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ATIVIDADES DE REVISÃO - LITERATURA

2º TRIMESTRE - 2023
ALUNO(A): SÉRIE/ANO: 1ª
PROFESSOR: Andressa TURMA:

QUESTÃO 01
Leia o excerto do texto:
Entra Todo o Mundo, rico mercador, e faz que anda buscando alguma cousa que perdeu; e logo após, um
homem, vestido como pobre. Este chama Ninguém e diz:
Ninguém: Que andas tua aí buscando?
Todo o mundo: Mil cousas ando a buscar: delas não posso achar, porém ando porfiano por quão bom é
porfiar.
Ninguém: Como hás nome, cavalheiro?
Todo o Mundo: Eu hei nome Todo Mundo e meu tempo todo inteiro sempre é buscar dinheiro e sempre nisto
me fundo
Ninguém: Eu hei nome Ninguém, e busco a consciência
[...]
Gil Vicente
Disponível em: http://sarauxyz.blogspot.com/2009/03/todo-mundo-e-ninguem-gil-vicente_12.html#.YwaMsHbMLIU. Acesso em:
14/08/2022.

Como frequentemente ocorre na arte medieval, o texto de Gil Vicente apresenta uma cena alegórica.
Os personagens dão concretude a ideias abstratas.
A crítica decorre de
A) “Todo mundo” ser o personagem vestido de pobre e de “Ninguém” ser o que está vestido como rico
mercador, e o autor pretende criticar a generalização do estilo luxuoso de vida entre portugueses da época.
B) “Todo mundo” ser o personagem vestido de rico mercador e de “Ninguém” ser o que está vestido como
pobre, e o autor pretende criticar a generalização do estilo miserável de vida entre portugueses da época.
C) “Todo mundo” ser o personagem vestido de rico mercador e de “Ninguém” ser o que está vestido como
rico mercador, e o autor pretende criticar a generalização do estilo luxuoso de vida entre portugueses da
época.
D) “Todo mundo” ser o personagem vestido de pobre e de “Ninguém” ser o que está vestido como pobre, e
o autor pretende criticar a generalização do estilo miserável de vida entre portugueses da época.
E) “Todo mundo” ser o personagem vestido de rico mercador e de “Ninguém” ser o que está vestido como
pobre, e o autor pretende criticar a generalização do estilo luxuoso de vida entre portugueses da época.

QUESTÃO 02

Homem Vitruviano. Leonardo Da Vinci.


Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-50208301. Acesso em 12/08/2022.

A obra de Leonardo Da Vinci é a representação do Humanismo.


A alternativa que melhor a explica está em
A) o Homem de Vitrúvio também mostra o conceito da chamada “proporção divina”, sendo que era baseado
em figuras geométricas perfeitas e equações matemáticas.
B) o Homem de Vitrúvio também mostra o conceito da chamada “teoria do evolucionismo”, sendo une a
evolução e equações matemáticas.
C) o Homem de Vitrúvio também mostra o conceito da chamada “teoria das relações humanas”, sendo que
era baseado em figuras geométricas perfeitas para representar vários humanos.
D) o Homem de Vitrúvio também mostra o conceito da chamada “teoria da relatividade”, sendo que era
baseado em figuras geométricas perfeitas e equações matemáticas.
E) o Homem de Vitrúvio também mostra o conceito da chamada “proporção humana”, sendo que era
baseado na reprodução humana perfeita e equações matemáticas.

QUESTÃO 03
Auto da barca do inferno
(...) FIDALGO: Que leixo na outra vida quem reze sempre por mi.
DIABO: (...) E tu viveste a teu prazer, cuidando cá guarecer por que rezem lá por ti!...(...)
ANJO: Que querês?
FIDALGO: Que me digais, pois parti tão sem aviso, se a barca do paraíso é esta em que navegais.
ANJO: Esta é; que me demandais?
FIDALGO: Que me leixês embarcar. sô fidalgo de solar, é bem que me recolhais.
ANJO: Não se embarca tirania neste batel divinal.
FIDALGO: Não sei por que haveis por mal Que entr’a minha senhoria.
ANJO: Pera vossa fantesia mui estreita é esta barca.
FIDALGO: Pera senhor de tal marca nom há aqui mais cortesia? (...)
ANJO: Não vindes vós de maneira pera ir neste navio. Essoutro vai mais vazio: a cadeira entrará e o rabo
caberá e todo vosso senhorio. Vós irês mais espaçoso com fumosa senhoria, cuidando na tirania do pobre
povo queixoso; e porque, de generoso, desprezastes os pequenos, achar-vos-eis tanto menos quanto mais
fostes fumoso. (...)
SAPATEIRO: (...) E pera onde é a viagem?
DIABO: Pera o lago dos danados.
SAPATEIRO: Os que morrem confessados, onde têm sua passagem?
DIABO: Nom cures de mais linguagem! Esta é a tua barca, esta! (...) E tu morreste excomungado: não o
quiseste dizer. Esperavas de viver, calaste dous mil enganos... tu roubaste bem trint'anos o povo com teu
mester. (...)
SAPATEIRO: Pois digo-te que não quero!
DIABO: Que te pês, hás-de ir, si, si!
SAPATEIRO: Quantas missas eu ouvi, não me hão elas de prestar?
DIABO: Ouvir missa, então roubar, é caminho per'aqui.

(Gil Vicente, Auto da barca do inferno, em Cleonice Berardinelli (org.), Antologia do teatro de Gil Vicente. Rio
de Janeiro: Nova Fronteira; Brasília: INL, 1984, p. 57-59 e 68-69.)

O texto dramático no Humanismo foi representado pelos autos, principalmente, e os temas são
religiosos.
No excerto da peça, a característica evidenciada (moral religiosa), entre outras, é a necessidade de
A) esconder-se do pecado, porque se estiver próximo dele cairá em tentação.
B) criticar apenas as atitudes ruins, apresentando exemplos virtuosos todo momento.
C) justificar o bem pela necessidade da redenção eterna, mesmo que por caminhos tortuosos.
D) manipular o céu e o inferno através de atitudes incorretas.
E) identificar atitudes incorretas nas pessoas apenas para o julgamento final.

QUESTÃO 04
Leia com atenção:
Não se pode numerar nem compreender a multidão de bárbaro gentio que semeou a natureza por
toda esta terra do Brasil; porque ninguém pode pelo sertão dentro caminhar seguro, nem passar por terra
onde não acha povoações de índios armados contra todas as nações humanas, e assim como são muitos
permitiu Deus que fossem contrários uns dos outros, e que houvesse entre eles grandes ódios e discórdias,
porque se assim não fosse os portugueses não poderiam viver na terra nem seria possível conquistar
tamanho poder de gente.
Havia muitos destes índios pela Costa junto das Capitanias, tudo enfim estava cheio deles quando
começaram os portugueses a povoar a terra; mas porque os mesmos índios se alevantaram contra eles e
faziam-lhes muitas traições, os governadores e capitães da terra destruíram-nos pouco a pouco e mataram
muitos deles, outros fugiram pera o Sertão, e assim ficou a costa despovoada de gentio ao longo das
Capitanias. Junto delas ficaram alguns índios destes nas aldeias que são de paz, e amigos dos portugueses.
[...]
GANDAVO, Pero de Magalhães. Tratado da Terra do Brasil. In: GANDAVO,
Pero de Magalhães. Tratado da Terra do Brasil/História da Província Santa Cruz. Belo
Horizonte:Itatiaia/São Paulo: Edusp, 1980. p. 52.
Disponível em: https://brainly.com.br/tarefa/46484458. Acesso em: 16/11/2022.

O excerto do texto indica, no 1° parágrafo, um grande contraponto que é quando ele


A) agradece a Deus pelo fato de as diversas nações indígenas serem amigas porque isso permitia o domínio
dos nativos na região.
B) agradece a Deus pelo fato de as diversas nações indígenas serem inimigas porque isso permitia o domínio
português na região.
C) agradece a Deus pelo fato de as diversas nações indígenas serem amigas porque isso permitia o domínio
português na região.
D) agradece a Deus por ninguém caminhar seguro, nem passar por terras onde não acha povoações de índios
armados contra todas as nações humanas, permitindo a guerra entre todos os povos.
E) agradece a Deus por poder caminhar em segurança, já que os índios zelam pelas terras, cuidando de
tudo e de todos que passavam por ali, mas sempre com o poder absoluto.

Textos
Soneto
O sol é grande, caem coa calma as aves, Incertos todos mais que ao vento as naves!
Do tempo em tal sazão que sói ser fria:
Esta água, que d'alto cai, acordar-me-ia, Eu vi já por aqui sombras e flores,
Do sono não, mas de cuidados graves. Vi águas, e vi fontes, vi verdura;
As aves vi cantar todas d'amores.
Ó coisas todas vãs, todas mudaves,
Qual é o coração que em vós confia? Mudo e seco é já tudo; e de mistura,
Passando um dia vai, passa outro dia, Também fazendo-me eu fui doutras
cores;
tudo o mais renova, isto é sem cura.

Sá de Miranda

Amor é fogo que arde sem se ver,


é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;


é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;


é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor


nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor

Luís Vaz de Camões

Leia com atenção o excerto da obra “Os Lusíadas”:


Canto II Canto III
Já neste tempo o lúcido Planeta Agora tu, Calíope, me ensina
Que as horas vai do dia distinguindo, O que contou ao Rei o ilustre Gama;
Chegava à desejada e lenta meta, Inspira imortal canto e voz divina
A luz celeste às gentes encobrindo; Neste peito mortal, que tanto te ama.
E da casa marítima secreta he estava o Deus Assi o claro inventor da Medicina,
Nocturno a porta abrindo, De quem Orfeu pariste, ó linda Dama,
Quando as infidas gentes se chegaram Nunca por Dafne, Clície ou Leucotoe,
Às naus, que pouco havia que ancoraram. Te negue o amor devido, como soe.
Luís Vaz de Camões

Leia o poema, com atenção:


Ah! minha Dinamene! Assim deixaste

Ah! minha Dinamene! Assim deixaste


Quem não deixara nunca de querer-te! Como já pera sempre te apartaste
Ah! Ninfa minha, já não posso ver-te, De quem tão longe estava de perder-te?
Tão asinha esta vida desprezaste! Puderam estas ondas defender-te
Que não visses quem tanto magoaste?
Oh mar! oh céu! oh minha escura sorte!
Nem falar-te somente a dura Morte Que pena sentirei que valha tanto,
Me deixou, que tão cedo o negro manto Que inda tenha por pouco viver triste?
Em teus olhos deitado consentiste!
Luís Vaz de Camões

Leia o excerto da obra “Dom Quixote”:


— Valha-me Deus! — exclamou Sancho — Não lhe disse eu a Vossa Mercê que reparasse no que fazia,
que não eram senão moinhos de vento, e que só o podia desconhecer quem dentro na cabeça tivesse outros?
— Cala a boca, amigo Sancho — respondeu D. Quixote; — as coisas da guerra são de todas as mais
sujeitas a contínuas mudanças; o que eu mais creio, e deve ser verdade, é que aquele sábio Frestão, que me
roubou o aposento e os livros, transformou estes gigantes em moinhos, para me falsear a glória de os vencer,
tamanha é a inimizade que me tem; mas ao cabo das contas, pouco lhe hão-de valer as suas más artes contra
a bondade da minha espada.
— Valha-o Deus, que o pode! — respondeu Pança.

E ajudando-o a levantar, o tornou a subir para cima do Rocinante, que estava também meio
desasado.”
Miguel de Cervantes

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