quartzo e de césio, aposentando os chamados “relógios de corda”. O mostrador
digital que está no seu pulso ou no seu celular tem muita história: tudo teria começado com a
haste vertical ao sol, que projetava sua sombra num plano horizontal demarcado. 6A ampulheta
e a clepsidra são as simpáticas bisavós das atuais engenhocas eletrônicas, e até hoje intrigam
e divertem crianças de todas as idades.
7Mas a evolução dos maquinismos humanos 8que dividem e medem as horas não
suprimiu nem diminuiu a preocupação dos homens com o Tempo, 9essa entidade implacável,
sempre a lembrar a condição da nossa mortalidade. Na mitologia grega, o deus Chronos era o
senhor do tempo que se podia medir, por isso chamado “cronológico”, 10a fluir
incessantemente. No entanto, 11a memória e a imaginação humanas criam tempos outros: uma
autobiografia recupera o passado, a ficção científica pretende vislumbrar o futuro. No Brasil,
muito da força de um 12José Lins do Rego, de um Manuel Bandeira ou de um Pedro Nava vem
do memorialismo artisticamente trabalhado. A própria história nacional 13sofre os efeitos de
uma intervenção no passado: escritores românticos, logo depois da Independência, sentiram
necessidade de emprestar ao país um passado glorioso, e recorreram às idealizações do
Indianismo.
No cinema, uma das homenagens mais bonitas ao tempo passado é a do filme
Amarcord (“eu me recordo”, em dialeto italiano), do cineasta Federico Fellini. São lembranças
pessoais de uma época dura, quando o fascismo crescia e dominava a Itália. Já um tempo
futuro terrivelmente sombrio é projetado no filme “Blade Runner, o caçador de androides”, do
diretor Ridley Scott, no cenário futurista de uma metrópole caótica.
Se o relógio da História marca tempos sinistros, o tempo construído pela arte abre-se
para a poesia: o tempo do sonho e da fantasia arrebatou multidões no filme O mágico de Oz
estrelado por Judy Garland e eternizado pelo tema da canção Além do arco-íris. Aliás, a arte da
música é, sempre, uma habitação especial do tempo: as notas combinam-se, ritmam e
produzem melodias, adensando as horas com seu envolvimento.
São diferentes as qualidades do tempo e as circunstâncias de seus respectivos
relógios: há o “relógio biológico”, que regula o ritmo do nosso corpo; há o “relógio de ponto”,
que controla a presença do trabalhador numa empresa; e há a necessidade de “acertar os
relógios”, para combinar uma ação em grupo; há o desafio de “correr contra o relógio”,
obrigando-nos à pressa; e há quem “seja como um relógio”, quando extremamente pontual.
14Por vezes barateamos o sentido do tempo, 15tornando-o uma espécie de vazio a
preencher: é quando fazemos algo para “passar o tempo”, e apelamos para um jogo, uma
brincadeira, um “passatempo” como as palavras cruzadas. Em compensação, nas horas de
grande expectativa, queixamo-nos de que “o tempo não passa”. “Tempo é dinheiro” é o lema
dos capitalistas e investidores e dos operadores da Bolsa; e é uma obsessão para os atletas
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(Gonçalves Dias)
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6. (Epcar (Afa) 2023) Gonçalves Dias é um profundo conhecedor da língua brasileira, sabendo
usá-la com grande proveito poético.
Considerando esse fato, assinale a alternativa correta quanto à composição da primeira estrofe
da “Canção do exílio”.
a) A ausência de adjetivos dificulta a idealização romântica da terra brasileira.
b) O emprego de verbos diferentes (“gorjear” e “cantar”) tem o objetivo de separar as aves de
uma terra e de outra.
c) A delimitação de espaços opostos é marcada pelos advérbios “aqui” e “lá”.
d) Os substantivos “aves” e “Sabiá” são empregados como sinônimos.
AZEVEDO, Álvares. Ideias íntimas. In: Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, p. 208.
Texto II
Domingo na estrada
(...)
A terra é um universal domingo, as estampas não se destacam, desaparecem na série. Figura
humana é que custa a aparecer. Só o garotinho que brincava no barro, entre galinhas, e o
braço de homem, no fundo escuro da casa desbeiçada, erguendo a garrafa.
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ANDRADE, Carlos Drummond de. A bolsa e a vida. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro,
1963, p. 55-57.
Explique, levando em conta a comparação entre os Textos I e II, de que maneira a passagem
“Não é patético como o dos poetas neorromânticos que exploram o gênero...”, presente no
Texto II, representa uma crítica dos modernistas ao Romantismo.
Este último passo acabou de desorientar completamente o Leonardo: ainda bem não tinham
expirado as últimas notas do canto, e já, passando-lhe rápido pela mente um turbilhão de
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ideias, admirava-se ele de como é que havia podido inclinar-se por um só instante a Luisinha,
menina sensaborona e esquisita, quando haviam no mundo mulheres como Vidinha.
Decididamente estava apaixonado por esta última.
O leitor não se deve admirar disto, pois não temos cessado de repetir-lhe que o Leonardo
herdara de seu pai aquela grande cópia de fluido amoroso que era a sua principal
característica. Com esta herança parece porém que tinha ele tido também uma outra, e era 1a
de lhe sobrevir sempre uma contrariedade em casos semelhantes. 2José Manuel fora a
primeira; vejamos agora qual era, ou antes quem era a segunda.
Se o leitor pensou no que há pouco dissemos, isto é, que naquela família haviam três primos e
três primas, e se agora acrescentarmos que moravam todos juntos, deve ter cismado alguma
coisa a respeito. Três primos e três primas, morando na mesma casa, todos moços... não há
nada mais natural; um primo para cada prima, e está tudo arranjado. Cumpre porém ainda
observar que o amigo do Leonardo tomara conta de uma das primas, e que deste modo vinha
a haver três primos para duas primas, isto é, o excesso de um primo. À vista disto o negócio já
se torna mais complicado. Pois para encurtar razão, saiba-se que haviam dois primos
pretendentes a uma só prima, e essa era Vidinha, a mais bonita de todas; saiba-se mais que
um era atendido e outro desprezado: logo, o amigo Leonardo terá desta vez de lutar com duas
contrariedades em vez de uma.
ALMEIDA, M. A. Memórias de um sargento de milícias. 24. ed. São Paulo: Ática, 1995. p. 101-
102.
10. (Uem-pas 2022) Com base no texto a seguir e na produção poética de Gonçalves Dias,
assinale o que for correto.
O canto do guerreiro
I
Aqui na floresta
Dos ventos batida,
Façanhas de bravos
Não geram escravos,
Que estimem a vida
Sem guerra lidar.
– Ouvi-me, Guerreiros.
– Ouvi meu cantar.
II
Valente na guerra
Quem há, como eu sou?
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V
Na caça ou na lide,
Quem há que me afronte?!
A onça raivosa
Meus passos conhece,
O imigo estremece,
E a ave medrosa
Se esconde no céu.
– Quem há mais valente,
– Mais destro do que eu?
VI
Se as matas estrujo
Co’ os sons do boré,
Mil arcos se encurvam,
Mil setas lá voam,
Mil gritos reboam.
Mil homens de pé
Eis surgem, respondem
Aos sons do boré!
– Quem é mais valente,
– Mais forte quem é?
[...]
DIAS, G. Melhores poemas. Seleção de José Carlos Garbuglio. 7 ed. São Paulo: Global. 2001.
p. 19-20.
VOCABULÁRIO:
lidar: lutar em batalha.
tacape: arma indígena de ataque, clava.
lide: trabalho penoso, labuta, luta, combate.
imigo: inimigo.
dextro: que usa preferencialmente a mão direita.
estrujo: estrugir; soar ou vibrar fortemente, estrondear, retumbar.
boré: etimologia tupi; ‘espécie de flauta indígena’.
01) Escrito em forma de soneto, o poema exalta a pátria ao mesmo tempo em que enaltece o
exército defensor dela e, em particular, o cavaleiro medieval, como afirma o verso “Valente
na guerra”.
02) O autor emprega recursos da expressão poética, tais como anáforas (“Quem há”; “Quem
vibra”), hipérbatos (“Mais forte quem é?”; “A onça raivosa/Meus passos conhece”; “Quem
golpes daria”), hipérboles (“Mil arcos se encurvam”; “Mil gritos reboam.”), assonâncias
(“Façanhas de bravos”).
04) O poema pertence à primeira fase do Romantismo brasileiro, da qual Gonçalves Dias é um
dos grandes representantes. Com versos melódicos estruturados em redondilhas menores
e uma linguagem simples e acessível, explora marcas nacionalistas e indianistas.
08) Lembrando a filosofia do “bom selvagem”, de Jean-Jacques Rousseau, que consistia em
afirmar que o ser humano nasce naturalmente bom, mas é corrompido pela civilização, o
índio representado nos poemas de Gonçalves Dias é ingênuo, puro, corajoso, valente, fiel,
nobre, honrado, heroicizado.
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16) A natureza funciona apenas como cenário para o desenvolvimento das batalhas travadas
pelos heróis nacionais. O poeta, cujo pseudônimo literário é Boré, explora o bucolismo em
que a tranquilidade e a harmonia são contrapostas ao dinamismo urbano. A vida simples é
exaltada como estado ideal.
— Vancê já sabe, nha Lainha, que eu ‘tou na mente de lhe pedir; alguém já lhe havéra de ter
contado.
Ela avermelhou toda:
— É: eu sube mesmo.
— Agora vancê me diga, p’r o seu mesmo dizer, si d’aqui por diante eu fico no direito de falar
p’r’o seu véio no negócio, e também si já não é tempo de ir comprando a roupinha, a louça, a
trastaria dûa casa.
— Isso ‘ta no seu querer.
— Mas vancê casa antão comigo de tuda a sua vontade, não tem nem um no pensamento?
— Não tenho, nho Vicente. Eu não incubro a ideia de casar c’o Réimundo, e ele também queria
casar comigo. Agora, dêsque ele faltou c’a promessa, eu não tenho prisão por ninguém.
(Silveira , Valdomiro. Constância. In: Os caboclos: conto. Rio de Janeiro; Brasília: Civilização
Brasileira; INL, 1975. Adaptado.)
O excerto acima, do crítico José Guilherme Merquior, fala de uma contradição de interesses
que
a) se manifestou no início do Romantismo, quando estabelecidas as condições políticas para a
nossa independência.
b) perdurou ao longo do século XIX, manifestando-se de forma exemplar no estilo conflitivo da
literatura barroca.
c) marcou o início do processo colonial, muito antes de o indígena ser retomado pelos autores
românticos, agora como figura e raiz mítica da nova nação.
d) foi explorada com crueza pelos autores cientificistas do Naturalismo, que não pouparam
críticas às violências do processo colonial.
e) só se aplacou no período do Realismo, com a contratação de imigrantes europeus que
viabilizou a idealização do indígena e o fim do trabalho escravo.
13. (Pucgo Medicina 2022) Leia o fragmento do texto O romantismo no Brasil, a seguir:
Na verdade, o Romantismo teve aqui [no Brasil] uma significação bastante diversa da que teve
na Europa. Enquanto visão de mundo, ele viverá um processo de ajuste e adaptação. Os
nossos autores, os melhores, souberam aproveitar dele os elementos que serviam mais bem
aos seus propósitos e deixaram outros de lado. Essa era a primeira tarefa dos nossos
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estudantes que iam formar-se na Europa e tomavam contato com o que chamavam de “a nova
poesia” ou “a poesia moderna”. [...]
(RONCARI, L. Literatura brasileira: dos primeiros cronistas aos últimos românticos. 2. ed. São
Paulo: Edusp/FDE, 1995, p. 288-289.)
14. (Uem-pas 2021) Com base no texto abaixo e na produção poética de Álvares de Azevedo,
assinale o que for correto.
Namoro a cavalo
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(AZEVEDO, A. de. Melhores poemas. Seleção Antonio Candido. São Paulo: Global, p. 79-81.)
Vocabulário
malfadado: desafortunado.
esparrela: cilada, engano.
taful: traje velho.
Rossinante: nome do cavalo de D. Quixote.
15. (Uem 2020) Sobre o poema “Meu anjo”, de Álvares de Azevedo, e sobre a obra em que se
insere, assinale o que for correto.
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Vocabulário:
arminhos: coisa macia, fofa e delicada.
froixa: frouxa.
nimbo: auréola, nuvem de chuva, nuvem que envolve os deuses, auréola de santo.
entornar: virar, fazer cair, emborcar despejando seu conteúdo.
01) Considerado um poeta ultrarromântico, Álvares de Azevedo trabalha, nesse poema, a
temática da evasão para a fantasia e para o sonho, negligenciando temas caros ao
Romantismo, como a questão do índio.
02) No poema transcrito, o eu lírico aborda a questão do amor e do encantamento pela mulher,
oscilando entre a idealização (“anjo”) e a sensualidade (“Tem os seios tão alvos, tão
macios”).
04) O encantamento do eu lírico é por uma prostituta, que ele chama de “anjo”, utilizando de
um eufemismo para tratar as cortesãs do século XIX. O tema do poema, portanto, é o da
redenção romântica pelo arrependimento e pelo isolamento da mulher amada.
08) O poema acima se enquadra nas temáticas azevedianas do amor idealizado, irreal, das
virgens ingênuas, das mulheres misteriosas, apresentadas comumente por meio do sonho
e da evasão, cujo exemplo, nesse poema, pode ser observado nas nuvens da fumaça dos
charutos.
16) A poesia de Álvares de Azevedo caracteriza-se pela irregularidade e pela liberdade formal,
como recusa à tendência monótona do verso cantante. Essa liberdade pode ser observada,
nesse poema, por meio do uso da métrica regular (versos decassílabos), do ritmo
constante (com predomínio de versos heroicos, com acentuação na sexta e na décima
sílabas métricas) e por meio da própria disposição gráfica do poema, desenhado por meio
de cinco quartetos.
16. (Puccamp 2018) Do quadro apresentado nesse texto, depreende-se que nossa poesia
romântica:
a) não apenas mostrou sua independência em relação aos modelos europeus como, de fato,
chegou a superá-los.
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17. (Uerj 2016) Sobretudo compreendam os críticos a missão dos poetas, escritores e artistas,
neste período especial e ambíguo da formação de uma nacionalidade. São estes os operários
incumbidos de polir o talhe e as feições da individualidade que se vai esboçando no viver do
povo.
O povo que chupa o caju, a manga, o cambucá e a jabuticaba pode falar com igual pronúncia e
o mesmo espírito do povo que sorve o figo, a pera, o damasco e a nêspera?
Considerando que Victor Hugo foi um renomado escritor do Romantismo, explique sobre
qual(is) características desse movimento Artístico-Literário o meme faz referência
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