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II unidade
Questão 1
Vício da fala Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
Para dizerem milho dizem mio E vão fazendo telhados.
Para melhor dizem mió Oswald de Andrade
Para pior pió
Sobre o poema de Oswald de Andrade, uma das principais representantes da primeira geração do modernismo
brasileiro, é correto afirmar:
a) Oswald, como os demais modernistas da primeira fase, defendia o uso da coloquialidade nos textos escritos
como maneira de alcançar uma linguagem genuinamente brasileira, linguagem que levasse em consideração
os diferentes registros da língua portuguesa.
b) O poema de Oswald tece uma crítica sobre o emprego da coloquialidade nos textos da literatura brasileira. De
acordo com o poema, essa coloquialidade subverte a norma culta da língua, único registro capaz de
representar adequadamente a linguagem poética.
c) O título “Vício da fala” remete à falha dos brasileiros ao reproduzir erradamente fonemas complexos. Essa
simplificação das palavras é prejudicial para o idioma, já que pode vulgarizar a língua portuguesa.
d) Aqueles que subvertem a norma culta ao falar “mio”, em vez de milho, “mió” em vez de melhor, “pió” em vez
de pior, “teiado” em vez de telhado estão prejudicando o entendimento da mensagem, anulando a
comunicação, sua principal finalidade.
e) O autor utiliza-se de discurso formal com recursos do coloquial
Questão 2
"Todas as variedades linguísticas são estruturadas, e variedades de um idioma, é sempre a mais prestigiosa,
correspondem a sistemas e subsistemas adequados às porque atua como modelo, como norma, como ideal
necessidades de seus usuários. Mas o fato de estar a linguístico de uma comunidade. Do valor normativo
língua fortemente ligada à estrutura social e aos decorre a sua função coercitiva sobre as outras
sistemas de valores da sociedade conduz a uma variedades, com o que se torna uma ponderável força
avaliação distinta das características das suas diversas contrária à variação."
modalidades regionais, sociais e estilísticas. A língua Celso Cunha. Nova gramática do português
padrão, por exemplo, embora seja uma entre as muitas contemporâneo. Adaptado.
a) O conjunto de variedades linguísticas, dentre as quais uma alcança maior valor social e passa a ser
considerada exemplar e outra é menos monitorada.
b) O sistema que não admite nenhum tipo de variação linguística, sob pena de empobrecimento do léxico.
c) A modalidade oral alcança maior prestígio social, pois é o resultado das adaptações linguísticas produzidas
pelos falantes.
d) A língua padrão deve ser preservada na modalidade oral e escrita, pois toda modificação é prejudicial a um
sistema linguístico.
c) O uso simultâneo das linguagens verbal e não verbal colabora para o entendimento da tirinha.
d) A sequência cronológica dos fatos relatados nas imagens não influencia na compreensão da tirinha.
a) A linguagem verbal utiliza qualquer código para se expressar, enquanto a linguagem não verbal faz uso
apenas da língua escrita.
b) São utilizadas para criar atos de comunicação que nos permitem dizer algo.
c) A linguagem não verbal é aquela que utiliza qualquer código que não seja a palavra, enquanto a linguagem
verbal utiliza a língua, seja oral ou escrita, para estabelecer comunicação.
d) Linguagem verbal e não verbal, quando simultâneas, colaboram para o entendimento do texto.
e) N.D.A.
Questão 6
Considere: acontecimentos que precederam o ato de enunciação
Chama-se "situação de discurso" o conjunto das (especialmente as relações que tiveram antes os
circunstâncias no meio das quais se desenrola um ato interlocutores, e principalmente as trocas de palavras
de enunciação (seja ele escrito ou oral). É preciso em que se insere a enunciação em questão).
entender com isso ao mesmo tempo o ambiente físico e
social em que este ato se dá, a imagem que dele têm os (Ducrot, O.; Todorov, T. Dicionário enciclopédico das
interlocutores, a identidade desses, a ideia que cada um ciências da linguagem. São Paulo: Perspectiva, 2001,
faz do outro (inclusive a representação que cada um p. 297-8)
possui daquilo que o outro pensa sobre ele), os
Questão 7 Com relação ao nível de linguagem empregado no poema, é possível afirmar que:
a) A linguagem muito coloquial compromete a leitura do poema e, dessa forma, impede que o leitor compreenda seu
conteúdo e sentido.
b) As palavras “dotô”, “conoré” e “muié” revelam uma característica exclusiva do dialeto nordestino da língua
portuguesa brasileira.
c) A linguagem empregada no poema é padrão, embora haja poucas palavras, como “dotô”, “conoré”, “muié” e
“dexê”, que são utilizadas na linguagem coloquial.
d) A linguagem do poema é coloquial, já que é construído a partir da reprodução fiel da fala de algum nativo da
língua portuguesa.
e) A linguagem empregada no poema é padrão. O que ocorre é que as palavras “dotô”, “conoré” e “muié” eram
assim escritas antigamente.
Questão 8 (UFV-2005) Leia as passagens abaixo, extraídas de São Bernardo, de Graciliano Ramos:
I. Resolvi estabelecer-me aqui na minha terra, IV. Já viram como perdemos tempo em padecimentos
município de Viçosa, Alagoas, e logo planeei adquirir inúteis? Não era melhor que fôssemos como os bois?
a propriedade S. Bernardo, onde trabalhei, no eito, com Bois com inteligência. Haverá estupidez maior que
salário de cinco tostões. atormentar-se um vivente por gosto? Será? Não será?
Para que isso? Procurar dissabores! Será? Não será?
II. Uma semana depois, à tardinha, eu, que ali estava
aboletado desde meio-dia, tomava café e conversava, V. Foi assim que sempre se fez. [respondeu Azevedo
bastante satisfeito. Gondim] A literatura é a literatura, seu Paulo. A gente
discute, briga, trata de negócios naturalmente, mas
III. João Nogueira queria o romance em língua de arranjar palavras com tinta é outra coisa. Se eu fosse
Camões, com períodos formados de trás para diante. escrever como falo, ninguém me lia.
Assinale a alternativa em que ambas as passagens demonstram o exercício de metalinguagem em São Bernardo:
a) III e V.
b) I e II.
c) I e IV.
d) III e IV.
e) II e V.
Questão 9
Até quando? E muita greve, você pode, você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão
Não adianta olhar pro céu Virar a cara pra não ver
Com muita fé e pouca luta Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer Sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer!
GABRIEL, O Pensador. Seja você mesmo (mas não seja sempre o mesmo). Rio de Janeiro: Sony Music, 2001
(fragmento).
As escolhas linguísticas feitas pelo autor conferem ao texto
a) caráter atual, pelo uso de linguagem própria da internet.
b) cunho apelativo, pela predominância de imagens metafóricas.
c) tom de diálogo, pela recorrência de gírias.
d) espontaneidade, pelo uso da linguagem coloquial.
e) originalidade, pela concisão da linguagem.
Questão 10 (ITA-SP) Considere o poema abaixo, de Carlos Drummond de Andrade, à luz da reprodução da pintura
de Edvard Munch a que ele se refere.
O grito (Munch)
A natureza grita, apavorante.
Doem os ouvidos, dói o quadro.
O texto de Drummond:
I. traduz a estreita relação entre a forma e o conteúdo da pintura.
II. mostra como o desespero do homem retratado repercute no ambiente.
III. contém o mesmo exagero dramático e aterrorizante da pintura.
IV. interpreta poeticamente a pintura.
Está(ão) correta(s)
a) apenas I e II.
b) apenas I, II e IV.
c) apenas II, III e IV.
d) apenas III e IV.
e) todas.
GABARITO
1.A
2.A
3.C
4.A
5.C
6.E
7.D
8.A
9.D
10.E